BIDI – PARTE 5 – Q/R – Outubro de 2017


BIDI - Parte 5 - Q/R - 16 de Outubro de 2017
Mensagem de 16 de outubro de 2017 (publicada em 31 de outubro)
Origem francesa – recebida do site Les Transformations



Áudio da Leitura da Mensagem em Português - por Noemia
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Ora bem, aqui está Bidi. Vamos instalar acolhimento e silêncio antes de recomeçar.


...Silêncio...


Bom, passo à escuta.

Pergunta: Gostaria simplesmente de dar testemunho duma alegria e duma leveza intensas, no silêncio do coração, e com todos. Não tenho nenhuma pergunta pessoal.

Acolhemos então o teu testemunho. Basta que te mantenhas assim, de agora em diante, o tempo todo, em permanência. Aproveita esta ocasião, que te é oferecida por ti mesma, para realizar que o que se produz na minha presença é exactamente a mesma coisa que se produz na tua presença. Nada tens a considerar, nenhuma regra a observar; apenas tens de deixar ocorrer agora e sempre o que se produz no momento, que é o que vai acontecer convosco, em número cada vez maior. Quaisquer que sejam as vicissitudes da vossa vida, os problemas, as obrigações, tudo isso desaparecerá perante esta beatitude, sem esforço, com evidência e, diria até – desta vez situo-me no vosso tempo -, cada dia que vai passar verá, no que a muitos diz respeito, que uma leveza, uma Alegria sem igual virão à boca de cena e tomarão o comando.

Entreguem-se a isso, sem o explicar ou compreender mas vivendo-o com intensidade, com verdade, com humildade. Não é preciso mais nada. Nem mesmo saber o que vai ser feito amanhã ou já a seguir. Não há necessidade de nenhum ponto de apoio ou de referência do vosso passado, da vossa história ou dum qualquer modelo. Despojem-se. Deixem a nu essa jóia, não tanto através duma acção mas antes duma evidência que está presente. É ai que está a Verdade, a que vos coloca na permanência da Alegria, na permanência do coração e da Eternidade. E mesmo que uma experiência tenha sido vivida antes, ou que ainda o não tenha sido, é aí que está a Verdade, é aí que vocês são simples e verdadeiros.

Façam a diferença, mesmo pensando em recordações agradáveis. Não há ponto de comparação possível. Esta Alegria sem objecto, esta leveza, esta Evidência é independente de todas as circunstâncias da vossa vida, da vossa idade, tanto das vossas desgraças como das vossas alegrias efémeras. Nada mais há, todo o resto deriva disto, todo o resto mais não faz do que passar. E o que fica - nem mesmo a experiência - ou o que ficará, é o Único, o Supremo, o testemunho indirecto daquilo que se redesenha e do que é reencontrado. E quando estão neste posicionamento, que é o mais ajustado, já não têm necessidade de palavras, de projecções, de consciência; irradiam ao infinito, ultrapassando largamente o quadro desta terra em que estão instalados.

Bem-vindos ao lar, e isso é contagioso, como se verá, bem mais contagioso do que o pior dos vírus. Tudo daí decorre, tudo aí está compreendido. É a vossa natureza, é a nossa natureza Uma. Sobretudo, não há que tentar retê-lo ou reproduzi-lo na tua memória, é aqui que ele está. E aqui tu és a Vida e não mais a tua vida espartilhada com tudo o que passa, que aparece e desaparece.

...Silêncio...

Quem vai falar, agora?


Pergunta: Obrigada, Bidi, por toda a força que irradia e pela alegria que traz. Não tenho perguntas mas acolho o que me queira dizer.

Vou-te responder, a ti, que, pelo que dizes e vives, pelo que vejo, não tenho mais nada a dizer, basta que o vivas a cada respiração, em cada ocasião. Só depende de cada um de vós, a partir de agora, que isso não se extinga nunca, que isso nunca desapareça, aconteça o que acontecer, porque já não são a vossa vida, nessa situação, mas a Vida. Todo o resto se faz naturalmente, sem esforço, repito, com evidência, com facilidade. Encontram-se e reconhecem-se. E se não for hoje, será num outro instante do presente, está em marcha. Assim, que importância tem o fim de Kali Yuga, o que é que pode ser importante para ir para a frente no que diz respeito ao que é verdadeiro, único? A única e real espiritualidade é aí que reside, tudo o mais são balelas, ilusões que passam.

Não é preciso vestuário especial, não são precisas palavras especiais a partir de agora, não é preciso nada. Deixa-te viver e deixa que a Vida te viva. Vai-se constatar que, querendo voltar atrás, o que duvido, isso desencadeará uma forma de sofrimento que não é um sofrimento físico mas antes um sentimento de perda; ora vocês já não podem perder-se. A qualquer acontecimento que tiverem para viver, íntima ou colectivamente, tragam o que são. Todo o resto passa, todo o resto se desenrola e vocês permanecem, aconteça o que acontecer ao vosso corpo, à vossa história, ao vosso mundo. É coisa que não tem a mínima importância. Tudo é relativo no que é passageiro.

O que assim é vivido, por alguns, por muitos, aqui ou ali, é a única Verdade. Poderia dizer que é a única chave útil, a única porta que não existe. É o único posicionamento certo, totalmente verdadeiro, absolutamente verdadeiro. É preciso esquecer até as noções de Absoluto, de Supremo e do que se quiser, porque se está precisamente na antecâmara. É o lugar certo, o sítio próprio. Não peço que acreditem em mim, mas experimentem pessoalmente. É daí que vem a autêntica solidez, a autêntica certeza, desse ponto em que mesmo as incertezas da vossa vida, do vosso mundo, são relegadas ao esquecimento, como uma enorme farsa – que é. Aqui, nada mais é necessário.

O espírito reencontra-se, a Verdade aparece inteira em plena luz. Embebam-se inteiramente nisso. E, se tal for perceptível, não temam, isso vai cair dentro de vós, também, é inelutável. Não pode haver outra saída possível além da Alegria, esse santo dos santos, e notem que, para muitos, aqui e ali, mesmo as etapas intermediárias da experiência da vibração, dos circuitos, dos chakras e sei lá mais o quê, tudo isso é relativo.

Diria até que há mais certezas nesta leveza e nesta Alegria do que no facto de experimentar e viver certas sensações, certas vivências, certas experiências. Acabaram-se as experiências, estão num estádio para lá de qualquer estádio, seja o que for o que vos diga a vossa pessoa, a vossa mente, a vossa vibração. É simples. Verifiquem, constatem, não reprimam nada. E por cada um que se reencontra, numerosos irmãos e irmãs se reencontrarão. É fácil. Não é um trabalho, não é uma ascese, é o “sim” total à Eternidade, à Vida, não à simulação. É aqui que está tudo.

...Silêncio...

Quem mais quer falar, exprimir, perguntar, dizer...?


Pergunta: não tenho perguntas, acolho com gratidão infinda a sua resposta.

...Silêncio...

Aqui está o que te digo, e que não é uma resposta propriamente dita a uma pergunta que não existe, mas antes uma ressonância que se vai produzir agora ou mais tarde, pouco importa. Mais uma vez, não procures compreender, acolhe. O valor que dás a qualquer elemento deste mundo, em qualquer aspecto deste mundo, nunca poderá aproximar-se do valor de quem és. Então, volta-te com toda a sinceridade, em toda a Verdade, para este valor que nunca pode ser minimizado, medido, pesado. Assim, o que resta de fardo não poderá continuar presente. Não te ocupes dos fardos mas do valor, do teu valor naquilo que és. Nada há de mais estimável. É o ouro mais puro e o único tesouro; é o que tu és e isso não tem preço. É um bálsamo. Assim, nenhuma carência pode sobrevir, falte o que faltar no que toca à pessoa, em aparência. Mas a sensibilidade ao que é aparente, ao “eu” desaparece então, para ti.

...Silêncio...

Escuta o silêncio, ele fala verdade. Mantém-no, alimenta-o com o teu sorriso. É necessário para ti, como para cada um de nós, de vós, viver isso, esta exclusividade do Amor, da Alegria, da leveza que inclui todo o resto na mesma frescura, na mesma leveza, na mesma evidência. Aí reside a verdadeira humildade, em reconhecer este tesouro, em encontrar a Verdade imutável e tudo o resto se torna claro, não no sentido mental de compreensão ou explicação, mas fica claro porque é a Verdade. E esta Verdade é uma certeza inabalável que não admite discussão, que não admite interrogação. Sabem-no bem: é isto o que são, sem excepção, qualquer que seja o vosso posicionamento actual.

Esta contagiosidade de que falava não é linear ou aritmética, é exponencial; para vocês e para os que vos rodeiam. O movimento foi desencadeado, a imutabilidade aparece, varre tudo o que deixou de ter razão para existir, tanto dentro como fora. Olhem à vossa volta. Quanto mais se voltam para dentro, quanto mais olham para dentro, tanto mais se tornam imutáveis, leves, mais a densidade da Alegria ocupa todo o espaço e todos os tempos. Deixa de haver lugar para a pessoa, deixa de haver lugar para qualquer lenga-lenga espiritual. Já não estão em estado de Graça, são a Graça. Já nem é preciso considerar um estado, não se trata duma experiência. Mesmo que isso vos pareça ter passado, tal não passará jamais. E aí não há lugar para o sofrimento, para os remorsos, para as projecções, para a espera, para esperança ou desesperança. E, então, poderão dizer: tudo se cumpriu, na verdade. E aí, saem do tempo, sem jamais serem afectados por um tempo a passar ou a esperar.


...Silêncio...

Quem quer falar?


Pergunta: não tenho perguntas mas acolho com alegria e gratidão o que me puder dizer.

Acharam uma fórmula feita, hem? Mas está bem, é simples.

E tu, que tens tu a dizer do que és?


Pergunta: que se cumpriu.

E...


Pergunta: e que é simples.

E… 


Pergunta: que a Alegria perpétua começou.

Então, não é apenas contagioso, não é apenas exponencial; vai ser cada vez mais grave essa Alegria, essa leveza, essa densidade. Não coloquem barreiras. Anunciem a boa nova, não por palavras mas sendo o que são, isso é mais do que o suficiente, amplamente, largamente. Repito, para ti como para qualquer um: tudo daí decorre, o santo dos santos. Chega de história, chega de templo, chega de corpo, chega de consciência, mesmo se é a vossa consciência a experimentar essa vivência. São a Vida. É verdade e tudo o que vos parecia verdadeiro antes, deixa de ser verdadeiro face isto. Então, partilhem, e a melhor forma de partilhar é deixar ser o que é. Como dizia um dos Anciãos: sejam mandriões.

Guardem as forças para o que a pessoa tem a fazer, mas essa força que aparece, transparece ou é reencontrada é o vosso alimento. Alimentam-se, assim, de si próprios e este alimento existe em super-abundância, nunca vos faltará, ele é eterno, permanente, irremediável. Não sendo isso um estado, não pode desaparecer, só pode aumentar ou, pelo menos, dar a impressão que aumenta mas esteve sempre aí, intacto, só que ocupa todo o espaço e todos os tempos.

...Silêncio...

Então, quem quer falar?


Pergunta: agradeço por tudo o que me ensinou. O meu coração ficou em Alegria a partir daí e num reconhecimento infinito. E aberto de par em par para ouvir o que tem a dizer-me.

Não te esqueças também do reconhecimento para contigo própria. Sê reconhecida para com aquilo que és, quer dizer o Todo, em toda a parte, e o nada aqui, qualquer que seja, no entanto, o papel que representes, que tenhas a desempenhar. Mas rectifico uma palavra: nada te ensinei a não ser a desaprender. Quando muito, quero ser realmente o esquecimento do que é conhecido e nunca vos ensinei nada a não ser, como acabo de dizer, a desaprender, a desembaraçar-vos do supérfluo, do que vos traz obstrução. E nada posso reivindicar, isso vem de vocês, real e concretamente. Em qualquer lado aceitaram não ter de continuar a fazer esforços, verificar por si próprios, em si próprios, esquecer todos os discursos, todas as experiências passadas. Ousaram ficar nus, simples, verdadeiros. Mesmo que isso não dure mais do que cinco minutos, já é suficiente. Tudo mudou, tudo foi reencontrado.

Estão, pois, no verdadeiro serviço, na verdadeira doação, a que não espera nada em retorno, nem recompensa, nem agradecimentos, nem gratidão, porque isso é Evidência.

Eu sou cada um de vós, vocês são cada um de mim, em vocês e em mim. A Fonte já o disse: o Salvador está em ti, revela-o. Sempre dissemos que são vocês a fazer esse último passo. Claro que há aquilo que está antes, mas digo-vos sinceramente, mesmo este antes, em relação ao presente, não passa duma balela. Permitiu-vos simplesmente aligeirar os pesos mais gravosos: os pesos do medo, os pesos do chamado Karma, o peso do mental, das vossas histórias, dos vossos hábitos. Mas a alegria não está aí, está no que se passa agora. Libertos, despertos, vibrantes ou sem nada sentir, isso hoje não faz diferença. É o que acontece. Quando digo que se encontra o que sempre lá esteve, quando há essa Alegria, fica-se a saber automaticamente que é a Verdade, que nada mais pode existir. Todo o resto é fútil, como qualquer um constatará por si próprio.

Quem quer dizer ou falar? 


Pergunta: também não tenho perguntas pessoais mas escuto agradecidamente o que tem para me dizer.

...Silêncio...

Escuta o verbo de Amor que desabrocha no teu ser. Ele canta a Ressurreição, ele canta a Evidência. De momento não passa dum murmúrio, mas este murmúrio vai tornar-se bramido, explosão de Alegria, de limpidez. Pratica a gratidão em ti próprio, mesmo que mais não seja do que um murmúrio. Encoraja-o, sem questões nem explicações. Nisso apenas há o que é verdadeiro.

O que é chamado de Teofania, hoje, é para viver convosco próprios. Eu não passo dum catalisador, não ajo, não faço nada. O que captam e sentem é a vossa ressonância eterna.

O murmúrio torna-se bramido, o bramido torna-se o Coro dos Anjos, o Coro dos Anjos conduz-vos ao Paracleto, o Impessoal é vivenciado, o Cristo é encontrado, a Liberdade vai surgir. Não deixes que pensamentos banais contrariem esse bramido que chega. Não te preocupes com o amanhã ou com o ontem, deixa chegar a ti a criança interior.

… Silêncio...

Quem quer falar ou dizer?


Pergunta: não tenho perguntas. Acolho a sua Luz na alegria, estou à sua disposição.

...Silêncio...

A minha Luz, como dizes, é a tua Luz. A Luz é infinita, não pode ser propriedade de ninguém, é a mesma para todos, seja qual for o papel, a cena de teatro representada. Nessa Alegria e Luz que és, não há bem nem mal, há o Todo, a plenitude, a felicidade na qual o bem e o mal não podem sequer ser concebidos ou imaginados. Isto sepulta, de forma definitiva, o que vos podia parecer estar a entravar, limitar, restringir. És bem mais vasto do que aquilo que podes imaginar, antecipar ou sonhar. É de tal modo vasto que nada lhe pode escapar. Assim, tudo o que tens a viver aqui ou ali, faz-se com a mesma leveza, a mesma evidência, quer no acto mais preciso, material, quer no acto mais subtil, mais invisível.

Há bastante tempo, alguns anos, creio, recorria-se à resposta do coração nas escolhas, nas decisões, quaisquer que fossem. Actualmente, a cada dia, o coração tem resposta para tudo. Para já, porque há Evidência e a resposta é o Silêncio, numa altura em que a Alegria se expande cada vez mais. É um júbilo, como foi dito, é uma bem-aventurança. Não se encontra nenhum qualificativo satisfatório: é por isso que o silêncio é importante. Não para guardar num cofre, mas, pelo contrário, para deixar emergir mais e mais, deixar isso aparecer.

Nada pode rivalizar, nada pode confrontar-se com esta realidade. Tudo o que se lhe quiser opor, em vocês, na vossa personagem, na vossa vida, não pode senão ser consumido pelo Fogo do Amor. Este Fogo do Amor actua; mesmo sem carácter imediato, depressa se constatará que estas palavras não são palavras ao vento, são palavras de verdade. Quando vos é dito, por diferentes mestres, que o Amor é a força mais poderosa, hão-de verificar a exactidão destas palavras. Igualmente se haverá de verificar que nenhum medo se pode instalar, que será queimado, que nenhum sofrimento poderá perdurar, que será dissolvido.

A imagem é que estão num processo de identificação do que são. Como disse, estão a reencontrar-se. Não é uma coisa que é encontrada, porque o que era desconhecido no interior da pessoa, naquilo que intimamente são, é qualquer coisa que é conhecida, que não deixa qualquer sombra, nada em suspenso, tudo é claro e límpido. Então, nada mais há a fazer do que ir em paz, viver o que a vida te faz viver. Nada mais pode ser perdido ou ocultado. Isto é a Liberdade. Todas as outras verdades daqui derivam.

Será cada vez maior o número dos que observam e vivem que a cabeça não serve para nada, que ela apenas serviu para manter uma história, a falsidade, na interacção duns com os outros. Divididos e separados, aparentemente, eram precisos meios para comunicar, para que cada um contasse a sua história, mas, de facto, aquilo que é vivido é uma história única, comum a todos, não há senão diferença de formas e de histórias anexas. Isso não vos limita em nada, faz cair todos os limites, mesmo os do vosso corpo.

...Silêncio...

Quem quer falar?


Pergunta: um grande, grande obrigado por toda esta partilha de Alegria e Verdade. Não tenho perguntas. Sou toda ouvidos e muito feliz por assim estar.

Vamos lá ver... Como é que devo interpretar: “tout ouïe” ou “toute oui”?

N.T.: estamos perante um jogo de palavras entre “tout ouïe” (toda ouvidos) e “toute oui” (toda sim, toda pelo sim), que não é passível de tradução exacta.


Pergunta: toda ouvidos.

Mas eu prefiro “toute oui”. Então escuta, minha irmã, escuta o que digo ao teu coração.

...Silêncio...

O que tenho a dizer-te cabe no teu sorriso e no meu sorriso. Então digo-te, agora que disseste “sim” e que és toda ouvidos: sorri, pois o sorriso é a muralha inviolável para os padecimentos ilusórios deste mundo, em qualquer circunstância ou acontecimento e o sorriso dos teus lábios é o sorriso do teu coração. Assim sendo, o brilho do olhar torna-se a radiância do coração. Então, no silêncio das palavras, o Anjo da Presença canta a tua ressurreição. Quem poderia ter o orgulho ou a vaidade de se opor a isso? Mesmo o que foi chamado, creio, pelo Comendador, “maus rapazes ou fantoches” mais não são do que fantasmas, a partir do momento em que jogam esse jogo. Nada podem contra o sorriso, nada podem contra a Liberdade. Aliás, para eles é uma grande lição que os ajuda a reencontrarem-se, também. Nada é grave no Amor, tudo é acertado; uma vez encontrados, tudo é perfeito, inteira e totalmente.

...Silêncio...

Quem deseja falar?


Estamos a chegar ao termo do tempo estabelecido mas podemos ocupar-nos ainda duma pergunta. Mas ainda há outras questões.

Então posso ficar à vossa disposição num outro momento, se necessário.

Há ainda uma última pergunta?


Pergunta: a cada uma das suas presenças entre nós, fico numa alegria incomensurável e tenho uma profunda gratidão pela ajuda que me deu há alguns meses.

Queria dizer-te então uma única coisa: eu estou sempre aqui como tu também estás, nunca te esqueças. Aquilo que captas não vem de mim, mas de ti, é aquilo que tu és. Mesmo isso, no limite, deves reencaminhá-lo para ti. Eu sou inteiramente tu, não numa forma mas no que diz respeito à jóia. Eu estou sempre aqui como tu sempre aqui estiveste, independentemente das aparências e vicissitudes desta Ilusão. Aceita esse facto e, mais do que tudo, experimenta-o, vive-o. Não precisas de objectos, de fotos minhas ou doutros. Nem precisas de pensar em mim. O pensamento está na cabeça, eu estou no teu coração. Eu sou o teu coração, o tempo todo, em tudo o que aconteça.

...Silêncio...

É capaz de ser tempo de vos dar descanso aos ouvidos. E como há procura – embora eu nada tenha a negociar - , voltarei quando me apetecer. Ah, estão-me a dizer que amanhã há uma história importante para ouvir, vou voltar depois. Enquanto espero, mesmo em silêncio, não posso desaparecer. Desapareci totalmente e o desaparecimento faz-vos aparecer por todo o lado.

Bem, se há um desejo a formular - não é um pedido - é um desejo que vos parecerá evidente: não deixem isto, isto não vos pode deixar, aconteça o que acontecer; seja um desgosto, uma dor, um sofrimento, uma doença, uma alegria, isto está sempre por aqui. Pois bem, Bidi vai despedir-se e Bidi vai voltar.

Em cada um de vocês, a Paz, a leveza, e, como dizia o outro, julgo eu, na vossa literatura: “Um por todos, todos por Um”.

Até breve!



***


Tradução do Francês: Maria Teresa Santos