Livro: Contatos com os Mundos da Luz - Parte B (Postagem Especial - 03)




Capítulo 4



A ORIGEM DAS MENSAGENS


         Esse livro apresenta na sua última parte das mensagens que foram transcritas após terem sido recebidas oralmente ou segundo um dos modos de recepção que serão abordados no sexto capítulo. Algumas entre elas foram recebidas durante as reuniões de grupos de cura espiritual. Quando do chamado dos mestres nas técnicas de cura, um deles veio adumbrar um dos participantes desta corrente de cura. Se este último aceita completamente se deixar incorporar pelo ser que veio trazer ajuda, uma mensagem é entregue.

         Tais mensagens não se dirigem àquele que as recebe nem a uma outra pessoa do grupo. Às vezes, elas são dirigidas a todo grupo, mas elas são mais frequentemente de alcance geral em relação com uma situação planetária do momento ou a evolução da consciência humana. Algumas mensagens têm sido recebidas também pelas técnicas que nós vimos descritas no capítulo tratando da channeling.

         Outras mensagens foram recebidas quando de meditações particulares, meditações centralizadas sobre o corpo de luz, em particular sobre o silvo do ouvido que corresponde ao contato com a alma. Assim como quando encontramos em certas técnicas yogues, quando um aspirante medita sobre o canto da alma, sobre o silvo do ouvido esquerdo, esse canto se transforma ao final de algum tempo e preenche o corpo. Ele começa a se modular e os sons e as palavras são ouvidas.

         Todas as mensagens apresentadas nesse livro são originadas do contato com uma dimensão vertical, quer dizer com outros planos de evolução e outros planos de consciência. Algumas destas foram dadas por seres conhecidos que marcaram história nesse planeta. Outras não trazem o nome como se a entidade espiritual que entregou a mensagem quisesse nos fazer compreender que pouco importa o nome e que sobre o plano de evolução dele todos os mestres são os mesmos.

          Evidentemente, cada um possui sua própria experiência, mas quando se trata de ajudar em nossa evolução o nome pouco importa, porque nomear é uma vez mais diferenciar e distanciar.

         No que diz respeito às mensagens que foram recebidas no caso das reuniões do grupo espiritual “Amor e Cura”, é certo que a energia de grupo desempenhou um papel importante. Está dito na Bíblia: (Quando vocês estiverem reunidos três em meu nome, eu estarei entre vocês) e sem dúvida que a partir do momento em que um número importante de pessoas, além de três, se reune, geram as energias muito particulares que formam de alguma maneira um canal propício à descida dos mestres de luz. A energia de grupo é fundamental, é melhor, aliás, para a recepção dessas mensagens como para a cura, pela ação comum que pode gerar um grupo, meditação ou adição dos poderes mentais dos indivíduos que o compõe.

         Às vezes essas mensagens foram recebidas num estado muito particular que poderíamos aproximar do samadhi dos hindus, isso que chamamos êxtase no Ocidente. Nesse caso, não há a percepção de contato exterior, mas parece que a personalidade inferior contata sua fonte divina. Isso que se expressa então é sem dúvida o que chamamos a consciência superior ou ainda o guia interior ou o anjo guardião. Essas mensagens concorrem para a elevação da alma e a iluminação da personalidade.

         Resta tentar situar que, do outro lado, está a origem dessas mensagens. Por isso, é necessário diferenciar as origens possíveis nos planos sutis, da mesma maneira que o ser humano possui sete corpos: físico, etérico ou energético, astral (plano vibratório onde nascem as emoções do indivíduo). Esse corpo corresponde ao que designamos comumente pelo termo aura e apresenta as cores que encontramos no ovo áurico. Além do plano astral se situa um plano vibratório muito mais sutil, o plano mental. Esse plano mental possui duas subdivisões: o mental inferior e o mental superior. O primeiro corresponde à razão, ao cérebro analítico. O mental superior corresponde ele à Inteligência no sentido de intelligare, quer dizer, a possibilidade de ligar as coisas a uma fonte superior. Podemos falar aqui da inteligência do coração, isto é, o funcionamento do cérebro direito e da razão não analítica, mas sintética.

         Além do plano mental se situa um plano vibratório ainda mais sutil, o corpo causal, que é esta túnica muito sutil onde esta codificada a memória de nossas vidas passadas. Ele corresponde ao estado vibratório perfeito a esse que a Bíblia designa por corpo de luz ou corpo sem costura.

         Além desses cinco primeiros planos situados sobre um nível vibratório muito elevado, se encontra o plano vibratório da alma espiritual e enfim o plano vibratório da alma divina, também chamada centelha divina.

         É necessário saber que todo ser vivo, encarnado ou desencarnado, mestres de luz incluindo ou ainda no que concerne à Terra, o planeta enquanto ser vivo, possui ou possuiu também estes sete plano vibratórios, ou em todo caso uma ou diversas dessas partes vibratórias. De fato um mestre de luz é um ser que realizou desde muito tempo suas encarnações terrestres, que transfigurou seu corpo de luz. Ele destruiu seu corpo causal e ultrapassou o plano causal. Ele evolui sobre um plano vibratório correspondente à alma espiritual, quer dizer que ele se encontra mais próximo de Deus. Ele pode comunicar descendo suas vibrações até um plano mental, mas, não tendo mais o corpo causal, ele não pode mais tomar o corpo físico nem passar através do físico para comunicar com um entre nós.

         Uma outra qualidade dos seres, os desencarnados, situa-se num período intermediário que os Tibetanos chamam o bardo, cuja descrição está muito bem feita no Livro Tibetano dos Mortos. Encontramos a mesma descrição no Livro Egípcio dos Mortos.

         Quando do processo de liberação que constitui a morte, o ser humano vai evoluir no mundo astral. Este astral possui ele também as subdivisões, o número de sete. Há esquematizando, o baixo astral e o alto astral. O ser humano que morre passa no astral e se encontra confrontado com todas as suas emoções, com todos os desejos que não puderam satisfazer sobre a terra, com todas as suas faltas também. Isso quer dizer que ele vai gerar nesse mundo astral um certo número de pensamentos, de emoções, de construções que serão muito reais para ele e poderão ser tanto negativas quanto muito belas.

         Algumas mensagens podem chegar desse plano e apresentar eventualmente uma certa beleza, emanar uma maravilhosa luz. Todavia, as mensagens recebidas sobre o plano astral são apenas o reflexo de uma “verdadeira realidade”.

         Alguns ensinamentos recebidos no astral podem ser muito enriquecedores, mas as mensagens apresentadas nesse livro foram recebidas sobre o plano do mental superior, quer dizer, o lugar de predileção e de manifestação a mais densa dos mestres de luz. Esses mestres de luz são todos tanto um santo da igreja católica quanto um personagem hindu ou ainda um ser iluminado vivo, um avatar.



Há então essencialmente dois lugares onde são captadas essas mensagens, o plano astral e o plano mental. É evidentemente preferível se ligar sobre o plano mental. Ora, como nós vimos no primeiro capítulo, se ligar sobre o plano mental necessita ter desenvolvido a construção do corpo de luz, ou ainda, como para algumas mensagens apresentadas no fim do livro, de se encontrar no meio de um grupo. Na verdade, a energia de um grupo é capaz de gerar a luz mental que permite aos mestres de luz se manifestar.²

***

² O processo desta manifestação dos mestres de luz é descrito no último capítulo do livro Do corpo humano ao corpo divino assim como no sexto capítulo da presente obra.





Capítulo 5



O BENEFÍCIO DAS MENSAGENS


         Entregando as mensagens e pedindo que elas sejam transcritas e transmitidas através de publicações como esse livro, salientaram que essas mensagens não constituem unicamente uma fonte de ensinamento, mas apresentam os benefícios múltiplos que são os seguintes.


Meditação

         Os Orientais nos ensinaram a meditar sobre um pensamento, sobre um símbolo ou ainda sobre uma forma, sobre um mantra ou sobre uma música. As mensagens do tipo daquelas que constam no fim desse livro constituem um convite a meditar sobre um texto. Frequentemente os mestres insistem sobre o fato de que cada palavra está em seu lugar nestes textos e que sua associação é a mesma de favorecer a compreensão de algumas coisas.

         Como meditar com estes textos? É muito simples. Vocês lêem uma primeira vez em voz alta, com seu mental comum, depois vocês as relêem, desta vez em silêncio. Em seguida vocês as lêem uma terceira vez, com o máximo de atenção e tentando se colocar num estado de relaxamento, de paz interior. Há então fortes chances que manifestações energéticas se produzam nesse momento e permitam a você contatar alguma coisa importante. 


Despertar da consciência

         A Terra entrou numa era de mutação, uma era onde a consciência deve fazer um salto gigantesco. Mas esta consciência que está prestes a se despertar necessita de um certo número de estimulantes. Entretanto, a ferramenta mais utilizada pelo homem desde numerosos milênios é a palavra, mas atualmente a palavra deve se fazer verbo, porque o verbo é criador e o verbo se fez carne.

         Quando alguns desses textos que foram recebidos são lidos em voz alta, por exemplo, lidos a um público quando de uma conferência percebemos que ele gera no aposento uma energia muito particular como se alguma coisa de novo penetrasse as pessoas por intermédio das palavras pronunciadas. Esta experiência foi reproduzida em numerosas repetições. Outros textos, que trazem frequentemente um título por “de”: “Da paciência, Da paz, Da verdade...” parecem ter sido dados para nos fazer compreender os conceitos fundamentais. As palavras que a eles correspondem são empregadas de maneira corrente e banalizada, mas no nível espiritual elas têm uma importância muito maior sobre a qual essas mensagens atraem nossa atenção. Na verdade, falar da verdade, por exemplo, é muito simples, a verdade se define comumente em relação ao que pensamos nós mesmos ser verdadeiro, quando que no nível espiritual, a verdade não pertence a nenhum ser humano. A verdade depende unicamente do Divino e os textos que seguem trazem esclarecimentos e uma clareza importante no nível de tais conceitos. 


Mudança de paradigma

         Para se polarizar sobre um novo estado de evolução de sua consciência, o ser humano tem necessidade de possuir certo número de chaves. As mensagens, aquelas presentes nesse livro e bem outras que foram objetos de publicações cada vez mais numerosos, nos permitem fazer funcionar nosso cérebro de um outro modo, de nos fazer aceitar o que a matéria nos faz recusar a priori. A mudança de paradigma consiste em aceitar um fato que não pode ser demonstrado num primeiro momento, mas em relação ao qual é possível se colocar a buscar.


Desenvolvimento do Conceitual e do Perceptivo

         O ser humano possui duas ferramentas que lhe permitem conhecer seu ambiente, desenvolver sua consciência e acessar a outras sensações, a outros modos de vida. Essas duas ferramentas que podem funcionar seja em par, seja de maneira separada, são o conceitual e o perceptivo. Atualmente, o conceitual tem largamente ultrapassado o perceptivo. O conceitual deve ser definido como conceptus, que está de alguma forma ligado ao parto do espírito. O espírito concebe, o espírito cria e dessas criações situadas no nível do corpo mental emergem algumas das ideias e de construções abstratas que o ser humano vai se apressar de conceber sobre um plano material.

         Na verdade, um modelo não é definido como válido senão a partir do momento em que ele pode ser concebido pelo espírito. Enquanto ele não é concebido, ele não tem nenhuma chance de ser realizado na realidade cotidiana de nossa vida. Todo objeto material ou toda criação é necessariamente nascida no espírito e procede do espírito antes de poder se materializar e se concretizar.

         Um exemplo muito simples permite compreender. Enquanto o homem não havia concebido, não havia os meios conceituais de crer que era possível voar, ele não pode criar as máquinas que levariam para os ares. A partir do momento em que o conceitual está afinado no nível da análise, por exemplo, o movimento das asas do pássaro no ar, a partir do momento em que ele pode conceber um motor, o conceito está ancorado nele e as primeiras máquinas voadoras foram construídas.

         É evidente que algumas mensagens que foram recebidas são uma fonte de inspiração no nível do conceitual, quer dizer, no nível da capacidade que tem nosso espírito para conceber as ideias. Aí, novamente, algumas leituras feitas para os parentes ou para os amigos permitiram constatar que simplesmente algumas linhas eram capazes de fazer nascer uma ideia no espírito humano. E um bom número de mensagens participa do desenvolvimento do conceitual.

         O perceptivo é muito mais limitado atualmente. As percepções são muito frequentes reduzidas ao cinco sentidos. Consideramos como real o que percebemos e o que não é percebido é considerado como irreal, ou invisível ou até mesmo inacreditável.

         Todo modelo, todo sistema vivo deve apelar para se desenvolver no conceitual e no perceptivo. Infelizmente, neste fim de século vinte, o conceitual foi utilizado mais do que o perceptivo. O problema maior do conceitual é que ele se limita unicamente às coisas visíveis. De fato, como conceber o invisível se ninguém fala dele? Como o homem teria concebido poder voar no ar, nas máquinas, se o pássaro não existisse e se nenhum inseto tivesse voado nos ares?

         As técnicas orientais, que trata o yoga, do tai chi chuan ou do reiki são as técnicas que se permitem desenvolver o perceptivo. O perceptivo possui uma dimensão que não tem conceitual. O conceitual é o mundo da ideia, do espírito, enquanto que o perceptivo faz parte da iminência e da rapidez da vida. Há percepção ou não há percepção. O corpo sente ou o corpo não sente, a consciência sente ou a consciência não sente. A maior parte dos modelos orientais tradicionais está baseada sobre o desenvolvimento do perceptivo, porque enquanto o conceitual pode se enganar, há boas ideias e más ideias, as percepções não enganam. Certamente a análise que nós fazemos eventualmente pode ser diferente da realidade. Tal pessoa interpretará uma percepção energética como benéfica e uma outra a interpretará como negativa, mas ai o erro traz menos consequências.

         O problema do conceitual está ligado de maneira estreita às concepções mentais do homem. Se aquele não concebe Deus em seu espírito, ele não fará para a evidência nada para conceber no nível material. Assim, como ele não concebe no nível das emoções, a emoção divina não tem nenhuma chance de se manifestar nele. Assim como, se sua consciência e seu mental estão orientados sobre uma noção de desenvolvimento material, suas concepções serão unicamente orientadas sobre as criações materiais. Os textos do fim desse livro constituem, em certa medida, os elementos que vão permitir a seu mental construir ideias diferentes no que concerne, por exemplo, à noção de amor e de verdade.

         Quanto ao perceptivo, o caminho que está largamente abandonado neste fim de século XX onde temos por hábito privilegiar a razão, ele está ligado às percepções, quaisquer que sejam elas em relação com o sentimento emocional ou com as percepções energéticas verdadeiras. É na verdade muito fácil negar o magnetismo enquanto nós não estamos em contato com o magnetizador que coloca a mão sobre nós. Mas, às vezes, nosso conceitual está tão fortemente no nível desta negação que mesmo um magnetizador eficaz não levará nenhuma percepção no nível de nosso corpo.

         Num sentido espiritual, a percepção é uma vibração que temos a tendência hoje de chamar energia. Poderemos qualificar a luz de energia, o amor de energia e todo sentimento ou todo ato, todo gesto é suscetível de levar uma energia tendo um efeito sobre a consciência.

         Algumas técnicas permitem desenvolver esse perceptivo: a meditação ou todas as formas de yoga. Algumas pessoas utilizam as ferramentas que ampliam seu perceptivo, por exemplo, o pêndulo dos radiestesistas. A solução ideal no nível do desenvolvimento do ser humano consiste em associar o perceptivo e o conceitual. Em relação ao conceitual, trata-se de mudar nossas concepções no nível de nosso mental, de aceitar a mudança de paradigma, quer dizer, de aceitar a noção de unidade, da unidade do criado, a noção do amor universal.

         No que diz respeito ao perceptivo, é necessário que a razão ceda o passo ao cérebro da intuição que permitirá à nossa consciência e a algumas partes de nosso corpo sentir as energias. Na verdade, as percepções energéticas e as percepções da alma estão ligadas a uma depuração energética e a uma abertura de canais sutis que permitem reconhecer os sinais energéticos.

         Nas mensagens do fim desse livro, está evidente que o conceitual pode ser modificado a partir do momento em que nosso mental aceita já esta ideia. Para o perceptivo podemos nos perguntar como a leitura de uma mensagem é capaz de desencadear as percepções energéticas. A experiência é fácil de realizar. É suficiente a vocês ler um desses textos mentalmente e o ler em seguida em voz alta. Um artista que pinta uma tela e coloca alguma coisa que é própria dele. Aquele que modela a terra deposita sua impressão energética no interior de um objeto que ele cria. Da mesma maneira, as mensagens que são recebidas sob uma inspiração diferente daquela da personalidade que as canaliza, são impregnadas da energia daqueles que as produzem. O fato de ler essas mensagens em voz alta gera no nível do nosso consciente, assim como no nível de nosso corpo, um certo número de percepções.

         Existem as orações conhecidas agora desde dois milênios que possuem as mesmas propriedades energéticas, as mesmas propriedades no nível da consciência. O problema vem muitas vezes do fato de que o ser humano as recita como uma ladainha no lugar de estar no caminho do coração. O famoso Pai Nosso, por exemplo, é construído de um modo vibratório muito particular que permite colocar em vibração os diferentes centros energéticos do corpo, partindo do topo do crânio até o púbis e os órgãos genitais. Mais próximo de nós, citamos a Grande Invocação, transcrita por Alice Bailey que recebeu um ensinamento telepático do mestre tibetano Djwal Khool. Esta Grande Invocação é de alguma forma uma oração para a nova era. O fato de recitar segundo algumas condições, estando no mínimo em três e se centrando sobre o terceiro olho, coloca em movimento um processo energético poderoso. Da mesma maneira, os textos do fim desse livro podem, na condição de que vocês tenham aceitado já a ideia no nível de suas concepções, provocar em vocês uma energia muito particular e uma expansão de consciência.




Capítulo 6

  

MODOS DE RECEPÇÃO DAS MENSAGENS


         As técnicas descritas nesse capítulo permitem entrar em contato com o plano mental e então receber as mensagens de uma origem luminosa. Com uma tal origem, não pode haver nem negativo nem sombra porque ela corresponde ao que os Tibetanos chamam o devachan, a saber o lugar da luz de Deus, da famosa luz branca que percebem as pessoas que fizeram uma experiências às portas da morte.


A ESCRITA AUTOMÁTICA

         A escrita automática consiste tão simplesmente a se colocar diante de uma folha de papel branca, uma caneta na mão. Se vocês são um médium, vocês têm a capacidade de se conectar com um dos mundos sutis onde podem se encontrar as mensagens a captar, mundo astral (do qual nós não trataremos aqui) ou mundo mental.

         Se vocês não são médiuns, vocês começam por se colocar em condição da maneira que foi explicado no capítulo 3 para a preparação no channeling. Em seguida, dois caminhos são possíveis.

         O primeiro consiste em receber como uma impressão mental as palavras e as escrever tão simplesmente na medida. Esta recepção mental passa pelo cérebro e é assimilada no funcionamento do pensamento, mas aí trata-se de pensamento exterior, de pensamento induzido. Afinal, tem sido frequentemente observado que procedendo desta maneira as palavras se seguem não tendo aparentemente nenhum sentido. A razão está em que as palavras seguintes não são ainda pensadas. Normalmente, antes de escrever uma frase, nós a formulamos de início inteiramente no nosso mental.

         No caso da escrita automática não há a mesma simultaneidade, mas ao contrário, escrita da palavra e pensamento em seguida. Esse fenômeno nos permite compreender que o ato motor desta escritura não é nosso pensamento, mas um pensamento exterior.

         Esta técnica é certamente a menos impressionante e aquela que pode prestar mais confusão na medida em que é muito difícil analisar, o momento em que as coisas se produzem, o mecanismo. Ou seja, estamos seguros que o pensamento nasceu após a escrita ou o inverso. A segunda técnica, quanto a ela, é muito mais impressionante para viver e para observar, aqui o mental não intervém mais de todo para colocar a mensagem sobre esse plano do mental que não é o mental do ser receptor. Esta energia mental que vai “se insinuar” nos braços e a escrita se fará independentemente da vontade. É, aliás, muito curioso de constatar que, nesta técnica descrita automática, no momento em que o braço é investido por essa energia mental do ser ou da energia que dita a mensagem, a escrita se modifica e não tem mais a semelhança com a escrita habitual daquele que recebe a mensagem. Frequentemente as frases terminam com uma espécie de figura geométrica, por um desenho simbólico.

         Esta técnica é muito menos sujeita a cuidados na medida em que o mental não tem mais como intervir, onde as palavras se deitam diretamente sobre o papel sob a influência de uma força exterior que se densifica até o ponto de emprestar o braço dando, aliás, nesse nível algumas percepções sensíveis, variáveis segundo os indivíduos.

         Frequentemente o braço está como pesado, anquilosado, ou ainda como tomado de espasmos ou de pequenos movimentos musculares. Constatamos muito correntemente uma variação térmica no nível do braço que, segundo os mestres ou seres que entregam as mensagens, pode se tornar mais frio ou mais quente. Muitas vezes o braço é percorrido por um calafrio, um pequeno arrepio que se situa de maneira muito localizada no nível desse membro.

         Essa forma de recepção de mensagens apresenta, todavia, um inconveniente. O braço pode dificilmente suportar esse fenômeno mais do que cinco a dez minutos, até uma meia hora para as pessoas muito hábeis. A razão é que o braço não tem o hábito de trabalhar com as energias mentais. Ele utiliza, como todo o resto do corpo, aliás, as energias prânicas, quer dizer, as energias do primeiro corpo energético. Ora, nesse caso, o plano vibratório está muito mais elevado e os músculos do braço e os dedos têm grande dificuldade para seguir essa energia mais poderosa. Muitas vezes aparece no braço uma anquilose, um tipo de saturação muito intensa que impede de prolongar a seção.

         Em relação às mensagens contidas no fim desse livro, essa técnica foi utilizada por alguns, muito curtas, ou quando um dos mestres que passaria a mensagem através do canal que eu tentava ser, se dava conta de que as técnicas de adumbramento e de incorporação (apresentadas mais à frente), não eram mais possíveis, seja por razões astrológicas ou ainda pessoais, ou seja, cansaço de minha parte, preocupações mentais e ainda eventualmente incapacidade dela passar por esta via.



ADUMBRAMENTO E INCORPORAÇÃO
        
         Os processos de adumbramento e de incorporação apresentam uma leve diferença. A incorporação consiste de alguma forma de se esvaziar de nossa própria personalidade para evacuar nosso consciente para deixar lugar a uma outra entidade consciente. Quanto ao adumbramento, significa que uma consciência exterior vem se integrar e participar com a consciência habitual que vive nesse corpo. A incorporação é então um processo que incomoda a consciência comum e não pode existir ao mesmo tempo que ela, então o adumbramento permite iluminar a consciência habitual pela intervenção dessa consciência exterior vinda de outros planos. O adumbramento é uma das técnicas mais fáceis que tem permitido a recepção dessas mensagens. Na verdade, como nós vimos no primeiro capítulo, quando a aura mental está suficientemente purificada, quer dizer, quando o amarelo dourado aparece ao redor da cabeça e o ovo áurico começa a tomar uma tonalidade branca uniforme, o ser está nesse processo mental e esta luz mental dá aos seres que evoluem sobre esse plano mental a possibilidade de se comunicar, de plano mental a plano mental, no ser humano que possui essa aura. O contato se faz sempre da mesma maneira, e em todos os seres que construírem seu corpo de luz.

         Antes que o adumbramento se apresente, é habitual sentir uma pequena modificação no nível do estado vibratório e da consciência. Alguns minutos antes e sem o procurar especialmente, nos sentimos mais vibrantes, rodeado de alguma coisa felpuda, como se sentíssemos o ovo áurico. Alguma coisa se manifesta no nível do vórtice, no nível do topo do crânio. As vibrações se fazem mais presentes, mais palpáveis, como uma pressão, um formigamento, como um pequeno calor que gira ao redor da cabeça. E no momento do adumbramento vai se produzir numa ordem variável alguns fenômenos. O primeiro é como um calafrio que invade o corpo, subindo e descendo, se estende como uma onda benfazeja para toda pele. Paralelamente a esse calafrio característico, que aqueles que já viveram esse fenômeno reconhecerão sem dificuldade, há uma sensação térmica muito particular no nível do lado esquerdo da face, como se alguma coisa quente, suave, acariciasse o rosto e apoiasse ao mesmo tempo sobre o ombro. Se um clarividente olhar a cena, ele perceberá uma forma áurica, humana ou não humana, podendo simplesmente, às vezes, se apresentar como um traço de luz, mas em todo caso, bem distinto do ovo áurico da pessoa. E esta forma e o ovo áurico se interpenetram, a forma vem se associar ao ovo áurico como uma sombra luminosa. Esta sombra luminosa penetra na parte superior esquerda do ovo áurico e desce pouco a pouco para tomar lugar do lado do ser em curso de adumbramento. Muitas vezes, nesse momento, a parte esquerda do rosto se coloca a formigar e a vibrar até mesmo em alguns contatos muito poderosos, a mudar de cor. Algumas técnicas avançadas que colocam em evidência o corpo energético, como por exemplo, a eletrografia ainda chamada efeito Kirlian, permitem visualizar o que acontece no momento do adumbramento. A imagem energética das extremidades das mãos e dos pés se modifica. Observamos sobre essas imagens de registro do corpo energético como uma outra mão, como uma segunda mão, colocada sobre a mão esquerda da pessoa. O adumbramento está completo. Um segundo personagem tem lugar do lado esquerdo do sujeito. Esse contato pode ser sentido por não importa qual outra pessoa, simplesmente se aproximando da mão do lado esquerdo do corpo.

         Uma vez que o adumbramento está bem estabelecido, não há mais do que deixar lugar a esse ser de luz sem perder de vista a consciência perfeita do que vai acontecer, contrariamente à incorporação ou o transe, onde a consciência está em outro lugar. Aqui a atenção está em seu máximo.

         Quando este adumbramento está realizado completamente a partir do corpo de luz, algumas manifestações físicas poderosas podem ainda se apresentar. O canto da alma ouvido, no ouvido esquerdo se faz mais poderoso, muito maior, mais intenso. Uma vibração muito importante pode penetrar no interior do corpo de carne e não mais dar somente um arrepiamento exterior, mas uma sensação de vibração interna muito intensa. A comunicação nesse momento é direta e total. Ela pode se fazer de mental a mental por intermédio do chacra laríngeo, quer dizer, por intermédio da palavra, juntando a esse nível a técnica de channeling, mas fazendo apelo unicamente ao plano mental ou ainda passar pela mão e atingir então ao processo de escrita automática.


A CLARIAUDIÊNCIA
        
         No primeiro capítulo, nós vimos que quando da construção do corpo de luz se produz a abertura de um chacra menor, o chacra da orelha. A ativação do sétimo chacra, depois do quinto chacra, o chacra laríngeo, origina esse chacra menor. Uma vez ativado, ele confere a clariaudiência, que se manifesta para um clarividente como uma grossa ampola de dez centímetros de altura e de quinze a vinte centímetros de comprimento, se afilando, que parte da orelha esquerda. É por meio dessa “ampola de clariaudiência” que se manifesta primeiramente o canto da alma, o nada, que é um dos siddhis correspondente à comunicação com a alma.

         Em alguns casos, na meditação ou quando o mental está em repouso, é possível ouvir, por meio desse canto da alma as vozes que nos vem do mental, mental superior ou plano de evolução dos mestres de luz. Essa clariaudiência só se manifesta muito raramente de maneira espontânea. Em geral, e em todo caso em algumas mensagens que constam no fim desse livro, ela foi procurada porque ela não se apresentaria jamais espontaneamente, contrariamente ao adumbramento ou ainda à escrita automática. Em raros casos, os fragmentos de frases foram pronunciados por meio desta ampola de clariaudiência que é de alguma forma uma voz, não uma voz interior, mas uma voz ouvida no exterior como se alguém lhes sussurrasse na orelha.

         A maioria das vezes, a recepção de mensagens por essa via (a clariaudiência) necessita de um pouco de preparação. A primeira dessas preparações consistirá em efetuar uma meditação, mas não no sentido em que entendemos comumente. Essa meditação deve se polarizar e se fixar sobre o canto da alma. É uma técnica de meditação conhecida no yoga, a meditação sobre o som interior.

         Esse som interior só pode se encontrar no silêncio interior. Quando estamos em meditação sobre esse canto da alma, algumas modificações se produzem. Primeiro esse canto se torna mais agudo, mais penetrante e mais poderoso. Ele se modula cada vez mais. Frequentemente é de maneira espontânea uma harmônica perfeita, mas no caso presente, quando a consciência se coloca sobre ele, dá a impressão de um movimento mais harmonioso e mais intenso.

         No final de algum tempo, esse som se torna mais poderoso e é ouvido como se viesse de mais longe do que a orelha, no exterior, é claro. Muitas vezes esse som, esse canto da alma é ouvido depois que podemos ouvir algum outro. Ele é ouvido entre dez e vinte centímetros da orelha. Se uma meditação é efetuada sobre esse som interior, dá a impressão de se tornar mais poderoso quanto mais se distancia, como se a fonte sonora se situasse a trinta ou quarenta centímetros da orelha.

         Quando a meditação se torna muito afinada em relação a esse som, ele se modula mais ainda e as palavras se formam. A título pessoal, eu tive a surpresa de ouvir a primeira vez que isso se produziu, a voz de um mestre com o qual eu tinha o hábito de me comunicar por via mental ou telepática. É muito curioso também constatar que a voz que é ouvida pode corresponder à voz que teve a pessoa em sua vida. Eu pude entrar em contato clariaudiente com um ser considerado como um grande santo falecido não há muito tempo, e eu tive a surpresa de constatar que essa voz que eu ouvia, no exterior de minha orelha era completamente igual à voz que ele tinha em seu viver, que eu não tinha ouvido até esse momento, mas que eu me apressei a buscar em seguida e que eu tinha encontrado quando do registro de uma conferência.


A CLARIVIDÊNCIA

         A recepção de uma mensagem pela clarividência recorre, evidentemente, ao chacra correspondente à clarividência. Não é questão aqui de vidência, mas verdadeiramente de um nível de consciência diferente, o nível que corresponde ao terceiro olho ainda chamado centro ajna.

         As técnicas de recepção de mensagens por esta via necessitam primeiramente de uma meditação. Mas no lugar de meditar como no caso precedente sobre o som interior, é necessário aqui meditar e  colocar a consciência sobre a vibração permanente que se situa no nível da fronte, criando uma espécie de faixa. Quando a consciência se coloca sobre esse terceiro olho e sobre essa faixa situada sobre a fronte, as vibrações se acentuam nesse nível, efetuando como uma pressão sobre toda a fronte. A partir de um certo momento, um ponto de luz aparecerá atrás dos olhos fechados. Esse ponto de luz, que parece se situar não no interior da cabeça, mas, ao contrário, à frente, vai se iluminar vai ser modificado no nível das cores.

         A recepção das mensagens pela clarividência pode tomar diferentes formas. Vemos, por exemplo, os olhos fechados como a página de um livro e sobre esta página, o texto está escrito: há apenas que a ler, para registrar ou para escrever. As mensagens recebidas pela clarividência podem também utilizar a via da cor e das formas pensamentos. Se produz uma espécie de decodificação simultânea entre a cor, uma forma geométrica ou um símbolo, e uma frase correspondente.


O PAPEL DOS CRISTAIS

         Os cristais podem ser considerados, em certos casos, como antenas cósmicas ou como antenas mentais que permitem entrar mais facilmente em comunicação com o plano de recepção dessas mensagens. Existem três variedades de cristal de rocha que são particularmente indicadas para permitir estabelecer um contato com os mundos de luz.

         O primeiro tipo de cristal de rocha que favorece a comunicação com o plano mental é o cristal de rocha com efeito fantasma. Este nome enigmático nos diz simplesmente, que quando olhamos esse cristal pela transparência sobre uma das faces, percebemos que há no interior algumas pirâmides sobrepostas umas sobre as outras. Esse cristal de rocha, por uma razão desconhecida, permite fazer vibrar a consciência sobre diferentes planos de maneira simultânea. Quanto maior o número de pirâmides que aparecem pela transparência nesse cristal é importante, mais ele permite fazer vibrar os planos de maneira simultânea, o ideal é ter no mínimo sete efeitos fantasmas, quer dizer sete pirâmides.

         A segunda variedade de cristal de rocha foi batizada pelos Americanos cristal com efeito televisão. O cristal de rocha se apresenta como uma pedra transparente com seis faces dando, por meio da inclinação de suas faces, uma ponta. Quando as faces se inclinam de maneiras diferentes, quer dizer com os ângulos diferentes, sucede que uma dessas faces inclinadas possui um número inabitual de arestas. O mais frequente, observamos cada uma das faces inclinadas do cristal cinco, seis, até sete arestas. Quando um cristal possui oito ou, que é ainda melhor, nove arestas, pode ser considerado como uma antena cósmica.

         Enfim, a terceira variedade está ligada à origem do cristal de rocha. É evidente que um quartzo fantasma ou um quartzo com efeito de televisão pode muito bem vir do Brasil como de Madagascar ou do México ou de qualquer outra região do mundo. A terceira variedade, quanto a ela, é específica de um lugar. É o cristal de rocha de la Gardette, uma variedade muito transparente e muito brilhante, de uma pureza inigualável até hoje no mundo, exceto pelo cristal de rocha chamado diamante de herkimer, mas que intervém menos nesse nível. O quartzo de la Gardette parece vibrar de um modo muito particular e permitir de maneira espetacular o contato com os mundos de luz.

         Uma vez que vocês possuam um cristal adequado, não o coloquem sobre um chacra, isso pode ser muito perigoso, mas tenham-no, ao contrário, em sua mão. Se vocês são destros, vocês o colocam em sua mão direita, se vocês são canhotos, vocês o colocam em sua mão esquerda.

         Nesse momento, o que acontece? Isso novamente foi verificado pelos trabalhos de visualização das energias por efeito Kirlian. Imaginemos que vocês são destros. Vocês tomam então seu cristal na mão direita, vocês se deitam, braços e pernas descruzados, fecham os olhos e esperam. O fenômeno seguinte vai se produzir. Toda a energia vai ser amplificada do lado direito do seu corpo, braço direito, perna direita, lado direito do seu tronco e também lado direito de sua cabeça. O corpo energético, isso já foi explicado, não cruza no nível da nuca como o corpo físico, quer dizer que o lado direito do cérebro corresponde ao lado esquerdo do corpo no nível da mobilidade e da motricidade em todo caso, e que o lado esquerdo da terra, quer dizer o cérebro esquerdo, corresponde ao lado direito do corpo. No nível do corpo energético, quando vocês tomam um cristal em sua mão direita, vocês amplificam a energia de todo o seu lado direito e também em sua cabeça do lado direito, então no nível do cérebro direito. Se vocês são destros, o cérebro direito é o cérebro da intuição, o cérebro que não está em relação com a análise e a razão. Amplificando assim as energias de seu lado direito, vocês poderão facilitar uma expansão da consciência e um acesso, por meio do cérebro direito, ao mundo da inteligência, da verdadeira inteligência, quer dizer o mundo do mental superior.

         Fora os cristais de rocha, outros cristais e outras técnicas podem ser uma contribuição não negligenciável na recepção de mensagens. Citamos, por exemplo, as mandalas de cristais, mandalas implicando que os cristais são colocados no sol com uma certa orientação e que vocês,  se mantém no interior dessa mandala. Uma mandala de cristais gera uma energia específica em função da orientação dos minerais, de sua cor, de sua estrutura e sua composição química.

         Existe, por exemplo, uma mandala que consiste em utilizar quatro octaedros de fluorita azulada vinda de Vera Cruz no México. Os octaedros de fluorita azulada devem ter imperativamente entre um e dois centímetros segundo o eixo maior. ²

         Dispondo essas quatro pedras na mandala e me colocando de maneira específica no interior dela, aconteceu comigo muitas vezes, entrar em contato telepático com outros universos, outros mundos, em particular Shamballa. Shamballa é um lugar de ensinamento espiritual, um lugar que ficou com o cargo de governo espiritual do planeta Terra e que rege sua evolução e sua administração oculta por um plano de amor e de luz. Shamballa tem sido sempre mais ou menos localizada sobre a terra no deserto de Gobi, em todo caso no nível vibratório equivalente. Shamballa não se situa para alguns outros no exterior, mas em seu próprio coração.

         Uma coisa é certa, graças a essa mandala particular de pedras, me foi permitido ver algumas paisagens, de encontrar alguns seres que evoluem sobre esse plano de luz e entrar em contato telepático com eles e de receber algumas mensagens que vocês lerão no fim desse livro.


***

² A maneira de proceder com essa mandala será descrita numa obra a publicar: Meditação guiada com os cristais.


O DESDOBRAMENTO

          Convém diferenciar o desdobramento do que chamamos classicamente a viagem astral. O desdobramento é um processo particular que leva a consciência a se transferir no corpo etérico (o duplo luminoso dos Egípcios) e para se encontrar dissociada do corpo físico. É possível então, nessa experiência, observar seu corpo físico que está deitado, embora se encontrando, no entanto, no ambiente habitual. Não se trata então de viagem astral no mundo astral, mas sim no mundo físico, estando desembaraçado, se podemos dizer, de seu corpo físico, ao qual estamos, porém, sempre ligados, com certeza, por isso que é chamado cordão de prata.

    O processo é diferente da técnica que conduz à viagem astral propriamente falando. Aqui não há percepção desse mundo astral, há a percepção do mundo físico, mas através de um olhar diferente, que não é velado pela retina, porque ela não está mais em jogo. 

       Uma vez que a consciência sai do corpo físico um plano vibratório muito denso é então suprimido. Nesse duplo luminoso, tão simplesmente ficando ao lado de seu corpo, a possibilidade de contatar o mundo mental se faz de maneira ainda mais natural. É evidente que nesse momento é preferível evitar querer se distanciar de seu corpo e evitar querer penetrar nisso que nós chamamos o mundo astral, porque os mestres de luz se manifestariam muito mais dificilmente. Seu nível de vibração e seu nível de manifestação podem se situar o mais baixo sobre o mundo vibratório mental e não astral.

         Aqui a técnica de desdobramento é um meio que permite simplesmente suprimir um dos filtros entre nós no nosso corpo e o plano do mental superior. Esta técnica de recepção das mensagens fica, todavia, muito excepcional, porque o problema que se coloca quando desta experiência fora do corpo, igual na da viagem astral, é de retransmitir de maneira exata, quer dizer sobre um plano material, que seja por escrito ou registrando as palavras ouvidas o que foi dado. Esse tipo de experiência necessita de uma consciência particularmente clara.


A ENERGIA DE GRUPO

          As primeiras mensagens dadas no fim desse livro foram recebidas quando de reuniões do grupo de cura espiritual Amor e Cura e nos resta apresentar para compreender como funciona a energia de grupo. O Cristo disse: “Quando vocês estiverem três reunidos em meu nome, eu estarei entre vocês”. A cura de grupo e as técnicas de grupo são levadas a tomar impulso considerável nos anos vindouros. Numerosos seres têm compreendido que o fato de se reunir permite trabalhar muito mais eficazmente sobre o plano energético.

          Num grupo, as mensagens podem ser recebidas por adumbramento e incorporação. Isso acontece da seguinte maneira. O grupo se reúne se dando a mão em círculo, a palma da mão esquerda estando voltada para o céu e a palma da mão direita em direção a terra. Assim as mãos se encaixam de maneira perfeita. A coluna vertebral é tida bem reta, assim como a cabeça, e a consciência se coloca sobre o topo do crânio, sobre o sétimo chacra. Desse sétimo chacra, cada um dos participantes envia um raio de luz dourada que sobe muito alto no céu e nos liga ao nosso Pai do céu. Em seguida, nossa atenção se coloca sobre a planta de nossos pés e de cada uma delas parte um raio de luz prata que, como o raio de luz ouro, pode ser tanto em pensamento como visualizado. Esses dois raios de luz prata descendo na terra nos ancora então em nossa mãe terra. Por meio desses três fios de luz, as energias do céu e da terra penetram em nós pelo topo do crânio e pelas plantas dos pés, depois elas se reencontram no meio de nosso ser, no peito, no chacra do coração. A partir desse momento, na nossa mão esquerda começa a se manifestar uma vibração muito particular que nós nomeamos energia de amor, de paz, de harmonia e de cura. Nossa atenção se coloca, em seguida, sobre nossa mão esquerda para amplificar esta energia sentida. Nós a amplificamos e nós a transmitimos ao nosso vizinho da esquerda em sua mão direita. Aquele a acolhe, a faz passar em seu braço direito, a faz passar por seu coração, onde são recebidas as energias do céu e da terra, aumentando suas próprias energias e retransmitindo-a toda ao seu vizinho da esquerda. Assim, esta energia de amor, de paz, de harmonia e de cura circula agora no círculo no sentido dos ponteiros do relógio. Todo o grupo a aumenta, a amplifica e a vivifica até o momento em que uma vibração aparece no chacra do coração, vibração sentida realmente por cada um dos participantes.

          Cada um envia então um outro raio de luz dourada que se dirige para o centro do círculo no meio do qual tem lugar um cristal de rocha cuja ponta está direcionada para o céu. Nós entramos em comunicação, em comunhão com esse cristal por meio do raio de luz dourada que parte de nosso peito. Nesse momento, o cristal nos reenvia ele também sua energia e uma segunda vibração aparece como um sopro fresco que varre a fronte. Nesse momento nós pensamos e nós visualizamos um outro raio de luz dourada que parte de nosso terceiro olho e se dirige para o centro do aposento, ele também sobre o cristal.

          Nós estamos então em comunicação com cada um dos outros membros do grupo pelas mãos, com o céu pela cabeça e com a terra pelos pés. Quando nós entramos em comunicação pelo coração e pelo terceiro olho com o cristal, aquele se coloca em vibração e acima dele se gera uma coluna de luz branca, de um branco leitoso muito característico e muito particular. Nós continuamos a alimentar essa coluna de luz branca por meio do cristal e ela sobe sobre o plano do mental superior, onde se encontra essa famosa luz branca e onde evoluem os mestres de luz. Quando essa coluna de luz branca estabelece então um contato com o plano do mental superior todos juntos deixamos os mestres descer, nós os chamamos telepaticamente e aqueles que estão prontos a vir nos ajudar descem nessa coluna de luz branca. Quando eles estão ai, eles não estão ai para o nosso bel prazer, mas para fazer um trabalho conjunto de cura. Nós lhes apresentamos, seja telepaticamente, seja pronunciando os nomes, as pessoas que pediram ajuda do grupo.

          Quando todos os nomes foram pronunciados por todos os participantes, um dos mestres pode sair dessa coluna de luz mental e se dirigir sobre um entre nós. Ela adumbra e incorpora este ser como foi descrito precedentemente. As palavras saem então, as palavras ou as mensagens que podem se dirigir ao grupo, mas que têm, sobretudo, um significado de ensinamento para cada um de nós, até mesmo um significado planetário.

          A pessoa que recebe a mensagem está completamente consciente, mas seu estado de consciência é muito diferente de seu estado habitual. Ela é percorrida de arrepios, da energia dos participantes que estão ao redor e que eles dando a mão podem sentir.


          Esta técnica é importante conhecer porque, repetimos mais uma vez: “Quando vocês estiverem três reunidos em meu nome, dizia o Cristo, eu estarei entre vocês”. O grupo tem a facilidade, a partir do momento em que há três pessoas, de formar um triângulo e de gerar uma energia luminosa, esta luz branca, e permitir aos mestres de luz, ao seres evoluídos espiritualmente, de se manifestar e de transmitir um ensinamento de maneira muito mais evidente e de maneira muito mais simples do que quando uma pessoa está sozinha.




***


 

Tradução do Francês: Mariana Anzzelotti