BIDI - Q/R - Parte 1 - Março 2017
Mensagem de 05 de
março de 2017 (publicada em 17 de março)
Origem francesa – recebida do site Les Transformations
Origem francesa – recebida do site Les Transformations
Áudio da Leitura da Mensagem em Português - por Noemia
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Eh bem,
Bidi está com vocês e ele lhes saúda.
Antes de
deixar o Verbo se expressar, nós instalamos primeiramente o Silêncio.
...Silêncio...
Bidi está
de retorno com vocês desde o sem-forma até a sua forma. Nós vamos trocar além
de sua pessoa porque eu venho me dirigir desde agora ao que vocês são antes de
todo nascimento, o que é eterno, o que é imóvel. Eu venho me dirigir e trocar a
quem não é nascido o que vocês são em verdade, quaisquer que sejam suas
questões, quaisquer que sejam suas perguntas. Minha resposta atravessará sua
pessoa. Nós evitaremos todo conceito, nós evitaremos tudo o que trata da pessoa
que é perecível. Eu me dirigirei ao que vocês chamam o Espírito, eu me
comunicarei com sua parte não nascida além de toda forma, de todo tempo e de
todo espaço.
Como
vocês veem, em toda parte nesse mundo se vive o fim de um ciclo, o fim das
crenças, o fim de certas ilusões, e dar-lhes a reencontrar o que vocês jamais
deixaram, o que nunca passou e nem passará, porque aí está nossa última morada,
nossa última Paz, somente e única Verdade que não sofre nenhuma explicação,
nenhuma justificação, nenhuma palavra.
Minhas
palavras atravessam a carne desse corpo onde eu estou, não são as palavras
resultantes de crenças, resultantes de conceitos nem mesmo resultantes do
sentir. O Verbo, assim como vocês o chamam, se escoará espontaneamente e lhes
tocará além de sua forma, diretamente no Ilimitado, o Infinito, do qual,
portanto, e vocês sabem, nada pode ser dito, nada pode ser conceitualizado, e
onde nada pode aparecer. Assim são os tempos da Terra, assim são os tempos da
Ilusão porque a ilusão do teatro desaparece colocando em causa todas as
referências dos hábitos, das crenças, das certezas e da limitação.
Eu darei
também alguns elementos. Vocês sabem, eu tive longo tempo a ocasião de me
explicar e me expressar sobre isso: desde que a consciência aparece, ela se
traduz imediatamente, na idade de três anos, em consciência de vigília,
consciência do sono ou a-consciência do sono, e consciência do sonho. Vocês
estão acima de toda forma de consciência. Vocês podem nomear e chamar como
vocês quiserem, são apenas palavras e nenhuma palavra pode traduzir sua verdade
que é Una. Todo o resto são apenas os jogos de expressão da consciência.
O
preâmbulo estando colocado, nós refaremos silêncio antes de deixar livre curso
ao que se expressa de vocês, neste instante, neste lugar. Aqui onde vocês
cairão sobre minha voz ou sobre o que foi transcrito, me situando além de todo
tempo, isso que eu venho expressar, isso que vai escapar do sem-forma através
dessa forma ressoará. Sua pessoa, esteja ela refinada, não pode compreender.
Vocês podem escutar, ler, pouco importa. Nós vamos sair de todo conhecimento
ligado a qualquer aprendizagem, nós vamos sair do ouvi dizer, nós vamos sair de
todo conceito, aqui onde não há mais o espaço para qualquer manifestação da
consciência em qualquer forma que seja, aqui onde vocês não conhecem nem
formas, nem limites, nem dimensões, nem criação, isso que está além de toda a
consciência. O jogo de toda consciência é livre, mas vocês não são a
consciência, vocês são o que permite a consciência e aos corpos os mais sutis
de entrar em manifestação, em experiência e no jogo.
Eis o quadro do jogo desta tarde, a fim
de fazê-los descobrir que não existe nenhum quadro, nem nenhum limite ao que
vocês são, a fim de lhes permitir, se tal é sua liberdade, superar toda
interrogação, toda explicação, toda reivindicação e toda ilusão.
Então
Bidi escuta.
Questão: Praticar a refutação é superar?
A
refutação pode ser ainda de certa utilidade enquanto vocês ainda jogam. E lhes
resta saber – mas antes de tudo viver – que vocês não são nem esse corpo, nem
nenhuma forma, nem nenhum dos jogos da consciência. Viver isso é não ser nada
porque ser nada lhes assegura se reencontrar e ser tudo. Vocês não podem
conceitualizar ser tudo, vocês não podem conceitualizar ser nada, ao contrário,
vocês podem conceitualizar que vocês não são esse corpo. A refutação neste
período específico do tempo da Terra, porque a oportunidade lhes é oferecida
pela circunstância de completar o que vocês são de o revelar integralmente, a
fim de não mais estarem submissos de nenhuma maneira ao jogos desse mundo, como
de toda manifestação da consciência.
Como isso
foi explicado a vocês de maneiras muito diversas desde numerosos anos, não há
nada a buscar. O que vocês são, vocês são, quer vocês o vivam ou não; o
princípio essencial, é não mais estar identificados nem com o corpo, nem com a
consciência. Isso permitirá a vocês responder às circunstâncias deste fim de
ciclo de maneira mais lúcida e mais facilitada. Para isso toda forma de
reivindicação da pessoa deve cessar e se apagar diante da verdade do que vocês
são. Sua forma nesse mundo está menos congelada pelas transformações
inevitáveis de cada fim de ciclo, quer esses ciclos sejam livres ou confinados.
Vocês
devem se ocupar de seu corpo; se é seu corpo, isso não é você. Vocês têm
consciência de que quando vocês dizem “minha mulher” ou “meu marido”, ele não é
você. Então da mesma maneira, quando vocês dizem “meu corpo” se trata de uma
propriedade temporária, mas isso não é você, saibam bem isso. A melhor maneira
de ter a certeza não é certamente acreditar, mas colocar enquanto conceito à
noite antes de dormir ou de manhã desde o despertar e seu retorno do sono.
Vocês não são esse corpo, mas é preciso amá-lo e mantê-lo porque é ele um
veículo da consciência – que vocês não são mais.
Muitos
mestres, mesmo aqueles que falam a vocês desde sua esfera, não terminaram,
quando de sua passagem sobre esta terra, a realização da Liberação. Isso não
era um erro, mas isso obedecia às estratégias, da Inteligência da Luz e da
Verdade. Desde o instante onde toda identificação com o corpo cessa, a
Liberdade se revela a vocês, é inexorável. O único obstáculo é sua avidez para
buscar as causas. O Absoluto é sem causa, a única causa possível está no nível
da consciência. A questão é saber se sua aspiração profunda é a Paz eterna ou
os jogos da consciência com suas flutuações. Sua liberdade é total, nada pode
limitá-los, nada pode coagi-los em tal regra ou tal outra regra. Apliquem
primeiro esta ideia e verifiquem por vocês mesmos, sem pedir nada a não ser
esta confirmação deste princípio à noite ou de manhã.
O que
vocês vivem nesse momento (e quando eu digo nesse momento isso remonta há
dezenas de anos) é apenas a expressão do reencontro do que é limitado, entre
sua forma, e o que é ilimitado e o que é sem-forma, além de todo tempo e além
de todos os espaços possíveis da criação. Se reconhecer aqui corta
imediatamente todo véu. É necessário para isso renunciar em Espírito a
seriedade de todo papel, de toda função ou de toda atividade, deixar a vida se
desenrolar, nada contrariar, estar além do testemunho, se desembaraçar de toda
visão, de todo pensamento. Não pelo querer, não por qualquer ascese, mas pela
aceitação primeira: “eu não sou esse corpo, eu não sou essa vida, eu não sou
minhas vidas passadas, eu não sou minhas vidas futuras, eu sou a Vida. Sendo a
Vida, eu não posso estar limitado nem por uma forma, nem por um conceito, nem
por qualquer experiência”. Nesse momento seu corpo se torna inteligente, não
tem necessidade de vocês. Vocês, vocês têm necessidade dele para expressar o
jogo da consciência, e para que esse jogo da consciência expresse com
facilidade, de maneira natural, o conjunto das crenças, o conjunto das
experiências deve dissolver no infinito da consciência última.
Lembrem-se
que todo conhecimento adquirido, todo conhecimento ouvido são apenas vaidade e
ignorância. Reconheçam sua ignorância e vocês serão livres. Não reivindiquem
nada, contentem-se de fazer o que a vida lhes dá a fazer, mas vocês não são
nada de tudo isso. O que vocês chamam a Inteligência da Luz e que eu, eu ao
invés disso chamaria a Inteligência da consciência, não tem necessidade de
vocês, nem de sua pessoa, nem de qualquer passado, nem de qualquer fim do
mundo, porque tudo que é falso nasce e desaparece um dia, aqui como em outros
lugares.
Quando a
experiência do tempo, quando a experiência do espaço estiver terminada para
vocês, em seguida o tempo de voltar ao que vocês são aparece claramente. A
interface entre o limitado e o Ilimitado lhes foi explicada longa, ampla e
através, e muitos de vocês a viveram.
Se existe
ainda em vocês o sentimento de uma busca, qualquer que seja, então esqueçam
minhas palavras. Se, todavia, quaisquer que sejam as experiências que vocês
viveram, que elas sejam as mais magníficas ou as mais obscuras, se vocês estão
cansados de oscilar, se vocês estão cansados de jogar, então as minhas palavras
de hoje tocarão vocês além de toda aparência e de toda crença. Nós podemos
agora começar a trocar.
A troca
prossegue mesmo no silêncio entre cada interrogação. Não esqueçam que o Verbo
nasce do não-verbo, quer dizer, do silêncio também dos sons como da
manifestação de toda consciência. Esse silêncio é o grande Silêncio da
vacuidade que se descobre em vocês e para vocês desde o instante em que vocês
soltam toda ideia ou sentimento de ser uma forma, um tempo, um espaço ou um
nome.
O único
verdadeiro conhecimento é então anterior ao seu nascimento como a todo
nascimento. É isso que é necessário a vocês reencontrar e vocês não encontrarão
por uma busca, mas pelo Silêncio onde nenhuma necessidade de qualquer tipo tem
necessidade de se expressar. Esse Silêncio se chama a Evidência. Esta Evidência
é o único conhecimento válido porque ela não está ligada a nada que foi
aprendido e que desaparecerá com a morte desta forma, nada que foi ouvido, mas
somente o que foi vivido em verdade além de toda forma, de toda história, de
todo cenário, de toda espera.
O
verdadeiro Amor nomeado “incondicionado” é o que vocês são. Desde que este Amor
é projetado, ele provoca com ele a consciência na manifestação. É para vocês,
muitas vezes uma etapa importante, mas não é necessário para vocês pararem aí,
salvo, é claro, se vocês quiserem jogar o jogo da consciência, aqui ou em
outros lugares; é sua liberdade, não há nem erro, nem culpa. Mas para aqueles
que estão deixando sua pessoa, sua história, minhas palavras não podem
fracassar, como quando eu estava na minha forma.
Enquanto
vocês acreditam que tudo é imperfeito ou que qualquer coisa continua imperfeita
na manifestação de sua consciência, nesse mundo aqui mesmo, neste fim de ciclo,
vocês resistem. A resistência é sofrimento, a resistência leva a consciência
sobre a forma, sobre o corpo, sobre a história. Então, eu peço àquele que é
não-nascido em vocês viver além de todo conceito, de tudo que foi aprendido. Repousem
no Nada; esse Nada não é uma negação da Vida, mas é a aceitação da Vida. Em
outros termos, no Ocidente, isso foi chamado por aqueles que foram mestres, por
aquelas que são as Estrelas: a humildade. Mas a humildade da qual eu falo não é
uma humildade conceitual, ou de alguém que controlaria, esta humildade é
espontânea. Se vocês criarem qualquer coisa, vocês ainda jogam um jogo. A
verdadeira humildade é viver realmente nesse mundo como uma ilusão total, lhes
dando a plenitude da Vida, a plenitude do Amor, a plenitude da Luz, e,
sobretudo, o abandono de todo sofrimento, como de todo pretexto de uma evolução
qualquer. Vocês são perfeitos tal como vocês são. Vocês não são nem homem, nem
mulher, nem sua função, vocês não são nem seu filho, nem seus pais, vocês são o
mundo, totalmente, e vocês são, sobretudo, a ausência de todo o mundo e de toda
experiência.
Eu não
proponho a vocês um conhecimento, eu não proponho a vocês uma estratégia, eu
proponho simplesmente serem verdadeiros, e ser verdadeiro não pode se apoiar
sobre nenhum conceito desse mundo. A verdade desse mundo no seio da pessoa muda
em função das eras, em função das descobertas, em função da organização social,
mas isso não é a verdade. Ousem atravessar tudo isso. E lembrem-se que não há
nada a fazer, não há nada a mudar, não há nada a melhorar, há justamente estar em silêncio. Esse
silêncio não é da meditação. Num determinado momento também, quando as
perguntas param, a meditação não serve para nada, salvo para desempenhar um
papel de meditante, de sábio. Vocês não têm nada a adquirir, nem sabedoria, nem
o que quer que seja que pertença a esse mundo, vocês são inteiros além de todo
nascimento, de toda morte e de todo o mundo.
Se essas
palavras lhes fazem sofrer então vocês estão apegados ao que passa, ao que não
dura, vocês estão na avidez. É sua liberdade, mas eu não me dirijo a isso.
Novamente, o quadro estando colocado, se vocês são sinceros, nós vamos fazer
voar todos os quadros, todas as formas, todos os conceitos, todas as crenças. Vocês
não têm necessidade nem de acreditar, nem de pensar, nem de conhecer.
Reconheçam sua ignorância, aí está o único e verdadeiro conhecimento.
...Silêncio...
Nós
podemos trocar.
Questão: Você pode desenvolver sobre o Absoluto, com forma e
sem-forma?
O
Absoluto com forma ou o Jnani vivente, corresponde simplesmente à presença de
um corpo e de uma consciência quando a Eternidade é validade e surge. Quanto ao
Absoluto sem forma, ele é o Parabrahman, ele é o Último, ele é a própria fonte
da consciência à frente da própria Fonte. Esse ponto não é um lugar, ele não
está inscrito em nenhum tempo, em nenhum espaço, ele é o que vocês são. Não se
deixem enganar pelas palavras. Na Índia, os gurus adoram o Brahman, o Atman; se
desfaçam de todo conceito, de toda explicação, sejam verdadeiros. Observem, se
vocês quiserem, o que pode ainda hoje afetá-los, que isso seja no corpo, nos
pensamentos, nas emoções, em sua vida. Se vocês aceitam que vocês não são sua
vida, a Vida viverá vocês, mas vocês não terão mais necessidade de viver sua
vida, de ganhar sua vida, ou de ter qualquer preocupação. Desde o instante em
que vocês não estão mais identificados com o corpo, não em conceitos ou em
crenças, mas em verdade, vocês não podem mais oscilar, não podem mais mudar,
vocês estão imóveis, vocês são a Vida que ultrapassa toda forma, toda
consciência. Lembrem-se que é aqui nesse corpo entre o que vocês chamam
nascimento e morte, que vocês estão completamente mortos.
Entre os
buscadores que tiveram a possibilidade, por uma ascese, de maneira inesperada,
de viver além da forma, a experiência além dessa forma corporal conhecendo o
que eles são, e quando vocês se conhecem além de toda aparência e de toda
história, mais nada pode alterar o que quer que seja. O Absoluto não é um
conceito; poderíamos fazer um poema, poderíamos escrever um mais longo do que o
Bhagavad Gita e que os Upanishads, que isso não mudaria nada. Como vocês dizem
no Ocidente, é isso que tem vocês acorrentado de maneira segura como uma
verdadeira corrente fixada a um muro. Vocês pedem a Paz, vocês pedem a
felicidade, vocês pedem a Luz, mas tudo isso já está aí, é o que vocês são. Vocês
já sabem o que vocês querem? E nisso que vocês querem, reivindicação vem de
onde? O Absoluto não tem nenhuma reivindicação, ele constata a presença de um
corpo, ele constata a presença de um mundo, ele constata as engrenagens, ele
constata a existência dos mundos invisíveis, ele constata a existência dos
mestres e das entidades as mais elevadas, mas ele não se importa.
Sua
implicação deve ser total, vocês não podem mentir a si mesmos, seu saco de comida
é testemunha. A consciência manifestada nesse mundo, no seio dessa forma, entre
o nascimento e a morte é só o resultado da digestão dos alimentos, nada mais.
Quando vocês nascem, vocês não têm nenhuma identidade, nenhuma lembrança, vocês
têm somente as necessidades instintivas e depois muito rápido, desde que o
sentido do “eu” aparece em seu nome, vocês se reconhecem através de um nome,
através da vibração desse nome vocês reconhecem através daqueles que os educam,
que os criam, que os alimentam e aí é muito tarde, vocês estão presos.
Eu lhes
proponho reencontrar, como eu já disse em inumeráveis repetições, se debruçar
sobre o que vocês eram antes do nascimento. Eu não falo de vidas passadas - que
concernem à pessoa -, eu lhes peço situarem-se à frente da pessoa e à frente da
forma, à frente de toda história. Se vocês reencontram isso, então vocês estão
livres, não antes. Vocês estão, todavia, informados que por toda parte sobre
esta terra virá um momento em que vocês encontrarão o que vocês são. Isso será
mais fácil ou menos fácil segundo suas crenças residuais, segundo o que vocês
acreditam ainda ser uma pessoa.
Vocês não
são nem seu sexo, nem sua profissão, nem seu corpo; vocês não são nem sua
história, nem mesmo o que vocês chamam sua espiritualidade, nem mesmo suas
vibrações. As vibrações são um intermediário e um testemunho da passagem da
consciência a uma outra oitava da consciência, é tudo. Vão além disso e
observem, não seu personagem, não pela refutação, mas observem a fatuidade de
tudo o que é passageiro: suas emoções, suas dores, suas alegrias. Vocês
dependem do ambiente, vocês dependem uns dos outros, é isso aí a Liberdade?
Vocês dependem das histórias, isso também é a Liberdade?
Então o
Absoluto, o Parabrahman, poderíamos dialogar durante tempos muito longos; o
importante não está aí. Você busca ainda os conceitos, você busca se agarrar a
uma compreensão. Compreenda de uma vez por todas que nenhuma compreensão e que
nenhum conceito o liberará. Desde que existe uma ideia, vocês não estão livres.
O Jnani tem também as ideias, mas elas não vêm dele. Ele não faz mais tela, ele
não se opõe mais, ele deixa correr o que corre. O corpo funciona muito bem
sozinho, as ideias e os pensamentos chegam e vocês creem que vocês pensam, mas
vocês não pensam, os pensamentos nascem e se extinguem. Vocês indicam alguns
como válidos para vocês e vocês fazem os conceitos, vocês fazem as histórias,
vocês fazem as relações, negligenciando o essencial: o que vocês são.
Certamente,
eu lhes falei da consciência Turiya, do que era o sono, mas tudo isso concerne ao
Si. Mesmo o Si deve ser sacrificado sobre o altar da Liberdade. Compreendam bem
que mesmo dentro desse mundo, e mesmo dentro de seu personagem, a liberdade é
uma armadilha. Vocês são livres quando o seu corpo lhes pede para comer? Vocês
são livres quando o seu corpo lhes pede para ir ao banheiro? Não, vocês
obedecem. Então a liberdade é relativa porque ela está sujeita a essa forma, a
uma história, a um passado e a um futuro. O Jnani não tem nenhum futuro nem
nenhum desejo de experiências; mesmo que ela se produza, ele se contenta em vivê-las. Ele não
está apegado, nem mesmo submisso. Somente o corpo tem necessidades reais, esse
saco de comida tem necessidade de alimento, mas é só.
O
verdadeiro conhecimento não pode vir senão de sua experiência, todo o resto é
apenas fatuidade e histórias que se contam para se tranquilizar. Então falamos
de carma, falamos de doenças, falamos de simbolismo, discutimos sem parar do
Atman, da Luz, do Amor, mas vocês não podem discutir isso e ser isso ao mesmo
tempo. A melhor testemunha do Amor e da Liberdade é o Silêncio, onde a
densidade do silêncio se torna tal que quaisquer que sejam os gritos que eu possa
proferir, a vacuidade está aí. Se vocês são feridos, de uma maneira ou de outra,
eu envio vocês à sua pessoa, à sua incongruência, às suas andanças, mas
novamente eu não acuso nada, nem a pessoa, vocês são livres para jogar o que
vocês quiserem, mas eu atraio a sua atenção que não importa qual jogo, qualquer
que seja em qualquer mundo que seja, não é a Verdade; ele permite a expressão
da Verdade, o que não é a mesma coisa.
Desde que
existe em vocês a necessidade de se ocupar, a necessidade de compreender, a
necessidade de explicar, vocês não estão disponíveis para a Verdade. Vocês
estão no jogo, vocês jogam, é uma peça de teatro, eu disse e repeti
suficientemente na minha forma como hoje. É evidente, todavia, que existem as
circunstâncias desse corpo e de sua vida que são mais propícias à explosão da
Verdade do que outras. Vocês não podem se suicidar, vocês não podem colocar fim
à pessoa que não está sendo nada. Tudo isso que sua pessoa experimentou nesta
vida como em outras vidas é presunção, é um divertimento, e vocês são lúcidos?
Desde o instante em que vocês se tornam lúcidos, não enquanto crença ou
conceito, mas verdade vivida, tudo isso para vocês não tem mais sentido, se
isso não é o sentido do jogo e da experiência.
Vocês são
perfeitos antes de todo nascimento, como depois de toda morte. Vocês são
perfeitos em seu sonho, qualquer que seja a sua doença, qualquer que seja sua
deficiência. Quando vocês dormem, não há mais o mundo. Exceto quando sonham,
qual é a consciência que vocês têm em seu sono? E, portanto, o fato de
desaparecer cada dia lhes permite estar na forma de manhã, é tudo. Quando vocês
desaparecem, o corpo não precisa de vocês, é isso que lhes prova bem que vocês
não são o corpo. As funções do corpo são automáticas, esse saco de comida tem
uma lógica que é própria dele. Essa lógica não pode ser desfeita, quer por seus
pensamentos, suas emoções, suas histórias, seu passado ou suas projeções no
futuro. É isso que pesa para vocês, é isso que esgota o sopro vital e é isso
que faz você morrer para esta forma, mas também para sua Eternidade. Ora, esta
Eternidade não pode morrer, é impossível.
...Silêncio...
Há outras
questões?
Pergunta: Você pode nos
dizer sobre o verdadeiro perdão?
O perdão para a pessoa é um meio de se libertar de todo o laço que conduz, como vocês sabem, sobre a Graça em seus diferentes aspectos. Perdoar, para a Eternidade, não quer dizer nada. Novamente eu me dirijo além da pessoa, mesmo que seja a pessoa que colocou a questão. Você é responsável? Seu corpo apareceu um dia porque duas consciências separadas emitiram os fluídos naturais e permitiram a um corpo nascer. Mas antes desse corpo quem era você? O perdão os libera dos apegos à pessoa, às situações, preparam de alguma forma a liberdade, mas o Jnani não tem nada a perdoar, nem nada a se fazer perdoar. Ele está além do bem e do mal, ele está além mesmo da Unidade, de toda noção de conceito de dualidade ou de não-dualidade, e o perdão não representa nada além do que um jogo do efêmero, mas que alivia o efêmero. O verdadeiro perdão é um ato de amor, isso não é uma decisão conceitual ligada a qualquer sentimento. O verdadeiro perdão é a expressão do desejo profundo de encerrar toda a história. Vocês não têm nenhuma responsabilidade no que vocês são em eternidade, em seus renascimentos ou seus nascimentos, isso lhes foi explicado. Os chamados Lipika Cármicos são apenas os vigaristas eles lhes manipulam, eles fazem vocês acreditarem que vocês têm alguma coisa a resolver, que vocês têm feito erros que devem corrigir. É uma vigarice total. Desde que vocês aderem a isso, vocês não encontram jamais a Liberdade. É a Liberdade que os encontrará no momento oportuno. Mas vocês aceitarão, se vocês estão saturados de superstições, de conceitos religiosos, de conceitos relativos às suas experiências, suas certezas? O Jnani só tem uma certeza, ele sabe e vive o que ele é, o resto se desenrola sem sua intervenção. Isso cria Leveza, isso cria o que vocês são, o fato aparece além de toda vontade.
O perdão
permite se aproximar do que vocês chamam a Graça, quer dizer, o Atman da Luz,
mas eu lembro vocês que mesmo que vocês sejam Luz, o que vocês são na verdade é
anterior a toda Luz e a toda criação.
O perdão
está ligado à história, certamente; o Jnani não conhecendo nenhuma história,
não estando identificado a nenhuma delas, a nenhum jogo, o que ele pode ter a
perdoar? Ele só pode permanecer aí onde ele está, e tudo se produz dele mesmo.
Nele não pode existir nem vontade de perdão, nem vontade de amor, nem vontade
de Luz, porque ele sabe e reconheceu, por sua experiência, que todos esses
elementos são apenas as projeções do que ele já é. Vão à fonte de quem vocês
são, vão à fonte da vida, vão à fonte de toda forma. Isso não quer dizer se
deslocar, não se mover, porque tudo já está aí. Aí está o verdadeiro perdão que
sua pessoa, seus personagens devem, não com qualquer outro também ilusório como
vocês, mas a sua verdade e somente a isso. Eu diria então que o único e
verdadeiro perdão é esse. Perdoar o desconhecimento da Verdade, perdoar ter
sido absorvido pelos jogos ao invés de pela Verdade que está além de todo jogo.
A única
questão que vale o golpe é: “vocês querem ser livres, livres de toda
contingência, de toda forma, de toda consciência, de toda projeção de amor, de
toda história, ou não?”. Desde o instante em que vocês responderam a esta
questão com honestidade, então não há nada a fazer ou a realizar. Se vocês
querem jogar o jogo das histórias, então construam suas histórias, aqui ou em
outros lugares, é a sua mais total liberdade. Vocês têm mesmo a liberdade, se
posso dizer, de privar vocês mesmos da liberdade, é muito fácil. É suficiente
aderir a qualquer história que seja, é suficiente que a atenção da consciência esteja
desligada do instante presente e da Eternidade para que a consciência seja
levada nos jogos. Lembrem-se que a consciência – além de toda forma, porque a
consciência é mais ampla do que o conjunto dos mundos, dos universos, dos
multiversos -, a consciência não pode ser contida nem por uma forma, nem pelo
espaço, nem pelo tempo, e vocês estão, portanto, desligados disso. É isso que
vocês são, realizem-no, não se mexam mais. Todo movimento é induzido pelo corpo
e o efêmero.
...Silêncio...
Questionem.
Questão: O que acontece, uma vez que estamos livres?
Isso
traduz sua necessidade de passar o tempo e de fazer acontecer as coisas.
Colocar esse tipo de questões só leva a uma resposta: verifique por vocês
mesmo. Você não pode saber isso, você só pode viver. Compreenda a diferença
entre compreender e viver. A vida, você a vive. Você não tem necessidade de
compreender como funcionam certos músculos para andar, você não tem necessidade
de compreender como funcionam suas enzimas digestivas para lhe permitir
digerir. Tudo isso é automático, isso se torna problemático desde que esteja
apegado ao corpo ou a uma história qualquer que ela seja. Quando você é livre,
porque você quer que aconteça alguma coisa?
Você tem
necessidade da forma, você tem necessidade de jogar, você talvez não esteja
pronto dentro da sua liberdade para soltar. Não há nenhuma culpa a ter, isso é
sua liberdade de consciência. Mas esta liberdade de consciência não é a
Liberdade. A Liberdade é isenta de toda forma, de todo corpo, de toda história
e de todo o mundo, mas se você quer vivê-la, então se sacrifique, não adira
mais ao que quer que seja. Você amaria conhecer o Desconhecido desde o
conhecido e você sabe pertinentemente que é impossível, e, portanto você continua,
então você tem necessidade de passar e de repassar. E não se passa nada,
justamente, quando você é livre. Não há nenhuma necessidade de passar, você não
tem nada a passar, nada a atravessar, nenhum movimento a fazer, nenhum tempo,
nenhum espaço, nenhuma forma. É sua Morada. Eu não peço, sobretudo, que me
acredite, mas ouse vivê-lo. Do que você tem medo? Você acredita que o amor
humano é suficiente para colocar fim a todo medo? Você sabe muito bem que o
amor passa e desaparece nas afinidades, nos casais, com os filhos. O verdadeiro
Amor não passa. Ele não passa nada, é a pessoa que acredita que passa alguma
coisa.
Eu lhe convido, então, a viver por si
mesmo a ausência de movimento onde tudo permanece eterno. Você não pode nem
representá-lo a você, nem compreendê-lo, porque mesmo que você só o compreenda
intelectualmente, isso seria para você um conhecimento, mas o conhecimento é
apenas ignorância. Você deve abandonar, para ser livre, toda pretensão de ser
isso ou aquilo, de acreditar nisso ou naquilo. Acreditar que sua pessoa hoje
está em filiação com uma outra pessoa que você foi é uma lógica dual. Nenhuma
dualidade conduz à Unidade, nenhuma Unidade, nem nenhum Si vivido conduz ao Absoluto.
O Absoluto é, desde o instante onde você cessa de acreditar nesses disparates.
Não
esqueça jamais que a espiritualidade é uma fraude total que acrescenta os véus
aos véus. Existiram inumeráveis mestres sobre este planeta e todos conduziram os
discípulos, que foram seguidos e que chegaram ao que? A nada. Olhem esses
mestres que têm laranja sobre o turbante na sua cabeça, eles jogam, e eles
fazem vocês acreditarem que vocês estão na Verdade. Ninguém pode lhe comunicar
a Verdade, mesmo o maior dos satgurus, mesmo eu, mesmo Cristo, mesmo o Sol.
Isso só depende de você. Se você quer encontrar o Todo, então é necessário
perder tudo: todo sentido de identidade, todo sentido de pessoa, todo sentido
de ser uma história, todo sentido que você chamaria lógico. A lógica pertence
ao mundo da manifestação, a razão também. O Absoluto não tem o que fazer da
lógica e da razão, não tem o que fazer com as causas da manifestação da
consciência.
A
ignorância do seu estado decorre diretamente de tudo que vocês têm recolhido
como conhecimentos nesse mundo, nesta vida, como em outras vidas. Eu creio que
algumas Estrelas lhes falaram do Caminho da Infância e da Inocência. Aquele que
é rico de conceitos, rico de histórias, rico de ideias, rico de lembranças, não
pode ser livre. O que quer que ele viva, quaisquer que sejam suas experiências,
elas são ocasionadas pela história. Lembre-se que você não é nenhuma história,
que você não pertence a ninguém e que ninguém lhe pertence.
Quanto
mais vocês estão pesados de conhecimento antes de serem livres, mais estes são
os pesos. O Liberado vivo tem acesso a todo conhecimento, e ele sabe
pertinentemente que isso não serve para nada, que isso vai lhes dar as
referências que satisfarão sua pessoa, mas que jamais deixam lugar ao que vocês
são. É um curso sem fim, é uma sucessão ininterrupta de alegrias e de
sofrimentos. Quem pode ser feliz senão aquele que está Liberado? Quem pode
estar na felicidade senão aquele que soltou tudo? Você não pode ter a sua
história, você não pode ter a sua vida, você não pode ter o que é conhecido, e
viver o Desconhecido; é impossível. É preciso aceitar perder tudo. É preciso
como dizia seu Cristo nascer de novo, porque ele dizia, me parece: “ninguém
pode penetrar o Reino dos Céus se não nascer de novo”. Este renascimento não é
em relação ao renascimento de um corpo, mas a descoberta do que vocês são
colocando fim à vida antiga. Não pelo fim do corpo, mas pelo fim de toda
crença, de toda experiência, e de toda história, é o próprio princípio da
refutação.
Não há
satisfação durável, mesmo em seu mundo, em uma explicação qualquer que ela
seja. Não há satisfação durável quando vocês aderem a qualquer princípio de
evolução. Vocês não têm que evoluir, vocês não têm que se transformar, vocês têm
somente que se reconhecer. Aí está o verdadeiro conhecimento – não nos livros,
não nas crenças, e, sobretudo, não numa história. Vocês são anteriores a toda
história. Vocês não são jamais nascidos e não são jamais mortos. Vocês não têm
que buscar a Luz, nem mesmo buscar o Amor, vocês já o são.
...Silêncio...
Eu o
lembro que o Jnani não tem nem desejo, nem necessidade, mas, se a Vida lhe dá
um prazer, ele aceita, mas ele não buscou, ele está na espontaneidade. Quer seu
corpo esteja em boa saúde, quer ele esteja prestes a morrer, não muda nada.
Um dos
mestres que faz parte dos Anciãos, o qual eu havia amplamente ouvido falar
durante minha encarnação, tem frequentemente dito que não serve para nada lhes
falar da outra margem, enquanto vocês não a tenham vivido. É para vocês irem
ver. E quando eu digo “ir ver”, isso não quer dizer se deslocar, isso quer
dizer que tudo isso está em seu saco de comida, em nenhuma outra parte além.
...Silêncio...
Quando
meu corpo apareceu sobre esta terra, então, muito jovem, eu me liberei de todas
as ilusões. Meu satguru me havia simplesmente dito: “você não é nada do que
você vê você não é nada disso que existe, você é quem “é”. Você não é nenhum jogo.
Tudo que você pode perceber, tudo que você pode sentir, tudo que você pode
idealizar, não é a Verdade”. Eu tive, se posso dizer, esta chance de acreditar
e de colocar em obra seus conselhos. Foi-me necessário menos de três anos
terrestres para ser livre. Hoje vocês são inumeráveis a serem livres, em todas
as culturas, em todos os continentes, empregando palavras diferentes, certamente,
mas que traduzem certamente a mesma coisa.
Definitivamente,
enquanto há percepção, enquanto há sentir, não há fim de história. O Jnani é
percorrido, claro, como vocês pela Onda de Vida permanentemente, como eu era. O
néctar do senhor escorria de minha garganta, o Sharam Amrita. Vocês também.
Vocês não têm necessidade do decoro, das religiões, das palavras, mesmo que os
conceitos possam ser importantes num primeiro momento para sair de todo
conceito, ou para lhes distanciar de sua adesão aos conceitos, às crenças, e às
ideias.
...Silêncio...
Quando o
Jnani está em silêncio, não acontece nada. Há justamente o que eu poderia
qualificar de uma atmosfera, de uma presença que não está ligada a esse corpo
aqui onde eu estou, nem mesmo em meu corpo da época. Isso que vocês chamam a
irradiação ou a energia estava em toda parte aqui onde eu estava, mas não
provinha de mim, saibam bem isso. Não sendo nada, eu não tinha necessidade de
me deixar atravessar por qualquer conceito que fosse, por qualquer energia que fosse
ou por qualquer história que fosse, eu estava então vazio. E não sendo nada
alguns que vieram se sentar comigo descobriram o Todo e a Verdade. Mas para
isso precisei soltar os conceitos, as histórias. E não pode ser de outra
maneira.
...Silêncio...
Se eu
tomo exemplo sobre o que lhes foi comunicado no que foi chamado o masculino
sagrado e o feminino sagrado, entre nós no Oriente, isso se chama purusha e
prakriti, o lado masculino e feminino. É necessário a vocês resolver isso, quer
dizer, atingir o que vocês nomearam o Andrógino, quer dizer o momento onde o
Atman atinge Brahman e descobre o Parabrahman. Mas não se deixem confundir
pelas palavras, porque desde o instante onde vocês são livres, vocês constatam
que não pode existir mais nenhum questionamento e nenhuma perturbação do que
quer que seja. Se sua consciência é levada pelo ambiente, pela dor, pelas
relações, então vocês não são livres. Não é preciso mentir, é preciso esvaziar,
é preciso se tornar leve, e isso não é uma ascese, isso não é uma caminhada que
toma tempo, é alguma coisa que se faz instantaneamente se vocês são sinceros.
A única
sinceridade verdadeira é parar toda a busca. Se houver a menor busca, vocês não
são sinceros, vocês não são verdadeiros. Mas é sua liberdade, e eu a respeito,
e ela é completamente respeitável. Vocês não podem buscar o Absoluto, vocês não
podem conquistar, porque é o que vocês são. Todo o resto, a consciência, o
Amor, a Luz, o que está além da Luz, o Espírito do Sol, o Coro dos Anjos, os
Arcanjos, os Anciãos, as Estrelas, vocês, o mais miserável e o mais sábio desta
terra, são a mesma coisa. Todo o resto são os ornamentos, as decorações, e
vocês se deixam enganar pelas decorações, pelos jogos, pelas ilusões, por isso
que brilha. Reconheçam-se a si mesmos e vocês não terão necessidade de nada
mais.
O mais
duro para vocês, Ocidentais, são os conceitos. Vocês manipularam tanto os
conceitos, vocês aderiram tanto às ideias e aos conceitos ao longo de sua vida
que mesmo que vocês tenham pensado em se separar de um conceito, vocês o
substituíram por um outro conceito, por uma outra religião, por uma outra
crença, por um outro marido, por uma outra mulher. Vocês não são estáveis e
procuram a estabilidade através do que não lhes dará jamais nenhuma
estabilidade.
Vocês têm
sede de experiências ou vocês têm sede da primeira Verdade? É sua liberdade,
mas isso só pode ser um ou outro, é um ou outro. Vocês não são nada do que pode
ser chamado, como eu dizia em encarnação: “nem isso, nem aquilo”. Após vocês
descobrirem que vocês também são “isso e aquilo”, mas não somente “isso e
aquilo”.
Não
esqueçam que a consciência se expressa através de uma forma e que esta forma,
mesmo que ela seja plástica em outros lugares, não é a verdade, mas uma das
expressões, uma das facetas da Verdade, e é sua liberdade vivê-la. Mesmo nas
mais etéreas, ignore o que ela é.
...Silêncio...
Como,
aliás, talvez vocês viveram com o que lhes foi transmitido pelo conjunto do que
é chamado a Confederação Intergaláctica, lhes contaram as histórias – mas não
no sentido pejorativo – lhes contaram as histórias que estavam mais próximas do
que vocês são. Mas esta história, se vocês quiserem ser livres, deve ser
refutada. Porque aqui onde eu estou não há nem Arcontes, nem Cristo, há apenas
a Verdade que não precisa de nenhuma história, nem de nenhum cenário. Aqui está
a bem-aventurança eterna e é o único lugar que não é um lugar, que não está
sujeito a uma dimensão e a uma forma, que é o que vocês são.
Eu não
lhes peço para conceber ou aceitar, é impossível, isso é para viver, muito
simplesmente. Mas é preciso aceitar perder todas as suas referências, todos os
seus apoios, todas as seduções de toda história. Nesse momento, vocês estarão
imóveis no silêncio e não haverá mais nada que fará tela ao que vocês são.
Vocês não têm a adquirir o que quer que seja, mas é exatamente o inverso, vocês
têm a se despojar. E eu não falo nem de suas vestimentas, nem de seu dinheiro,
eu falo de tudo que lhes perturba. Vocês não têm necessidade, para ser o que
vocês são, de mudar de lugar, de mudar de vida, mas agora – sem isso se chama
uma fuga. Não esqueçam que mesmo em sua língua, quando vocês dizem que
“ex-istem”, isso quer dizer que vocês se mantêm fora do ser. Isso são suas
palavras que dizem, em sua língua, nós temos a mesma coisa na Índia, mas é
exatamente a mesma coisa que é veiculada.
Se vocês
se esvaziam de tudo o que lhes perturba e é uma atitude de sua Presença e de
sua consciência, então a Liberdade se revelará a vocês, mas enquanto vocês
acreditam ter qualquer coisa, é isso mesmo que lhes têm e que obstrui o caminho
da Verdade. Eu diria mesmo que vocês não têm que escutar a pessoa. Não escutem
nada do que eu lhes digo, não escutem nada do que vocês dizem uns aos outros,
não escutem nada do que lhes diz o seu próprio personagem. Vocês não têm
necessidade de escutar, vocês têm apenas necessidade de se ouvir, e como vocês
querem se ouvir se passam seu tempo a sofrer ou a se aplaudir, é a mesma coisa.
Certamente se aplaudir é mais agradável do que sofrer, mas é o mesmo obstáculo,
a mesma obstrução.
O
comandante dos Anciãos lhes havia dito: “ame e faça o que lhe dá prazer, mas
ame primeiro”. Não o amor humano, não um amor projetado, mas ame a Vida. Não
sua vida, não esse mundo. Ame a expressão da consciência e ela lhe mostrará que
você não é a consciência. Você não tem necessidade de ninguém para vivê-la, não
há técnicas. Há certamente as técnicas de aproximação das quais eu falei, a
análise, a refutação, tudo isso, mas num determinado momento, lhes é preciso
soltar também isso. Você deve estar nu. Aceitem que vocês são falíveis porque
sua forma só passa entre o nascimento e a morte.
...Silêncio...
Questionem.
Questão: Em nossa vida nós temos frequentemente que fazer
escolhas. Você pode nos falar de escolhas?
Mas a escolha
concerne à pessoa; o Absoluto não tem nenhuma escolha, ele é. Enquanto você
acreditar dever escolher, você prova por aí mesmo que não é livre, porque quando
você é livre, não tem nada a escolher. É a Vida que escolhe, é a Vida que
escolheu. Enquanto você acredita escolher, se distancia de si mesmo, é levado
nas histórias dos outros. Enquanto você tem a impressão de ter uma escolha, qualquer
que seja, você chama isso o livre arbítrio e desconhece a Liberdade. Em face de
toda pessoa, de toda situação, mesmo que você tenha criado, enquanto você
acreditar ser livre para escolher, você não é livre. A liberdade de escolha não
é a Liberdade. Justamente a verdadeira Liberdade é não ter que escolher o que quer
que seja. É a Vida que faz a escolha e não você, quaisquer que sejam as
atividades, quaisquer que sejam as obrigações.
Não
esqueçam que todos, quando nós passamos sobre a terra, somos obrigados a ganhar
nossa vida, a pagar nosso lugar de vida, sustentar nossos filhos, a pagar os
impostos. É evidente que não haverá jamais a liberdade dentro disso, mas, no
entanto, vocês devem respeitar isso porque o Jnani não pode se colocar em
oposição ao que quer que seja. Ele pode constatar o erro, mas jamais procurará modificar
o que quer que seja porque ele sabe perfeitamente que cada coisa, que cada
evento, cada situação, mesmo a mais detestável, é exatamente o bom lugar. Então
o Jnani não tem jamais a escolha.
A escolha
corresponde à pessoa, a escolha corresponde à dualidade. O Jnani não escolhe
jamais, ele deixa as coisas se desenrolarem. Do exterior, visto da pessoa, ela
poderia chamar de passividade, mas em verdade, é tudo menos isso. O Jnani está
ativo, mais do que nunca, sobretudo quando ele não faz nada e ele se contenta
em seguir a Vida. Enquanto existe, e eu peso minhas palavras, a menor vontade
ou a reivindicação pessoal ligada a qualquer desejo ou necessidade que seja,
vocês não são livres. Mesmo que vocês acreditem no inverso, mesmo que vocês
tenham a impressão de se liberar de uma situação, de um lugar, de um marido, de
uma mulher, vocês estão acorrentados. E, portanto, eu lhes havia dito, não
serve para nada deixar sua família, seu lugar ou o que quer que seja, a vocês
que vocês devem deixar. Vocês sabem isso?
Eu
acredito que os Anciãos frequentemente empregaram as palavras Fluidez, Unidade,
Abandono à Luz, e eu lhes digo de maneira mais abrupta: deixem tudo que vocês
acreditam, mas não seu corpo, não sua mulher, não seus filhos, deixem as
confusões mentais de todas as histórias, de todas as crenças. A posição de
observador ou de testemunha tem por vocação, e tem sempre por vocação lhes
mostrar, como o espectador da cena de teatro, seu próprio personagem. Vocês não
são mesmo a testemunha, vocês não são mesmo o observador, mas isso permitiu,
para um numero de vocês, se aproximar da Verdade.
Mas
novamente, quem quer que seja o guru, quem quer que seja o deus, qualquer que
seja a Luz, qualquer que seja o Universo que virá em seu contato – esse é o
caso eu creio nesse momento -, lembre-se que existe antes de tudo o medo da
morte. Lembre-se, antes de tudo, que sua eternidade não tem nem início, nem fim
e dê-se conta que nesse mundo há um início e um fim. Mas o início e o fim desse
corpo não é o fim da Vida, nem o fim da consciência, é simplesmente o fim desse
mundo, quando você dorme. E quando você dorme, salvo se você tem sonhos, pensa
em mudar isso ou aquilo? E você pensa se há necessidade realmente de mudar as
coisas? Não, você dorme. É o ego e a pessoa que quer mudar. Esqueça-se ou
deixe-se, isso é o mesmo, é a única coisa da qual você deve se desembaraçar; a
única coisa que você deve deixar é você.
O Jnani,
mesmo se ele ainda está em uma identidade, ele não é esta identidade. É isso
que eu explicava sobre o viver daqueles que vinham me ver. É também o viver que
vocês têm quando eu venho. Alguns dentre vocês estão aterrorizados, e outros
estão em êxtase, e, portanto, essas são as mesmas palavras, é a mesma Presença.
Como explicar que alguns estão em fuga? É claro, eles dirão que eu sou o mal
encarnado, e outros dirão que eu sou o satguru supremo. Vejam bem, isso não
depende de mim, mas somente de vocês, de sua apreciação, de seu sentir. Mas
isso diz respeito à pessoa. Ao contrário, se vocês esquecem tudo isso, sua
pequena pessoa, sua história, se vocês estão plenamente aqui comigo, vocês esquecem,
vocês já deixaram.
Eu creio
que numerosos de vocês viveram, durante esses anos, numerosos mecanismos da
consciência. É muito bem, isso são jogos. Mas vocês sabem que há a origem do
jogo? Vocês podem sair dois minutos de seu jogo, da cena de teatro, sair de seu
posto de observador, sair do teatro, e vocês verão que não há nenhum teatro,
que não há pessoa. É nisso que vocês serão vocês mesmos e que vocês estão
livres, em qualquer outro lugar, em qualquer mundo.
É preciso
se lembrar o que vocês eram antes do nascimento, antes de estar no ventre de
sua mãe. Porque definitivamente, esse corpo não está ligado senão ao encontro
de dois fluidos com o óvulo, e é tudo. E a consciência aparece um belo dia,
entre três e cinco anos. Vocês são responsáveis por isso? Então certamente
vocês dizem que são vocês que escolhem sua encarnação, mas são mentiras. Isso
são os mestres da Ilusão que lhes fazem acreditar num outro corpo que vocês
chamam corpo astral, que vocês têm necessidade de se melhorar – vocês aderem.
Tudo isso que brilha não é Luz, tudo isso que brilha é projeção da Luz. Saibam
bem que vocês são a Luz, mas que vocês não são nenhuma projeção da Luz. Saibam
isso para vivê-lo, vocês não têm mais nenhuma reivindicação nesse mundo como em
todo mundo. Aí está a Liberdade.
Enquanto
um pensamento levá-los no amanhã ou no ontem, vocês estão sujeitos a este
pensamento e vocês se identificam com esses pensamentos que, portanto, são
passageiros. Vão à fonte do pensamento e vocês verão que nenhum pensamento pertence
a vocês propriamente. Mesmo uma ideia extraordinária não é de vocês, vocês
pegam porque ela passa. Vocês não têm nenhum mérito a se atribuir, de nenhum
tipo, tudo é natural, não há nenhum esforço a fazer. Enquanto vocês têm a impressão
de que devem fazer um esforço, é que é a pessoa e o ego que sussurram isso.
Vocês precisam esquecer a noção de esforço. Certamente é preciso os esforços
para ganhar sua vida, para sobreviver nesse mundo; é exatamente o inverso para
encontrar a Verdade. É preciso cessar todo o esforço, é preciso cessar toda a
identificação com o que quer que seja, que a pessoa chama o nada, que é
terrível para a pessoa.
...Silêncio...
Questionem.
...Silêncio...
Questão: Para aquele que não viveu ainda a Liberação, você
falou do último medo que é o medo da morte. Você pode falar deste medo da morte
para nos ajudar a atravessá-lo?
É
suficiente, simplesmente, aceitar a morte, não há nada de mais simples. É o
mental que se opõe a isso, porque o mental só pode se crer imortal. E,
portanto, ele aparece um dia, entre sete e quatorze anos, e ele se extingue
definitivamente no momento de sua morte. Então aceite morrer e você renascerá em eternidade. Isso
não é uma questão de vontade, novamente, não é uma questão de esforço, é
exatamente o inverso. Para ir para a outra margem, é preciso deixar a margem
que vocês estão, é tudo. Mas eu falo de sua atitude de consciência, eu não falo
da materialidade de sua vida que é isso que ela é. Vocês só podem viver o que vocês
se permitem; mesmo que hoje isso possa lhes parecer absurdo ou contrário aos
seus desejos, isso não é verdadeiro, não mintam a vocês. Sejam verdadeiros.
Tudo que chega deve chegar; o que não deve chegar não chegará, o que quer que
vocês façam. Entendam isso. A partir daí, do que serve fazer esforços. É a
pessoa que acredita que ela deve mudar, se melhorar, transformar. Vocês têm
substituído a Liberdade pelo livre-arbítrio, quer dizer, a noção de escolha, e
isso lhes tranquiliza e vocês acreditam que a Liberdade é a liberdade de
escolha. A verdadeira Liberdade é não ter escolha. Eu não falo da expressão de
sua consciência, mas eu falo da Verdade.
Então
hoje, o que fazer? O que ser? Sejam naturais, sejam espontâneos. Se vocês são
verdadeiros, se vocês são justos, absolutamente nenhuma coisa, nenhum elemento,
nenhuma circunstância pode afetá-los, mesmo a mais contrária das situações,
porque vocês não param no evento, mas vocês vão à fonte do evento, não sob uma
forma de conhecimento ou de explicação, mas por uma ignorância total. Talvez no
Ocidente vocês puderam chamar isso a fé, mas isso não é a fé no além, isso não
é a fé em Deus, isso não é a fé em Cristo, ou não importa em qual mestre, é a
fé no que vocês são. Não como crença, mesmo que isso possa ser no início, mas como
viver.
É claro,
as vicissitudes da vida nesse mundo podem, às vezes, se manifestar em sua
consciência, como uma doença, como uma ruptura, como uma perda, ou como um
ganho, pouco importa, mas vocês sabem que não são nada de tudo isso. Não pode
mais, este evento, representar o menor peso ou o menor entrave ao que vocês
são. Enquanto vocês acreditam controlar sua vida, quer seja pela moral, quer
seja pelo carma, quer seja pelas crenças espirituais quaisquer que elas sejam,
vocês não são livres. Vocês são livres quando justamente estão desembaraçados
de toda essa confusão. Paradoxalmente, tudo isso que vocês cumpriram, tudo isso
que vocês aproveitaram, dá a impressão à sua pessoa e ao seu ego de se
expandir, mas a Verdade, ela não se expande, ela está aqui e ela é totalmente
independente de todas essas circunstâncias. Vocês não são nenhuma dessas
circunstâncias que vocês tem a viver mesmo o fim do ciclo. Eu repito: vocês
jamais nasceram, além disso, vocês não morrerão jamais. O que morre é a Ilusão,
como toda ilusão.
Isso não é somente uma mudança de
olhar, isso não é somente uma mudança de perspectiva, mas é uma revolução
interior. Isso requer guardar, como dizia o Cristo, sua própria casa, quer
dizer não sobrecarregar sua consciência, seu corpo de conceitos, de ideias, de
pensamentos, de crenças, de histórias. Como vocês querem estar disponíveis para
a Verdade enquanto estão correndo para a esquerda e para a direita? O ego é
muito maligno, ele tem apenas e somente um objetivo: enganá-los. E acessoriamente
ser útil para vocês sobreviverem nesse mundo, e é tudo.
Vocês são
não nascidos, vocês são os sem-forma. Mesmo hoje, a expressão “Parabrahman” é demais,
porque isso reenvia a uma cultura, do mesmo modo que a palavra “Absoluto”
reenvia a um conceito. Ora, isso não é um conceito, isso não pode nem mesmo ser
uma ideia, nem mesmo um pensamento. Mas é sua liberdade total, e eu acredito
que o Comandante lhes explicou isso longamente, isso se chama Atribuição Vibral
ou a localização de sua consciência.
...Silêncio...
Aquele que é livre não se questiona da
Liberdade. Aquele que ama não tem necessidade de se questionar o que é o Amor.
Vejam a diferença entre o conceito, a ideia, a crença e a Verdade.
...Silêncio...
Quando do encontro do prakriti e o
purusha, o que é que vocês jogaram como jogo, como papéis, como funções? O que
é que vocês provaram?
...Silêncio...
Vocês
tiveram necessidade de muletas, vocês aceitam hoje jogar as muletas? Vocês
aceitam a Liberdade ou vocês buscam compromisso? A Liberdade não será jamais um
compromisso entre o efêmero e o Eterno, não pode haver. Há apenas uma fase
transitória que foi nomeada Ascensão ou Liberação, que é o momento onde o
efêmero e o Eterno se encontram, é tudo.
...Silêncio...
Aproveitemos esses momentos de silêncio entre nossas
questões para podar. Coloquem-se. Deixem ser o que deve ser. Deixem ser o que é
e o que será, não se preocupem com nada. Eu não falo da vida de sua pessoa, mas
da Verdade.
...Silêncio...
Então
prossigamos.
...Silêncio...
Questão: A planta chamada sálvia divinorum nos leva ao outro
lado da margem. Você pensa que isso é interessante para morrer a pessoa?
Do que
você fala?
Questão: De uma planta chamada sálvia divinorum, que permite
à consciência passar através do medo da morte e viver a experiência do
Absoluto.
Um meio
exterior qualquer que seja, pode efetivamente aproximá-los e fazê-los viver “a
experiência de”, e assim afirmá-los e fortalecê-los na aproximação da Verdade,
mas nenhum elemento exterior à sua própria consciência pode estabelecer, e eu
disse bem “estabelecer”, o que você é. Você pode, todavia, através de meios
externos, elevar uma parte do véu e se dar talvez, assim, um impulso para
largar. Isso pode ser obtido da mesma maneira pela repetição de certos mantras
que esvaziam uma parte da Ilusão, seja no nível mental, seja no nível do corpo.
Isso pode
estimular, isso pode ajudar, isso pode revelar em parte, mas novamente, o
último passo definitivo só pode vir, não da sua pessoa, mas da sua própria
consciência. Nesse momento somente você é liberado da pessoa, mas nenhuma
pessoa pode ser liberada, absolutamente nenhuma. A pessoa desaparece dela mesma
no momento da morte, ela aparece dela mesma no momento do nascimento. Tendo em
conta que o medo, de uma maneira geral, e não somente o medo da morte, é o
único obstáculo para o Amor e a Verdade. O medo resulta não das experiências
passadas, mas da confusão e somente do não reconhecimento do que você é. O medo
congela. Ele é o apanágio da história, o apanágio do corpo e o apanágio do
mental, se traduzindo então, pela emoção de natureza “medo”. O Liberado não tem
nenhum medo. Ele pode jogar por estar preocupado pelas circunstâncias da
pessoa, e é tudo.
Como foi
dito, eu creio pelo Comandante, há só o medo ou o Amor, se há a sucessão de
medo e de Amor, esses não são os estados, essas são as experiências. O Amor não
se coloca a questão do medo, o medo se coloca a questão do Amor. E lembrem-se
que o medo, como toda emoção, é passageiro. Ao contrário, o mental se apega tendo
em conta o conceito e vai fazer de tudo para não ser mais confrontado pelo
medo, qualquer que seja este medo, não somente o medo da morte, mas todos os
medos possíveis e imagináveis. Então o mental sem conhecimento do que vocês
são, vai elaborar as estratégias de evitar, de negar, mas o ponto de partida é
a emoção “medo” que se estrutura em seguida.
...Silêncio...
O medo
retrai, ele congela o movimento da Vida. O Amor é movimento, mas ao mesmo tempo
para todo o movimento da Ilusão. Vocês se tornam o centro, não congelam nada.
Vocês se tornam o suporte da Vida, mas vocês sabem que não são esse suporte.
Então, qualquer que seja a técnica, qualquer que seja a planta, qualquer que
seja o yoga, quaisquer que sejam os mantras, quaisquer que sejam as orações,
num determinado momento, mesmo isso deve ser deixado. A melhor maneira de
deixar de ser a pessoa é certamente o serviço, a devoção. Que isso seja a um
deus, que isso seja a uma situação, pouco importa, mesmo que isso sejam
ilusões, isso lhes aproxima do que eu chamaria “a fixação de sua atenção”, que
reúne algum tipo de tensão, tal como havia sido descrito, em direção ao
Abandono à Luz, por certas Estrelas.
É
necessário não confundir quem está congelado com quem está imóvel.
...Silêncio...
Questionem.
É a hora da pausa.
Então
coloquem-se. Até mais tarde.
***
Tradução
do Francês: Mariana Anzzelotti
Vocês não são nem homem, nem mulher, nem sua função, vocês não são nem seu filho, nem seus pais, vocês são o mundo, totalmente, e vocês são, sobretudo, a ausência de todo o mundo e de toda experiência.
ResponderExcluirReconheçam sua ignorância, aí está o único e verdadeiro conhecimento.
Lembrem-se que é aqui nesse corpo entre o que vocês chamam nascimento e morte, que vocês estão completamente mortos.
Somente o corpo tem necessidades reais, esse saco de comida tem necessidade de alimento, mas é só.
Não esqueça jamais que a espiritualidade é uma fraude total que acrescenta os véus aos véus.
Vocês não são estáveis e procuram a estabilidade através do que não lhes dará jamais nenhuma estabilidade.
É a Vida que faz a escolha e não você, quaisquer que sejam as atividades, quaisquer que sejam as obrigações.
Esqueça-se ou deixe-se, isso é o mesmo, é a única coisa da qual você deve se desembaraçar; a única coisa que você deve deixar é você.
Para ir para a outra margem, é preciso deixar a margem que vocês estão, é tudo.
Sejam verdadeiros. Tudo que chega deve chegar; o que não deve chegar não chegará, o que quer que vocês façam.
A verdadeira Liberdade é não ter escolha. Eu não falo da expressão de sua consciência, mas eu falo da Verdade.
Lembrem-se que todo conhecimento adquirido, todo conhecimento ouvido são apenas vaidade e ignorância. Reconheçam sua ignorância e vocês serão livres. Não reivindiquem nada, contentem-se de fazer o que a vida lhes dá a fazer, mas vocês não são nada de tudo isso. Lembrem-se que todo conhecimento adquirido, todo conhecimento ouvido são apenas vaidade e ignorância. Reconheçam sua ignorância e vocês serão livres. Não reivindiquem nada, contentem-se de fazer o que a vida lhes dá a fazer, mas vocês não são nada de tudo isso.
ResponderExcluir........................................................
Reconheçam sua ignorância, aí está o único e verdadeiro conhecimento.
-BIDI focou numa questão essencial: o ato de ser honesto consigo mesmo, o ato de ser verdadeiro consigo mesmo, o ato de querer (mesmo que isso não é um querer)a VERDADE e a VIDA. Quando se desliga a pessoa, o Absoluto é automaticamente ligado, se é que podemos dizer assim, pois sempre esteve ali, e também a outra margem vem até você, aqui está o verdadeiro conhecimento, a sua essência, mas não antes desse tal sacrifício, e esse sacrifício realmente inicia-se quando você aceita a sua ignorância, que nada conhece mesmo que tenha ouvido tudo, ou tenha lido tudo. E como testemunha desses dias atuais; hoje o meu personagem acordou envolvido em um amor maior. Tudo é UM.
Magistral mensagem de Bidi, que dá muitas marteladas na personalidade.
ResponderExcluirÉ difícil destacar algum trecho, tendo em vista a importância da mensagem como um todo, porém, me chamou a atenção quando ele falou do seu processo de libertação, quando disse: “Quando meu corpo apareceu sobre esta terra, então, muito jovem, eu me liberei de todas as ilusões. Meu satguru me havia simplesmente dito: “você não é nada do que você vê, você não é nada disso que existe, você é quem “é”. Você não é nenhum jogo. Tudo que você pode perceber, tudo que você pode sentir, tudo que você pode idealizar, não é a Verdade”. Eu tive, se posso dizer, esta chance de acreditar e de colocar em obra seus conselhos. Me foi necessário menos de três anos terrestres para ser livre. Hoje vocês são inumeráveis a serem livres, em todas as culturas, em todos os continentes, empregando palavras diferentes, certamente, mas que traduzem certamente a mesma coisa”.