De Coração para Coração - Extratos do Satsang de Ma Ananda Moyi - 26 e 27 de abril de 2025

  

De Coração para Coração
Um encontro intimista
Extratos do Satsang de Ma Ananda Moyi
26 e 27 de abril de 2025

EXTRATO 1

MA: Aquele que vive a Liberdade está de fato morto em algum lugar deste mundo. Há uma satisfação tão grande, de uma intensidade tão grande, que nada neste chamado mundo vivo pode se aproximar.

MA: Então, hoje, para todos os humanos e para alguns de vocês, é uma sensação de estar morto, tudo isso está morto dentro do personagem, é nesses momentos em que você desaparece deste mundo de forma lúcida, não através do sono, mas através da transcendência, que você se encontra.

Nada neste mundo, por mais belo que seja, pode se aproximar do Real. O Real, a Alegria, são sem mundo e sem você, como sem mim. Viver o coração é acabar com as mentiras, acabar com a necessidade de sentido e com a busca em si. Vivendo o invisível, o visível não serve mais para nada e ainda assim está lá, e foi assim que eu fui alternando entre o Real e a ilusão.

Não houve fuga da Vida neste mundo, mas uma real transcendência deste mundo. Claro, vocês podem não ser chamados a viver isso pelo mesmo tempo que eu vivi, mas todos vocês são convidados, por momentos e por Instantes  ao Silêncio do Real, a se encontrarem ali onde nada falta, onde nada é necessário.

EXTRATO 2

Irmã: Querida mãe, muitas coisas mudaram em mim desde nosso último encontro. Tenho a imensa alegria de reconhecer você em mim todos os dias para dançarmos juntos. Todos os dias penso em colocar um sorriso nos lábios para ter mais alegria e leveza no que estamos passando. Obrigado e gratidão.

MA: Obrigado, você está certa. Sorrir é muito mais importante do que rir. Porque sorrir, mesmo que você sinta vontade de gritar, é muito mais importante. Quando você sorri com o rosto, seu coração se reconhece. Sorrir abre as comportas da alegria. Sorrir é comunicar-se consigo mesmo interiormente, mas também com a pessoa que encontra seu sorriso. Esse sorriso deve aparecer em seus lábios e em seu rosto. Seja o que for que você vivencie com esse personagem, tente sorrir, mesmo quando sentir vontade de chorar ou gritar, e você logo descobrirá que esse sorriso traz alegria e paz.

Sorrir é uma oração, especialmente quando você não tem vontade de sorrir. Mesmo que você tenha que se forçar a sorrir, logo notará que o coração também sorri e que o Tempo Zero se revela a você, e o que Abba chamou de duplo toro do coração é ativado. Um sorriso é um bálsamo que você traz ao mundo. Sorrir é uma bênção para si mesmo, porque sorrir é acabar com a dúvida, porque sorrir é reconhecer-se no Real.

Se você pudesse sorrir mesmo no sofrimento mais intenso, então você facilmente encontraria todo o sofrimento aliviado. Sorrir nutre você, assim como nutre todos aqueles que encontram seu sorriso. Sorrir toca a realidade, sorrir relaxa seu corpo e também libera suas tensões, se houver alguma. É por isso que eu sorria o tempo todo, é por isso que hoje eu sorrio com você. Deixe seu sorriso aparecer, porque você nunca está tão satisfeito quanto quando sorri.

Se você não entende nada, se está sofrendo, se está cansado, então sorria. Se você tiver um conflito com alguma coisa ou alguém, tente sorrir. Estou falando de um sorriso que você mesmo cria, sem causa e sem causar danos. Porque quando você sorri, a Realidade é revelada.

Você não precisa de um motivo para sorrir, você só precisa decidir, você só precisa vivenciar, então você ficará saturado de alegria, então o centro energético do seu coração e da sua cabeça se fundirão através da ação da Lemniscata Sagrada. O coração e a cabeça se tornarão um, assim como você se tornará um com toda a criação.

O sorriso é a resposta para a dor e o sofrimento, o sorriso é a resolução. O sorriso te ilumina. Sorrir traz você de volta à memória do que você É além do Ser e do Não-Ser. Lembre-se de sorrir quando tudo parecer infeliz ou sem esperança, quando uma emoção o dominar, quando um problema o preocupar, lembre-se de sorrir, então você será alegre.

Qualquer um pode criar um sorriso, não é trapaça criar um sorriso você mesmo. Um sorriso é um chamado à alegria, um sorriso é um chamado ao Silêncio, um sorriso é a compreensão da Realidade. É por isso que eu sorrio o tempo todo, é por isso que eu sorrio toda vez que venho te conhecer.

 

EXTRATO 3

MA: …acessar o Real para uma mulher em algum lugar liberta a ferida do sagrado feminino. A mulher reencontra agora seu polo criativo, que não está ligado à procriação, mas ao exercício de seu dom criador. A solução é, portanto, incentivar todo ato criativo em sua vida, seja jardinagem ou qualquer arte. Esta é uma maneira de acalmar conflitos. Por isso, peço a todas as mulheres que estão neste tipo de relacionamento (*) que passem do ato de procriação para a criação manual ou artística de algum tipo. E você verá então que esse relacionamento, seja ele qual for, não vai mais te pesar. É assim que é.

(*) Trata-se de uma irmã que tem um problema com os filhos.

 

EXTRATO 4

Irmão: Eu queria que você desenvolvesse mais um pouco sobre a gentileza para consigo mesmo e para com os outros.

MA: O que mais posso acrescentar além do que está sendo vivenciado neste momento? A gentileza é consequência da alegria, do sorriso e do silêncio. A conjunção dos três implica gentileza, implica leveza, porque eu estou em você como você está em mim, tudo flui daí. Este é o sagrado feminino, a doçura inefável que acompanha toda a vida e que, no entanto, o homem, no sentido arquetípico, oprimiu e reprimiu. Não se trata de problemas hormonais, mas de um problema muito mais antigo ou arcaico, nomeado em sua época e explicado como anomalia primária.

Nós mulheres nos cumprimos, sofrendo essa lesão, mas estava escrito assim. A queda no sonho fez com que alguns sábios escrevessem: "Você dará à luz com dor". Esse mito está presente em todos os livros sagrados, seja no mito de "Adão e Eva", pois a mulher possui o dom da criação do qual o homem é privado, mas estava escrito. Aqui também é preciso aceitá-lo para transcendê-lo e curá-lo.

Isso é muito mais fácil hoje desde que o Amado Abba quebrou o espelho da Anomalia Primária, mas isso é algo muito recente na história. Mas hoje em dia é muito mais acessível do que na minha época. Todos vocês devem conhecer o papel das doze estrelas e as virtudes que elas carregam. Isso está sendo resolvido, é claro.

Irmão: Obrigado por tudo, Mãe.

…Silêncio…

MA: ...Durante o desenvolvimento dos últimos vinte anos, lhe foi dito sobre o retorno à androginia primordial, que também corresponde ao que você está vivenciando neste momento, ou seja, a fusão das polaridades masculina e feminina. Hoje, disfarçados por movimentos obscuros, especialmente no Ocidente, homens desesperados se imaginam mulheres quando, na verdade, são apenas homens feridos.

Assim como algumas mulheres, tanto no Ocidente quanto no Oriente, adquirem poder pelo próprio fato de ferirem o sagrado feminino, tentando se comportar como homens, embora o propósito seja bem diferente, que é realizar o andrógino primordial, onde não há mais polaridade, onde o homem não está mais cortado entre sua esfera sexual e sua esfera cardíaca.

Isso faz parte da solução da mentira cósmica. Este é um momento que vocês estão vivendo, senhoras e senhores, meus irmãos e irmãs, que os obriga a questionar seu papel como mulher ou homem, e que certamente não será resolvido pela tomada de poder ou pela mudança artificial de sexo, mas somente pelo perdão e pela transcendência.

Algumas estrelas próximas ao seu tempo foram, eu diria, precursoras, desde a pequena Teresa também por mim e pelas outras estrelas. É o tempo da resolução, é o tempo do perdão do sagrado feminino e do homem ferido. Você está quase lá, quaisquer que sejam suas experiências, suas memórias e suas feridas.

O sorriso deve florescer novamente em seus lábios, Senhoras, minhas amadas do Único. Todas essas memórias serão varridas pelo Dom da Graça, pelo acesso ao Real e pela lembrança do que você era antes de nascer mulher ou homem.

 

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“Muito obrigado a Jean-Luc Ayoun e Elisa Bernal,
bem como a toda a equipe de transcrição (Les petites mains)” – Louis Geary.

Tradução: Marina Marino