Ora bem, Bidi está de volta, aqui convosco. Estou a ouvir-te.
Pergunta: Quase todas
as noites sinto comichão nos pés, sobretudo nos dedos pequenos e, ao mesmo
tempo, a ponta do nariz fica fria. Há
alguma ligação entre as duas coisas, pés e nariz?
O que é que existe a nível dos pés? Já
falei disso; há um Triângulo de Eternidade, com vagas de Luz que partem daí.
Quanto ao nariz, o que é que há? Há o décimo segundo corpo, o Andrógino
Primordial, a reunificação do masculino e do feminino. No processo de
ressurreição, como disse, existem redes de Luz no vosso próprio corpo de
Eternidade unindo as Portas, as Estrelas, os novos corpos, as mãos e os pés.
Constatar-se-á cada vez com maior frequência a existência dessas famosas redes
que se vão tornar cada vez mais sensíveis e perceptíveis através da junção real
e concreta entre as extremidades,
as Portas e as Estrelas. Não é minha intenção
pormenorizar essas estruturas, mas registar, de facto, que as manifestações
conjuntas que descreves, passarão a ser vividas em diversas associações: entre
o peito e as mãos, por exemplo, entre a parte da frente e a de trás da
bacia, ao nível da cabeça e da junção
pelo pescoço, entre a cabeça e o corpo, entre as extremidades das mãos e o
tronco assim como entre as extremidades dos pés e o tronco.
Assim, o que é activado neste caso, a
nível da percepção, é a tradução da activação das redes de Luz que unem o que
estava disjunto, se assim posso dizer. Alguns meses atrás, a nível das Portas,
dos novos corpos, dos chakras ou de certas correntes energéticas que vos
pareciam independentes uns dos outros, era possível experienciar a Onda de Vida
sem com isso sentir, em simultâneo, a junção com o Canal Mariano. Isso está
agora a implantar-se de forma diferente. Porque, a partir do momento em que são
percebidos dois pontos de vibração – não falo dos pés, aí é simétrico-, mas dos
pés e uma Porta ou duas, indiferentemente de qual seja, situada mais acima,
isso traduz a implantação e a reconstrução de redes extremamente finas de Luz
que constituem o vosso corpo de Eternidade, não apenas no que toca às
estruturas triangulares mas também às linhas de Luz que põem em comunicação os
diferentes potenciais ligados a Estrelas e Portas.
Tal como existem ao nível do corpo
sistemas musculares que trabalham de modo concertado ou energias vitais que
operam, também elas, concertadamente, algo idêntico está a acontecer.
Evidentemente tudo isso tem uma utilidade, uma função, mas que isso não vos
ocupe, de momento, como disse; o funcionamento é natural, inato. É deixar,
simplesmente, que tudo isso se reconstrua sem qualquer dificuldade, sem
intervir, mesmo que seja a nível da compreensão. O importante é o que é vivido,
o que é sentido, a percepção e não a compreensão.
A compreensão representa trazer o
Desconhecido até à pessoa. Isso não serve para nada porque, então - como
no caso do fiel da balança nos inumeráveis exemplos que dei - o que acontece é que se adensa, se é lícito
dizer, a pessoa, numa altura em que esta se encontra em dissolução. Como
propus, centrai a vossa consciência, a vossa interrogação na percepção, na
vivência, a fim de que esta se torne cada vez mais clara e sensível, mas não na
compreensão; isso virá depois. Penso que os Anciãos, com os diferentes yogas
que vos foram comunicados, permitiram assentar, se assim se pode dizer, a nível
tanto individual como colectivo, a facilidade da emergência do corpo de
Eternidade.
Como disse, a activação de certas linhas,
de certas redes de Luz, nesse corpo de Eternidade, tem uma função. Mas não vos
encontrais ainda nessa função, uma vez que o corpo de carne está presente -
salvo, naturalmente, a nível do Coração, uma vez que a Consciência Nua, a
Ressurreição ocorre de facto no Coração – mas, no que diz respeito a tudo o
resto, deixai que ocorra o que ocorre. Tal como expliquei quanto aos músculos,
a mesma coisa se passa quanto ao corpo de Eternidade respeitante à Luz.
A iluminação não vem da compreensão mas antes da vivência.
Claro que surgirá sempre um
questionamento enquanto houver uma pessoa, e é normal que se levantem
questões. A resposta que dou é geral mas
o esquema é sempre o mesmo. É sempre a mesma história do prato da balança, dos
dois pratos, em tudo que se passa na vossa vida, quer no efémero quer na
Eternidade que aqui está presente. Quando se tem uma cãibra não é preciso
conhecer o nome do músculo. Da mesma forma, como foi dito, as 12 chaves
Metatrónicas vêm sendo reveladas e sê-lo-ão cada vez mais pela ressurreição e de modo nenhum por um ensino, mesmo que Vibral. É uma coisa
que se instala por si só.
Claro que existe, de ponto a ponto, de
Porta a Porta, de Estrela a Porta, de Porta a Estrela, de chakra a Estrela, de
chakra a Porta, uma ressonância entre as estruturas, por exemplo do canal
Mariano e do chakra do coração e, portanto, uma ligação extremamente poderosa
entre esse mesmo Canal Mariano, que é uma estrutura intermediária de interface,
e o Coração. É assim que a consciencialização, por exemplo, a fusão do Canal Mariano com o Coração ou a
ligação entre os dois, permite consciencializar que tudo está no vosso
interior, que as entidades que se manifestaram e que se manifestarão por todos
os lados residem, antes de mais, em vós. Não há necessidade de compreender
outra coisa no sentido em que a pessoa o possa entender; é aquilo que é vivido,
em si próprio que cria a compreensão
intuitiva e directa, através do que é sentido e percepcionado.
Tanto mais que hoje - e enquanto o corpo
físico, ou antes, enquanto o Evento não tiver ocorrido-, tereis a percepção,
mas, como já disse ontem, ainda não (excepto para alguns) a função total. Sem
isso, o que é que se vai passar? Ora bem, não é lá que estais! Não vale a pena
antecipar o que vai acontecer. É aproveitar cada dia que passa para aprimorar,
não as explicações mas antes a vossa percepção, o que é sentido e a Consciência Nua. O resto mais não é do que a
interrogação da pessoa.
Claro que vos dei um certo número de
elementos de referência mesmo em relação ao corpo de Eternidade. Essas referências
devem bastar-vos. A explicação apresentar-se-á por si própria, chegado o
momento, uma vez que utilizareis então, após o Evento, as funções dessa
Eternidade, mesmo que o corpo físico ainda esteja presente.
Podes continuar.
Pergunta: não sinto
mesmo nada as vagas de Luz. Porquê?
É que o processo de Ressurreição é
colectivo, e tive o cuidado de dizer que nem todos o podem sentir, de momento.
Isso será profundamente diferente durante e após o Evento. Não há que estar
preocupado com a ausência de percepção. O que faz falta, repito, não é a
serenidade mental ou emocional é, simplesmente, a imobilidade do corpo. Quando
falo de imobilidade do corpo, refiro-me ao acto de fazer desaparecer, pela
meditação, pelo alinhamento, os sintomas do corpo, quanto mais não seja pelo
posicionamento, a respiração, a posição das mãos ou de qualquer
parte do corpo. Porque quando a consciência do corpo se extingue, sem
que se fique adormecido, as vagas tornam-se então perceptíveis. Quer isto dizer para ti que, de momento, na
tua caminhada e segundo a Inteligência da Luz, não chegou ainda o momento.
O importante não é saber ou viver as
vagas no momento em que elas chegam, porque alguns apenas vão ter necessidade
de dormir sem sentir mais nada. Logo, as vagas de Luz são para toda a gente,
mesmo para aqueles que as recusam. Ninguém lhes pode escapar, esteja onde
estiver na Terra, no Sistema Solar, até. Viu-se que os Anciãos foram também,
não digo afectados, mas que beneficiaram disso, o que é normal; eles estiveram
encarnados. Mesmo os Arcanjos, que nunca estiveram encarnados, o vivem. No meu
caso é diferente: eu desloco-me em todas as linhas temporais, deste como de
todos os mundos, porque, como expliquei e voltei a explicar quando estava
encarnado, o facto de partir, de deixar
este mundo através da morte, no meu tempo, enquanto Liberto em Vida, não deixa
o mínimo vestígio de história - excepto a memória das minhas vidas, apesar de
tudo, porque a Terra existe – mas eu não estou arregimentado a qualquer
dimensão, a quaisquer regras que sejam. Eu sou Único. Isso da Lei do UM diz-vos
alguma coisa?
...Diz.
Quando digo que sou Tudo, que sou Nada,
isso é verdade, ainda hoje. É
eternamente verdadeiro, não é uma verdade passageira. Que eu tenha um corpo,
que me exprima através duma forma ou que esteja no Silêncio do Absoluto, tudo
isso ocorre ao mesmo tempo. Através da minha Libertação, eu libertei-me,
portanto, do tempo e da história. E convosco é igual, neste período. Eu não
estou acima ou mais alto ou mais longe; estou, pelo contrário, presente no
vosso Coração do Coração porque eu sou a testemunha, não da história - eu não
sou Cristo, não sou a Fonte, não tenho atributos-, eu sou a Liberdade total, o
Amor total, a sabedoria total. Sou-o desde toda a Eternidade, como vós.
O meu corpo, esse saco de carne no qual
habitava, nunca foi para mim um obstáculo a partir do momento em que fui
Libertado; e a morte também não. Já disse, há pouco tempo, que vinha encerrar o
livro; ainda fica o posfácio, que é aquilo que estamos a viver. Não tendes de
me seguir: não podeis seguir-me, não podeis seguir ninguém. Mas podeis
reconhecer-vos em mim, como eu me reconheço em cada um de vós, presente,
passado. Reconheço-me na Fonte, reconheço-me em toda a consciência tal como na
A-consciência. Não existe nem barreira, nem limite, nem regra; apenas a lei do
Único.
Então não te inquietes por não sentir as
vagas de Luz; elas estão presentes. E há mais do que a percepção; pode ver-se à
vossa volta, através das resistências da humanidade, com os seus comportamentos
aberrantes, pessoas que estão fora da razão, da lógica e da Eternidade: já nem
sabem onde estão. Eu sei onde estou porque estou em toda a parte e, ao mesmo
tempo, em parte nenhuma. Mas isso não vos diz nada enquanto não o tiverdes
vivido.
Por isso não te inquietes quanto às vagas
de Luz, caso não sejam perceptíveis, pois, mesmo que não as sintas, verás
necessariamente os seus efeitos na consciência, por momentos de frio, por
momentos de vontade de dormir, por momentos de calor; é tudo a mesma coisa. A
consciencialização do corpo de Eternidade é uma coisa, as vagas de Luz são
outra. Umas vezes existem as duas, outras não porque a Inteligência da Luz age
em função do que encontra. Isso não significa que estejas atrasada, em falta ou em deficit; simplesmente o
momento ainda não chegou; pode acontecer num minuto, numa semana, pouco
importa. E lembra-te de que os primeiros serão os últimos e que os últimos
serão os primeiros. E quanto mais se for último, mais primeiro se é.
Contenta-te com isso e deixa que a Vida te viva. Sê o mais simples possível, o
mais transparente possível, o mais verdadeira possível. Sê honesta,
simplesmente, é quanto basta. Não vale a pena fazer uma tempestade num copo de
água.
(N.T. No original, “il n'y pas besoin de chercher
midi à 14 heures”. O uso da expressão “procurar o meio-dia às 14 horas” - que
significa que alguém faz duma coisa simples algo muito complicado – resulta dum
costume ainda em vigor, em algumas cidades francesas e italianas, que consiste
em contar as 24 horas do dia a partir do pôr-do-sol; o meio-dia nunca pode
coincidir com as 14 horas - Wiktionnaire).
Não há necessidade de ver, apenas há
necessidade de ser verdadeiro e simples: tudo o resto se viverá. Não há
falhas; apenas existe a interacção, a
fusão entre o efémero e o Eterno que, tal como foi dito pelo Comendador, se
vive segundo diferentes linhas temporais, diria mesmo dimensionais, agora.
Assim sendo, nada de impaciência. Basta
permanecer neste Instante Presente, Aqui e Agora. Tudo o resto acontece por si,
mesmo que tenhas a impressão de que não há mais nada. E concebo, com efeito,
que foi possível verificar à vossa volta, nestas últimas semanas, nestes
últimos meses esta frase “os primeiros serão os últimos e os últimos serão os
primeiros”. Assim, contenta-te com isso e diz a ti mesma que quanto mais isso
estiver atrasado – embora não se trate dum atraso, apenas dum diferido, se
preferires - mais magnífico e brilhante será. Não se trata duma promessa para
um além, é uma promessa para os dias, para as semanas que estão a chegar. De
qualquer modo, por ocasião do Evento ninguém poderá negar que o viveu,
queira-se ou não se queira, seja qual for a natureza do Evento colectivo.
Nada sentir não é ter resistências, sem
isso - uma vez que o corpo Eternidade está presente -, terias uma iluminação,
dores, manifestações orgânicas, psicológicas. Se não há nada, pois bem, contenta-te com esse nada mantendo-te simples
na certeza interior de que esse processo vai
abranger toda a gente, evidentemente. Trata-se, de algum modo, duma
salvaguarda. Este desfasamento não é um atraso ou uma falha, é simplesmente
função da tua alquimia interna - que te é própria – entre o efémero e a
Eternidade. Lembra-te de que não há mais nada
a resolver, salvo o que pode ser iluminado, como vimos anteriormente, na
minha primeira intervenção deste dia, mas é tudo.
...Silêncio...
Podes continuar.
Pergunta: Donde
provêm todas as doenças mentais e psicológicas das pessoas? Porque é que há
tantas?
Porque, no seio da ilusão - onde tudo é
falso, tudo é invertido, manipulado – não há maneira de estar de boa saúde.
Claro que a tecnicidade da vida hoje conhecida, e que começou a aparecer quando
eu ainda estava vivo, é uma predação que se exerce a expensas da vossa
consciência. Creio que os Anciãos foram muito claros a esse respeito, quanto ao
papel das imagens, dos ecrãs, que vos fixam à matéria, quaisquer que sejam as
respectivas contribuições, consideradas
indispensáveis. Convém saber que se trata de freios terríveis e cada vez
mais evidentes ao acesso à Liberdade, porque não é possível continuar a
alimentar o exterior - e, com mais razão, a técnica, a modernidade – e a
Eternidade. E isso vai tornar-se cada vez mais flagrante. Quanto mais a
Ressurreição se revelar, mais fácil será
constatar que não vos será possível voltar a olhar para um ecrã, para uma
televisão ou usar as tecnologias. Aliás, um dos Anciãos (que interveio, creio,
uma única vez) falou-vos – quando encarnado - da máquina, da técnica, porta de
entrada dos demónios, quer dizer, das piores imperfeições da humanidade ligadas à avidez, ao ego, à
predação, ao sofrimento.
Assim, não é de admirar que neste mundo,
no seu estado actual, haja cada vez mais este género de doenças; e cada vez
haverá mais. É claro que se podem
encontrar responsáveis: nos alimentos, no ar, nas ondas, mas trata-se dum
conjunto. Claro que os progressos técnicos, médicos, parecem-vos
inacreditáveis; a esperança de vida aumentou. Mas para que serve viver mais
tempo numa coisa que é ilusória? A vida aparece, a vida desaparece. Num dia
estais aí, no outro já não estais.
Ora como a Luz está de volta,
instalada, será fácil constatar o que
acabo de dizer. Já não é possível
caminhar sem mal-estar, sem sofrimento em direcção a tudo aquilo que se opõe à
Luz. E um ecrã é sempre uma oposição à Luz, e a imagem deste mundo, também. Foi
por isso que insisti ainda ontem, na minha segunda intervenção, sobre o que
existe no meio do peito. Tudo aí está, absolutamente tudo, agora.
Nesse caso, tudo depende, efectivamente,
das vossas circunstâncias pessoais – quanto aos primeiros e aos últimos- mas
também da vossa capacidade para vos voltardes para a Eternidade mais do que
para o efémero. Não vos é pedido, enquanto a Luz não tiver desencadeado o
Evento, que fiqueis em êxtase 24 horas sobre 24, claro que não. Mas, no
desenrolar dos vossos dias, no que quer que seja feito, a Luz está presente? Os
vossos pensamentos, os vossos conceitos, as vossas ideias invadem tudo? A Luz
invade tudo. A vossa consciência acompanha isso? É desta maneira que se pode
ver o que vos sobra de hábitos; não falo de apego, falo simplesmente de
consumo, de funcionamento, de relação. Tudo é feito para vos distrair, para vos
afastar. E enquanto o vosso olhar se volta para o mundo, para a vossa pessoa, e
não para o Coração – e não falo de pensamentos, falo de consciência - sereis, pois, submetidos, algures, a essa
tecnicidade, a essa modernidade que é uma vantagem para o ego, é bem evidente.
Tudo está ao alcance da mão para quem tem dinheiro, mas não o Amor, jamais.
Isso é bom de ver. Sábios sem conta vos falaram disso.
Consideremos, no Ocidente, ou mesmo no
nosso país, a Índia, o número de indivíduos que querem fazer um regresso à
terra, à simplicidade, à evidência, que já não estão na predação, na aquisição,
na representação, mas que tentam aderir à terra, à Terra-Mãe, que nutre, e que
querem ter uma vida o mais simples que se possa. Mesmo que não captem nada em
particular e não saibam nada do que está em jogo, estão mais próximo da Verdade
. Não vos é pedido que deixeis a vossa vida, mas que, ao menos, estejais
consciente para ver e sentir. Qual é o tempo passado a palrar, a conversar, a
mexericar? E qual é o tempo passado no interior do vosso Coração, durante um
dia, a despeito das injunções da Luz, das vagas? Quantos de entre vós têm o reflexo de sobrevivência que se manifesta
mesmo quando os apelos da Luz se tornam terríveis? Resistis, mas não é culpa
vossa; é o corpo que resiste, nem sequer é a vossa mente. Isto é muito claro
para cada um daqueles que apreende o que se passa.
Não se vos pede que fiqueis em êxtase ou
em oração 24 horas sobre 24; não é a vossa finalidade, não é a vossa função e
tal não seria de nenhuma utilidade. Mas, ao observar o equilíbrio desta
balança, onde está ele? Para o lado do efémero ou do Eterno? Disse-o também há
dois dias. É um ou outro. Não é possível conciliar. E isso depende de vós, como
eu também disse. Quanto maior for o número e a frequência dos que ficam no
Coração verdadeira e concretamente, em Silêncio, imóveis- seja o que for que
esteja a ser feito – mais fácil será, para vós e para cada um.
Tanto quanto possível, respeitai, se
forem sentidas, as vagas de Luz. Disse que se tratava de bem mais do que apelos da Luz, de bem mais do que
injunções. É a vossa Eternidade que bate à porta. Então abris a porta ou
continuais a olhar para o ecrã? Foi uma escolha vossa, na certeza das vossas
escolhas. A Luz impõe-no: conciliar a partir daí a vida da pessoa com os seus
prazeres, as suas ocupações normais vai-se tornar cada vez mais complicado,
enquanto que, se obedecerdes às injunções, sejam quais forem as vossas
actividades efémeras, nem que seja só algumas vezes, dareis conta da diferença.
É evidente, essa diferença.
Em resumo, quereis ser a vossa vida, a
vossa pessoa, ou quereis ser a Vida, quer dizer, o Cristo? É uma coisa ou
outra. Neste momento é uma coisa com a outra mas daí vai resultar alguma coisa.
O resultado será o mesmo para toda a gente mas é sabido que as circunstâncias
depois do Evento serão profundamente diferentes; cada um segue a sua linha. Há
que aproveitar, é caso para dizer, este tempo que vos é oferecido, aproveitar
este prolongamento para esmerilar, para amplificar, para deixar aparecer a
majestade da vossa Eternidade. Não pode existir perda alguma quando a Evidência
se apresenta, mesmo quando se perde o corpo, o marido, o filho. Se há um
sentimento de perda é porque ainda sois uma pessoa, condicionada pela morte,
pela perda, pelo sofrimento, mesmo que já não haja memória, mesmo que já não
haja hábitos.
O Amor abarca tudo e no Amor não há lugar
para a pessoa. Olhai para as Estrelas, para os testemunhos das suas vidas. Este
Amor consome tudo o que é ilusório e que está destinado a passar. E esta
decisão não está ligada a uma data ou a um dia em que decidis reunir-vos; não
se trata disso. Trata-se, simplesmente, de ver que um número cada vez maior de
Despertos, Libertos, e mesmo dos que nada sentem, está cada vez mais voltado
para a Evidência, mesmo que eles não sintam a evidência disso. Expliquei-o
ontem à noite, na segunda parte.
Sede cada vez mais sensíveis, já que a
testemunha está presente, suficientemente fina para ver, mesmo sem sentir as
vagas de Luz, para ver e sentir o que simplesmente se desenrola na vossa vida.
Não há que culpabilizar-se; apenas há que
ver as coisas calmamente, serenamente, sem elaborar uma estratégia
mental, uma lógica de razão. Vede claramente as coisas - não sob o vosso ponto
de vista pessoal - como se descrevêsseis um quadro; que ele vos agrade ou não,
pouco importa.
Não se pode ignorar,
mesmo não sentindo as vagas, esteja o vosso olhar voltado para o exterior ou
para o interior, que há qualquer coisa a
acontecer. Acontecem coisas todos os dias, mas aquilo que acontece não tem nada
a ver com o conhecido. Vê-se no clima, vê-se em todas as manifestações do céu e
da terra, vê-se na sociedade, vê-se na modernidade, vê-se em vós. Onde é que
está colocada a vossa atenção? Onde é que está colocada a vossa prioridade? Não
são as vossas prioridades, há apenas uma, a escolha entre duas: a pessoa ou a
Eternidade. Voltai-vos para o Coração!
...Silêncio...
Podes continuar.
Pergunta: em que é que se vão tornar as crianças que
estão agora a nascer?
A isso já se respondeu vezes sem conta de
há dez anos para cá. Sinto muito mas a única coisa que posso fazer é
remeter-vos para trás.
...Continuo?
Sim.
Pergunta:
Porque é que há cada vez mais crianças
autistas?
Isso tem a ver exactamente com o que eu
estava a dizer quanto às doenças mentais, psicológicas ou neurológicas; é o
mesmo. Como é que querem que um cérebro funcione normalmente neste mundo? Está
à vista. Por acaso dá a impressão, para onde quer que se olhe, que alguma coisa
gire bem e nos eixos? Está à vista, é cada vez mais evidente, mesmo no cenário
do mundo. Ou então, está-se a meter a cabeça na areia para não ver. Não é caso
de julgar, não é caso para ficar horrorizado, é caso para ver. E também não é
para fazer julgamentos, é uma constatação que se tem de fazer. E para os que
vivem a evidência da Ressurreição, da Alegria, é bom de ver que não pode haver
comparação possível entre essa Beatitude, essa Alegria, essa Bem-aventurança
existente e o mundo, por mais prazer que ele vos possa proporcionar.
O mundo do ego, o mundo da pessoa neste
mundo é o mundo da morte, é o mundo do sofrimento; e, todavia, é aí que é
preciso reencontrar a Vida que sois. E, uma vez mais, cá temos o prato da
balança: para que lado é que ele pende? E quanto mais ele pende para além da
pessoa, mais a Evidência se manifesta.
...Silêncio...
Mas afinal, qual é o nome da doença?
… Autismo.
Os autismos estão ligados ao pensamento
perverso do lucro, da predação, da avidez e, portanto, às técnicas que
permitiram encarnar, de certa forma, esta avidez: as tecnologias. Do ponto de
vista da pessoa, há uma evolução fantástica; do ponto de vista da Eternidade, é
uma regressão que não tem comparação com qualquer outra. Isto porque, a partir
do momento em que nascemos neste mundo, presentemente, fica-se alienado e
algemado, tenha-se ou não consciência disso. Ora, a Evidência manifestada
permite-vos precisamente constatar, viver a diferença entre a pessoa e a
Eternidade. Já não se trata de vibração ou de Coroa, trata-se de Consciência
Pura e Nua.
… Silêncio…
Podes continuar.
Pergunta:
durante este período fala-se do retorno
do Cristo; mas o que é que representa exactamente a Consciência de Cristo?
Vive-o. Não contes comigo para
desenvolver outra vez conceitos e pensamentos. O que é experienciado, por
aqueles que vivem a Ressurreição, é o estado Crístico no qual cada um de vós
pode dizer: ”Eu e a Fonte somos Um”; sois Tudo e Nada. Mas de nada serve
filosofar ou ainda elaborar conceitos; vive-o. É aí que o Cristo está. É claro
que há os que esperam e que ouvem alguma coisa exterior, mas mesmo aí trata-se
duma inversão. Não há um salvador, o salvador está em cada um de vós. É preciso
sair dessas histórias. É claro que existe um Princípio Crístico, é claro que
existiu uma entidade que albergou o Cristo. Mas, não tendo estado lá, a única hipótese é
acreditar. Ora toda a crença vos afasta da Verdade, assim como todos os
conceitos.
Cristo está em vós, o salvador está em
vós e em nenhum outro lugar. A partir de
agora, não há nada a salvar, não há cá eleitos, não há cá ninguém que tenha
sido chamado. Tudo isso fazia parte da história, a história mais adequada para
vos fazer aproximar do Evento e, com ele, da vossa ressurreição, é o que é.
Ousai ser Livres. Ousai não depender de nenhuma autoridade, de nenhum modelo,
por mais prestigioso que seja; isso agora não vos serve de nada, absolutamente
nada. Não há que voltar às histórias, às crenças, aos conceitos. A Evidência
propõe-vos a saciedade na qual deixará de haver perguntas, questionamento ou
dúvida, para sempre. Estando encarnados, o que é que ainda vos faz falta? Nada
mais pode haver, como vos disse.
Enquanto julgardes ser ainda uma pessoa
que evolui dum ponto A para um ponto B, não vos será possível encontrar o tempo
zero, isto é, o Instante Presente, o Aqui e Agora, na totalidade da Evidência.
Creio que alguns Anciãos nas suas últimas intervenções foram muito claros: só
me cabe reafirmar esta verdade. Ponto final nos modelos exteriores; ponto final
nos dados históricos, embora, por felicidade, é o que se pode dizer, eles
possam existir para vos permitir aguentar até ao presente. Mas hoje não é
ontem. Só o Amor é que nunca passará, só a Sabedoria nunca desapareceu, mas
isso no vosso interior, não nas histórias deste mundo, de certeza, sejam as
histórias de Buda, de Cristo ou de qualquer outro mestre, incluindo a minha.
Aliás, eu não fui um mestre; não sei porque é que hoje me chamam “mestre”, em
toda a parte. Eu nunca me realizei. A realização é o orgulho do Si. Eu estou
Liberto e livre de tudo.
… Silêncio…
Vai-se tornar cada vez mais antinómico
perseguir a crença numa história e a Verdade, que não conhece nem história nem
pessoa neste mundo.
… Silêncio…
Vai ser preciso voltar o vosso olhar para
a Evidência, sentida ou não, não faz diferença.
… Silêncio…
Evitai distracções, sem que por isso
fiqueis sérios; sede leves, mandriões, mas não vos deixeis enredar nas redes
deste mundo. Não vos disse que era preciso abandonar este mundo, porque o que
está a acontecer acontece neste mundo.
Na Evidência, não podeis estar submetidos
a nada. A Liberdade interior não é uma palavra vã, quaisquer que sejam as
vossas responsabilidades e as vossas ocupações. É certo que é preciso
permanecer neste mundo, mas em função do que a Luz vos pede. É isso a vossa
Eternidade. Não é uma responsabilidade moral, social ou outra. Essas
responsabilidades desaparecerão com a morte, queira-se ou não. Nada há a
melhorar, a aperfeiçoar; basta-vos ser Verdadeiros, autênticos. Não há nenhuma
autenticidade na pessoa, mesmo na mais moralizada. A única autenticidade é a
evidência da Ressurreição.
… Silêncio…
Podes continuar.
...Não há mais perguntas escritas.
Se houver perguntas orais, também as
ouço, se tivermos tempo, isto é, o vosso tempo.
...Ainda temos 10 minutos.
Então, vamos lá; quem quer falar?
Pergunta: há algum problema em ser efectivamente
mandrião?
Se te for dada a oportunidade,
aproveita-a alegremente. Se a Vida te chama ainda a tomar responsabilidades,
então não podes ser mandrião, salvo no interior, a nível mental, a nível das
ideias. Faz as coisas com a mesma leveza. E podes ser Absoluto a lavar a louça.
Mas se lavas a louça a pensar em coisas pessoais, então não estás a ser
mandrião. Enquanto que, se fizeres alguma coisa – lavar a louça – em Alegria,
sem pensar em nada, és Absoluto. A pessoa vive a sua vida e tu és o que és.
Cristo disse, creio eu, “Felizes os
simples de espírito”; felizes, hoje, os que não têm nada para fazer e que são
mandriões. Têm todo o tempo para a Verdade, para a Evidência. Não são, por esse
facto, privilegiados mas para eles é, possivelmente, a solução mais cómoda. Já
o facto de ser mandrião, real e concretamente, é muito mal visto pela
sociedade, seja lá onde for - tanto no meu país como no vosso, quando eu estava
encarnado, entenda-se; é muito mal visto por si próprio e pela sociedade. E, no
entanto, como se viu com os Anciãos e as Estrelas, alguns foram muito prolixos
nas suas obras e algumas Estrelas ficaram na beatitude durante toda a vida,
foram as mais mandrionas e as mais Verdadeiras, mesmo aquela ou aquele que
muita coisa fez – basta ver, por exemplo, Hildegarde De Bingen que não parou de
escrever; mas não era um esforço para ela, era um repouso.
Como se vê, pode-se fazer coisas sendo
extremamente mandrião porque, se estais em Alegria, essas coisas virão a ser
feitas, todas elas. Enquanto que, se se abandonar a Alegria para fazer algo,
vai ser cada vez mais penoso. Portanto, não te culpabilizes e agradece ou dá
Graças à Vida.
...Ela agradece.
… Silêncio…
Continua, sim.
… Silêncio…
Pergunta: a que é que corresponde o chakra da
garganta, uma vez que esta irmã sente muitas vezes a garganta a arranhar?
Mas é recente ou é alguma coisa constante
ou antiga?
É recente, coisa de há
uns meses para cá. Não sinto dores.
A garganta é o lugar da expressão mas
também, em certos casos, da eliminação que nem sempre ocorre por baixo ou pela
pele. Logo, trata-se de alguma coisa que está a ser expulso. Exprimo-me
propositadamente em termos gerais, a fim de não te puxar para a pessoa e para a
fisiologia da pessoa, mas antes para uma biologia da Eternidade. Por exemplo:
dói-te a garganta, há qualquer coisa que arranha na garganta, podes fazer o que
eu disse na primeira parte em relação às Estrelas e às Portas que estão nesse
sítio. Podes, por exemplo, tentar entre a porta ER e a Porta que está acima da
garganta, a nível do sulco debaixo do nariz, o décimo primeiro corpo.
… Silêncio…
Chegámos ao fim do nosso tempo.
Então, digo-vos “Até breve!”.
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Tradução do Francês:
Maria Teresa Santos
https://lestransformations.wordpress.com/2018/03/04/bidi-partie-6-fevrier-2018/PDF (Link para download) : bidi - Parte 6 - Fevereiro 2018
O importante é o que é vivido, o que é sentido, a percepção e não a compreensão. A compreensão representa trazer o Desconhecido até à pessoa.
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É que o processo de Ressurreição é colectivo, e tive o cuidado de dizer que nem todos o podem sentir, de momento. Isso será profundamente diferente durante e após o Evento.
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Ninguém lhes pode escapar, esteja onde estiver na Terra, no Sistema Solar, até. Viu-se que os Anciãos foram também, não digo afectados, mas que beneficiaram disso, o que é normal; eles estiveram encarnados. Mesmo os Arcanjos, que nunca estiveram encarnados, o vivem.
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Quanto mais a Ressurreição se revelar, mais fácil será constatar que não vos será possível voltar a olhar para um ecrã, para uma televisão ou usar as tecnologias.
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Claro que os progressos técnicos, médicos, parecem-vos inacreditáveis; a esperança de vida aumentou. Mas para que serve viver mais tempo numa coisa que é ilusória?
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Não são as vossas prioridades, há apenas uma, a escolha entre duas: a pessoa ou a Eternidade.
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Enquanto julgardes ser ainda uma pessoa que evolui dum ponto A para um ponto B, não vos será possível encontrar o tempo zero, isto é, o Instante Presente, o Aqui e Agora, na totalidade da Evidência.
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Não há nenhuma autenticidade na pessoa, mesmo na mais moralizada. A única autenticidade é a evidência da Ressurreição.
Olá, à todas as almas amigas que sempre estão à servir de um modo ou de outro!
ResponderExcluirEu gostaria de perguntar sobre os intervenientes...
As mensagens canalizadas pelos intervenientes são ainda canalizadas pelo Sr Jean Luc Ayoun ? Ou são outros canais ?
Desde já agradeço muito além de palavras !
Abraço de coração para coração!
Olá, Sol Interior, o canal continua sendo o JL, sim.
Excluir...Através da minha Libertação, eu libertei-me, portanto, do tempo e da história. E convosco é igual, neste período. Eu não estou acima ou mais alto ou mais longe; estou, pelo contrário, presente no vosso Coração do Coração porque eu sou a testemunha, não da história - eu não sou Cristo, não sou a Fonte, não tenho atributos-, eu sou a Liberdade total, o Amor total, a sabedoria total. Sou-o desde toda a Eternidade, COMO VÓS.
ResponderExcluir***
Grata Maria Teresa, Egídio e Amigos colaboradores.
Em Alegria, Sara.
E para os que vivem a evidência da Ressurreição, da Alegria, é bom de ver que não pode haver comparação possível entre essa Beatitude, essa Alegria, essa Bem-aventurança existente e o mundo, por mais prazer que ele vos possa proporcionar.
ResponderExcluirGrato Maria Tereza
Rendo Graças