Áudio da Leitura da Mensagem em Português - por Noemia
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Bidi está convosco e em
vocês.
Agora que o desconhecido
bate à vossa porta, já não há distância nem separação entre Bidi e cada um de
vocês.
Assim é a Consciência nua
que se revela em todos e em cada um, de muitas formas, levando a considerar o
que são na Verdade, e não mais o que acreditam ser, limitados por uma forma,
pelos ciclos entre sono e vigília e pelos ciclos das reencarnações que apenas
concernem a pessoa.
Hoje descobrem que são a
fonte dessa Consciência, que sempre aí estiveram, como testemunho e observador,
como Eu Sou Um.
Agora que os véus são
removidos pela dinâmica das estrelas, tanto nos vossos céus como em vocês, a
Verdade revela-se como Beleza e Esplendor, muito anterior e muito mais evidente
que qualquer amor desse mundo que vos tenha sido dado a conhecer, porque esse
Amor é incognoscível, não corresponde a nenhuma lógica, nem a nenhuma realidade
desse mundo que é ilusório.
Vocês são o Coração e a
Fonte do Amor. São a Consciência antes da primeira manifestação, que porta em
si, na verdade, do mesmo modo e em simultâneo, a semente da totalidade dos
possíveis, da totalidade das formas e da totalidade dos mundos.
Mas vocês são anteriores
aos jogos da consciência, qualquer que ela seja e em qualquer mundo que seja.
Esse Inefável, qualquer
que seja a sua intensidade em cada um de vocês, não pode ser aproximado nem
descrito por nenhum conceito.
Apenas a poesia poderá
exultar a alma em direção ao Espírito, e fazer com que ele se revele.
Nenhum conceito, nenhuma
crença, nenhum conhecimento adquirido anteriormente poderá ser útil na
revelação do processo que decorre.
A pessoa não pode aí ter
algum lugar.
Não é ela quem decide.
Apenas pode resistir à evidência do Amor, por inconsciência ou por sua própria
vontade, mas enquanto guardarem em vocês qualquer ponto de comparação dentro do
que vos é conhecido, nesse momento o desconhecido não poderá revelar-se
completamente.
Mas mesmo que isso seja
fragmentado, não há melhor evidência do que a vossa vivência como testemunho
dessa Luz e dessa Verdade, desse Amor inefável, que não é acompanhado por
nenhuma história, por nenhuma forma, e que sempre esteve aí, que nunca se
afastou e que no entanto estava obscurecido pelos jogos da pessoa e pelos jogos
desse mundo.
Mas tal como já sabem, os
jogos desse mundo foram falsificados. Não serve para nada aí voltar pois vocês
são anteriores a tudo o que foi falsificado e são anteriores à primeira
emanação desde o Absoluto.
Vocês são o Absoluto.
Aquele que não conhece nenhuma história, nenhuma pessoa, nenhum mundo, nenhuma
dimensão, aí onde tudo é perfeito, onde tudo é perfeição. No entanto para o ego
isso é o ego, para o ego é o vazio, para o ego é o Nada, e que na realidade,
nada mais é senão a primeira Verdade, que se vive hoje e se traduz pelo
testemunho e pelo Silêncio.
O que quer que façam e o
que quer que digam, o Silêncio permanece; não se trata de uma metáfora, mas é
bem a concreta realidade do que é vivido para além do ponto de vista do
observador ou do testemunho.
Depois da refutação, onde
foi afirmado que não somos nada do que passa, nada do que nasce, nada do que
morre, agora não há mais nada para refutar pois até mesmo esse efémero é visto
e vivido dentro da Eternidade, qualquer que seja o grau de conscientização que
em vocês actualizaram.
O espaço em que vivem e o
tempo em que vivem actualmente, é a ilustração dessa fusão onde a Eternidade
retoma todo o seu lugar, o qual na verdade nunca abandonou senão através do
ponto de vista do ego, privado do verdadeiro conhecimento que é incognoscível
para esse mundo.
O que vocês percebem e o
que vivem em qualquer intensidade que seja, é a única Verdade.
Essa única Verdade, hoje,
tal como antes, não pode ser fruto de uma busca, de uma cogitação ou de uma
experiência. Trata-se de uma fulgurância que quando é vivida, faz com que vocês
se reconheçam, não mais através de uma forma, de um jogo social, dos vossos
afetos, dos vossos sentimentos, das vossas relações nesse mundo, mas muito para
além de qualquer mundo, aí onde tudo é verdade, aí onde não pode existir a
mínima contradição, a mínima comparação, aí onde vocês vêem apenas a real
perfeição do que poderia talvez parecer ainda imperfeito do ponto de vista da
pessoa.
É realmente e
concretamente essa mudança radical do ponto de vista que vos faz viver essa
Evidência , essa essencialidade do que sempre aí esteve.
Os resultados, na vossa
vida, são profundamente diferentes para cada um, como é evidente, mas no
entanto há uma constante, que é experimentar, é sentir, essa Paz, essa Alegria,
essa Verdade, essa Evidência, como sendo a única real, verdadeira e que nunca
passará.
Não se trata apenas de uma
experiência ou de uma conexão com a Eternidade, mas da instalação da
Eternidade, aqui mesmo, mesmo no que é falso, no que nasceu e que morrerá um
dia, pois vocês sabem que o que realmente são não morrerá jamais.
Apenas a projecção
desaparece, deixando de ser alimentada pela Luz, mas não se esqueçam que não
são nem a personagem, nem a sombra, nem mesmo a Luz no vosso exterior.
Nessa verdade, de qualquer
maneira, não pode existir a menor diferença entre interior e exterior, mesmo
essa noção de dentro e fora deixa de fazer sentido e apenas traduz a ilusão
completa do ego, que é sempre condicionada pelo passado, pelo medo do futuro,
pela história, pela necessidade de uma representação, pela necessidade de um
estatuto dentro de um grupo, qualquer que seja esse grupo.
Tudo isso deixa de ser
verdadeiro desde o momento em que se revela a Consciência da Eternidade, essa
Consciência nua, percebida para além de qualquer visão, para além de qualquer
percepção, como para além de qualquer experiência, em que vocês conseguem ver
com mais ou menos facilidade, que aí estão e que nunca deixaram de aí estar.
Apenas o ponto de vista
estava mascarado, pelo que vocês chamam ego e que eu chamo convosco o corpo
físico, o saco de carne, o mental, o complexo mental ego-corpo, que não pode
senão acreditar que é imortal, levando com isso a pessoa a aderir a sistemas
filosóficos, a sistemas religiosos, a todas as histórias, quaisquer que sejam.
Vocês são anteriores a
qualquer história, vocês não têm princípio nem fim e é isso que se actualiza
agora para cada um, quer já o tenham percebido ou ainda não.
O que é desconhecido, como
sabem, mete medo à pessoa. Precisamente porque esse desconhecido não é
cognoscível, não pode ser conceptualizado, nem sentido.
É nesse sentido que o
nomeamos Evidência, e que eu chamava, no meu tempo, o Parabrahman, o que é
anterior à Luz, e de onde vem a Luz.
Não se esqueçam de que não
se trata de um conceito, mas é a Verdade e quando essa Verdade se volta a
viver, digo bem, todo o resto desaparece, mesmo se o corpo ainda aí está, mesmo
que tenham um envolvimento familiar, social, societal e com obrigações a
cumprir, isso não impede em nada essa Verdade, levando, muito simplesmente, a
sentir com leveza a adesão às histórias pessoais, a adesão às crenças, aos
conceitos, às ideias, porque nessa Verdade, nesse conhecimento revelado, vocês
não poderão mais ignorar que tudo é ilusão, porque vocês o vêem realmente e
concretamente, e é isso que vivem.
O Espírito da Verdade, ao
qual chamaram Paracleto, e também Impessoal, canta em vocês cada vez com mais
frequência. A lembrança da vossa Eternidade, a sua Presença cada vez mais
constante, essa Alegria, essa serenidade ou essa Paz, conforme a sua
intensidade, são os marcadores indeléveis do que reencontraram e que não
precisa de ser procurado.
Como sabem, apenas é
preciso retornarem, do que vocês chamam exterior para o que chamam interior e
então poderão ver que o interior também está fora e que o exterior também está
dentro.
Não há separação, não há
dois, há apenas Um, não através da proclamação ou da declamação de um decreto,
de um pensamento ou de uma ideia, mas como uma íntima convicção que é vivida
real e concretamente.
É algo que é real, porque
nunca nasceu nem morrerá jamais.
Nesse reconhecimento de
vocês mesmos, ao qual chamam Ressurreição, vocês conhecem a primazia do
Silêncio, a primazia da Liberdade, a liberdade da Autonomia onde se tornam o
vosso próprio mestre, onde a Vida se torna o vosso Guru.
Vocês vivem a
Independência, já não podem enganar-se sobre o que é falso ou verdadeiro,
porque não há nada para comparar, porque isso é incomparável, não pode ser
suposto com a mesma unidade de medida, sendo um, finito, o que é mortal, e o
outro sendo Infinito, o que é Imortal pois que jamais nasceu.
O que resulta daí é o
vosso reconhecimento, o vosso reencontro com a vossa completude, na vossa
plenitude, assim como na vossa vacuidade.
Assim a vossa vida se vive
por si mesma.
Vocês estão presentes mas
não estão aí implicados. Vocês estão presentes mas sabem que não há nada para
ser salvo, nem dentro nem fora, pois já está tudo aí.
Não procurem aplicar isso
como um conceito, mas vivam a sua quintessência e a sua Verdade. E lembrem que
para isso deverão desembaraçar-se, nesse momento, de todos os pontos de vista,
de todo o passado, de todas as crenças. Já não é mesmo preciso que se
desembaracem do vosso mental pois ele já não consegue ser um obstáculo. Apenas
os hábitos da rotina efémera, podem ainda representar uma certa opacidade à
verdade indelével que é reencontrada.
Nessa Consciência nua,
para além da Evidência da Paz e da Alegria, há um sentimento bem real de
lucidez, de respeito, de evidência da não dualidade, quer seja na vossa
postura, espontânea, quer seja na vossa relação convosco mesmos, ou com tudo o
que parece exterior, que representa a mesma qualidade, a mesma intensidade e a
mesma retidão.
Já não é possível, e será
cada vez menos possível, desempenhar um papel, manter um estatuto, ou qualquer
mentira. A verdade é nua, assim como a Consciência é nua, sem atributos, sem
forma.
Apenas a Alegria, a
Verdade, a Evidência, se propagam por todo o lado, dentro e fora, pois não há
diferença.
Podem constatar e
constatarão, se a oportunidade no tempo vos for oferecida, que cada dia que
passa, vê reforçar-se essa Evidência, ou essa Paz, ou essa Alegria. A
Evidência, a Alegria ou a Paz tomando então todo o espaço e todos os tempos, a
fim de os resolver num mesmo ponto central no Coração do Coração, nessa
Consciência nua que, como lembro, é antes de tudo Felicidade e Completude, que
não precisa de ser demostrada, ou projetada em qualquer exterior, porque esse é
um processo natural, espontâneo e livre. E em qualquer um de vocês. Isso não
depende da vossa pessoa, de uma ferida, de um sofrimento, ou de uma busca.
É sobretudo a imobilidade,
o Silêncio, o acolhimento incondicional da Verdade, que vos permite reencontrá-la
com cada vez mais leveza, com mais Alegria, com esse Amor incondicionado.
Apenas podem reconhecer
vocês mesmos e pôr um fim à impostura da pessoa, do seu carma, das suas
evoluções.
Tudo foi perfeito desde
sempre e vive na Eternidade, qualquer que seja o futuro dessa forma, desse
mundo, da vossa história ou de qualquer história. Vocês são anteriores a
qualquer história. Diria mesmo que vocês são o suporte de todas as histórias e
isso não representa nenhum peso, porque o Amor é Leveza, porque o Amor
verdadeiro não pode ser sobrecarregado com nenhuma ideia, com nenhum peso, com
nenhuma forma, e permite que vocês se reconheçam realmente e sinceramente, em
todas as formas pois que nada fica excluído de vocês, mesmo dentro dessa
ilusão.
Desde o grão de areia até
ao meteorito que cai, desde a criança que nasce até ao idoso que morre, não
existe nenhuma diferença, pois que tudo está colorido pela Verdade e pela
Leveza do Amor.
Sem Amor, nenhuma
consciência poderá existir. E para além da pessoa, há a mesma qualidade de
consciência no grão de areia, na criança ou no idoso, no amado ou no inimigo.
Não poderão sentir aí qualquer diferença pois irão descobrir que não existe
nenhuma diferença, excepto nas projeções da pessoa, do ego e da história.
Realizando isso, de forma
brusca ou de forma progressiva, é indiferente, pois a finalidade é o regresso à
Verdade, a finalidade é o fim da crença nisso, numa pessoa ou num mundo
qualquer que seja.
Podem constatar que tudo,
sem qualquer excepção, provém de vocês.
Vocês estão sozinhos no
mundo e cada um está sozinho. O sozinho torna-se válido e é bem no vosso íntimo
que se revelam todos os íntimos, e se colocam então todas as relações, na
Verdade do Amor, da Consciência nua, e não mais através da coloração da história,
das crenças, das reivindicações ou dos afectos, quaisquer que sejam.
Essa imutabilidade não é
uma palavra vã nem um conceito, nem uma ideia. É a realidade inextinguível,
permanente, do que vocês são, aí, onde não pode existir a avidez, a sede, a
necessidade de algo mais para além dessa Verdade.
Essa verdade una certifica
então por si mesma, que tudo é Um, como sabem. Não se trata de uma declamação,
ou de uma crença para aplicar, mas com efeito, hoje é para se viver,
concretamente, sem restrição, sem condição. Compete a vocês verifica-lo,
vivendo-o.
Ninguém poderá levar vocês
ao outro lado da ilusão, onde reside a Verdade. Isso necessita, tal como vos
foi dito através de diferentes termos, mais usados pelas religiões, de uma
Ressurreição, precedida de uma crucificação. Essa linguagem simbólica, leva à
história ocidental, e aos ocidentais, mas para além de qualquer história, de
todo o conceito, de toda a religião ou de toda a filosofia, a Verdade que é
experimentada no vosso Coração, não é uma cogitação, não é o resultado de uma
vibração, não é o resultado de uma qualquer abertura, de um chacra ou de
qualquer estrutura que seja, mas é reconhecer a Evidência.
E lembrem-se que não é a
pessoa que pode reconhecer a Evidência, bem ao contrário, pois é ela que quer
estar em cena. Mas é quando a pessoa se afasta, que a Verdade se manifesta e
para isso não há melhor localização que ficar no Momento Presente, e na
instantaneidade de todos os tempos.
Devem estar livres, nos
momentos em que a Luz chama.
Quando vocês sentem, mesmo
se isso dê medo, que acontece algo que não é da ordem do sensível, que não é da
ordem da energia, que não é da ordem da vibração, e que no entanto é bem real,
isso vos posiciona naturalmente, aí onde a Verdade é vivida e observada.
A partir do momento em que
não há ideias pré-concebidas, a partir do momento em que deixa de haver
objectivos, desde o momento em que vocês se tornam realmente e concretamente
indolentes, então, aí, tudo se revela. Lembrem-se que, de agora em diante, não
há nenhum mental, nenhum carma, nenhum medo que possam bloquear isso.
Há simplesmente, diria, a
vossa postura. Se existe ainda a menor ideia, o menor pensamento de adesão a
uma pessoa, a vossa, a uma história vossa ou no vosso exterior, vocês não
poderão ser totalmente livres.
Apenas poderão
experimentar estados que se sucedem mas que não conduzem nunca ao Silêncio, à
imobilidade e ao Contentamento. Levam a um contentamento efémero, que não se
instala, que não é reconhecido como uma Evidência, mas que não é senão a
consequência de um sofrimento ou de uma carência.
Na Consciência nua, não
existe nem sofrimento, nem carência, nem forma, nem mundo. Há o gozo do êxtase,
ou da íntase, onde nada pode ser definido, nem mesmo expresso, sem que seja
mascarado ou falsificado.
O Silêncio, esse silêncio
especial, que vivem muitos de vocês, é um ponto de referência maior, do que
está em vias de se reencontrar e que nunca desapareceu.
Esse Silêncio representa a
melhor atitude de acolhimento incondicional do que a vida e a Consciência vos
dão a viver e vos mostram.
Agora já não é tempo de
analisar as diferentes consciências, nem de explicar os seus atributos.
Isso tem sido feito
durante milénios e isso foi feito durante a minha encarnação tal como foi
também feito recentemente.
Mas hoje já não é o tempo
de qualificar, de quantificar. Não é mais o tempo de medir, não é mais o tempo
de acreditar ou não acreditar, é o tempo de se reconhecer na Evidência.
E lembrem-se que se isso
representa um esforço isso vos afasta.
À medida que a Evidência
se revela, gradualmente ou brutalmente, podemos constatar que não há nenhuma
distância, que não há separação, e que isso sempre esteve aí.
Essa é a Verdade. Não há
nenhuma outra porque essa evidência não é fundada sobre conceitos, não é
fundada sobre a pessoa, mas unicamente sobre esse desconhecido que é
reconhecido.
Não são precisas nem
palavras, nem imagens, nem análise. Vocês não precisam de nada.
Se vos parece precisar de
alguma coisa, então não estão aí.
Não há melhor momento do
que o instante presente. Se realmente estiverem no momento presente, nenhum
elemento vindo da história, nenhum elemento vindo dos conceitos, da energia ou
da vibração poderão interferir.
A Verdade é então despida.
Recordem, mesmo se isso
parece árduo como pessoa, que nada é mais evidente, que nada é mais simples do
que isso, hoje.
Tudo o que eu pude dizer
na minha encarnação, tal como nestes últimos anos em vários momentos, estava
destinado ao que se vive agora, mesmo se alguns de vocês viveram, através do
testemunho e da refutação, a Liberação do sentido e da ideia de ser uma pessoa.
Mas a história sempre
estava aí. E agora já não há a história, não há mais nada para contar, não há
mais nada para acreditar, não há mais nada para seguir. Porque tudo está
realmente, completamente e objetivamente, nesse saco de carne, nesse templo se
vocês preferem, no vosso interior.
Afastem-se das agitações
do mundo, das agitações da pessoa.
Muitos conselhos foram
dados, como o silêncio, a natureza, as árvores. Antes de tudo, ir para espaços
no vosso interior, mas também ir para espaços que o representam, ao vosso
redor, lugares onde reina o silêncio, onde reina a natureza, e onde o homem não
tomou aí o lugar através da sua personagem, através das suas histórias, através
das suas memórias coletivas e individuais.
Na Evidência não há
nenhuma memória. Mesmo se todas as memórias estão presentes, elas já não
interferem com a Verdade.
Então sim, há aí uma forma
de leveza, uma forma de elegância e então, as palavras que vocês pronunciam,
assim como aquelas que eu pronuncio agora, já não são o testemunho da vossa
pessoa, mesmo se exprimem coisas da vossa pessoa, mas são o testemunho da
Verdade.
Qualquer que seja a vossa cultura,
qualquer que seja o vosso vocabulário, isso não muda nada. É a mesma Verdade,
que está para além de qualquer linguagem, de qualquer cultura, e sobretudo de
qualquer projeção, de qualquer ideia, livre de qualquer pensamento.
A Consciência não está
mais presa, não está mais fixa, nem a esse corpo, nem à história desse mundo.
A Consciência é livre e é
fixa na imobilidade, dando a descobrir a totalidade dos possíveis, a totalidade
da verdade, anterior a qualquer forma.
Não esqueçam - e estejam
atentos às minhas palavras porque, nesse sentido, o meu discurso vai mudar -
que será preferível usar expressões mais simples, sem conotação relacionada com
qualquer espiritualidade.
Quando eu digo “será
preferível”, é também o que vocês irão constatar por vocês mesmos a partir do
momento em que é a Eternidade que conduz o desenrolar da vida, que, como vos
lembro, não é para viver a sua vida, mas deixar a vida vos viver.
Isso é Graça, Elegância,
Beleza.
Não é porque tudo se torne
perfeito como na tela de um quadro, mas porque tudo é perfeito na imobilidade
da Consciência.
O que quer que aconteça, o
que quer que se apresente para viverem, isso não faz nenhuma diferença.
A história desse mundo, a
história da vossa pessoa, assim como todas as histórias desse mundo, de alguma
forma, ficam afastadas perante a intensidade da vossa Verdade.
Ai há efectivamente uma
fusão, mas do ponto de vista do ego, uma forma de disjunção, de separação, por
vezes dolorosa, podendo produzir o medo de não conseguir aí chegar, de não conseguir
vive-lo.
Isso vem dos conceitos da
pessoa e impede, literalmente, de ver a Verdade que são.
De qualquer forma, não há
nada para buscar.
Muito mais do que antes,
pois toda a busca, qualquer que seja, concernindo o Espírito, conduzirá
necessariamente ao fogo do ego e não ao fogo da transubstanciação que vocês
vivem, e as consequências são muito diferentes, como é evidente.
No caso do ego e da
pessoa, há gesticulação, há a necessidade de provar isso, há a necessidade do
olhar do outro, há a necessidade do reconhecimento do outro, enquanto que na
Eternidade, na consciência nua, nada disso pode manifestar-se nem ficar na
dianteira, mesmo num simples conceito, o que quer dizer que a Evidência está de
tal forma em ação, de tal forma forte, que nada mais pode existir ou mesmo se
manifestar.
Tomem atenção, que se
vocês não o vivem ainda, é preciso aceitar que o que está na dianteira é ainda
a vossa personagem, a vossa história, as vossas crenças, os vossos desejos e
projeções.
Se há ainda desejos,
projeções ou medos, isso quer dizer que o sacrifício ainda não foi feito. Que
vocês de alguma forma querem dirigir. Que vocês querem controlar.
Isso não é para criticar
mas simplesmente para ver.
Lembrem-se que nada do que
é verdadeiro pode ser conhecido no seio da pessoa. Nada do que é eterno pode
ser tomado na consciência efémera. Isso não se tratará jamais senão de uma
crença e não de uma vivência.
Mas tudo isso, mesmo se
vocês não vivem ainda a vossa Ressurreição, é apresentado sobre o ecrã da vossa
consciência, pelas circunstâncias da vossa vida, pelas circunstâncias do vosso
corpo, pelas circunstâncias dos vossos pensamentos, por tudo o que concerne a
pessoa.
Nós sempre avisamos que
ninguém para além de vocês mesmos podia encontrar a Verdade. Porque a verdade
que é dita do exterior, não é a Verdade vivida.
Apenas quando é vivida, na
intimidade e na Verdade, é que a pessoa deixa de estar na dianteira da cena.
Do mesmo modo que agora, a
história, a vossa como aquela do mundo, não representa mais nada em face da
evidência da Verdade, em face à nudez da Consciência, e ao Amor que se imprime
e se exprime.
Amor que vocês não podem
confundir com nada mais, e sobretudo não com o amor humano mesmo que seja o
mais perfeito.
Porque este Amor,
incondicionado, nu, não se pode restringir a nenhum personagem desse mundo, a
nenhuma forma desse mundo.
Aquelas que foram chamadas
Estrelas e aqueles que foram chamados Anciãos, disseram isso, quer através da
tensão para o abandono de Hildegard, quer através da retitude do irmão K ou de
Sri Aurobindo, ou através de alguns yogas.
Todos esses elementos
tiveram uma história que permitia que se aproximassem do fim da história.
Hoje vive-se a
Ressurreição; é uma certeza, o que quer que seja que estejam a atravessar, quer
seja a totalidade, quer algumas aproximações, ou nada de todo, isso não muda
nada perante a realidade da mudança coletiva que se está a desenrolar.
Mudança que não é
propriamente uma mudança mas uma ruptura total com os esquemas de funcionamento
desse mundo.
É por isso que eu sempre
disse que isso não podia ser conhecido pela pessoa, pois é justamente a pessoa
que quer estar em cena e que vos mascara isso.
É neste sentido que em
certo ponto da vossa Ressurreição vocês não podem senão constatar a fraude das
religiões, a fraude da espiritualidade, e que apenas o que é verdadeiro é a
Consciência.
Não há nada mais se não a
Consciência que tem a sua Fonte na a-consciência. Não se trata de expressões,
não se trata de conceitos, não se trata de objetivos a atingir, mas é a Verdade
do Instante Presente.
Os seus resultados, claro,
são, antes de mais, o sentimento de completude, onde não há nenhuma carência,
não no sentido da pessoa, mas no sentido da Consciência.
E, tal como eu disse, não
pode aí haver distinção entre uma consciência e outra, porque tudo é Um, e, em
definitivo, não há senão uma Consciência. Uma apenas e única, fragmentada em
milhares de possibilidades, em milhares de mundos, em milhares de experiências.
Mas vocês, vocês são anteriores à primeira emanação da Consciência.
A diferença entre aquele
que vive totalmente a sua Ressurreição e aquele que ainda não a viveu, ao menos
em parte, é a certeza da Evidência, ou a vivência do Amor, que deixa de estar
nas atenções, nos olhares, nas posturas ou nos escritos, mas na Verdade da
vossa Presença, que não precisa de nenhuma expressão, de nenhum conceito, de
nenhum ornamento, de nada de especial, não precisa nem de velas, nem de
incensos, nem de rituais, nem de protocolos.
Apenas é preciso que se
rendam à evidência. Não é preciso para isso nenhum utensílio, nenhum conceito e
acima de tudo de nenhuma espera.
Porque se vocês pensam que
é preciso esperar algo, isso prova que não estão no momento presente.
Então, é claro que neste
processo da Ressurreição, muitos de vocês descobrem com estupefacção o mundo
real, aquele do Amor, aquele onde a densidade não tem nada a ver com esse corpo
de carne; pelas Presenças ao vosso redor, pelas experiências, pelas visões.
Mas tudo isso são apenas
manifestações da Evidência, não fiquem presos a isso. Perdurem bem mais nessa
Evidência.
Isso não quer dizer que é
preciso recusar o que a pessoa tem a viver nem o que a consciência livre tem a
viver mas é para ver que são coisas que passam.
Vocês não passarão jamais,
o que vocês são não passará jamais. Vocês são a explicação, vocês são a
compreensão, vocês são a única Verdade. Nada mais há. Todo o resto é filme,
decoração, distrações.
Não há paraíso nem
inferno, há apenas vocês mesmos.
É esse olhar que renasce.
É isso a vossa Ressurreição. É nunca mais serem abusados pelo corpo, pela
pessoa, pelos objectivos, pelos medos, para que seja deixado todo o espaço à
espontaneidade da Vida, ao Amor que realmente são.
Quaisquer que sejam os
sintomas ou as vibrações dos vossos corpos, no que foram chamados durante estes
anos as Portas, as Estrelas, os Chacras, não é preciso agora que se interessem
por isso, porque isso está aí naturalmente, mesmo se tenha nomes específicos. O
importante não é o nome, nem a anatomia, mas a função. E essas funções são a
prova direta da vossa Eternidade.
Não há nada para elucidar.
Mesmo se muitos de vocês
recebem espontaneamente vibrações, visões, contactos, não esqueçam que isso
apenas é destinado a encontrar a Verdade e não para acumular experiências,
mesmo que elas sejam proveitosas para que vocês se aproximem de algum modo da
Verdade.
Mas nenhuma experiência
vos levará a viver a Verdade.
Apenas o Silêncio, a
imobilidade, o sacrifício, permitem a Ressurreição.
Não imaginem um troféu a
conquistar, não imaginem uma recompensa em relação com uma moral, com uma
espiritualidade ou com uma religião, mas vejam aí simplesmente a Verdade nua do
que vocês são, que não precisa de se sobrecarregar com o que quer que seja
pertencendo a esse mundo, mas dando igualmente a responsabilidade da vossa vida
como desse mundo; o sentido da responsabilidade não é uma decisão moral mas um
posicionamento da consciência nua, que se faz independentemente da vossa
vontade, onde vocês não podem mais nem condenar, nem julgar, nem ter qualquer
ação sobre o Espírito. E poderão ver, de algum modo, que o interesse que
poderiam encontrar antes nos falatórios, nas discussões, nas conversas,
quaisquer que sejam, desaparece e dá lugar ao Silêncio.
É claro que, neste
processo, cada um tem um posicionamento diferente.
Há efetivamente tantos
mundos como indivíduos, tantos mundos como consciências e tantas consciências
como mundos.
O que é importante não são os jogos da consciência, repito, mas
sim a Fonte da Consciência, que é o que vocês são, a Fonte do Amor, que é o que
vocês são.
Desse reconhecimento tudo
se desenrola naturalmente, sem esforço, sem vontade, sem que seja preciso
escolher uma direção, mas simplesmente acolher, como foi dito e repetido, sem
julgamento de valor, tudo o que se apresenta sobre o ecrã da vossa consciência
UNA, quer isso seja do efémero quer isso seja da vossa Eternidade.
Não se prendam aos
detalhes, não se prendam aos sintomas, não se prendam às manifestações que
poderiam qualificar de místicas.
Atendei mais sobre a
posição da vossa consciência.
Vão para além de qualquer
manifestação assim como de qualquer perceção, para sentir a Alegria, a
Evidência e a Verdade.
Enquanto acreditarem que
essa Alegria, essa Evidência e essa Verdade são dependentes de alguma
atividade, das vossas possibilidades de alinhamento, ou de momentos
privilegiados, vocês não poderão estar aí de todo, embora estejam perto.
Há apenas os hábitos da
pessoa, as ideias e os últimos medos, que podem fazer obstáculo. Não se ocupem
disso, não se ocupem em compreender isso, mas simplesmente deixem o jogo da Luz
se fazer, e assim a vossa Eternidade e a vossa Ressurreição nascem por si
mesmas, se assim posso dizer.
De qualquer maneira, vocês
terão ocasião de observar nesse processo de Ressurreição, seja qual for o
estado, seja qual for o extrato que vocês vivem, que a partir do momento em que
a vossa vontade pessoal se aplica a isso, o Coração se fecha e isso é doloroso.
E que a partir do momento em que a vossa visão concerne essencialmente essa
perceção e essa vivência da Eternidade e da Consciência nua, a Alegria fica
cada vez mais presente, cada vez mais intensa.
É claro que isso não
impede de ter todos os incómodos da vida normal nesse mundo. Mas esses
incómodos não poderão mais incomodar, se assim posso dizer, a vossa
Consciência. Ela continua realmente e concretamente imutável na Eternidade.
A vida se desenrola então,
qualquer que seja o seu teor ao nível dos acontecimentos, das relações, das
ideias e dos pensamentos, mas isso é visto como qualquer coisa que passa, e
realmente é conscientizado como pertencendo ao efémero, de certo modo
indispensável enquanto esse corpo está aí.
Mas não precisa de nada
mais e sobretudo não precisa da vossa Consciência.
De algum modo, poderia
dizer-se que o vosso corpo assim como a vossa vida evoluem livremente.
Mas neste abandono e
sacrifício particular à Luz e à Verdade, o que fica a correr livremente, o que
se produz espontaneamente, qualquer que seja a natureza do que acontece,
apresenta a mesma leveza e a mesma evidência da Eternidade.
Vocês deixam de querer e
vocês deixam de poder entrar no jogo da dualidade, de ver sempre os prós e os
contras, o bem e o mal.
Porque não vivem senão a
inefável Verdade da Eternidade, onde não há mais qualquer espaço, mesmo dentro
desse mundo, para a noção de um salvador, de um instrutor, de um deus ou de
qualquer outra coisa, e aí a vossa responsabilidade é então total.
Vocês não poderão mais
mentir, vocês não poderão mais colocar máscaras, vocês não poderão mais
esquivar-se.
Vocês são inteiros, plenos
e ao mesmo tempo na vacuidade.
São insuficientes as
palavras para exprimir as vossas vivências.
Este é o preâmbulo do que
eu tinha para vos dizer.
É evidente que, quanto a
mim, poderia falar sem parar, mas é importante trocar impressões, agora e nos
dias próximos.
Não se trata de colocar
questões nem de dar respostas, mas diria mais de trocar impressões sobre o que
é vivido a fim de que cada um possa aí encontrar, diria, os últimos pontos de
apoio para o posicionamento da Consciência que se faz por si mesma.
É nesse sentido que vocês
podem dar testemunho da Luz e não através das vossas visões quaisquer que elas
sejam, não através das vossas revelações, quaisquer que elas sejam, mas
unicamente pelo reencontro com vocês mesmos.
Nada mais é necessário.
Não é preciso nenhum utensílio, nenhuma bagagem intelectual ou espiritual.
Como dizia o Cristo,
“deixem os mortos enterrar os mortos”, não fiquem presos ao que se afasta de
vocês.
Não tenham medo nem
amargura, mas voltem-se para essa Alegria que não depende das circunstâncias,
da vossa vida, dos vossos afetos ou das vossas ideias.
Então o que iremos fazer
juntos, é testemunhar a Luz, é testemunhar a Consciência verdadeira, mesmo se,
enquanto a pessoa estiver aí, é claro que restarão sempre imperfeições, do
corpo, das relações. Elas são inerentes a esse mundo. Mas elas serão
magnificadas e atravessadas pela Consciência nua, sem qualquer esforço.
É um abandono e é isso que
é importante. Não tanto os circuitos da Luz, não tanto as experiências, mas o
resultado dessa Ressurreição, observável por vocês mesmos, através de vocês
mesmos, com uma nova lucidez.
Lucidez que também pode
dizer respeito a espetos mais tangíveis mesmo no seio deste mundo, diria, pela
estrutura do vosso corpo de Eternidade.
Mas diria que mesmo isso,
definitivamente, não tem que vos preocupar, nem vocês se devem interessar por
isso, pois repito, é um processo natural que não precisa nem de esforço nem de
consciência propriamente dita.
Dar testemunho da Luz não
é dar testemunho da sua vivência, não é dar testemunho de si mesmo, não é dar
testemunho de qualquer modelo, espiritual, religioso ou filosófico que seja.
É simplesmente ser
verdadeiro e essa Verdade não é uma noção moral e ainda menos um esforço, e
ainda menos uma comunicação.
É o estado real, e esse
estado real emerge no seio da ilusão.
Nesse processo da
Ressurreição não há lugar para outra coisa senão a Verdade e a Verdade não
depende de nenhuma história, de nenhum cenário, de nenhum passado nem de nenhum
futuro. Ela depende unicamente da qualidade da vossa presença assim como das
vossas ausências.
E o que é que faz a
qualidade da vossa presença e das vossas ausências?
É a vacuidade, aí onde não
há mais nada, nem imagem, nem visão, nem experiência, nem o que quer que seja
que venha interferir com a Consciência pura.
E aí vocês são livres. A
vossa consciência é livre.
Então aí, vivendo isso,
não pode existir nem espera, nem impaciência, nem projeção.
Apenas têm que viver a
vossa vida porque a vida vos vive.
Ocupem-se do que a vida
vos dá como ocupação no plano desse mundo.
Hoje, o melhor serviço que
podem prestar, de algum modo, à vossa Eternidade, à vossa Ressurreição, é de
deixarem de se ocupar justamente com isso, de deixarem as interrogações, de
deixarem as explicações.
Guardem as interrogações e
as explicações para o que vocês têm para viver no efémero.
A Eternidade não precisa
de vocês pois ela é o que vocês são.
Apenas têm que se
reconhecer a vocês mesmos e não mais a se projetar num reconhecimento ligado à
vossa história, à vossa vida e às projeções.
Hoje, diria que nada é
mais simples para viver do que aquilo que foi exprimido durante anos como ponto
de vista. Não confundam o ponto de vista intelectual com o ponto de vista da
Consciência.
Mudem de ponto de vista.
Isso agora não precisa de nenhum esforço, não precisa de nenhuma busca, não
precisa de aderir, de acreditar ou de seguir, mas simplesmente, torno a dizer,
precisa que se reconheçam.
E vocês não podem se
reconhecer no que é conhecido, na vossa história, na vossa pessoa, nas vossas
crenças, nas vossas ideias.
Esse reconhecimento é
feito no desconhecido e não se trata de uma busca.
É justamente o afastamento
de toda a busca, o afastamento de toda a procura, e o acolhimento irremediável
da Verdade. Todo o resto, apenas são álibis, pretextos, diversões.
O único conselho que eu
posso dar neste período é para vocês manterem firmemente o ponto de vista da
vossa Eternidade.
Pois se olharem firmemente
para a vossa Eternidade, quaisquer que sejam os seus aspetos, a simples Paz, a
Serenidade, como a Evidência, ou a Alegria, isso não faz diferença.
Não peçam nada a essa Paz,
a essa Serenidade, a essa Alegria, a esse Êxtase.
Contentem-se de ver esse
ponto de vista da Eternidade e isso é suficiente para fazer crescer, se assim
posso dizer, a rapidez da vossa Ressurreição.
Hoje, mais do que nunca, a
Consciência tenta posicionar-se diferentemente. Isso faz parte das vossas
escolhas, isso faz parte do que vocês chamam a liberdade, o livre arbítrio. Mas
a Ressurreição é coletiva e vocês não podem escapar.
Isso é a sós com vocês
mesmos. E é nessa fusão definitiva e irremediável do efémero e da Eternidade,
que a vida dá a viver o vosso posicionamento. Aquele da vossa consciência.
Existe alguma necessidade
de jogo? Existe alguma necessidade de matéria? Existe necessidade de paz. Mas
essas necessidades não podem ser definidas pela vossa pessoa. Apenas podem
acolher esse desconhecido e ver então o que se desenrola, sabendo que, se o
vosso ponto de vista muda, e se dirige hoje, cada vez mais para a Eternidade,
conhecida ou desconhecida, de momento, de maneira Evidente, isso vai desaguar
na Ressurreição.
…Silêncio…
Das minhas primeiras
palavras, espero agora escutar vocês, não através de questões e sobretudo não
em relação com a vossa pessoa, mas espero, acima de tudo, os vossos testemunhos
e os vossos questionamentos sobre a Consciência.
…Silêncio…
Tenho também algumas
outras coisas para dizer, mas se assim quiserem, agora, iremos ficar na parte
que propus.
….Silêncio…
Se vocês não têm nada para
dizer, eu vou continuar a falar.
Mas não hesitem em tomar a
palavra.
Estão para isso
convidados, cordialmente, espontaneamente.
…Silêncio…
Quando estava incarnado,
dizia frequentemente, àqueles que chegavam ao pé de mim com a cabeça cheia de
conceitos, que a diferença, nessa época, entre eles e eu, era que eu tinha a
certeza que era o Todo. Que era Deus e que era o Diabo, que era tudo o que
quisessem menos essa pessoa.
Vocês sabem muito bem que
a maior parte das buscas espirituais, quer seja no Oriente, no Ocidente ou
em qualquer parte desse planeta, parte sempre de uma constatação de que há
qualquer coisa a realizar e qualquer coisa que falta.
Isso é uma mentira.
Nunca faltou nada a vocês.
Tudo foi sempre UM.
Em Uma Consciência.
Foi o aprisionamento e o
esquecimento, especialmente o esquecimento, que vos condicionaram de alguma
maneira, no nascimento e na morte, e vos levaram a acreditar que eram imortais,
através das noções de alma, de reincarnação, que apenas concernem a pessoa.
Ousem ser o que vocês são.
Para além de qualquer pessoa e de qualquer personagem. Sem referências e sem
demora.
Essa é a única Verdade.
Aí está a Consciência nua.
Aí está a Paz e em nenhum
outro lugar.
Caso contrário, é uma paz
que não dura, que apenas passa, ela também, e que não deixa senão decepções.
Na Verdade, não podem
existir nem decepções nem carências, nem buscas.
A Consciência nua, repito,
é Evidência. Mas não se trata de uma evidência mental, nem de uma evidência da
razão.
É uma Evidência da
Consciência, do Espírito.
Mas deixemos também cada
um de vocês livre para o viver ou não.
Vocês não podem levar
ninguém a não ser vocês mesmos.
Então ocupem-se de vocês,
para além da pessoa, a fim de que o desconhecido se faça reconhecer.
É isso o acolhimento. É,
de alguma maneira, a aceitação de que a pessoa é ilusória e, acima de tudo, de
que é ilusória a experiência dessa ilusão.
Mas é preciso desde já,
intelectualmente e mentalmente, fazer cessar a crença numa melhoria, numa
progressão, numa lógica desse mundo.
Quer seja uma melhoria
religiosa, quer seja espiritual ou filosófica, nada muda, não há nada para aí
fazer.
Trata-se aqui de
mecanismos íntimos da Consciência.
Não estamos na razão e na
lógica desse mundo e ainda menos nas leis desse mundo.
Vou então deixar um espaço
de silêncio, para ver se alguns de vocês se manifestam.
Volto a repetir: não
hesitem em tomar a palavra.
…Silêncio…
Como já disse, não existe
nenhuma distância entre cada um de vocês e Bidi, assim como entre cada um de
vocês.
…Silêncio…
Voltarei, mas num outro
dia, para falar dos atributos da Consciência nua, e em especial do Corpo de
Eternidade.
Não servia de nada falar
disso antes, enquanto isso não fosse vivido por um número suficientemente
grande de Irmãos e Irmãs incarnados.
Como sabem, hoje, tudo
mudou profundamente.
Não se trata de um
conhecimento livresco, mas de uma vivência que vos é própria e que me é
própria, desde toda a eternidade.
Aí onde não há diferença
ligada à história, ligada a uma dimensão ou a uma forma.
…Silêncio…
Questão : A Consciência é a Luz? É estar na Luz?
R.: Não é estar na Luz. É
ser a Luz. Porque desde o momento em que pronuncias essa frase “estar na Luz” é
que consideras que o ser não é a Luz. Ora o ser é a Luz. Então não pode estar
na Luz visto que ele é a Luz.
Qual era a questão?
Questão : A questão era saber se a Consciência é a Luz.
R.: A Consciência é Luz.
Mas, tal como disse é anterior à primeira Luz, à primeira emanação.
É a a-Consciência que está
na Fonte da Consciência.
A Consciência é pura Luz e
puro Amor. E não existe senão UMA.
Ou, para encontrar uma
analogia, mesmo se não é exacta, vocês têm a impressão de ser um corpo, de
habitar um corpo, que é constituído por milhares de células, e isso vos dá a
impressão de que elas formam um todo.
Mas será que uma célula do
fígado pode funcionar sem saber o que se passa numa célula de uma veia do pé?
Claro que sim. Cada célula
é sobreponível à Consciência. É apenas ao nível da Consciência, contrariamente
ao corpo.
Cada consciência, cada
fragmento da Consciência é consciente de todos os outros fragmentos.
É como se uma célula do
fígado estivesse consciente de todas as células do corpo e de todas as outras
partes do corpo.
O que não é, bem
evidentemente, o caso.
Mas a analogia é essa.
Vocês acreditam que habitam esse corpo que é um aglomerado heterogéneo e que no
entanto forma um todo homogéneo.
É o mesmo para a
Consciência. Tu não podes apresentar a ti mesmo à tua Presença. Tu não podes te
apresentar ao que tu és.
Não há conceito. Não há
coloração. Não há forma. É essa Consciência nua que é a sobreposição, a fusão e
a resolução, da consciência de vigília, da consciência Turiya, da consciência
do sono, do inconsciente e da supraconsciência.
A Consciência é Pureza.
Ela é Luz e anterior à
Luz.
Ela é anterior à forma,
mas necessita de uma forma para experimentar.
Todas as experiências se
desenrolam ao mesmo tempo, no mesmo espaço, nas mesmas dimensões, em
definitivo, não existem e ao mesmo tempo elas existem.
Isso é contraditório para
o vosso cérebro dual, mas é Evidência para a Consciência que se vive sem
cérebro.
Para o que se nomeou a
Consciência cardíaca, se assim vocês preferem, o Coração do Coração.
Todas as experiências da
Consciência que talvez vocês tivessem podido realizar desde há muito tempo, e
que foram agenciadas, pelos Anciãos, pelas Estrelas e pelos Arcanjos e pelos
outros Povos Intergalacticos, apenas foram o alimento para vos colocar no melhor
posicionamento para este reencontro, para esta fusão, para esta resolução,
entre o efémero e a Eternidade.
Quando falo da Consciência
Una e nua, é exactamente isso que se produz, pois que vocês fazem cada vez
menos diferença entre as diferentes facetas da Consciência.
Ela é então, realmente,
UNA, em vocês como ao redor de vocês, como por todo o lado.
A Consciência não é uma
forma. A Consciência não é uma cor, ao contrário da alma, ao contrário do corpo
físico, ou do corpo de Eternidade que inscreve a Consciência numa forma, numa
experiência, num jogo.
Até ao presente, durante
todos estes muitos anos desde a primeira descida do Espírito Santo, da devoção
da Shakti, estes mais de trinta anos de extratos sucessivos se foram
desdobrando assim como cascas de cebola.
Mas a análise das camadas
da cebola, das cascas da cebola, não permite conhecer a cebola na sua forma
exterior e real.
O mesmo acontece com a
Consciência.
Podem explorar uma faceta,
podem explorar todas as facetas, todos os mundos ou todas as dimensões. Isso
não muda nada.
Porque aquele que fica no
Absoluto, na a-Consciência, vive exactamente a mesma coisa.
É nesse sentido que cada
parcela de Consciência, cada mundo, cada dimensão, cada consciência de qualquer
forma, de qualquer natureza, de qualquer dimensão que seja, é a mesma
Consciência.
Lembrem-se de que em
nenhum momento o vosso cérebro pode conceber, imaginar isso ou pensar isso.
Isso resulta da vivência.
Vocês não podem colocar esse princípio esperando vivê-lo.
Definitivamente, tudo é um
jogo da Consciência.
Cada parcela ou cada
fragmento dessa Consciência una, joga o seu jogo, mas participa no jogo global,
na total liberdade, onde toda a acção é feita livremente, uma vez que está
religada à Eternidade. Nesse momento, não pode haver nem dualidade, nem ação -
reação.
Há, repito, a Evidência da
vida, a Evidência da Alegria, e assim, a vivência real da vossa Ressurreição,
de forma individual, antes de tornar colectiva, e em simultâneo.
Trata-se de um processo
gradual, completamente concluído agora, destinado a fazer com que vocês vivam
essa Verdade que vem pôr um ponto final em todas as verdades efémeras.
Vocês passam então, como o
arcanjo Anael disse, há alguns anos atrás, da verdade relativa à Verdade
Absoluta.
Questão: A alma é a mesma coisa que a
consciência?
R.: A alma é um aspecto
parcelar da Consciência. A alma é, antes de tudo, um intermediário entre esse
mundo e a Verdade. Para lá desses mundos ditos carbonados, a alma não existe, é
o Espírito que é imortal. No enclausuramento desse mundo, foi afirmada a
imortalidade da alma.
Isso é uma armadilha para
vos fazer esquecer o Espírito, o Paracleto, o Cristo.
Usem o nome que quiserem.
A alma não tem nada a ver com a Consciência nua. Ela é uma consciência
polarizada, colorida, permitindo exprimir na encarnação carbonada, colorações
particulares. E, sobretudo nos mundos enclausurados, portando nela uma memória
do próprio enclausuramento.
A alma deve então
voltar-se da matéria para o Espírito.
E essa alma é depois
consumida pelo Fogo do Espírito.
Quer isso seja pelo Fogo
Ígneo, pelo Fogo Vibral, pelo Espírito do Sol, tudo forma a Luz-consciência.
A alma tem então um fim.
Ela nasceu um dia e um dia desaparecerá.
Na Consciência nua, onde a
Ressurreição se vive, a alma já não está presente.
É o Espírito que se
exprime diretamente através do corpo.
Já não há uma coloração
histórica nem pessoal e essa é a prova indubitável de que a alma foi
dissolvida.
E, em todo o caso, nos
ensinamentos tradicionais, quer seja na Índia ou noutro lugar, sempre foi
descrito um processo, ilusório é certo, mas que foi nomeado Realização, que
corresponde à consumação do Corpo Causal, do envelope efémero, e também da
alma, vector e portador efémero.
Desde o momento em que o
Espírito vos é desconhecido, desde o momento em que já não faz parte da vossa
constituição, tal como foi declarado e proclamado por todas as religiões, então
aí vocês não são livres.
Vocês estão acorrentados à
alma. Vocês se tornam cada vez mais pesados, cada vez mais densos, e se
esquecem cada vez mais do Espírito.
Mas a alma não é o
Espírito.
A alma não é a Consciência.
Ela é um fragmento da Consciência Una, de uma certa coloração que permite a
experimentação nesse mundo.
Quando vocês morrem, não é
o Espírito que vocês reencontram. É a alma e todas as armadilhas ligadas à
alma. Os membros da família, as figuras religiosas, que vêm colocar-se entre
vocês e a Luz.
A alma não é real, é
apenas um médium.
No mundo, na sua
totalidade, teve uma finalidade. Mas não é imortal. Como vocês são puro
Espírito, no Absoluto, têm o Corpo de Eternidade à vossa disposição. Não é
precisa a alma. Não é precisa uma coloração. A única coloração dependerá de
onde estareis a experimentar a consciência, segundo a dimensão e a composição
subtil da dimensão que vocês experimentam. Mas a alma, não, para além dos
mundos carbonados já não existe esse intermediário.
A forma que é tomada
através do Corpo de Eternidade, adaptada a um determinado ambiente, é livre.
Ela submete-se
simplesmente ao ambiente do jogo, dentro das regras do jogo livre. E é tudo.
Por isso, vocês não acham
estranho que a palavra “alma”, tanto no oriente como no ocidente, passou para a
linguagem popular de tal forma que toda a gente fala da alma sem conseguir
descrevê-la.
É o exemplo típico de um
conceito adoptado colectivamente, e que não corresponde a nada, face à Verdade,
mas que corresponde a qualquer coisa
enquanto vocês são uma pessoa.
Há alguma outra questão?
Questão : E no entanto fala-se em
tanatologistas ( passadores de alma )…
R.: Os que ajudam a
travessia da alma…sim…eles têm uma utilidade, é claro que existem. Mas onde é
que passam as almas? Desse plano ao plano astral?
Nenhuma alma pode
atravessar o sol, porque o sol é o Espírito.
E enquanto estiverem
submetidos à alma não podem ser livres.
Vejam nas experiências
próximas da morte. De pessoas que saem do corpo e encontram um túnel onde há
seres que se interpõem entre elas e a Luz.
É esse o mundo da alma.
Um mundo privado da Luz,
onde a Luz é apenas um reflexo ao qual vocês chamam astral.
O alto astral. Onde ficam
sempre retidos os desencarnados, sempre num ponto de ilusões e de
aprisionamento.
Os tanatologistas apenas
ajudam a alma a atravessar do plano da Terra para o plano astral.
Mas o plano astral não é a
Luz.
Ser liberado da alma é ser
liberado da forma carbonada, depois de ter sido queimado o corpo causal e se
encontrar por detrás do sol, em Espírito e em Verdade.
Aí, onde não existem
ligações, às religiões, aos profetas, à família, aos inimigos.
Aí onde vocês são livres.
Então, os passadores de
alma são os que passam a alma de um plano para o outro.
Alguém já ouviu falar de
passadores do Espírito?
Isso não pode existir.
De qualquer maneira, todos
os livros dos mortos, quer seja no Egipto, na Índia ou em qualquer outro lugar,
descrevem esses extratos intermediários, que são efectivamente planos da alma.
Mas enquanto a alma não se
voltar para o Espírito, quer dizer, para o sol, não pode viver nenhuma
liberdade.
Porque está condicionada.
Ora, vocês não são a alma.
Ela é um veículo, tal como
o vosso corpo.
Vocês não são o vosso
corpo. Vocês estão dentro do corpo.
Diria mesmo que vocês
estão prisioneiros dentro dele.
Esse corpo apareceu um dia
e um dia desaparecerá.
Se vocês estiverem
identificados com o corpo apenas podem morrer e renascer, através do
intermediário, ou mediador, que é a alma.
A alma é um reflexo da
Luz.
Da mesma forma que as
entidades que são vistas antes do sol, apenas são reflexos da Luz, fantasmas da
Luz.
Mesmo se, ao regressar a
esse jogo de experiências, essa experiência seja suficiente para vos
transformar, e a faze-lo justamente pela noção de imortalidade.
Mas nem o corpo nem a alma
são imortais.
Apenas o Espírito é
imortal.
Aliás, é por isso que a
partir de agora prefiro empregar a expressão Consciência nua, em vez de fazer
referência à alma e ao Espírito, pois mesmo que tenham sido úteis, são
portadoras de todos os erros cometidos pela Humanidade.
Porque é que as religiões,
os sistemas filosóficos, vos falam de alma?
Há inumeráveis escritos
acerca da alma.
Não pode haver escritos
sobre o Espírito, excepto algumas poesias, que não pertencem a nenhum quadro de
referências, cultural, religiosa ou filosófica.
Podem ver que todos os
seres humanos vivendo sobre essa Terra, desde o momento em que há uma busca,
qualquer que ela seja, procurarão sempre sentir-se melhor, ficar melhor, quer
seja da sua saúde, quer seja sobre a Consciência, quer seja sobre a
espiritualidade ou alguma outra coisa.
E ganhou-se o hábito,
todos tivemos o hábito da noção de tempo, de período de tempo e de distância.
Mas o Espírito não conhece
nem períodos de tempo, nem distância, nem nenhum obstáculo.
A alma está inscrita no
tempo e sobretudo no tempo dessa Terra; o Espírito está afastado de todo o
tempo.
Então, nem todos têm o
mesmo conteúdo semântico para a palavra“ alma”, embora a alma exista para eles.
A alma, para os
muçulmanos, não tem o mesmo sentido que a alma dos hindus.
As experiências fora do
corpo, no oriente e no ocidente, são profundamente diferentes, segundo a
cultura e as crenças de cada um.
Num caso vereis Krishna,
no outro vereis Cristo, mas trata-se de fantasmas.
Não se trata da Verdade.
Mas é claro que, aqueles
que vivem isso e que não conseguiram passar para lá do sol, ficam convencidos
que isso é a única verdade.
E é a sua verdade, claro,
uma vez que não conseguiram atravessar o sol.
Eles não viveram a
Verdade.
E então, dão testemunho da
verdade relativa, ligado ao agenciamento invisível desde a Terra até ao que
vocês nomeiam mundo astral. Nada mais.
Qualquer que seja a leveza
vivida nesses planos, eles não são a Verdade. Mesmo que sejam esclarecedores,
mesmo que garantam a sobrevivência para além da morte.
Mas não esqueçam que o que
vocês realmente são jamais morrerá.
Questão : A alma está ligada a uma
família, mas o Espírito já não? O Espírito não está ligado a absolutamente
nada?
R.: O Espírito é livre.
A alma está ligada a
incontáveis coisas.
Às vidas passadas, às
relações cármicas, a tudo o que diz respeito à pessoa.
Isso apenas concerne o
astral.
Questão : O Espírito é livre, então
está sozinho?
R.: Sim, do mesmo modo que
neste momento se vive o estar a sós consigo mesmo.
Isso foi explicado pelos
Anciãos e preparado pelos Anciãos, pelas Estrelas, pelos Arcanjos.
O Espírito traduz-se,
agora, através dessa forma que ainda existe e à qual vocês chamam saco de
carne.
Esse saco de carne, corpo,
ou templo, pouco importa, segundo a vossa coloração, de pensamento ou de alma.
A majestade do Espírito é
um estado que aparece.
É a Ressurreição.
É essa Consciência nua,
essa Evidência, essa Alegria, que não é comparável com nenhuma outra.
Então, o Espírito é o
Reencontro.
O que é que isso
significa?
Como disseram os Anciãos,
é o fim irremediável do aprisionamento.
Questão : Então poderá dizer-se que o
Espírito está sozinho e é único?
R. : Tal como a
Consciência.
Há Uma Consciência e todo
o Espírito contém a totalidade do Grande Espírito.
Efectivamente apenas há Um
só Espírito.
Da mesma forma que há
apenas um só Tempo e tudo se passa num mesmo Tempo.
Isso é algo que vocês não
conseguem nem conceber nem viver, em consequência da curvatura do Espaço-tempo
nesse mundo.
Então, direis, qual é o
interesse de viver o Espírito? De viver a Ressurreição e a Consciência nua?
Não podem colocar assim a
questão pois não se trata de um interesse ou de uma vantagem.
É simplesmente reencontrar
a totalidade de quem vocês são.
Deixar de ser afectado
pelo mundo, pelo sofrimento, pela morte, pelo nascimento, pelas relações, pela
família, por todas essas noções que não correspondem a nada para o Espírito.
Questão : Sendo o Espírito sozinho e
único, ele não reencontra ninguém aí onde está?
R.: Ninguém existe. Não
existem dimensões na verdade Absoluta.
Mas tudo é visível. Isso
não quer dizer que seja o Nada.
É a vacuidade. É desse
Nada, desse turbilhão original, que saiu a Consciência.
Há Uma única Consciência.
Há Um único Espírito que se replica até ao infinito e que faz a experiência da
vida em uma qualquer dimensão.
É essa forma de religação,
de ressonância, que foi afastada desse mundo.
E lembrem que não serve
para nada conceituar.
Hoje em dia, acolham o
desconhecido e o Espírito se revela.
É tão simples assim.
Nenhuma preparação é
necessária, não é preciso nenhum ritual, nenhuma cúpula, e bem pelo contrário.
E aliás, vocês já sabem
disso.
Talvez muitos de vocês já
tivessem tido a ocasião de ver isso, ao seu redor, nalgumas Consciências que,
de um momento para o outro vivem a Ressurreição. Essa Consciência nua.
Lembrem-se que para a
pessoa e para a alma, o desconhecido mete medo.
Ele é o inimigo.
Quando o Espírito não é
visto nem reconhecido, então é vivido esse Fogo do Espírito como uma
destruição.
O que é efectivamente
verdade para a pessoa e para a alma.
Mas a destruição do
efémero não é senão o retorno à verdadeira Vida.
Vocês têm um problema e
nós todos temos um problema quando estamos em incarnação, antes de sermos
livres, que é precisar de representação, onde temos sempre a necessidade de
conceitos e acreditamos que ao melhorar esses conceitos e essas representações,
isso irá facilitar a vivência.
Isso é falso. Não há nada
de mais falso.
Vocês podem estudar todos
os sistemas religiosos do mundo, estudar teologia.
Acreditam que será com
isso que viverão a Verdade ou que compreenderão isso?
Não! Vocês apenas melhoram
a vossa pessoa.
Vocês a submeterão a
princípios morais, a princípios espirituais, a experiências, mas nada disso faz
parte da liberdade.
Repito, viver o Espírito é
viver a Evidência.
Uma Evidência que não se
submete a nenhuma definição e não aceita nenhum conceito.
Esqueçam, se assim
quiserem, esse conceito de alma e de Espírito, tal como eu vos convidei a
esquecer esse conceito de dimensões e essas entidades múltiplas e variadas.
Vocês são anteriores a
todas as entidades.
Então, todas as entidades
sem qualquer excepção apenas são vocês mesmos.
Cristo disse isso. “O que
vocês fizerem ao mais pequeno de vocês é a mim que o fazem”, e,
definitivamente, a vocês mesmos.
Isso quer dizer que na
medida em que rejeitarem ou tiverem alguma animosidade com um desconhecido ou
com alguém próximo, isso não muda nada, vocês não se reconheceram.
Mas não há nenhum programa
nem nenhum plano a levar a cabo para essa Ressurreição.
Apenas há que aceitar
deixar os conceitos, as experiências, as memórias, os hábitos.
Ficar aberto para o
desconhecido.
É o sacrifício.
E esse sacrifício,
enquanto vocês precisarem de compreender o que quer que seja, é porque não o
viveram na totalidade.
E isso foi explicado, para
vocês, ocidentais, para fazer como Cristo: “Pai, em Tuas mãos entrego o Meu
Espírito”.
E nesse momento poderão
dizer “Eu e o meu Pai somos Um“, não antes disso.
Quando emprego a expressão
Evidência, Consciência nua, é porque é isso que acontece.
A nível material, é
evidente que o sol nasce num determinado ponto e se põe num outro ponto.
É desse género de
evidência que eu falo, mas é uma Evidência que não pode ser conhecida pela
pessoa, nem através de conceitos, nem através de crenças, mas só e apenas
através do Amor.
Não de um amor do género
do que vocês têm vivido nesse mundo, mas de um Amor totalmente Desconhecido,
que se torna nessa Evidência, ao mesmo tempo que a Consciência nua.
Mas, acima de tudo,
lembrem-se que o Espírito jamais está na cabeça, que a Ressurreição jamais é o
resultado de um esforço, mas bem mais um relaxamento, um sacrifício, um
abandono, total e irremediável ao desconhecido.
Não existe outro meio.
É o que foi chamado o
último retorno da Consciência.
A Crucificação.
Mas não fiquem presos nas
palavras, que vos remetem sempre a uma história.
Hoje já não precisam de
recorrer a nada disso.
Porque a Evidência é
simples, porque a Consciência nua é Evidência e volto a lembrar que ela se
exprime melhor no Silêncio.
Ou então em palavras que
vocês não escolheram, que não foram vocês que criaram, mas que foi a Luz que
criou.
Chegámos ao fim do tempo que nos foi
concedido.
Então, BIDI vai dar
repouso às vossas orelhas, e BIDI vai despedir-se até quando quiserem, quer
seja até amanhã, quer seja até sempre, mas também até esta noite.
Até sempre.
***
A pessoa não pode aí ter algum lugar.
ResponderExcluirNão há separação, não há dois, há apenas Um, não através da proclamação ou da declamação de um decreto, de um pensamento ou de uma ideia, mas como uma íntima convicção que é vivida real e concretamente.
E lembrem-se que não é a pessoa que pode reconhecer a Evidência, bem ao contrário, pois é ela que quer estar em cena. Mas é quando a pessoa se afasta, que a Verdade se manifesta e para isso não há melhor localização que ficar no Momento Presente, e na instantaneidade de todos os tempos.
Afastem-se das agitações do mundo, das agitações da pessoa.
A Consciência é livre e é fixa na imobilidade, dando a descobrir a totalidade dos possíveis, a totalidade da verdade, anterior a qualquer forma.
Lembrem-se que nada do que é verdadeiro pode ser conhecido no seio da pessoa. Nada do que é eterno pode ser tomado na consciência efémera. Isso não se tratará jamais senão de uma crença e não de uma vivência.
É esse olhar que renasce. É isso a vossa Ressurreição. É nunca mais serem abusados pelo corpo, pela pessoa, pelos objectivos, pelos medos, para que seja deixado todo o espaço à espontaneidade da Vida, ao Amor que realmente são.
Apenas o Silêncio, a imobilidade, o sacrifício, permitem a Ressurreição.
Não confundam o ponto de vista intelectual com o ponto de vista da Consciência.
Hoje, mais do que nunca, a Consciência tenta posicionar-se diferentemente. Isso faz parte das vossas escolhas, isso faz parte do que vocês chamam a liberdade, o livre arbítrio. Mas a Ressurreição é coletiva e vocês não podem escapar.
Quando estava incarnado, dizia frequentemente, àqueles que chegavam ao pé de mim com a cabeça cheia de conceitos, que a diferença, nessa época, entre eles e eu, era que eu tinha a certeza que era o Todo. Que era Deus e que era o Diabo, que era tudo o que quisessem menos essa pessoa.
.......nada a dizer, só gratidão a todos, vacuidade...e silêncio......
ResponderExcluir=D
Que Maaravilha!!! Paz...Alegria....Amor....Siêncio....RoRibeiro
ResponderExcluirO silêncio, nada além disso.
ResponderExcluirPorque a Evidência é simples, porque a Consciência nua é Evidência e volto a lembrar que ela se exprime melhor no Silêncio.
ResponderExcluirGrato Maria Beatriz
Rendo Graças
... " mas é a Verdade e quando essa Verdade se volta a viver, digo bem, todo o resto desaparece,"...
ResponderExcluirEstar... Sentir, esta Mensagem, dá vontade de gritar, da forma mais elevada: 'Lindaaa"!
Porque é tão fascinante, real, que dá vontade de ficar diante de qualquer termo, e deixar ser atravessada por toda a Eternidade... De não prosseguir a leitura, porque ela é Una, com toda esta diversificação de palavras... Foi difícil... Eternidade... Eternidade... Eternidade! Quando o sonho torna-se Realidade!!!!
"Apenas a Alegria, a Verdade, a Evidência, se propagam por todo o lado, dentro e fora, pois não há diferença."
..."E antes de tudo Felicidade e Completude, que não precisa de ser demostrada, ou projetada em qualquer exterior, porque esse é um processo natural, espontâneo e livre."
"Devem estar livres, nos momentos em que a Luz chama."
Permaneçamos no Coração do Coração...
Bem, além desta 'Riqueza de Mensagem', é impossível, não ressaltar a prontidão da tradutora Maria Beatriz, que traduziu através do áudio e superando suas condições físicas. Bia acolha nossa Gratidão e um Beijo Luz!!!!!
BIDI, além das palavras é Plenitude tão incomensurável que me prostrou na cama em imobilização antes do final do texto em uma vibração intensa, uma alegria sem precedente mesmo durante o dia quando dizia, quase em beatitude, seu nome "BIDI" ao acaso. Acho que estava saudosa dele.
ResponderExcluirGrata Egídio e Bia. Um beijo no Coração do Coração de todos.
Em Alegria, Sara.
Agora um poema :
ResponderExcluirO menor abandonado
Mas rapaz sao 3 horas da manha,vc vai sair assim falando no celular pela rua,nao acha que pode ser assaltado?
-Nao sei,ela que sabe.
Voce acabou de conhecer essa menina e ja vai assim fazendo sexo sem camisinha,nao acha que pode contrair uma doença?
-Nao sei,ela que sabe
Voce esta embriagado,louco de sintetico,vc tem certeza que vai voltar por essa praia deserta,sendo que vc pode voltar normalmente pelo asfalto?
-Nao sei,ela que sabe
Voce recebe uma mensagem em anonimo lhe desejando serenidade e sabedoria,nao acha que pode ser maldosos querendo lhe ludibriar?
-Nao sei ,ela que sabe
Voce esta com uma ferida na perna,nao acha que deve procurar um medico?
-Nao sei,ela que sabe
Nao me diga que voce vai entrar nesse matagal imenso,nessa escuridao,e nao acha que vai ter algum animal hostil que possa lhe fazer mal.
-Nao sei,ela que que sabe
Vai viajar mesmo com 200 reais a uma cidade distante,nao acha que pode ficar sem dinheiro nem pra voltar?
-Nao sei ela que sabe.
E se voce morrer e nao for nada disso que o leitura da luz ta falando?
-Nao sei,ela que sabe
Hahahahaha engraçadinho voce,nesse caso,quem eh ela?
-Sou eu
E quem eh voce?
-A alegria.
Tive conhecimento deste bem humorado texto cedo. Queria desejar, 'bom soninho'... Mas já deve ter acordado, disposto, bem humorado, pois você é "A Alegria", que não se intimida, com nada....
ExcluirAdorei!!!!!