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Parcial - 1 (em 08/09 às 19h10)
Eh bem, Bidi está com vocês e
ele lhes saúda. Nós vamos retomar nosso encontro de ontem, prosseguindo com
seus questionamentos. Então, eu lhes escuto.
Eu estou consciente de estar
apegado a esse corpo, sua aparência e sua idade, mesmo que eu saiba que não sou
isso. O que você me aconselha?
Há alguns anos, eu já disse,
para praticar essa refutação e de se colocar no seio da testemunha ou
observador. Hoje isso não é mais indispensável. Porque, de fato, a mobilidade
da consciência permite sobrepor – aliás, como você o exprime, os diferentes
pontos de vista, da sua localização. E vocês são numerosos a viver, ao mesmo
tempo, a conjugação da consciência efêmera, da supraconsciência e da a-consciência.
O mecanismo do face a face e da
travessia lhe torna, como você o diz, lúcido do fato de que você não é esse
corpo e que, no entanto, você permanece aí, como você o diz, apegado. Devido à
mobilidade da consciência e de seus diferentes fragmentos, hoje, é bem mais
fácil, e você já está, no seio do observador, de constatar que você não é esse
corpo e de aceitá-lo. Mas como você o diz, isso não é suficiente para colocá-lo
além de toda consciência, no seio da a-consciência.
A a-consciência, eu lhe lembro,
dito simplesmente, é a própria fonte da consciência. Do instante em que o
observador é visto e vivido, sua postulação de apego ao corpo, porque isso não
existe que, parcialmente, resta-lhe, simplesmente, soltar toda ligação ao corpo
ou todo apego a esse mundo, do qual seu corpo faz parte; de alguma forma,
deixar sua consciência na tranquilidade, no acolhimento e no nada fazer.
Porque, é após esse posicionamento do observador, que o desapego se faz natural
e espontaneamente, se você permanece tranquilo, tempo suficiente, quer dizer,
sem preocupação, no repouso do corpo, permanecendo no observador, quer dizer,
sem meditação, de observar por si mesmo, o desaparecimento do observador. Hoje,
isso é muito mais fácil. Porque quem observa se não é você mesmo no jogo eterno?
Do instante em que se vive essa
revolução, não há mais qualquer problema, de maneira individual e coletiva. A
posição do observador lhe conduz natural e espontaneamente além de toda
consciência. É-lhe suficiente observar de forma neutra e você descobrirá,
então, que o observador não é que o liame do jogo eterno, ou do Absoluto ou
Último.
Não há técnicas, propriamente
falando. Contente-se quando você vê isso, como você o coloca em sua questão, de
permanecer tranquilo, de não se mexer, se você o prefere, de se esvaziar, mas
sem meditar, de se deixar atravessar, sem ação, sem reação, e então,
espontaneamente, naturalmente, você descobrirá isso que você é, além de toda
forma. Você amará esse corpo, enquanto veículo de manifestação, mas você não
será mais, como você o diz, sensível. Nesse momento, a consciência estará
estabelecida no Último, no limiar da Morada de Paz Suprema. Eu lhe lembro, aí
também, que o único marcador, não é isso que você pensa, isso que você crê, ou
isso que você sente, mas bem mais essa vacuidade inefável, que se traduz por
essa Alegria sem objeto, sem sujeito.
Não é questão de querer se
desembaraçar de toda identidade, mas simplesmente, de deixar a identidade do
corpo, como do observador, estarem no silêncio, no repouso. Do próprio fato, da
abertura do coração, essa simples constatação lhe liberará, em totalidade, de
sua pessoa. Você deve, simplesmente, observar seus próprios pensamentos que, na
verdade, não fazem que aparecer e desaparecer, habituar-se a não se deixar
levar ou derivar por ela. E tudo, naturalmente. O jogo eterno e o testemunho,
quer dizer, a Alegria, estarão aí. Esse jogo eterno, ao desembocar no Absoluto,
que jamais se moveu, isso ultrapassa, amplamente, a vivência do Eu, isso
ultrapassa, amplamente, todo processo energético ou vibratório.
É assim que, hoje, pelo fato
mesmo da resolução da anomalia primária, se descobre isso que sempre esteve aí,
o jogo eterno. Você não será mais afetado, num primeiro momento, nem pelo corpo
e, em seguida, nem pelos pensamentos. E é tudo. Não há prática a considerar.
Porque, efetivamente, o permanecer tranquilo, ou como dizia Osho “o nada
fazer”, não em sua vida, mas em certos momentos, que lhe permitirão,
naturalmente, descobrir a verdade, que não sofrerá qualquer discussão, e que porá
fim de maneira geral e global, a todo apego.
Isso lhe conduzirá a viver o
Amor Incondicionado e, a seguir, o Amor Nu, cujo melhor testemunho será sempre
a Alegria, sua qualidade, sua permanência. E você observará, então, o que
resulta diretamente disso: o desaparecimento de toda identificação, ao que quer
que seja desse mundo, como de todo mundo.
A Paz, nesse momento, não
poderá ser comparada a qualquer fato condicionado. Essa vacuidade, essa
transparência, podem assim, ser magnificadas pelo acolhimento, por uma certa
forma de indiferença e de silêncio, que desmascarará, então, naturalmente, a
evidência disso que você é, além de toda forma e, anterior a toda dimensão.
Isso se tornará cada vez mais
fácil, cada vez mais evidente, cada vez mais marcante. Tudo se faz
automaticamente, você não tem que lutar, nem mesmo refutar o que quer que seja
de sua vida, porque é o olhar neutro, benevolente do observador e, em seguida,
de quem observa, que lhe permitirá viver a verdade.
Se isso lhe parece difícil,
reajuste-se. Se você tem desejo de utilizar o que você conhece como exercício,
como prática, isso te deixará, também. Assim, em tudo sendo deixado, o mental
cessará, no espaço de um instante, você se encontrará. Mas a melhor posição da
consciência nesse desmascarar, nessa retirada da zona de conforto é a
imobilidade, a tranquilidade que resulta, de forma natural, na evidência da
Alegria e da Paz.
Você não tem nada mais a fazer,
nem pensar em desaparecer. E você constatará, então, que você se tem além de
toda ideia e de todo pensamento, como de toda energia, de toda visão e de toda
vibração, nessa vacuidade do face a face, que lhe permitirá, então, atravessar,
sem se mexer, acolhendo, tudo isso que se desenrola. Esse é o único caminho,
hoje.
Lembre-se, de qualquer forma,
que o fenômeno, ao mesmo tempo individual e coletivo, que está em curso, se
desenrolará, à perfeição. Eu não posso que lhe reenviar, porque isso também foi
dito há muito tempo, há alguns anos, por Sri Aurobindo concernente ao medo e
concernente ao choque da humanidade. Seu mental discursivo e reflexivo, à
simples leitura dessas palavras pronunciadas há alguns anos, lhe liberará
instantaneamente, do instante em que você permaneça tranquilo, sem
interrogação, sem questionamento, na humildade e na simplicidade. Nenhuma
oração, nenhuma meditação, nenhuma ferramenta, equivalerá a essa postura da
consciência em seus diferentes fragmentos.
Enquanto você crer que você
pode dirigir, controlar, evoluir, segundo a pessoa ou o observador, isso lhe
afastará. É-lhe necessário aquiescer à ideia e ao conceito de que você não é
nem esse corpo, nem esse mental, nem qualquer forma, nem qualquer pensamento.
Aceite isso conscientemente, e você o provará a si mesmo. Nada mais é
necessário.
Porque a evidência está aí,
porque vocês são, atualmente, mais numerosos a viver aqui através dessa
personagem e dessa história, no coração do coração. E que não existem mais as
camadas isolantes intransitáveis, tanto no nível dos corpos sutis, como no
corpo de eternidade.
Aceitem a simplicidade, e
certamente, o Caminho da Infância, o mais simples de colocar em prática,
atualmente, sem esforço, sem dificuldade e, sobretudo, sem freio. E é tudo. E
tudo isso, naturalmente; se produz por si mesmo. Isso que lhe permitirá ser
liberado da pessoa. Você agirá, então, o que quer que você tenha a viver, a
realizar, a fornecer nesse mundo como esforço, quer seja o trabalho, as
relações, e todos os aspectos de sua vida, de forma cada vez mais leve. Mas
retenha que você não deve procurar isso, segundo a pessoa, nem mesmo segundo o
observador. E que se você aceita esse princípio, você o viverá com facilidade,
com leveza, sem fricção, e sem dissabor.
É o momento em que vocês
constatam que os pensamentos e o mental, assim como as crenças e os hábitos,
criam seu próprio confinamento, pois não existem que ao seu nível individual,
que mantém ainda como vocês o veem, a ilusão desse mundo. O único marcador é,
evidentemente, a Alegria ou a Paz. Não há outro.
E quando você constatar em
apenas alguns segundos, como eu disse ontem, um milésimo de segundo, porque é
muito rápido, que há algo que está aí, que sempre esteve aí, o relaxamento
natural em relação à identidade ao corpo ou ao observador, mas ela desaparecerá
por si mesma. Isso não se faz após uma ascese ou um trabalho, mas, justamente,
após o desaparecimento de toda ascese e de todo trabalho.
A Paz ou a Alegria é o estado
natural a manifestar, que não tem necessidade, como eu disse, nem de objeto,
nem de sujeito, nem de circunstâncias, nem de condição, porque você é um
montante de tudo isso. E então, sua pessoa estará aí, mas você estará livre
dela.
Você verá esse corpo e essa
vida, como os meios, simplesmente, de irradiar a Luz que você é, além de toda
atenção, além de todo olhar, de toda vontade, como de toda crença, que
desaparecerão por si mesmos. Para isso é necessário ser natural, espontâneo,
nada frear, mesmo nos elementos contrários, por assim dizer, à luz, como os
estados emocionais ou de dor, de qualquer natureza que seja.
Do instante em que isso lhe
pareça complicado, você não está mais no observador. Permaneça tranquilo, seja
tranquilo, em um certo momento, quaisquer que sejam as atividades de sua
jornada, isso lhe permitirá se reencontrar em sua inteireza, além de todo mundo
e de toda forma. Observe, simplesmente, se você o deseja, o alívio e as
modificações de seu humor, de seu mental e de sua pessoa. Você não tem nada
mais a empreender, nem a pensar, nem a fazer. Aceite esse princípio, e
verifique-o por si mesmo.
Em alguns casos, a personagem e
seu mental podem repugnar e não lhe deixarem tranquilos. É muito bom sinal,
porque ele se colocará diante de você. Naturalmente, aí também. Isso que eu digo para você é válido para cada
um que não percebe essa Alegria da qual falamos. Isso está acessível em cada um,
qualquer que seja sua idade, quaisquer que sejam suas crenças iniciais,
quaisquer que sejam suas negações ou quaisquer que sejam suas aceitações.
Prossigamos.
***
Tradutora: Célia Leal (com base em áudio)
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Parcial - 2 (em 16/09 às 17h45)
Uma irmã aqui presente se pergunta
a respeito do acolhimento. Quais os passos a praticar para acolher, por
exemplo, é agradecer à Luz, agradecer pela dor quando formos acolher uma dor,
ou é preciso exprimir algo?
Como eu o disse, e eu completo
aqui por essa questão à qual eu respondo. Não há prática. Não há frases chave. O Acolhimento é uma postura da consciência. A
consciência é manifestada e expressa. Basta, simplesmente, estar tranquilo,
quer isso concirna à dor ou à identificação ao corpo, pouco importa. Acolher
consiste, simplesmente, em se deixar atravessar, sem nada reter. Voltar a ser
como uma criança, totalmente imersa no instante presente, sem outro objetivo
que desfrutar do instante. Qualquer que seja o estado do corpo, como eu já
disse, ou do mental. Mas do instante em que você queira ritualizar ou realizar
o que quer que seja, você não está tranquilo.
É por isso que eu insisto na
imobilidade, nessa noção de acolhimento.
Num primeiro momento, tanto do corpo, como do silêncio das palavras,
interior e exteriormente; na vacuidade que criará de si mesma, essa Alegria.
Nada mais.
Quando existe, um
pensamento, as emoções, particularmente, no que concerne à cólera, qualquer que
seja. A cólera vem da pessoa. Entrando em contato com a Luz que está ao redor
de cada corpo efêmero, isso desencadeará o que é chamado o fogo por fricção,
que desembocará no fogo vibral e a cessação de toda percepção. E aí, a Alegria
emerge natural e espontaneamente. Você não tem nada a controlar, nada a
dominar. E da mesma maneira que você se deixa atravessar, você deve também
aceitar e deixar exprimir-se a cólera, a dor. Tudo isso que concerne ao corpo e
às emoções não deve ser reprimido, mas aquiescer, aí também. Isso permitirá
esvaziar esse saco de carne, disso que o polui. Nesse momento, toda a dor,
qualquer que seja, todas as doenças, quaisquer que sejam, não poderão que se
apagar, porque elas serão iluminadas pela Luz que você é. Você não pode chamar
a luz, porque, hoje, é mínima a distância entre a pura luz que você é e a luz
que você considera vir de qualquer lugar de seu corpo ou alhures.
É assim que vocês se
reencontram. É assim que vocês reconhecem e compreendem, ao vivê-lo, que todo
conhecimento, toda experiência, hoje, não serve para mais nada, senão para
afastá-los da verdade.
Aceite aí esse princípio e
verifique por si mesmo, pela experiência, que isso é verdadeiro. E não pode ser
diferente, porque as circunstâncias não têm mais nada a ver com relação ao que
existiu, após uma eternidade nesse mundo.
O processo dito ascensional ou
de liberação foi realizado. Vocês são cada vez mais numerosos a vivê-lo, mesmo
sem saber o que é. Mas todos e cada um são capazes de ver se estão na Paz ou
Alegria, e que isso não tem nada a ver com as circunstâncias de seu humor, de
sua vida, ou qualquer posse que seja. E nesse momento, também, você será
liberado da pessoa. E é tudo. Prossigamos.
Você poderia desenvolver sobre
o papel do dinheiro na sociedade ocidental? E a segunda parte da questão: e as
relações e transações entre nós?
Agora, eu vou começar pelo
dinheiro. Eu creio que Maria, há muitos anos, evocou de maneira muito justa,
isso que vocês nomeiam “dinheiro”. Eu lhes lembro de que nas sociedades ditas
primitivas, a única moeda de troca era isso que vocês próprios faziam.
O problema, vocês o sabem, é
que o dinheiro, permite comprar aquilo que não foi feito por vocês mesmos, e
evidentemente, aqui, o desequilíbrio entre a riqueza e a pobreza, aqui como por
todo o mundo, é cada vez mais importante.
E eu não falo, nem mesmo como
Maria falou, no ano de 2005, do que estava relacionado à usura, que é a pior
das escroquerias. É acordar ao dinheiro um valor intrínseco e não mais um valor
de troca. Vocês retardam, com o dinheiro, a livre circulação da energia, dos
frutos e da consciência. Mas todos os modelos de sociedade atual funcionam
assim, exceto para a usura, como vocês o saibam, talvez, em algumas partes do
mundo.
A usura, isto é, atribuir ao
dinheiro um valor ligado ao tempo é o pior dos confinamentos. Não tanto no
nível individual, mas coletivo, porque ele induz diretamente ao medo de não
ganhar a vida, de não poder pagar. Então, depois de quanto e qual tempo
ganha-se a vida?
Reflitam sobre essa simples
frase “Vocês estão na vida”. O que vocês querem com ganhar a vida? Agora vocês
irão me responder “Sim, eu devo pagar isso. Sim, eu tenho responsabilidades”.
Eu estou de acordo, mas o que é que vocês querem? A segurança ou a liberdade?
Cabe a vocês escolher. E vocês estarão diante dessa escolha com cada vez mais
frequência. E eu não posso responder em seu lugar. Mas vejam a coisa
claramente.
Eu não digo para se privarem do
dinheiro, mas de colocá-lo no seu devido lugar. Enquanto valor de troca, e não
valor de usura, nem de obrigação em relação ao fato de ganhar sua vida. Eu
diria mesmo, que hoje, mais há dinheiro, mais há medo. Àquele que falta, ele
pode sentir a falta. Mas hoje, não pode existir o menor medo. Só aquele que
teve ou tem, tem medo em relação a isso.
A segunda parte da questão foi?
E as relações e transações entre
nós?
Está vago. Do instante em que
você vive a Alegria, não há nem transação, nem relação com o outro. Porque na
Alegria, você é tão real e concretamente o outro quanto você. Se você não é
mais o corpo, se você não está mais identificado a isso que se vive aqui, então,
o outro o é tanto quanto.
Não se ocupe da relação.
Ocupe-se de ser você mesmo. E a relação com o outro ocorrerá, nem mesmo
enquanto relação ou uma ligação, mas como um ato de amor livre. Nenhuma
consideração de ordem social, de ordem física ou de ordem familiar pode mais
intervir. Na Paz e na Alegria há o mesmo Amor voltado ao marido ou à esposa, ao
filho ou ao inimigo aparente, senão não é o Amor.
Há, ainda, uma personificação,
um apego à relação, e em nenhum caso pode ser chamado Amor, principalmente, se
você o chamar de amor voltado a uma pessoa, qualquer que seja. Se você tem uma
preferência, que é normal no seio da dualidade, você se engana.
Nesse momento, o dinheiro como
a relação, não têm mais qualquer interesse, porque você não é mais sua vida,
mas você é a Vida. E se você é a Vida, tudo transcorre livremente, tanto a
relação quanto o dinheiro. Será dado a você isso que é justo e necessário. Faça
como o pássaro, mas ainda é preciso ousar, que não se preocupe com o que irá
comer amanhã. Aceite essa inocência e a vida lhe retornará centuplicado.
Mas, evidentemente, e vocês
todos terão percebido, mais ou menos, seja no ocidente ou alhures, que a
armadilha é o dinheiro. E sendo a maior armadilha, cria o enriquecimento
material e a pobreza do outro lado.
Aí, também, o desequilíbrio é
natural, pois não há nenhuma harmonia e nenhum equilíbrio já de início. Pois o
dinheiro é sem lastro e poupado. Do instante em que o dinheiro sirva a outra
coisa que ao valor de troca, vocês estão enganados. Vocês se sobrecarregam.
E a um dado momento, será
necessário fazer a escolha entre esse mundo que desaparece – e a espécie social
desaparecerá antes mesmo do evento, isso está em curso, em que vocês não
poderão mais comprar nem vender. Vocês não poderão que ser. Esqueçam a não
aceitação de que o valor do papel e o que vocês têm nas instituições
financeiras já não lhes pertence mais, o que quer que vocês pensem.
A verdadeira Paz não pode vir
de nenhuma posse, qualquer que seja, mesmo a mais segura. Por ora, no ocidente,
vocês começam a descobri-lo, mas vocês o viverão na totalidade. E isso não é
uma profecia nem uma predição. É a situação atual. Já está em curso.
Sejam a Vida, essa Vida livre,
que não depende de nenhuma facilidade, de nenhuma opulência como de nenhuma
falta. Todo o resto decorre daí, naturalmente. É assim que vocês provam a si
mesmos, não apenas a Fé, mas a realidade do que vocês são.
Enquanto vocês estão apegados a
um papel, a uma função, a uma profissão, a um rótulo, qualquer que seja, vocês
estão livres em alguma parte, mas ainda apegados ao sistema, mesmo sem estarem
apegados ao dinheiro.
A um dado momento vocês não
poderão mais mentir para si mesmos. Vocês não poderão trapacear consigo mesmos.
É lógico. Todo mundo confinado, toda a sociedade de consumo levam,
inexoravelmente, à sua própria consumação, à sua própria destruição, porque é
um absurdo. Não foi nem mesmo a Luz nem a iluminação que o fizeram. Eu diria
que é a consequência direta da sociedade.
Agora, é claro, vocês me
responderão “que vocês não podem escapar da sociedade por múltiplas razões”,
mas vocês podem se colocar à margem dela. E se vocês têm suficientes meios,
como vocês dizem, não há qualquer obstáculo para mudar de lugar, para não ser
mais tributário de um sistema social.
Eu lhes lembro, como foi dito,
com justa razão por Sri Aurobindo, no Apocalipse de João, “Vocês aceitam a
marca da besta ou a marca do Amor?”. Isso lhes será apresentado. O que vocês
irão fazer? Reflitam sobre isso agora, não para ter medo, mas para observar.
Como vocês poderão estar apegados, apesar de vocês, independentemente de vocês?
O elo da sociedade não é a
humanidade ou o humanismo. Não há que o dinheiro. E vocês recaem no culto ao
bezerro de ouro, por medidas de segurança, pela necessidade de conforto.
Qualquer que seja esse elemento, tudo o que é segurança, não faz que
remeter-lhes ao medo, e em nome do amor.
Ainda mais, eu os lembro de
que, quando a Alegria Nua é vivida, mesmo por intermitência, vocês não podem
mais trapacear. E vocês veem, realmente, através do filtro da pessoa, mas
liberados dela, tudo isso que cria o dinheiro, tudo isso que cria os laços,
tudo isso que criou a sociedade dita moderna.
Vocês veem a emergência por
toda parte das forças opostas à Vida, não? Em qualquer domínio que seja. A um
dado momento, vocês não poderão mais participar disso, porque isso os deixará
doentes e já é o caso para muitos dentre vocês.
Agora, não se ocupem disso,
mesmo se o vejam, mas ocupem-se muito mais de si mesmos. Vocês não têm ninguém
a salvar. Vocês têm apenas que compreender o que é real no seio da ilusão;
vê-lo, claramente, sem desvios, sem se ofuscarem, sem medo.
Não se esqueçam de que isso que
vocês chamam “democracia”, não é que o consentimento abusivo a uma história que
não é verdadeira. Isso que se descobre, hoje, através da iluminação da Luz em
todos os domínios.
Vocês não podem ser banqueiros
ou políticos e ser verdadeiros. É impossível. Senão, vocês mentem para si
mesmos, estão no medo. E a Alegria os afasta disso, inelutavelmente,
inexoravelmente, o que quer que vocês façam, o que quer que vocês digam.
É o jogo normal da iluminação.
É o jogo normal de seu reencontro. E vocês veem isso claramente. Quer vocês o
aceitem ou não. Podem vocês viverem na sociedade, sem trabalho, sem dinheiro e
sem ajuda? Não. Então, o que vocês fazem nesse caso? Não é caso de se tornar um
eremita, a menos que o apelo seja muito, muito forte. Vejam isso, já. A
iluminação é essencial.
Permaneçam tranquilos. Façam o
que a vida lhes pede para ser feito, face às suas obrigações, eu sempre o disse.
Mas, hoje, eu digo outra coisa. Isso se tornará intolerável para a consciência,
para a própria pessoa. E é assim que muitos irmãos e irmãs, por esse desgosto
relativo à sociedade e ao funcionamento desse mundo, irão libertar-se da pessoa
e também da sociedade.
A democracia não é que o
consentimento de um conjunto de indivíduos para o proveito de outros. Nada
mais. O que quer que digam, qualquer que seja o discurso. Isso faz parte da
predação. Tudo o que é finança, tudo o que político, tudo o que é bancário, não
é que a tradução da predação. Nada mais.
E mesmo no nível de sua
consciência, ganhar dinheiro a partir do dinheiro, o interesse, lhes fará muito
mal. E é lógico, porque, aí também, é uma forma de predação. É a exploração do
homem pelo homem e para o homem, para alguns. Vocês chamam isso
“neoliberalismo”, mas é a inversão total da liberdade. É a escravidão total. É
necessário afirmá-lo, hoje. É necessário vê-lo. Porque isso está cada vez mais
claro. Cada vez mais insalubre. Cabe a vocês verem. Cabe a vocês decidirem. Mas
vocês não podem mais nutrir a sociedade e isso que vocês são.
As regras nessa fase
transitória, qualquer que seja sua duração, mudam à toda velocidade, qualquer
que seja o país, e não é a progressão do mal, é a iluminação da Luz que,
simplesmente, lhes mostra o que foi ocultado e as forças de resistência do ego
coletivo que fazem de tudo para se opor.
E vocês sabem bem que as
ciências, as mídias, as imagens, não estão aí senão para divertir e repeli-los
de seu reencontro, e nada mais! Vocês se confinam pelas leis. Vocês estão
fechados em certas morais e imoralidades. Vejam isso. Vocês não têm que reagir,
aí.
Desde que aquiescido e visto,
tudo será feito pela Inteligência da Luz para liberá-los real e concretamente
dessa ligação absurda ao sistema, ao dinheiro ou à relação, como à noção de
relação pessoal. Vocês não podem mais fazer diferença entre seus filhos e
qualquer outra criança.
A iluminação da Luz e a
Inteligência da Luz irão mostrar-lhes, se isso ainda não aconteceu, de maneira
crua e brutal. Vocês o veem todos os dias sobre suas telas, não? Toda sociedade
que, voluntariamente, se afastou da lei do Amor, não pode senão ir à perdição.
E isso que vocês veem sob seus olhos, no ocidente como alhures, não é que a
resultante da conclusão disso que dura após milhares de anos, nesse ciclo. É
preciso ser lógico.
O Amor é dom. A vida em
sociedade é possessão e escravidão, a sua e dos demais. Não é mais tempo de compor. É tempo de ver
claro e deixar a decisão ser tomada pela vida, qualquer que seja. É uma questão
de escolha entre: de um lado, o efêmero e seu sofrimento e, do outro, a
Eternidade e sua Alegria.
Vocês ultrapassaram esse face a
face e vocês continuam tudo isso, mas depois será preciso decidir. E da sua
localização, que vocês terão escolhido e vivido, vocês terão que vivê-lo até o
final dos tempos, isso que vocês escolheram. Então, é claro, hoje, aquele que
não tem dinheiro é miserável. Mas quando a estrutura social explodir – e isso
já está em curso – aquele que não tem nada será totalmente livre.
Dito em termos um pouco duais,
é tempo que a justiça seja feita e prestada. Isso não tem que durar muito. E lembrem-se, aí, também, de que se a Alegria
Nua, sem objeto, sem sujeito aparece, ela porá fim, por si mesma, a essa
escravidão, para vocês e para todo o mundo, e vocês o veem ao redor de vocês.
Não é amanhã. É agora, já está aí. E é através de todos esses acontecimentos
que se dão no conjunto deste planeta, quer seja a atividade elementar, quer
seja a atividade telúrica, cósmica, quer seja em nível social, familiar, que
isso se vê.
Toda sociedade baseada no
consumo, nas leis, evolui para a sua destruição desde o seu interior. E alguns
países já o vivem, no nível coletivo. Aí, também, são os hábitos tomados de
longa data, eu digo, milhares de anos, em relação ao fato de ganhar sua vida,
de encontrar seu lugar nessa sociedade, de obedecer as leis, que são essas leis
que substituem a Lei do Amor e a moral, a mais elementar, em todos os países.
Então, aquele que permanece na pessoa após essa iluminação, o que é que isso
fará? A guerra.
Aquele que vive a Paz, ele
estará ainda mais na Paz. Porque os últimos engramas de predação ligados aos
hábitos coletivos irão voar aos pedaços, e já estão voando aos pedaços. Vocês
estão diante de sua responsabilidade, de tudo isso que vocês construíram, eu
diria mesmo, que nós temos construído. Pois eu lhes lembro de que eu fui
comerciante também, e que eu era duro nos negócios.
Mas vocês estão em outra época,
em que isso não pode mais durar. É cru, é violento, isso pode ser
desestabilizador, mas isso faz parte do choque. Desde que vocês tenham começado
ou alcançado sua ressurreição, não pode ser diferente.
Não recolhemos os pedaços de um
sistema a serviço da predação e da escravidão, nós os queimamos pelo Amor. Ele
é queimado pelo Amor, naturalmente. Porque essas são interrupções do fluxo da
Vida – assim é o dinheiro, assim são as relações, assim é, também, a sociedade.
É uma constatação que cada um pode fazer sem dificuldade. Porque vocês o veem.
Não serve para nada desviar o olhar. Não serve para nada querer ignorá-lo. É
preciso atravessá-lo, aí também. E quando eu digo, é preciso, não é uma
injunção ou nem um não, isso se faz por si, também. Isso irá passar, também.
Está em curso. O mecanismo que vocês nomeiam “entropia” tomou a sociedade,
integralmente, todos, assim como vocês, isso é sabido.
...Silêncio...
E agora, você pode prosseguir.
Não há mais questões escritas,
mas há alguém que quer colocar uma questão.
***
Tradutora: Célia Leal (com base em áudio)
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Parcial - 3 (em 21/09 às 10h30)
Eu compreendo tudo isso que diz
Bidi, mas quando trabalhamos, quando temos aluguel a pagar, e que há as
despesas, não é fácil colocá-lo em prática.
Mas você não tem que colocá-lo
em prática, é o que eu digo, isso se faz por si só.
Eu compreendo perfeitamente que
através do senso de suas responsabilidades, uma vez que o sistema é assim, e eu
jamais disse que seria válido para todo mundo deixar o sistema, é o sistema que
destrói a si mesmo. Eu não lhe pedi para decidir partir ou deixar a sociedade.
É a sociedade que lhe deixa, vocês o veem ? Não compreendam minhas
palavras de atravessado, constatem-no, e o simples fato de vê-lo, ilumina-o, no
nível coletivo, e é isso que põe fim ao sistema, à matriz. Não é a ação ou
reação, pelo contrário, vocês o sabem, reagir a isso, a menos que haja uma
injunção da Luz para deixar o sistema, vocês verão o sistema se destruir do
interior. Sejam lúcidos, é tudo.
E para alguns, e mais ainda,
quanto mais o sistema for se degradar e se autodestruir, mais, vocês irão
sentir-se mal. Só a Alegria pode lhes preservar disso, nada mais. Mas eu jamais
lhes disse que vocês deveriam deixá-lo « esse sistema », exceto para
alguns, que não aguentam mais. Mas, para outros, e eu sempre disse, assim como
outros o disseram, levem bem as obrigações que vocês criaram: familiares,
profissionais, educacionais ou outras, mas estejam lúcidos sobre o que se
desenrola. É tudo.
E quando chegar o momento, sem
ter desencadeado, apenas por sua lucidez e seu olhar franco, o sistema se
destruirá, ele próprio. Mas vocês não terão qualquer dificuldade nesse momento
e, sobretudo, nenhum pesar. Mas estejam prontos para isso, interiormente.
Continuem a vê-lo, a atravessá-lo, deixem que ele ainda se nutra por algum tempo,
de acordo com suas obrigações, suas responsabilidades, mas não se deixem
enganar. Vejam real e concretamente, em qualquer país que seja, isso que se
desenrola.
Não se ocupem de reagir a essa
sociedade, a menos que haja uma injunção da Luz, mas estejam nessa lucidez,
vejam claramente as coisas, isso que subjaz a essas coisas. Vejam a evolução,
em qualquer país que vocês estejam, da evolução dessa sociedade, em que tudo
não passa de restrição, em que a abundância não pode ser obtida, senão pela
predação, passando por cima dos outros, tornando-se mais que os outros, vocês o
veem, vocês o vivem.
Eu falo de iluminação. Há,
efetivamente, certos irmãos e irmãs que não aguentam mais. Para esses, sim, há,
talvez, decisões a tomar, ou deixar a vida tomá-las, não mais se opor. Mas para
muitos, efetivamente, vocês nutrem o sistema de uma forma ou de outra, até o
último momento, mas estejam lúcidos sobre o futuro do sistema, já está
registrado.
...Silêncio...
Prossigamos.
Você poderia nos dizer o que se
passará entre o colapso desse sistema e o fim do mundo ?
Quanto mais passem os dias,
quanto mais o tempo se escoe – isso já foi dito várias vezes pelo comandante –
mais tudo irá se sobrepor. Então não serve para nada colocar-se esse tipo de
questão, pois o fim do sistema social coincidirá com todos os outros sinais.
Isso foi escrito nas profecias, a guerra total, de todos contra todos, o fim da
civilização ocidental como alhures. Tudo será sincrônico, a cada dia que passa,
mais vocês terão certeza de que a sincronicidade do conjunto de eventos se
produzirá ao mesmo tempo. Então, não se preocupem com o que quer que seja,
simplesmente, vejam claro, não sejam pegos de surpresa, e eu não falo aqui de
fazer estocagem de sei lá o que, mas de estarem prontos interiormente. É tudo.
Eu não lhes pedi para doar seu
dinheiro, sua casa ou o que quer que seja, mas para estarem lúcidos, a fim de
não se surpreenderem, a fim de não se deixarem levar pela tormenta. A única
garantia é a Alegria, não se prevenir ou saber o que irá se passar. A Alegria
lhes nutrirá. Alguns de vocês já o vivem.
Não há nada mais a prever, a
antecipar ou saber, se não é que, quanto mais passem os dias, mais tudo irá se
reunir, nos múltiplos eventos, produzindo-se ao mesmo tempo. As irradiações
galácticas, cósmicas, intergalácticas – pouco importam os nomes, as novas
partículas adamantinas, as diferentes irradiações das quais vocês foram
privados, estarão totalmente aí. Pois não há mais camadas isolantes,
confinantes, isso não pode que ir a seu termo.
Não sejam sonhadores que pensam
que, de hoje para amanhã, uma nova terra irá aparecer e que tudo isso que é
predação e hábitos será apagado. Vocês sabem muito bem que isso não se passará
assim. Esses são os sonhos utópicos ligados à Nova Era, ou às projeções da consciência.
É tudo. Porque a consciência, qualquer que seja o seu estrato, de um indivíduo,
enquanto não estejam próximos dessa Alegria ou da A-consciência, não pode senão
que lhes levar para dentro de cenários, de novas histórias, de novas dimensões
ou sobre uma terra regenerada.
Se vocês conhecessem um mínimo
de coisas, em nível geológico, evolucionista, como vocês dizem sobre a Terra,
vocês veriam bem, isso que se desenrola sobre os vulcões, através do clima. O
Comandante e os Anciões passaram anos, nove anos, falando-lhes a respeito,
vocês têm tudo lá. Tudo isso que se desenrola foi-lhes anunciado claramente,
mais que claramente. E é hoje, para esses que não foram informados, que vocês
descobrem que isso que foi dito, já há dez anos, é a verdade que vocês vivem aí,
atualmente.
Isso que lhes pareceria mesmo
falso, àquela época, é evidente. Releiam algumas passagens ao acaso, quer seja
entre as Estrelas, entre os Anciões, entre os Arcanjos, e vocês verão que tudo
isso foi descrito à perfeição.
Não há qualquer erro. Tudo é
perfeito, mesmo no caos. E isso também foi dito por vários. O caos, quanto mais
o caos apareça, mais vocês estarão na Alegria. Isso foi dito antes do início da
Ressurreição. Vocês o vivem. Não todos. Mas muitos. Isso deve lhes encorajar,
no nível da compreensão mesma, muito direta, a aceitar em acolher isso. À
medida que vocês retomam as imagens do Comandante, que eu citei ontem, « a
lagarta que se torna borboleta ; isso que a lagarta chama de morte, a
borboleta chama de nascimento » foi figurativo, mas é a estrita verdade.
Aquele que duvida é de pouca fé e se recusa a ver, e está ainda no aspecto
discursivo do bem e do mal, da escolha, portanto, do mental.
Na luz vocês não têm qualquer
escolha, qualquer. É isso que vocês são. E vocês creem que a Luz se preocupa em
manter qualquer efêmero que seja, se preocupa de suas leis, de suas contas, de
suas posses, de sua pequena vida? Isso é querer forçar a Luz para seus
objetivos, isso não tem nada a ver com a Luz autêntica. « É tomar bexigas
por lanternas. » É crer em algo que não poderá jamais acontecer. Vocês
veem bem a cada mês que passa, sobretudo nos sistemas sociais ditos «de
ponta », o Ocidente e suas miragens.
As sociedades tradicionais
terão bem menos problemas para aceitar isso. Mas vocês, ocidentais, não. Não
porque o queiram, mas pelo peso de seu hábitos, pelo peso da crença coletiva na
sociedade, no consentimento que vocês deram, por sua assinatura, por seu voto,
seja o que for, vocês o deram, seu consentimento, não ? Quer vocês queiram
ou não, é a realidade. A Alegria não se coloca esse tipo de questão. É por isso
que lhes foi dito, o Amor ou o medo, a Alegria ou todo o resto. É a
estrita verdade. Se vocês se tem à todo o resto, qualquer que seja esse todo
resto, vocês não podem estar na Alegria, não é possível. E isso será cada vez
mais gritante de Verdade, que vocês o aceitem ou não.
Eu já o disse, quando estava
encarnado, de múltiplas formas. A busca pela Verdade porá fim ao mundo. O
estabelecimento da verdade o realiza. É a verdade da Luz, em que não há
qualquer lugar para qualquer sociedade que seja, para qualquer organização que
seja. Sri Aurobindo falou sobre isso em 2012. A Liberdade não é condicionada,
ela é total, ou ela não é essa Liberdade. É a liberdade interior e não a pseudo
liberdade que lhes vendem, de poder comprar ou se deslocar. É tempo de abrir
não apenas o coração, mas os olhos também, porque vocês não podem iludir a si
mesmos, nem iludir quem quer que seja.
Mas a chance que vocês têm, ela
é inaudita. Vocês vivem a ressurreição, mesmo se estão no sistema, e é sua
ressurreição que põe fim ao sistema, pela ação da luz, não por sua vontade ou
sua reação. Iluminar as coisas, acolhê-las, atravessá-las, é vê-las, a fim de
vivê-las.
De toda maneira, cada um a seu
turno, por grupos, vocês irão sentir um sentimento de urgência, ele será real.
Vocês não têm que se preocupar com datas, vocês têm mais é que se preocupar com
a lucidez de suas percepções. Vocês serão informados interiormente, sem
qualquer voz exterior, sem qualquer conselho, quando vocês constatarem que,
estando na Paz ou na Alegria, ou mesmo no seio da pessoa, emergirá, mesmo sem
razão, esse sentimento de urgência. Ele sobrevirá em muito pouco tempo, mas
suficientemente antes da estase ou do evento coletivo.
Escutem, não a sua cabeça, mas
suas percepções. E esse sentimento de urgência é qualquer coisa que é
detectável. Se vocês o vivem hoje, então não hesitem. Se vocês não sentem
urgência, em sua consciência ou nos fatos, aguardem esse sentimento de
urgência. E lidem com suas vidas e tentem compor na periferia do sistema. Mas
quando vocês sentirem essa urgência, e que vocês a constatarem, não mais
somente para si, talvez, mas de maneira coletiva, com os próximos, o momento
terá chegado.
Então, não se fiem em qualquer
data suposta, mas, unicamente, no seio da Paz, disso que virá criar e deixará
aparecer esse sentimento de urgência. Não será um medo projetado, pois,
paradoxalmente, associado a esse sentimento de urgência, mesmo se não o vivam
hoje, ainda, vocês experimentarão uma paz incrível, apesar da urgência,
justamente graças à urgência, e isso de maneira cada vez mais extensiva, se
posso dizer.
Prossigamos.
***
Tradutora: Célia Leal (com base em áudio)
____________________________________________________________
Parcial - 4 (em 22/09 às 14h)
Enquanto adultos, compreendemos, mas, e as
crianças, como isso se dará ?
Sempre foi dito para não se preocuparem com as
crianças. Inquietem-se por si mesmos, mas, sobretudo, não pelas crianças. No
seio da inocência, tudo se passará maravilhosamente.
E não se esqueçam de que, suas crianças, não são
suas crianças ; não só, elas não lhes pertencem, não mais do que pertencem ao
estado ou à sociedade. E as crianças são cada vez mais receptivas à Verdadeira
Vida. É bem mais com vocês, que vocês tem que se preocupar.
O Comandante falou sobre isso inúmeras vezes, eu
só posso redirecioná-los para esses escritos, eu não vou desenvolver a esse
respeito, mas, simplesmente confirmar que vocês não têm que se inquietar, de
jeito algum, mesmo por um recém-nascido, como por uma criança pequena e até a
adolescência.
Eu lhes lembro de que, sobre o plano fisiológico
sutil, o corpo mental é, em regra geral, ativo, somente a partir dos 14 anos.
Quer dizer que, até essa idade, não se ocupem, não se preocupem
com eles, tudo se passará à perfeição. Eles já estão bem mais informados que
vocês, adultos, sobre o que está por vir. Eles falam a respeito,
espontaneamente. Interroguem as crianças ao seu redor, informem-se. Eles estão
cientes disso que está aí. Eles começam a falar entre eles, às suas famílias,
por todo o mundo.
É a estrita verdade, informem-se.
O melhor reconforto e a melhor facilidade é,
claro, o amor parental, que está ainda condicionado, mas acima de tudo, a Paz.
Se vocês estão em Paz, as crianças estarão em Paz, facilmente. Vocês não podem
ajudá-las, senão pela Paz que vocês manifestam, que vocês são ; tudo mais
está fadado ao fracasso, mas eles estão protegidos.
Continuemos.
Nossa irmã tem uma questão sobre a cólera.
Eu vejo, claramente, há pouco tempo. A Luz
iluminou, verdadeiramente, todas as minhas cóleras reprimidas. Eu consigo até
tomar distância e rir, mas isso não impede que, quando a cólera aumenta, eu não
saiba o que fazer.
Deixe-a aumentar, deixe-a sair. Não é preciso
reprimir nada. É assim, também, a liberdade. Rir de sua cólera, mas deixá-la
exprimir-se, deixá-la sair, a fim de que ela não se reproduza mais, qualquer
que seja a cólera. Porque a cólera irá queimá-los também, e irá colocá-los no
riso e na Alegria. Sobretudo para a cólera. Não reprima nada. É a Luz, sua
própria Luz que a ilumina. Não retenha nada. Cessem essas infantilidades de
crer que o sábio jamais se encoleriza. O próprio Cristo não expulsou os
vendilhões do templo ? Eu mesmo não mandei meus visitantes para
fora ? Vocês não têm que se culpar por causa da cólera. Aliás, eu creio
que no Ocidente, vocês dizem « uma cólera sã », ou « uma santa
cólera ». É a verdade.
E a cólera participa, para muitos, da liberação.
É o momento em que se sufoca de tal forma nessa superabundância de Luz, que nada
pode restar escondido no interior, tudo deve sair. Então, nenhuma culpa, nenhum
decoro. E vocês deveriam mesmo organizar sessões de cólera coletiva.
...Risos...
E eu não estou brincando. Esvaziem seus sacos.
Olhos nos olhos. Livrem-se de tudo isso que lhes sobrecarrega. Não há melhor
ocasião que, aqui, no processo de ressurreição. E eu diria que, quanto mais
vocês estão na cólera, mais vocês estão livres. É paradoxal, hein ? Alguns
ensinamentos lhes disseram que era preciso ver suas cóleras, identificá-las,
reprimi-las. Não, tirem tudo, desembrulhem tudo. E mais vocês desembrulham, mais
vocês estarão na Alegria. Eu não posso lhes dizer melhor.
Desembrulhar essa cólera, isso também faz parte
da transparência ?
Sim, certamente. Aquele que esconde sua cólera
não é livre. Aquele que a mantém fechada, faz mal para si. Foi dito, a cólera
lesiona o fígado, nas medicinas tradicionais. Mas, a cólera, hoje, lhes libera,
e não lesiona mais o fígado, porquê ? Porque a alma se voltou ou está em
dissolução. Vocês não se arriscam em nada, pelo contrário, vocês verão que se
vocês assumirem a cólera que se exprime, vocês serão livres. Vocês o
constatarão de pronto. Porque a cólera não é o mental, ela é, justamente, a
reação ao confinamento, qualquer que seja o confinamento.
Então, dizer que o sábio, ele está na total
serenidade, como por exemplo, Ma Ananda Moyi, mas ela também se picava de
raiva, não ? Eu também piquei as memoráveis.
...Risos...
E hoje, mais que nunca, não retenham nada. Eu
não falo de seu mental, eu falo disso que sai, esse elemento que sobe, que é a
cólera. Porque a cólera é libertadora. Eu não quero dizer com isso que vocês
têm que entrar todos em cólera, hein ?
...Risos...
Mas esses que a sentem, deixem-na, deixem-na
evacuar-se, vocês serão livres. Vocês não podem esconder, vocês não podem mais
sufocar uma cólera ou um ressentimento. Mas estejam certos de que ao vivê-la,
isso lhes libera, verdadeiramente, e ao outro também, o que quer que se diga.
Ah, bom ! (Risos)
Na verdade, é no outro que pensamos, ao
não deixar sair a cólera, é para proteger o outro.
Mas o outro não existe
mais do que você !
...Risos...
Mas, você quer proteger
o outro de quem, de sua cólera ?
Sim.
Mas quem disse que a sua cólera não vai,
justamente, fazê-lo tomar consciência ? Quem te disse que aquele que
agride todo o mundo não está a serviço da Luz, mesmo que você não o saiba, ele
está, necessariamente. Talvez, bem mais que esses que ficam em oração o dia
inteiro.
Hoje, a cólera é santa e sã. Se vocês não a têm,
não vão procurá-la.
...Risos...
Mas, se vocês têm qualquer coisa que sobe, que
lhes coloca esse gosto particular na boca, em que o coração se acelera,
deixem-na sair, não haverá qualquer consequência, exceto vantagens.
Ah, bom !(Risos)
Há mesmo quem diga que se se está na cólera e a
exprime, está na reação.
Claro. Bem, façam a experiência. Eu não posso
lhes dizer melhor, sobretudo, hoje. Vocês sentem bem quando uma cólera é uma
reação face à um evento, ou que vocês têm essa emoção que não corresponde,
necessariamente, a eventos precisos, mas é uma cólera bruta, mesmo que hajam
circunstâncias. Mas vocês não são obrigados a entrar em cólera contra uma
pessoa, vocês podem cavar um buraco e evacuar sua cólera dentro dele, vocês
podem lançar sua cólera para o invisível. Façam a experiência e vocês verão, eu
não posso lhes dizer melhor, aí também. Não adiram à nada sem verificá-lo por
si mesmos. Vocês não estão mais nos conceitos, vocês estão na vivência. E,
efetivamente, nos sistemas de medicina, diziam que a cólera lesionava o fígado,
entre outros.
E isso, também combate a tristeza.
Absolutamente. A cólera conduz à Alegria. No
nível dos movimentos de energia e de consciência, a cólera é o que há de mais
pulsante. Agora, não vão se colocar em cólera todo o tempo, hein ? Mas, se
vocês sentem, espontaneamente, quer esteja ligada ao passado ou ao instante,
essa cólera que está aí, soltem-na, não reprimam. A cólera faz crescer o
« chi », o sopro. E se vocês a bloqueiam em sua elevação, vocês terão
problemas de garganta, acidentes vasculares. Agora, se vocês a expelem, bem, o
outro ira passar um mal bocado, mas isso lhe fará bem, o que quer que ele diga.
E vocês, sobretudo, isso irá libertar seu fígado. Não haverá mais emoção, a
seguir. Vocês serão tranquilos.
Vocês não podem negociar com a raiva, dizendo a
si mesmos « eu sou sábio, e estou na Alegria ». E se vocês têm medo
da cólera, por si ou pelo outro, se vocês têm medo da cólera do outro, é que
vocês são mais coléricos que o outro, e vocês não a aceitam, vocês reprimem
mais que o outro. E eu lhes asseguro que hoje, mesmo estando na Paz e na
Alegria, há muitos dentre vocês que sentem essa cólera. Não é contraditória à
Alegria. Nosso amigo, nosso irmão acaba de dizer, é a verdade, na medicina, não
é ? A cólera libera a Alegria, e essa cólera, ela é explosiva, não é
ressentimento ou rancor. Não é algo que irá retornar, é uma evacuação disso que
não tem mais nada a fazer em vocês. E que deve ser visto. E não reprimido. Eu
vou fazer a felicidade dos casais, eu creio. E a infelicidade também, mas isso
passa.
...Risos...
Sim, mas quando eu via a cólera crescer, eu
dizia para mim, mas é minha pessoa.
Não, é a iluminação da pessoa. É a Luz. Se vocês
tivessem um ressentimento, que vocês tivessem trabalhado, vocês pensariam estar
livres. E o que isso lhes mostra, hoje, o jogo da Luz ? Que isso não é
verdade. Vocês não estão de acordo com a evacuação. Vocês permanecem no hábito.
E eu lhes asseguro que, a maior parte das cóleras, atualmente, são liberadoras.
Eu não disse para estar em um estado permanente de cólera, é claro, e menos
ainda no ressentimento e rancor. A energia da cólera da pessoa fará aumentar a
Luz e irá liberá-los. Experimentem, sozinhos.
...Risos...
É menos carregada quando se está sozinho.
Exato. É melhor a dois.
...Risos...
É melhor evitar bater na cara do outro ?
...Risos...
A cólera, eu não falei de tapas.
...Risos...
Eu falei do verbal. Se você bate, não é a
cólera, é a vingança. Não é necessário qualquer tapa. É preciso exprimir a
cólera. Vocês não imaginam o número de irmãos e irmãs que, para camuflarem a
cólera, lhes apresentam frases revestidas. Mas, aí, vocês não são verdadeiros,
nesse momento. Vocês não se importam em saber se é a pessoa ou não. É preciso
ser verdadeiros consigo mesmos.
Se a cólera está aí, não congelem nada. Uma vez
que a cólera lhes leva à Alegria. Ela não pode colapsar sua energia, bem ao
contrário, pois a energia da cólera, que é um movimento de energia, um
movimento da consciência, irá também, irá provocar a Luz e irá realizar a
alquimia no nível do coração. Aí também, eu não posso que lhes repetir de o
demonstrarem para si mesmos. Além disso, vocês constatam, para esses que têm
essas cóleras, que se vocês não as deixam se exprimir, vocês ficarão cansados,
vocês ficarão esgotados, perderão a Alegria, ou ela não será constante. E vejam
as diferenças ao deixar sair o que quer sair, isso que quer ser iluminado.
A Alegria põe fim à tristeza ou às variações do
humor, a Alegria põe fim ao medo, mas a cólera é outra coisa.
A tristeza lhes remete ao passado, a Alegria
lhes coloca no instante presente, o medo lhes atrai para baixo, lhes densifica,
cristaliza, a cólera lhes eleva, agora. E essas cóleras aí, vocês o verão, são
cóleras explosivas, repentinas, brutais, que desaparecem rapidamente ;
elas não podem durar. Quanto mais violenta, mais ela é brutal, quanto mais é
vista, mais ela é transmutada, por sua evacuação.
E ademais, vocês devem constatar, para esses que
vivem a Alegria, que esses elementos que vocês pensavam ter transcendido,
explodem-lhes na cara.
...Risos...
Se isso lhes explode na cara, é que isso ainda
fazia parte de sua pessoa, não ? Portanto, vocês ainda eram uma pessoa.
Então, sim, a cólera vem da pessoa, mas seus efeitos se situam nos
níveis : um, do corpo ; dois, do corpo de Eternidade, porque a cólera
irá ativar totalmente isso que vocês nomeiam, eu creio, a merkabah, irá religar
as três fogueiras, e irá lhes liberar. E na mesma ocasião, se vocês são dois,
como você dizia, o outro será queimado, ele irá, talvez, colocar-se na cólera
também, mas vocês não irão se estapear, aí, vocês rirão. E depois, se tomarão
nos braços um do outro, enquanto que, se vocês sufocam a cólera, vocês mesmos
sofrerão. Isso concerne, eu o disse, tanto a zona da garganta, como os vasos da
cabeça, o fígado, a digestão, se vocês preferem, o metabolismo. Não é questão
de bater nem de matar quem quer que seja, hein ?
...Risos...
É preciso esvaziar-se de tudo isso que é da
pessoa, de tudo isso que é história, para ser preenchido de Luz. Então, a Luz
põe fim, pela alquimia, ao medo e à tristeza, sim, mas não à cólera. E é por isso
que, após alguns meses, alguns tenham tido algumas supresas desagradáveis.
Mesmo vivendo a Alegria.
E, além disso, vocês verão que após uma sã ou
santa cólera, vocês serão capazes de dizer não, sem se colocar questões, e
vocês serão bem mais leves, e vocês serão muito mais eficazes através de suas presenças, sem nada querer.
...Silêncio...(Pássaros)
***
Tradutora: Célia Leal (com base em transcrição oficial)
____________________________________________________________
Parcial - 5 (Final) - em 22/09 às 23h
Já que estamos tratando da cólera, há outras
questões em relação a isso ?
Testemunho : Quando há uma pessoa do meu
círculo que não faz aquilo que disse, que faz tudo ao contrário, eu tenho uma
cólera que sobe e eu escuto uma voz que me diz « ela tem o direito ».
E aí, a minha cólera se abranda e me diz « eu não me importo ». E eu
vou para a Alegria.
Sim, absolutamente. Você tem o direito e o dever
de deixar sair a cólera.
Eu não a deixei sair, ela abrandou.
Sim, simplesmente, por essa noção de energia e
de movimento. A cólera sobe.
...Risos...
Mas eu não tive a cólera. Eu senti a cólera
subir, mas ela caiu prontamente...
É muito fugaz, muito rápido, muito explosivo,
como eu disse. Não é uma cólera que pode durar, não são as cóleras habituais,
vocês sabem, que retornam, em giros, e que se tornam rancor, que se tornam
amargura. É uma cólera explosiva. Porque a Luz está aí, justamente. É claro que
a cólera nasce na pessoa e na história, mas é justamente isso, que lhes limita
quando vocês não a exprimem. Não são, absolutamente, as mesmas circunstâncias
para as outras emoções. Eu lhes disse.
Mas eu lhes tranquilizo, há os seres que são,
irmãos que estão na Alegria e que, real e concretamente, não têm qualquer
cólera. Mas se no processo que vocês vivem, atualmente, após o final do ano
precedente, a cólera está aí, deixem-na explodir, ela não irá jamais durar,
você mesmo o diz. Às vezes, mesmo a ideia de se autorizar a estar encolerizado,
a faz cair novamente, como um suflê. Ela foi evacuada.
E é verdade que a outra pessoa, ela tem o
direito de fazer o que ela tem vontade de fazer, mesmo que isso nos ponha na
cólera ?
Exatamente.
...Risos...
Que é feito da cólera contra si mesmo, é a mesma
coisa ?
Claro ! O número de vezes em que vocês não
ousaram, dizer, em que vocês se reprimiram, na família, na relação de casal. É
melhor a cólera que a amargura ou o rancor. Sobretudo, se vocês constatarem,
como disse a nossa irmã, que se você acolhe a cólera que sobe, ela não terá o
tempo de se exprimir, pois já estará tratada. É a repressão da cólera que lhes
deixa doentes, contra si mesmos, ou contra Deus, contra a Fonte, contra quem
vocês queiram, pouco importa.
A cólera não é uma vontade de prejudicar, a
cólera é, simplesmente, a afirmação um pouco violenta, de si, não tanto
enquanto ego, mas enquanto pessoa livre da pessoa. Eu diria, eu pulso ao
extremo, hein, ainda, pois o ioga da cólera é profundamente liberador. Tanto
quanto o riso.
Vocês sabem que, em certos sistemas de medicina
tradicional, cada emoção corresponde à função de um órgão, ou se localiza em
certos lugares do corpo. Por exemplo, a tristeza lesa os pulmões, o medo lesa
os rins, e a cólera lesa o fígado, diziam, porque ela ficava girando em
círculos. Mas a alma retornou, a anomalia primária desapareceu. Vocês não estão
mais sujeitos a essa cólera, não a conservem mais.
Não é questão de tapas ou de violência, não é a
mesma coisa. Mesmo que o outro receba a cólera com violência, é que ele é que
tem um problema com a cólera, que não quer reconhecer sua própria cólera. Então
vocês dão dois tiros com uma só pedra.
...Risos...
E é a verdade. Mas não vão imaginar que vocês
todos têm cóleras a expurgar, hein ?
Para mim, a cólera, o mais das vezes, ela me
aterroriza, ela me congela e isso me dá nós na garganta e no ventre.
A sua ou a dos outros ?
A minha.
Mas porque você não a deixa sair, simplesmente
isso. Eu o disse, as circunstâncias, hoje, não são as mesmas dos anos
precedentes. É porque você a bloqueia, porque você tem medo, como você o diz,
de sua cólera. E o medo, é o movimento inverso da cólera, isso cristaliza.
Então, a associação de medo e da cólera é duplamente traumatizante, como você o
exprime. Ela cria ainda mais lesões, em sua consciência, em seu corpo, ela lhe
impede de ser livre, você não se autoriza a ser livre. Mas, de fato, não é a
cólera que lhe perturba, você mesmo o disse, é o medo de sua própria cólera,
que você bloqueia, que gera todos esses sintomas. E se você deixa a cólera
exprimir-se, quaisquer que sejam os sintomas, você constatará, também, que não
há mais medo. É o jogo dos dois movimentos inversos, a cólera que sobe, o medo
que cristaliza para baixo. É um falso equilíbrio, você equilibra o medo-cólera,
para encontrar um semblante de equilíbrio. E o medo está sempre aí, e a cólera
está sempre aí, ela não é evacuada.
O problema é que se eu tiver que exprimir a
minha cólera, eu sinto, entre aspas, o mal que faria ao outro, então eu faria
tão mal a mim quanto ao outro.
Mas eu acabo de dizer que isso que era
verdadeiro no ano passado, não o é mais. Como você pode determinar de antemão
que o outro ficará mal ? É isso que você projeta. A cólera jamais matou
alguém, exceto para aquele que a reprime. Eu não falo de violência, nem de
socos, eu falo, unicamente, de deixar sair isso que deve sair. E você faz, como
eu o disse e repito, de uma pedra, três tiros de uma só vez. Vocês eliminam o
medo da cólera, vocês permanecem na Alegria, a cólera não está mais no corpo, e
o outro, isso não lhe fará mal. Porque se ele não tem qualquer cólera, ele rirá
de sua cólera, e se isso se agarra a ele, que isso desencadeie um mal, é que
ele também tem um problema com a cólera, então, tudo está perfeito. Aquele que
está na Alegria permanente, que não têm nada conservado em si, não pode dizer
senão, eu te amo, quando você está encolerizado contra ele.
Agora, se o outro tem um problema com a sua
cólera, é que ele também tem medo da cólera. Nada mais, nada menos. Como eu o
disse, vocês fazem de uma pedra três golpes. Agora, não estabeleçam uma regra
de conduta, hein. É preciso ser tão verdadeiro quanto espontâneo, como o disse
nossa irmã, no início, que introduziu esse problema da cólera, que vocês sentem
essa cólera que sobe. Se não há nada que suba, vocês não estão na cólera. Mas
se vocês bloqueiam isso que sobe, são vocês que irão pagar, enquanto que, se
vocês a deixam sair, vocês irão, não apenas fazer bem a si mesmos, como ao
outro também. Porque se ele está nesse Amor total e nessa Alegria nua, ele irá
atravessar por sua cólera, sem qualquer ressentimento e sem qualquer problema.
O mal que vocês imaginam, de algum modo, fazer mal ao outro, não está senão em
sua cabeça. E se é alguém que reage, eh bem, isso o colocará face às suas
próprias cóleras, que ele próprio reprimiu.
Vocês sabem muito bem que a cólera é uma emoção
que não pode durar. Vocês não podem estar encolerizados 24 horas sobre 24,
senão, isso não se chama mais cólera. Vocês têm, assim, então, como diferenciar
isso que chamamos de cóleras quentes de cóleras frias. A cólera fria é ruim,
porque ela lesa os rins. A cólera quente, é explosão, se vocês a bloqueiam,
surgem problemas de garganta, problemas vasculares, mas se vocês a deixam sair,
vocês estão livres.
Eu não lhes teria dito isso, o que quer que eu
tenha dito, mesmo encarnado, em certas circunstâncias, mas, hoje, é capital
nada conter, a fim de ver claramente quem vocês são, mesmo nas falhas da
pessoa. É isso a honestidade, é não esconder ou colocar sob o tapete isso que
vocês não querem ver ou mostrar para o outro, sem isso, vocês não são francos,
vocês não são verdadeiros.
Restam dez minutos.
Já?
Antes da pausa.
De acordo. Outra questão ?
Finalizamos com a cólera, talvez ? Não há
outras questões sobre a cólera ?
Sim. Há duas questões.
Muitas vezes, há uma cólera contra mim mesmo,
quando eu faço uma tolice, como derrubar algo, e aí eu me trato por todos os
nomes de pássaros. (Risos) Eu acho isso liberador, por outro lado, depois, eu
tenho, ainda, consciência pesada, pois ainda é o templo, o corpo.
A consciência pesada vem da pessoa, em relação
às convenções morais, ou às convenções espirituais, em que se deve ser assim ou
assado. A consciência não tem o que fazer com isso. As circunstâncias que vocês
vivem, já há mais de 30 anos, mas, sobretudo, este ano, são profundamente
diferentes. Como vocês creem... então, muitas vezes lhes foi dito, por exemplo,
que nas manipulações de todas as ordens, no nível coletivo, tentam fazer as
pessoas reagirem. Até o último ano, era verdade. Mas vocês terão a ocasião de
constatar muito rapidamente, onde quer que estejam na superfície deste planeta,
que a cólera social, ela é libertadora, ela consome a própria sociedade.
Ela pode ser violenta, também.
Sim, e isso será muito violento no nível
coletivo. Mas a mesma liberação está no final. É tudo isso que foi acumulado,
tudo o que foi tolerado, tudo o que foi suportado, em sua vida ou
coletivamente, para se conformarem à uma sociedade, à uma família, à um ser.
Mas vocês constatam por si mesmos, eu não posso dizer melhor. E eu terminarei
por essas palavras, a cólera não lesa mais, mesmo que vocês tenham o sentimento
de ter a consciência pesada, pois você mesmo o disse, ela lhe libera.
Sim.
Mas, uma vez mais, não vão procurá-las, essas
cóleras. Vocês o veem bem, por exemplo, para alguém que vive, mesmo a Paz por
momentos, que há uma cólera que está aí. Vocês podem decidir por aplicar a
Alegria, o Amor, em um nível superior, e vocês constatam o quê ? Que
depois, ela retorna ainda mais forte. Não é verdade ? Deixem-na sair. É lógico,
hoje, com a iluminação da Luz, de sua personagem, de suas relações, da
sociedade e do mundo inteiro, que a cólera se manifesta. Mas a cólera, ela é
duplicada, ela também, na energia, pelas partículas adamantinas. Façam a
experiência, antes que isso tome o coletivo. (Risos) E vocês verão. A consciência pesada vem da pessoa. Mas o
sentimento de ser liberado, é ser liberado da pessoa. E é claro, a pessoa, o
ego, o mental, vão tentar lhes dizer « Não é bom, você não está na Luz,
veja, você teve uma cólera. » (Risos)
Sejam livres. E depois, se o outro está ferido, tome-o nos braços,
console-o. Ele não compreenderá nada, mas ele será liberado também. (Risos)
Agora, se vocês permanecem no ressentimento, são
vocês que roem o fígado e o baço, como se diz no Ocidente, vocês fazem mal a si
mesmos e vocês não ajudam nem a si, nem ao outro. Vocês baixam o nível
vibratório dos dois na relação. E vocês constatarão de maneira infalível que,
desde que vocês aquiesçam à essa cólera, que ela tenha o tempo de subir
completamente ou não, que depois, há a liberdade, uma leveza que está aí. É
real. Então, não atribuam nenhum crédito aos preceitos religiosos, morais ou
espirituais que lhes fazem dizer « não, não faça mal ao outro ».
Porque se o outro é prejudicado pela sua cólera, mesmo que ele diga não
suportar a cólera, é que há nele, ainda mais cólera, que ele guardou
duplamente, em seu ventre e em sua garganta.
(Asno)
Na mitologia, vocês têm Zeus, o raio. Vocês têm
o deus do relâmpago, são os Maias. O trovão, o martelo de Thor, são os
arquétipos. Eles não estão aí por acaso, apesar de tudo. Trovão de Zeus, trovão
de Thor ou de Tlaloc, são a mesma coisa.
Hoje, eu o repito, e essas serão as minhas
últimas palavras antes da pausa. A cólera não destrói nada, senão a ilusão, a
cólera libera. Mas se vocês não as têm, não vão procurá-las. Mas se ela está
aí, não a negue. Não procurem amá-la para que ela desapareça. Não é seu
propósito. Dito de outra forma, a cólera aceita, manifestada ou não até o fim,
lhes coloca na Alegria, qualquer que seja a moral que vocês têm. E é isso que é
o mais importante. O bom pensamento e as boas maneiras do meio espiritual lhes
diz que, quando vocês estão na Alegria, vocês são pacíficos, que vocês são
alegres, que jamais há cólera, que jamais há tristeza, mas é falso. A Alegria
não pode ser total, exceto quando nada mais existir, no interior, do que tenha
restado.
Então, são minhas últimas palavras, e nós
continuaremos após a pausa, sobre a cólera ou sobre outra coisa. Bidi lhes
saúda e lhes diz até logo.
Obrigado. Até logo.
***
Tradutora: Célia Leal (com base em transcrição oficial)
Fonte da Imagem: https://www.facebook.com/groups/293893747352484/
PDF (Link para download) : Bidi3-04Setembro2018
Gratidão, Célia Leal, por continuar avançando nestas traduções. Assim, o blog continua pulsando e pulsando...
ResponderExcluirObrigado Célia !
ResponderExcluirRafael
Gratíssima Célia Leal por mais uma maravilhosa doação de Amor.
ResponderExcluirEm Acolhimento, Sara.
BIDI e Célia Leal um SHOW...GRATIDÃO
ResponderExcluirMuitíssimo obrigada Célia pelo suas traduções passadas e as mais recentes.
ResponderExcluirFrancisca
O que o Bidi disse sobre o dinheiro, a democraria, e as relações pessoais, tirando os intervenientes, obviamente. Nunca vi ninguém falar de forma direta, nem 0,001% do que ele disse.
ResponderExcluirBIDI FANTÁSTICO...CÉLIA MARAVILHOSA...GRATIDÃO
ResponderExcluirMuitíssimo obrigado, a tradutora, pelo importantíssimo trabalho, que foi produzido. Agradeço profundamente.
ResponderExcluirAcolho todos os agradecimentos, aqui e agora, em absorção. Célia L.
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