Bidi - Parte 3 - 04 de Setembro de 2018



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Parcial - 1 (em 08/09 às 19h10)




Eh bem, Bidi está com vocês e ele lhes saúda. Nós vamos retomar nosso encontro de ontem, prosseguindo com seus questionamentos. Então, eu lhes escuto.


Eu estou consciente de estar apegado a esse corpo, sua aparência e sua idade, mesmo que eu saiba que não sou isso. O que você me aconselha?

Há alguns anos, eu já disse, para praticar essa refutação e de se colocar no seio da testemunha ou observador. Hoje isso não é mais indispensável. Porque, de fato, a mobilidade da consciência permite sobrepor – aliás, como você o exprime, os diferentes pontos de vista, da sua localização. E vocês são numerosos a viver, ao mesmo tempo, a conjugação da consciência efêmera, da supraconsciência e da a-consciência.

O mecanismo do face a face e da travessia lhe torna, como você o diz, lúcido do fato de que você não é esse corpo e que, no entanto, você permanece aí, como você o diz, apegado. Devido à mobilidade da consciência e de seus diferentes fragmentos, hoje, é bem mais fácil, e você já está, no seio do observador, de constatar que você não é esse corpo e de aceitá-lo. Mas como você o diz, isso não é suficiente para colocá-lo além de toda consciência, no seio da a-consciência.

A a-consciência, eu lhe lembro, dito simplesmente, é a própria fonte da consciência. Do instante em que o observador é visto e vivido, sua postulação de apego ao corpo, porque isso não existe que, parcialmente, resta-lhe, simplesmente, soltar toda ligação ao corpo ou todo apego a esse mundo, do qual seu corpo faz parte; de alguma forma, deixar sua consciência na tranquilidade, no acolhimento e no nada fazer. Porque, é após esse posicionamento do observador, que o desapego se faz natural e espontaneamente, se você permanece tranquilo, tempo suficiente, quer dizer, sem preocupação, no repouso do corpo, permanecendo no observador, quer dizer, sem meditação, de observar por si mesmo, o desaparecimento do observador. Hoje, isso é muito mais fácil. Porque quem observa se não é você mesmo no jogo eterno?

Do instante em que se vive essa revolução, não há mais qualquer problema, de maneira individual e coletiva. A posição do observador lhe conduz natural e espontaneamente além de toda consciência. É-lhe suficiente observar de forma neutra e você descobrirá, então, que o observador não é que o liame do jogo eterno, ou do Absoluto ou Último.

Não há técnicas, propriamente falando. Contente-se quando você vê isso, como você o coloca em sua questão, de permanecer tranquilo, de não se mexer, se você o prefere, de se esvaziar, mas sem meditar, de se deixar atravessar, sem ação, sem reação, e então, espontaneamente, naturalmente, você descobrirá isso que você é, além de toda forma. Você amará esse corpo, enquanto veículo de manifestação, mas você não será mais, como você o diz, sensível. Nesse momento, a consciência estará estabelecida no Último, no limiar da Morada de Paz Suprema. Eu lhe lembro, aí também, que o único marcador, não é isso que você pensa, isso que você crê, ou isso que você sente, mas bem mais essa vacuidade inefável, que se traduz por essa Alegria sem objeto, sem sujeito.

Não é questão de querer se desembaraçar de toda identidade, mas simplesmente, de deixar a identidade do corpo, como do observador, estarem no silêncio, no repouso. Do próprio fato, da abertura do coração, essa simples constatação lhe liberará, em totalidade, de sua pessoa. Você deve, simplesmente, observar seus próprios pensamentos que, na verdade, não fazem que aparecer e desaparecer, habituar-se a não se deixar levar ou derivar por ela. E tudo, naturalmente. O jogo eterno e o testemunho, quer dizer, a Alegria, estarão aí. Esse jogo eterno, ao desembocar no Absoluto, que jamais se moveu, isso ultrapassa, amplamente, a vivência do Eu, isso ultrapassa, amplamente, todo processo energético ou vibratório.

É assim que, hoje, pelo fato mesmo da resolução da anomalia primária, se descobre isso que sempre esteve aí, o jogo eterno. Você não será mais afetado, num primeiro momento, nem pelo corpo e, em seguida, nem pelos pensamentos. E é tudo. Não há prática a considerar. Porque, efetivamente, o permanecer tranquilo, ou como dizia Osho “o nada fazer”, não em sua vida, mas em certos momentos, que lhe permitirão, naturalmente, descobrir a verdade, que não sofrerá qualquer discussão, e que porá fim de maneira geral e global, a todo apego.

Isso lhe conduzirá a viver o Amor Incondicionado e, a seguir, o Amor Nu, cujo melhor testemunho será sempre a Alegria, sua qualidade, sua permanência. E você observará, então, o que resulta diretamente disso: o desaparecimento de toda identificação, ao que quer que seja desse mundo, como de todo mundo.

A Paz, nesse momento, não poderá ser comparada a qualquer fato condicionado. Essa vacuidade, essa transparência, podem assim, ser magnificadas pelo acolhimento, por uma certa forma de indiferença e de silêncio, que desmascarará, então, naturalmente, a evidência disso que você é, além de toda forma e, anterior a toda dimensão.

Isso se tornará cada vez mais fácil, cada vez mais evidente, cada vez mais marcante. Tudo se faz automaticamente, você não tem que lutar, nem mesmo refutar o que quer que seja de sua vida, porque é o olhar neutro, benevolente do observador e, em seguida, de quem observa, que lhe permitirá viver a verdade.

Se isso lhe parece difícil, reajuste-se. Se você tem desejo de utilizar o que você conhece como exercício, como prática, isso te deixará, também. Assim, em tudo sendo deixado, o mental cessará, no espaço de um instante, você se encontrará. Mas a melhor posição da consciência nesse desmascarar, nessa retirada da zona de conforto é a imobilidade, a tranquilidade que resulta, de forma natural, na evidência da Alegria e da Paz.

Você não tem nada mais a fazer, nem pensar em desaparecer. E você constatará, então, que você se tem além de toda ideia e de todo pensamento, como de toda energia, de toda visão e de toda vibração, nessa vacuidade do face a face, que lhe permitirá, então, atravessar, sem se mexer, acolhendo, tudo isso que se desenrola. Esse é o único caminho, hoje.

Lembre-se, de qualquer forma, que o fenômeno, ao mesmo tempo individual e coletivo, que está em curso, se desenrolará, à perfeição. Eu não posso que lhe reenviar, porque isso também foi dito há muito tempo, há alguns anos, por Sri Aurobindo concernente ao medo e concernente ao choque da humanidade. Seu mental discursivo e reflexivo, à simples leitura dessas palavras pronunciadas há alguns anos, lhe liberará instantaneamente, do instante em que você permaneça tranquilo, sem interrogação, sem questionamento, na humildade e na simplicidade. Nenhuma oração, nenhuma meditação, nenhuma ferramenta, equivalerá a essa postura da consciência em seus diferentes fragmentos.

Enquanto você crer que você pode dirigir, controlar, evoluir, segundo a pessoa ou o observador, isso lhe afastará. É-lhe necessário aquiescer à ideia e ao conceito de que você não é nem esse corpo, nem esse mental, nem qualquer forma, nem qualquer pensamento. Aceite isso conscientemente, e você o provará a si mesmo. Nada mais é necessário.

Porque a evidência está aí, porque vocês são, atualmente, mais numerosos a viver aqui através dessa personagem e dessa história, no coração do coração. E que não existem mais as camadas isolantes intransitáveis, tanto no nível dos corpos sutis, como no corpo de eternidade.

Aceitem a simplicidade, e certamente, o Caminho da Infância, o mais simples de colocar em prática, atualmente, sem esforço, sem dificuldade e, sobretudo, sem freio. E é tudo. E tudo isso, naturalmente; se produz por si mesmo. Isso que lhe permitirá ser liberado da pessoa. Você agirá, então, o que quer que você tenha a viver, a realizar, a fornecer nesse mundo como esforço, quer seja o trabalho, as relações, e todos os aspectos de sua vida, de forma cada vez mais leve. Mas retenha que você não deve procurar isso, segundo a pessoa, nem mesmo segundo o observador. E que se você aceita esse princípio, você o viverá com facilidade, com leveza, sem fricção, e sem dissabor.

É o momento em que vocês constatam que os pensamentos e o mental, assim como as crenças e os hábitos, criam seu próprio confinamento, pois não existem que ao seu nível individual, que mantém ainda como vocês o veem, a ilusão desse mundo. O único marcador é, evidentemente, a Alegria ou a Paz. Não há outro.

E quando você constatar em apenas alguns segundos, como eu disse ontem, um milésimo de segundo, porque é muito rápido, que há algo que está aí, que sempre esteve aí, o relaxamento natural em relação à identidade ao corpo ou ao observador, mas ela desaparecerá por si mesma. Isso não se faz após uma ascese ou um trabalho, mas, justamente, após o desaparecimento de toda ascese e de todo trabalho.

A Paz ou a Alegria é o estado natural a manifestar, que não tem necessidade, como eu disse, nem de objeto, nem de sujeito, nem de circunstâncias, nem de condição, porque você é um montante de tudo isso. E então, sua pessoa estará aí, mas você estará livre dela.

Você verá esse corpo e essa vida, como os meios, simplesmente, de irradiar a Luz que você é, além de toda atenção, além de todo olhar, de toda vontade, como de toda crença, que desaparecerão por si mesmos. Para isso é necessário ser natural, espontâneo, nada frear, mesmo nos elementos contrários, por assim dizer, à luz, como os estados emocionais ou de dor, de qualquer natureza que seja.

Do instante em que isso lhe pareça complicado, você não está mais no observador. Permaneça tranquilo, seja tranquilo, em um certo momento, quaisquer que sejam as atividades de sua jornada, isso lhe permitirá se reencontrar em sua inteireza, além de todo mundo e de toda forma. Observe, simplesmente, se você o deseja, o alívio e as modificações de seu humor, de seu mental e de sua pessoa. Você não tem nada mais a empreender, nem a pensar, nem a fazer. Aceite esse princípio, e verifique-o por si mesmo.

Em alguns casos, a personagem e seu mental podem repugnar e não lhe deixarem tranquilos. É muito bom sinal, porque ele se colocará diante de você. Naturalmente, aí também.  Isso que eu digo para você é válido para cada um que não percebe essa Alegria da qual falamos. Isso está acessível em cada um, qualquer que seja sua idade, quaisquer que sejam suas crenças iniciais, quaisquer que sejam suas negações ou quaisquer que sejam suas aceitações.
Prossigamos.


***



Tradutora: Célia Leal (com base em áudio)


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Parcial - 2 (em 16/09 às 17h45)



Uma irmã aqui presente se pergunta a respeito do acolhimento. Quais os passos a praticar para acolher, por exemplo, é agradecer à Luz, agradecer pela dor quando formos acolher uma dor, ou é preciso exprimir algo?

Como eu o disse, e eu completo aqui por essa questão à qual eu respondo. Não há prática. Não há frases chave.  O Acolhimento é uma postura da consciência. A consciência é manifestada e expressa. Basta, simplesmente, estar tranquilo, quer isso concirna à dor ou à identificação ao corpo, pouco importa. Acolher consiste, simplesmente, em se deixar atravessar, sem nada reter. Voltar a ser como uma criança, totalmente imersa no instante presente, sem outro objetivo que desfrutar do instante. Qualquer que seja o estado do corpo, como eu já disse, ou do mental. Mas do instante em que você queira ritualizar ou realizar o que quer que seja, você não está tranquilo.

É por isso que eu insisto na imobilidade, nessa noção de acolhimento.  Num primeiro momento, tanto do corpo, como do silêncio das palavras, interior e exteriormente; na vacuidade que criará de si mesma, essa Alegria. Nada mais.
Quando existe, um pensamento, as emoções, particularmente, no que concerne à cólera, qualquer que seja. A cólera vem da pessoa. Entrando em contato com a Luz que está ao redor de cada corpo efêmero, isso desencadeará o que é chamado o fogo por fricção, que desembocará no fogo vibral e a cessação de toda percepção. E aí, a Alegria emerge natural e espontaneamente. Você não tem nada a controlar, nada a dominar. E da mesma maneira que você se deixa atravessar, você deve também aceitar e deixar exprimir-se a cólera, a dor. Tudo isso que concerne ao corpo e às emoções não deve ser reprimido, mas aquiescer, aí também. Isso permitirá esvaziar esse saco de carne, disso que o polui. Nesse momento, toda a dor, qualquer que seja, todas as doenças, quaisquer que sejam, não poderão que se apagar, porque elas serão iluminadas pela Luz que você é. Você não pode chamar a luz, porque, hoje, é mínima a distância entre a pura luz que você é e a luz que você considera vir de qualquer lugar de seu corpo ou alhures.

É assim que vocês se reencontram. É assim que vocês reconhecem e compreendem, ao vivê-lo, que todo conhecimento, toda experiência, hoje, não serve para mais nada, senão para afastá-los da verdade.

Aceite aí esse princípio e verifique por si mesmo, pela experiência, que isso é verdadeiro. E não pode ser diferente, porque as circunstâncias não têm mais nada a ver com relação ao que existiu, após uma eternidade nesse mundo.

O processo dito ascensional ou de liberação foi realizado. Vocês são cada vez mais numerosos a vivê-lo, mesmo sem saber o que é. Mas todos e cada um são capazes de ver se estão na Paz ou Alegria, e que isso não tem nada a ver com as circunstâncias de seu humor, de sua vida, ou qualquer posse que seja. E nesse momento, também, você será liberado da pessoa. E é tudo. Prossigamos.


Você poderia desenvolver sobre o papel do dinheiro na sociedade ocidental? E a segunda parte da questão: e as relações e transações entre nós?

Agora, eu vou começar pelo dinheiro. Eu creio que Maria, há muitos anos, evocou de maneira muito justa, isso que vocês nomeiam “dinheiro”. Eu lhes lembro de que nas sociedades ditas primitivas, a única moeda de troca era isso que vocês próprios faziam.

O problema, vocês o sabem, é que o dinheiro, permite comprar aquilo que não foi feito por vocês mesmos, e evidentemente, aqui, o desequilíbrio entre a riqueza e a pobreza, aqui como por todo o mundo, é cada vez mais importante.
E eu não falo, nem mesmo como Maria falou, no ano de 2005, do que estava relacionado à usura, que é a pior das escroquerias. É acordar ao dinheiro um valor intrínseco e não mais um valor de troca. Vocês retardam, com o dinheiro, a livre circulação da energia, dos frutos e da consciência. Mas todos os modelos de sociedade atual funcionam assim, exceto para a usura, como vocês o saibam, talvez, em algumas partes do mundo.

A usura, isto é, atribuir ao dinheiro um valor ligado ao tempo é o pior dos confinamentos. Não tanto no nível individual, mas coletivo, porque ele induz diretamente ao medo de não ganhar a vida, de não poder pagar. Então, depois de quanto e qual tempo ganha-se a vida?

Reflitam sobre essa simples frase “Vocês estão na vida”. O que vocês querem com ganhar a vida? Agora vocês irão me responder “Sim, eu devo pagar isso. Sim, eu tenho responsabilidades”. Eu estou de acordo, mas o que é que vocês querem? A segurança ou a liberdade? Cabe a vocês escolher. E vocês estarão diante dessa escolha com cada vez mais frequência. E eu não posso responder em seu lugar. Mas vejam a coisa claramente.

Eu não digo para se privarem do dinheiro, mas de colocá-lo no seu devido lugar. Enquanto valor de troca, e não valor de usura, nem de obrigação em relação ao fato de ganhar sua vida. Eu diria mesmo, que hoje, mais há dinheiro, mais há medo. Àquele que falta, ele pode sentir a falta. Mas hoje, não pode existir o menor medo. Só aquele que teve ou tem, tem medo em relação a isso.

A segunda parte da questão foi?


E as relações e transações entre nós?

Está vago. Do instante em que você vive a Alegria, não há nem transação, nem relação com o outro. Porque na Alegria, você é tão real e concretamente o outro quanto você. Se você não é mais o corpo, se você não está mais identificado a isso que se vive aqui, então, o outro o é tanto quanto.

Não se ocupe da relação. Ocupe-se de ser você mesmo. E a relação com o outro ocorrerá, nem mesmo enquanto relação ou uma ligação, mas como um ato de amor livre. Nenhuma consideração de ordem social, de ordem física ou de ordem familiar pode mais intervir. Na Paz e na Alegria há o mesmo Amor voltado ao marido ou à esposa, ao filho ou ao inimigo aparente, senão não é o Amor.

Há, ainda, uma personificação, um apego à relação, e em nenhum caso pode ser chamado Amor, principalmente, se você o chamar de amor voltado a uma pessoa, qualquer que seja. Se você tem uma preferência, que é normal no seio da dualidade, você se engana.

Nesse momento, o dinheiro como a relação, não têm mais qualquer interesse, porque você não é mais sua vida, mas você é a Vida. E se você é a Vida, tudo transcorre livremente, tanto a relação quanto o dinheiro. Será dado a você isso que é justo e necessário. Faça como o pássaro, mas ainda é preciso ousar, que não se preocupe com o que irá comer amanhã. Aceite essa inocência e a vida lhe retornará centuplicado.

Mas, evidentemente, e vocês todos terão percebido, mais ou menos, seja no ocidente ou alhures, que a armadilha é o dinheiro. E sendo a maior armadilha, cria o enriquecimento material e a pobreza do outro lado.

Aí, também, o desequilíbrio é natural, pois não há nenhuma harmonia e nenhum equilíbrio já de início. Pois o dinheiro é sem lastro e poupado. Do instante em que o dinheiro sirva a outra coisa que ao valor de troca, vocês estão enganados. Vocês se sobrecarregam.

E a um dado momento, será necessário fazer a escolha entre esse mundo que desaparece – e a espécie social desaparecerá antes mesmo do evento, isso está em curso, em que vocês não poderão mais comprar nem vender. Vocês não poderão que ser. Esqueçam a não aceitação de que o valor do papel e o que vocês têm nas instituições financeiras já não lhes pertence mais, o que quer que vocês pensem.

A verdadeira Paz não pode vir de nenhuma posse, qualquer que seja, mesmo a mais segura. Por ora, no ocidente, vocês começam a descobri-lo, mas vocês o viverão na totalidade. E isso não é uma profecia nem uma predição. É a situação atual. Já está em curso.

Sejam a Vida, essa Vida livre, que não depende de nenhuma facilidade, de nenhuma opulência como de nenhuma falta. Todo o resto decorre daí, naturalmente. É assim que vocês provam a si mesmos, não apenas a Fé, mas a realidade do que vocês são.

Enquanto vocês estão apegados a um papel, a uma função, a uma profissão, a um rótulo, qualquer que seja, vocês estão livres em alguma parte, mas ainda apegados ao sistema, mesmo sem estarem apegados ao dinheiro.

A um dado momento vocês não poderão mais mentir para si mesmos. Vocês não poderão trapacear consigo mesmos. É lógico. Todo mundo confinado, toda a sociedade de consumo levam, inexoravelmente, à sua própria consumação, à sua própria destruição, porque é um absurdo. Não foi nem mesmo a Luz nem a iluminação que o fizeram. Eu diria que é a consequência direta da sociedade.

Agora, é claro, vocês me responderão “que vocês não podem escapar da sociedade por múltiplas razões”, mas vocês podem se colocar à margem dela. E se vocês têm suficientes meios, como vocês dizem, não há qualquer obstáculo para mudar de lugar, para não ser mais tributário de um sistema social.

Eu lhes lembro, como foi dito, com justa razão por Sri Aurobindo, no Apocalipse de João, “Vocês aceitam a marca da besta ou a marca do Amor?”. Isso lhes será apresentado. O que vocês irão fazer? Reflitam sobre isso agora, não para ter medo, mas para observar. Como vocês poderão estar apegados, apesar de vocês, independentemente de vocês?

O elo da sociedade não é a humanidade ou o humanismo. Não há que o dinheiro. E vocês recaem no culto ao bezerro de ouro, por medidas de segurança, pela necessidade de conforto. Qualquer que seja esse elemento, tudo o que é segurança, não faz que remeter-lhes ao medo, e em nome do amor.

Ainda mais, eu os lembro de que, quando a Alegria Nua é vivida, mesmo por intermitência, vocês não podem mais trapacear. E vocês veem, realmente, através do filtro da pessoa, mas liberados dela, tudo isso que cria o dinheiro, tudo isso que cria os laços, tudo isso que criou a sociedade dita moderna.

Vocês veem a emergência por toda parte das forças opostas à Vida, não? Em qualquer domínio que seja. A um dado momento, vocês não poderão mais participar disso, porque isso os deixará doentes e já é o caso para muitos dentre vocês.

Agora, não se ocupem disso, mesmo se o vejam, mas ocupem-se muito mais de si mesmos. Vocês não têm ninguém a salvar. Vocês têm apenas que compreender o que é real no seio da ilusão; vê-lo, claramente, sem desvios, sem se ofuscarem, sem medo.

Não se esqueçam de que isso que vocês chamam “democracia”, não é que o consentimento abusivo a uma história que não é verdadeira. Isso que se descobre, hoje, através da iluminação da Luz em todos os domínios.

Vocês não podem ser banqueiros ou políticos e ser verdadeiros. É impossível. Senão, vocês mentem para si mesmos, estão no medo. E a Alegria os afasta disso, inelutavelmente, inexoravelmente, o que quer que vocês façam, o que quer que vocês digam.

É o jogo normal da iluminação. É o jogo normal de seu reencontro. E vocês veem isso claramente. Quer vocês o aceitem ou não. Podem vocês viverem na sociedade, sem trabalho, sem dinheiro e sem ajuda? Não. Então, o que vocês fazem nesse caso? Não é caso de se tornar um eremita, a menos que o apelo seja muito, muito forte. Vejam isso, já. A iluminação é essencial.

Permaneçam tranquilos. Façam o que a vida lhes pede para ser feito, face às suas obrigações, eu sempre o disse. Mas, hoje, eu digo outra coisa. Isso se tornará intolerável para a consciência, para a própria pessoa. E é assim que muitos irmãos e irmãs, por esse desgosto relativo à sociedade e ao funcionamento desse mundo, irão libertar-se da pessoa e também da sociedade.

A democracia não é que o consentimento de um conjunto de indivíduos para o proveito de outros. Nada mais. O que quer que digam, qualquer que seja o discurso. Isso faz parte da predação. Tudo o que é finança, tudo o que político, tudo o que é bancário, não é que a tradução da predação. Nada mais.

E mesmo no nível de sua consciência, ganhar dinheiro a partir do dinheiro, o interesse, lhes fará muito mal. E é lógico, porque, aí também, é uma forma de predação. É a exploração do homem pelo homem e para o homem, para alguns. Vocês chamam isso “neoliberalismo”, mas é a inversão total da liberdade. É a escravidão total. É necessário afirmá-lo, hoje. É necessário vê-lo. Porque isso está cada vez mais claro. Cada vez mais insalubre. Cabe a vocês verem. Cabe a vocês decidirem. Mas vocês não podem mais nutrir a sociedade e isso que vocês são.

As regras nessa fase transitória, qualquer que seja sua duração, mudam à toda velocidade, qualquer que seja o país, e não é a progressão do mal, é a iluminação da Luz que, simplesmente, lhes mostra o que foi ocultado e as forças de resistência do ego coletivo que fazem de tudo para se opor.

E vocês sabem bem que as ciências, as mídias, as imagens, não estão aí senão para divertir e repeli-los de seu reencontro, e nada mais! Vocês se confinam pelas leis. Vocês estão fechados em certas morais e imoralidades. Vejam isso. Vocês não têm que reagir, aí.

Desde que aquiescido e visto, tudo será feito pela Inteligência da Luz para liberá-los real e concretamente dessa ligação absurda ao sistema, ao dinheiro ou à relação, como à noção de relação pessoal. Vocês não podem mais fazer diferença entre seus filhos e qualquer outra criança.

A iluminação da Luz e a Inteligência da Luz irão mostrar-lhes, se isso ainda não aconteceu, de maneira crua e brutal. Vocês o veem todos os dias sobre suas telas, não? Toda sociedade que, voluntariamente, se afastou da lei do Amor, não pode senão ir à perdição. E isso que vocês veem sob seus olhos, no ocidente como alhures, não é que a resultante da conclusão disso que dura após milhares de anos, nesse ciclo. É preciso ser lógico.

O Amor é dom. A vida em sociedade é possessão e escravidão, a sua e dos demais.  Não é mais tempo de compor. É tempo de ver claro e deixar a decisão ser tomada pela vida, qualquer que seja. É uma questão de escolha entre: de um lado, o efêmero e seu sofrimento e, do outro, a Eternidade e sua Alegria.

Vocês ultrapassaram esse face a face e vocês continuam tudo isso, mas depois será preciso decidir. E da sua localização, que vocês terão escolhido e vivido, vocês terão que vivê-lo até o final dos tempos, isso que vocês escolheram. Então, é claro, hoje, aquele que não tem dinheiro é miserável. Mas quando a estrutura social explodir – e isso já está em curso – aquele que não tem nada será totalmente livre.

Dito em termos um pouco duais, é tempo que a justiça seja feita e prestada. Isso não tem que durar muito.  E lembrem-se, aí, também, de que se a Alegria Nua, sem objeto, sem sujeito aparece, ela porá fim, por si mesma, a essa escravidão, para vocês e para todo o mundo, e vocês o veem ao redor de vocês. Não é amanhã. É agora, já está aí. E é através de todos esses acontecimentos que se dão no conjunto deste planeta, quer seja a atividade elementar, quer seja a atividade telúrica, cósmica, quer seja em nível social, familiar, que isso se vê.

Toda sociedade baseada no consumo, nas leis, evolui para a sua destruição desde o seu interior. E alguns países já o vivem, no nível coletivo. Aí, também, são os hábitos tomados de longa data, eu digo, milhares de anos, em relação ao fato de ganhar sua vida, de encontrar seu lugar nessa sociedade, de obedecer as leis, que são essas leis que substituem a Lei do Amor e a moral, a mais elementar, em todos os países. Então, aquele que permanece na pessoa após essa iluminação, o que é que isso fará? A guerra.

Aquele que vive a Paz, ele estará ainda mais na Paz. Porque os últimos engramas de predação ligados aos hábitos coletivos irão voar aos pedaços, e já estão voando aos pedaços. Vocês estão diante de sua responsabilidade, de tudo isso que vocês construíram, eu diria mesmo, que nós temos construído. Pois eu lhes lembro de que eu fui comerciante também, e que eu era duro nos negócios.
Mas vocês estão em outra época, em que isso não pode mais durar. É cru, é violento, isso pode ser desestabilizador, mas isso faz parte do choque. Desde que vocês tenham começado ou alcançado sua ressurreição, não pode ser diferente.

Não recolhemos os pedaços de um sistema a serviço da predação e da escravidão, nós os queimamos pelo Amor. Ele é queimado pelo Amor, naturalmente. Porque essas são interrupções do fluxo da Vida – assim é o dinheiro, assim são as relações, assim é, também, a sociedade. É uma constatação que cada um pode fazer sem dificuldade. Porque vocês o veem. Não serve para nada desviar o olhar. Não serve para nada querer ignorá-lo. É preciso atravessá-lo, aí também. E quando eu digo, é preciso, não é uma injunção ou nem um não, isso se faz por si, também. Isso irá passar, também. Está em curso. O mecanismo que vocês nomeiam “entropia” tomou a sociedade, integralmente, todos, assim como vocês, isso é sabido.

...Silêncio...

 E agora, você pode prosseguir.


Não há mais questões escritas, mas há alguém que quer colocar uma questão.


***



Tradutora: Célia Leal (com base em áudio)


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Parcial - 3 (em 21/09 às 10h30)


Eu compreendo tudo isso que diz Bidi, mas quando trabalhamos, quando temos aluguel a pagar, e que há as despesas, não é fácil colocá-lo em prática.

Mas você não tem que colocá-lo em prática, é o que eu digo, isso se faz por si só.

Eu compreendo perfeitamente que através do senso de suas responsabilidades, uma vez que o sistema é assim, e eu jamais disse que seria válido para todo mundo deixar o sistema, é o sistema que destrói a si mesmo. Eu não lhe pedi para decidir partir ou deixar a sociedade. É a sociedade que lhe deixa, vocês o veem ? Não compreendam minhas palavras de atravessado, constatem-no, e o simples fato de vê-lo, ilumina-o, no nível coletivo, e é isso que põe fim ao sistema, à matriz. Não é a ação ou reação, pelo contrário, vocês o sabem, reagir a isso, a menos que haja uma injunção da Luz para deixar o sistema, vocês verão o sistema se destruir do interior. Sejam lúcidos, é tudo.

E para alguns, e mais ainda, quanto mais o sistema for se degradar e se autodestruir, mais, vocês irão sentir-se mal. Só a Alegria pode lhes preservar disso, nada mais. Mas eu jamais lhes disse que vocês deveriam deixá-lo « esse sistema », exceto para alguns, que não aguentam mais. Mas, para outros, e eu sempre disse, assim como outros o disseram, levem bem as obrigações que vocês criaram: familiares, profissionais, educacionais ou outras, mas estejam lúcidos sobre o que se desenrola. É tudo.

E quando chegar o momento, sem ter desencadeado, apenas por sua lucidez e seu olhar franco, o sistema se destruirá, ele próprio. Mas vocês não terão qualquer dificuldade nesse momento e, sobretudo, nenhum pesar. Mas estejam prontos para isso, interiormente. Continuem a vê-lo, a atravessá-lo, deixem que ele ainda se nutra por algum tempo, de acordo com suas obrigações, suas responsabilidades, mas não se deixem enganar. Vejam real e concretamente, em qualquer país que seja, isso que se desenrola.

Não se ocupem de reagir a essa sociedade, a menos que haja uma injunção da Luz, mas estejam nessa lucidez, vejam claramente as coisas, isso que subjaz a essas coisas. Vejam a evolução, em qualquer país que vocês estejam, da evolução dessa sociedade, em que tudo não passa de restrição, em que a abundância não pode ser obtida, senão pela predação, passando por cima dos outros, tornando-se mais que os outros, vocês o veem, vocês o vivem.

Eu falo de iluminação. Há, efetivamente, certos irmãos e irmãs que não aguentam mais. Para esses, sim, há, talvez, decisões a tomar, ou deixar a vida tomá-las, não mais se opor. Mas para muitos, efetivamente, vocês nutrem o sistema de uma forma ou de outra, até o último momento, mas estejam lúcidos sobre o futuro do sistema, já está registrado.

...Silêncio...

Prossigamos.


Você poderia nos dizer o que se passará entre o colapso desse sistema e o fim do mundo ?

Quanto mais passem os dias, quanto mais o tempo se escoe – isso já foi dito várias vezes pelo comandante – mais tudo irá se sobrepor. Então não serve para nada colocar-se esse tipo de questão, pois o fim do sistema social coincidirá com todos os outros sinais. Isso foi escrito nas profecias, a guerra total, de todos contra todos, o fim da civilização ocidental como alhures. Tudo será sincrônico, a cada dia que passa, mais vocês terão certeza de que a sincronicidade do conjunto de eventos se produzirá ao mesmo tempo. Então, não se preocupem com o que quer que seja, simplesmente, vejam claro, não sejam pegos de surpresa, e eu não falo aqui de fazer estocagem de sei lá o que, mas de estarem prontos interiormente. É tudo. 

Eu não lhes pedi para doar seu dinheiro, sua casa ou o que quer que seja, mas para estarem lúcidos, a fim de não se surpreenderem, a fim de não se deixarem levar pela tormenta. A única garantia é a Alegria, não se prevenir ou saber o que irá se passar. A Alegria lhes nutrirá. Alguns de vocês já o vivem.

Não há nada mais a prever, a antecipar ou saber, se não é que, quanto mais passem os dias, mais tudo irá se reunir, nos múltiplos eventos, produzindo-se ao mesmo tempo. As irradiações galácticas, cósmicas, intergalácticas – pouco importam os nomes, as novas partículas adamantinas, as diferentes irradiações das quais vocês foram privados, estarão totalmente aí. Pois não há mais camadas isolantes, confinantes, isso não pode que ir a seu termo.

Não sejam sonhadores que pensam que, de hoje para amanhã, uma nova terra irá aparecer e que tudo isso que é predação e hábitos será apagado. Vocês sabem muito bem que isso não se passará assim. Esses são os sonhos utópicos ligados à Nova Era, ou às projeções da consciência. É tudo. Porque a consciência, qualquer que seja o seu estrato, de um indivíduo, enquanto não estejam próximos dessa Alegria ou da A-consciência, não pode senão que lhes levar para dentro de cenários, de novas histórias, de novas dimensões ou sobre uma terra regenerada.

Se vocês conhecessem um mínimo de coisas, em nível geológico, evolucionista, como vocês dizem sobre a Terra, vocês veriam bem, isso que se desenrola sobre os vulcões, através do clima. O Comandante e os Anciões passaram anos, nove anos, falando-lhes a respeito, vocês têm tudo lá. Tudo isso que se desenrola foi-lhes anunciado claramente, mais que claramente. E é hoje, para esses que não foram informados, que vocês descobrem que isso que foi dito, já há dez anos, é a verdade que vocês vivem aí, atualmente.

Isso que lhes pareceria mesmo falso, àquela época, é evidente. Releiam algumas passagens ao acaso, quer seja entre as Estrelas, entre os Anciões, entre os Arcanjos, e vocês verão que tudo isso foi descrito à perfeição.

Não há qualquer erro. Tudo é perfeito, mesmo no caos. E isso também foi dito por vários. O caos, quanto mais o caos apareça, mais vocês estarão na Alegria. Isso foi dito antes do início da Ressurreição. Vocês o vivem. Não todos. Mas muitos. Isso deve lhes encorajar, no nível da compreensão mesma, muito direta, a aceitar em acolher isso. À medida que vocês retomam as imagens do Comandante, que eu citei ontem, « a lagarta que se torna borboleta ; isso que a lagarta chama de morte, a borboleta chama de nascimento » foi figurativo, mas é a estrita verdade. Aquele que duvida é de pouca fé e se recusa a ver, e está ainda no aspecto discursivo do bem e do mal, da escolha, portanto, do mental. 

Na luz vocês não têm qualquer escolha, qualquer. É isso que vocês são. E vocês creem que a Luz se preocupa em manter qualquer efêmero que seja, se preocupa de suas leis, de suas contas, de suas posses, de sua pequena vida? Isso é querer forçar a Luz para seus objetivos, isso não tem nada a ver com a Luz autêntica. « É tomar bexigas por lanternas. » É crer em algo que não poderá jamais acontecer. Vocês veem bem a cada mês que passa, sobretudo nos sistemas sociais ditos «de ponta », o Ocidente e suas miragens.

As sociedades tradicionais terão bem menos problemas para aceitar isso. Mas vocês, ocidentais, não. Não porque o queiram, mas pelo peso de seu hábitos, pelo peso da crença coletiva na sociedade, no consentimento que vocês deram, por sua assinatura, por seu voto, seja o que for, vocês o deram, seu consentimento, não ? Quer vocês queiram ou não, é a realidade. A Alegria não se coloca esse tipo de questão. É por isso que lhes foi dito,  o Amor ou o medo, a Alegria ou todo o resto. É a estrita verdade. Se vocês se tem à todo o resto, qualquer que seja esse todo resto, vocês não podem estar na Alegria, não é possível. E isso será cada vez mais gritante de Verdade, que vocês o aceitem ou não.

Eu já o disse, quando estava encarnado, de múltiplas formas. A busca pela Verdade porá fim ao mundo. O estabelecimento da verdade o realiza. É a verdade da Luz, em que não há qualquer lugar para qualquer sociedade que seja, para qualquer organização que seja. Sri Aurobindo falou sobre isso em 2012. A Liberdade não é condicionada, ela é total, ou ela não é essa Liberdade. É a liberdade interior e não a pseudo liberdade que lhes vendem, de poder comprar ou se deslocar. É tempo de abrir não apenas o coração, mas os olhos também, porque vocês não podem iludir a si mesmos, nem iludir quem quer que seja.

Mas a chance que vocês têm, ela é inaudita. Vocês vivem a ressurreição, mesmo se estão no sistema, e é sua ressurreição que põe fim ao sistema, pela ação da luz, não por sua vontade ou sua reação. Iluminar as coisas, acolhê-las, atravessá-las, é vê-las, a fim de vivê-las.

De toda maneira, cada um a seu turno, por grupos, vocês irão sentir um sentimento de urgência, ele será real. Vocês não têm que se preocupar com datas, vocês têm mais é que se preocupar com a lucidez de suas percepções. Vocês serão informados interiormente, sem qualquer voz exterior, sem qualquer conselho, quando vocês constatarem que, estando na Paz ou na Alegria, ou mesmo no seio da pessoa, emergirá, mesmo sem razão, esse sentimento de urgência. Ele sobrevirá em muito pouco tempo, mas suficientemente antes da estase ou do evento coletivo.

Escutem, não a sua cabeça, mas suas percepções. E esse sentimento de urgência é qualquer coisa que é detectável. Se vocês o vivem hoje, então não hesitem. Se vocês não sentem urgência, em sua consciência ou nos fatos, aguardem esse sentimento de urgência. E lidem com suas vidas e tentem compor na periferia do sistema. Mas quando vocês sentirem essa urgência, e que vocês a constatarem, não mais somente para si, talvez, mas de maneira coletiva, com os próximos, o momento terá chegado.

Então, não se fiem em qualquer data suposta, mas, unicamente, no seio da Paz, disso que virá criar e deixará aparecer esse sentimento de urgência. Não será um medo projetado, pois, paradoxalmente, associado a esse sentimento de urgência, mesmo se não o vivam hoje, ainda, vocês experimentarão uma paz incrível, apesar da urgência, justamente graças à urgência, e isso de maneira cada vez mais extensiva, se posso dizer.

Prossigamos.

***



Tradutora: Célia Leal (com base em áudio)

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Parcial - 4 (em 22/09 às 14h)




Enquanto adultos, compreendemos, mas, e as crianças, como isso se dará ?

Sempre foi dito para não se preocuparem com as crianças. Inquietem-se por si mesmos, mas, sobretudo, não pelas crianças. No seio da inocência, tudo se passará maravilhosamente.

E não se esqueçam de que, suas crianças, não são suas crianças ; não só, elas não lhes pertencem, não mais do que pertencem ao estado ou à sociedade. E as crianças são cada vez mais receptivas à Verdadeira Vida. É bem mais com vocês, que vocês tem que se preocupar.

O Comandante falou sobre isso inúmeras vezes, eu só posso redirecioná-los para esses escritos, eu não vou desenvolver a esse respeito, mas, simplesmente confirmar que vocês não têm que se inquietar, de jeito algum, mesmo por um recém-nascido, como por uma criança pequena e até a adolescência.

Eu lhes lembro de que, sobre o plano fisiológico sutil, o corpo mental é, em regra geral, ativo, somente a partir dos 14 anos. Quer dizer que, até essa idade, não se ocupem, não se preocupem com eles, tudo se passará à perfeição. Eles já estão bem mais informados que vocês, adultos, sobre o que está por vir. Eles falam a respeito, espontaneamente. Interroguem as crianças ao seu redor, informem-se. Eles estão cientes disso que está aí. Eles começam a falar entre eles, às suas famílias, por todo o mundo.

É a estrita verdade, informem-se.

O melhor reconforto e a melhor facilidade é, claro, o amor parental, que está ainda condicionado, mas acima de tudo, a Paz. Se vocês estão em Paz, as crianças estarão em Paz, facilmente. Vocês não podem ajudá-las, senão pela Paz que vocês manifestam, que vocês são ; tudo mais está fadado ao fracasso, mas eles estão protegidos.

Continuemos.


Nossa irmã tem uma questão sobre a cólera.

Eu vejo, claramente, há pouco tempo. A Luz iluminou, verdadeiramente, todas as minhas cóleras reprimidas. Eu consigo até tomar distância e rir, mas isso não impede que, quando a cólera aumenta, eu não saiba o que fazer.

Deixe-a aumentar, deixe-a sair. Não é preciso reprimir nada. É assim, também, a liberdade. Rir de sua cólera, mas deixá-la exprimir-se, deixá-la sair, a fim de que ela não se reproduza mais, qualquer que seja a cólera. Porque a cólera irá queimá-los também, e irá colocá-los no riso e na Alegria. Sobretudo para a cólera. Não reprima nada. É a Luz, sua própria Luz que a ilumina. Não retenha nada. Cessem essas infantilidades de crer que o sábio jamais se encoleriza. O próprio Cristo não expulsou os vendilhões do templo ? Eu mesmo não mandei meus visitantes para fora ? Vocês não têm que se culpar por causa da cólera. Aliás, eu creio que no Ocidente, vocês dizem « uma cólera sã », ou « uma santa cólera ». É a verdade.

E a cólera participa, para muitos, da liberação. É o momento em que se sufoca de tal forma nessa superabundância de Luz, que nada pode restar escondido no interior, tudo deve sair. Então, nenhuma culpa, nenhum decoro. E vocês deveriam mesmo organizar sessões de cólera coletiva.

...Risos...

E eu não estou brincando. Esvaziem seus sacos. Olhos nos olhos. Livrem-se de tudo isso que lhes sobrecarrega. Não há melhor ocasião que, aqui, no processo de ressurreição. E eu diria que, quanto mais vocês estão na cólera, mais vocês estão livres. É paradoxal, hein ? Alguns ensinamentos lhes disseram que era preciso ver suas cóleras, identificá-las, reprimi-las. Não, tirem tudo, desembrulhem tudo. E mais vocês desembrulham, mais vocês estarão na Alegria. Eu não posso lhes dizer melhor.


Desembrulhar essa cólera, isso também faz parte da transparência ?

Sim, certamente. Aquele que esconde sua cólera não é livre. Aquele que a mantém fechada, faz mal para si. Foi dito, a cólera lesiona o fígado, nas medicinas tradicionais. Mas, a cólera, hoje, lhes libera, e não lesiona mais o fígado, porquê ? Porque a alma se voltou ou está em dissolução. Vocês não se arriscam em nada, pelo contrário, vocês verão que se vocês assumirem a cólera que se exprime, vocês serão livres. Vocês o constatarão de pronto. Porque a cólera não é o mental, ela é, justamente, a reação ao confinamento, qualquer que seja o confinamento.

Então, dizer que o sábio, ele está na total serenidade, como por exemplo, Ma Ananda Moyi, mas ela também se picava de raiva, não ? Eu também piquei as memoráveis.

...Risos...

E hoje, mais que nunca, não retenham nada. Eu não falo de seu mental, eu falo disso que sai, esse elemento que sobe, que é a cólera. Porque a cólera é libertadora. Eu não quero dizer com isso que vocês têm que entrar todos em cólera, hein ?

...Risos...

Mas esses que a sentem, deixem-na, deixem-na evacuar-se, vocês serão livres. Vocês não podem esconder, vocês não podem mais sufocar uma cólera ou um ressentimento. Mas estejam certos de que ao vivê-la, isso lhes libera, verdadeiramente, e ao outro também, o que quer que se diga.

Ah, bom ! (Risos)

Na verdade, é no outro que pensamos, ao não deixar sair a cólera, é para proteger o outro.

Mas o outro não existe mais do que você !

...Risos...

Mas, você quer proteger o outro de quem, de sua cólera ?

Sim.

Mas quem disse que a sua cólera não vai, justamente, fazê-lo tomar consciência ? Quem te disse que aquele que agride todo o mundo não está a serviço da Luz, mesmo que você não o saiba, ele está, necessariamente. Talvez, bem mais que esses que ficam em oração o dia inteiro.

Hoje, a cólera é santa e sã. Se vocês não a têm, não vão procurá-la.

...Risos...

Mas, se vocês têm qualquer coisa que sobe, que lhes coloca esse gosto particular na boca, em que o coração se acelera, deixem-na sair, não haverá qualquer consequência, exceto vantagens.

Ah, bom !(Risos)

Há mesmo quem diga que se se está na cólera e a exprime, está na reação.

Claro. Bem, façam a experiência. Eu não posso lhes dizer melhor, sobretudo, hoje. Vocês sentem bem quando uma cólera é uma reação face à um evento, ou que vocês têm essa emoção que não corresponde, necessariamente, a eventos precisos, mas é uma cólera bruta, mesmo que hajam circunstâncias. Mas vocês não são obrigados a entrar em cólera contra uma pessoa, vocês podem cavar um buraco e evacuar sua cólera dentro dele, vocês podem lançar sua cólera para o invisível. Façam a experiência e vocês verão, eu não posso lhes dizer melhor, aí também. Não adiram à nada sem verificá-lo por si mesmos. Vocês não estão mais nos conceitos, vocês estão na vivência. E, efetivamente, nos sistemas de medicina, diziam que a cólera lesionava o fígado, entre outros.



E isso, também combate a tristeza.

Absolutamente. A cólera conduz à Alegria. No nível dos movimentos de energia e de consciência, a cólera é o que há de mais pulsante. Agora, não vão se colocar em cólera todo o tempo, hein ? Mas, se vocês sentem, espontaneamente, quer esteja ligada ao passado ou ao instante, essa cólera que está aí, soltem-na, não reprimam. A cólera faz crescer o « chi », o sopro. E se vocês a bloqueiam em sua elevação, vocês terão problemas de garganta, acidentes vasculares. Agora, se vocês a expelem, bem, o outro ira passar um mal bocado, mas isso lhe fará bem, o que quer que ele diga. E vocês, sobretudo, isso irá libertar seu fígado. Não haverá mais emoção, a seguir. Vocês serão tranquilos.

Vocês não podem negociar com a raiva, dizendo a si mesmos « eu sou sábio, e estou na Alegria ». E se vocês têm medo da cólera, por si ou pelo outro, se vocês têm medo da cólera do outro, é que vocês são mais coléricos que o outro, e vocês não a aceitam, vocês reprimem mais que o outro. E eu lhes asseguro que hoje, mesmo estando na Paz e na Alegria, há muitos dentre vocês que sentem essa cólera. Não é contraditória à Alegria. Nosso amigo, nosso irmão acaba de dizer, é a verdade, na medicina, não é ? A cólera libera a Alegria, e essa cólera, ela é explosiva, não é ressentimento ou rancor. Não é algo que irá retornar, é uma evacuação disso que não tem mais nada a fazer em vocês. E que deve ser visto. E não reprimido. Eu vou fazer a felicidade dos casais, eu creio. E a infelicidade também, mas isso passa.


...Risos...

Sim, mas quando eu via a cólera crescer, eu dizia para mim, mas é minha pessoa.

Não, é a iluminação da pessoa. É a Luz. Se vocês tivessem um ressentimento, que vocês tivessem trabalhado, vocês pensariam estar livres. E o que isso lhes mostra, hoje, o jogo da Luz ? Que isso não é verdade. Vocês não estão de acordo com a evacuação. Vocês permanecem no hábito. E eu lhes asseguro que, a maior parte das cóleras, atualmente, são liberadoras. Eu não disse para estar em um estado permanente de cólera, é claro, e menos ainda no ressentimento e rancor. A energia da cólera da pessoa fará aumentar a Luz e irá liberá-los. Experimentem, sozinhos.


...Risos...

É menos carregada quando se está sozinho.

Exato. É melhor a dois.


...Risos...

É melhor evitar bater na cara do outro ?

...Risos...

A cólera, eu não falei de tapas.

...Risos...

Eu falei do verbal. Se você bate, não é a cólera, é a vingança. Não é necessário qualquer tapa. É preciso exprimir a cólera. Vocês não imaginam o número de irmãos e irmãs que, para camuflarem a cólera, lhes apresentam frases revestidas. Mas, aí, vocês não são verdadeiros, nesse momento. Vocês não se importam em saber se é a pessoa ou não. É preciso ser verdadeiros consigo mesmos.

Se a cólera está aí, não congelem nada. Uma vez que a cólera lhes leva à Alegria. Ela não pode colapsar sua energia, bem ao contrário, pois a energia da cólera, que é um movimento de energia, um movimento da consciência, irá também, irá provocar a Luz e irá realizar a alquimia no nível do coração. Aí também, eu não posso que lhes repetir de o demonstrarem para si mesmos. Além disso, vocês constatam, para esses que têm essas cóleras, que se vocês não as deixam se exprimir, vocês ficarão cansados, vocês ficarão esgotados, perderão a Alegria, ou ela não será constante. E vejam as diferenças ao deixar sair o que quer sair, isso que quer ser iluminado.

A Alegria põe fim à tristeza ou às variações do humor, a Alegria põe fim ao medo, mas a cólera é outra coisa.

A tristeza lhes remete ao passado, a Alegria lhes coloca no instante presente, o medo lhes atrai para baixo, lhes densifica, cristaliza, a cólera lhes eleva, agora. E essas cóleras aí, vocês o verão, são cóleras explosivas, repentinas, brutais, que desaparecem rapidamente ; elas não podem durar. Quanto mais violenta, mais ela é brutal, quanto mais é vista, mais ela é transmutada, por sua evacuação.

E ademais, vocês devem constatar, para esses que vivem a Alegria, que esses elementos que vocês pensavam ter transcendido, explodem-lhes na cara.

...Risos...

Se isso lhes explode na cara, é que isso ainda fazia parte de sua pessoa, não ? Portanto, vocês ainda eram uma pessoa. Então, sim, a cólera vem da pessoa, mas seus efeitos se situam nos níveis : um, do corpo ; dois, do corpo de Eternidade, porque a cólera irá ativar totalmente isso que vocês nomeiam, eu creio, a merkabah, irá religar as três fogueiras, e irá lhes liberar. E na mesma ocasião, se vocês são dois, como você dizia, o outro será queimado, ele irá, talvez, colocar-se na cólera também, mas vocês não irão se estapear, aí, vocês rirão. E depois, se tomarão nos braços um do outro, enquanto que, se vocês sufocam a cólera, vocês mesmos sofrerão. Isso concerne, eu o disse, tanto a zona da garganta, como os vasos da cabeça, o fígado, a digestão, se vocês preferem, o metabolismo. Não é questão de bater nem de matar quem quer que seja, hein ?

...Risos...

É preciso esvaziar-se de tudo isso que é da pessoa, de tudo isso que é história, para ser preenchido de Luz. Então, a Luz põe fim, pela alquimia, ao medo e à tristeza, sim, mas não à cólera. E é por isso que, após alguns meses, alguns tenham tido algumas supresas desagradáveis. Mesmo vivendo a Alegria.

E, além disso, vocês verão que após uma sã ou santa cólera, vocês serão capazes de dizer não, sem se colocar questões, e vocês serão bem mais leves, e vocês serão muito mais eficazes através de  suas presenças, sem nada querer.

...Silêncio...(Pássaros)




***



Tradutora: Célia Leal (com base em transcrição oficial)




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Parcial - 5 (Final) - em 22/09 às 23h



Já que estamos tratando da cólera, há outras questões em relação a isso ?


Testemunho : Quando há uma pessoa do meu círculo que não faz aquilo que disse, que faz tudo ao contrário, eu tenho uma cólera que sobe e eu escuto uma voz que me diz « ela tem o direito ». E aí, a minha cólera se abranda e me diz « eu não me importo ». E eu vou para a Alegria.

Sim, absolutamente. Você tem o direito e o dever de deixar sair a cólera.


Eu não a deixei sair, ela abrandou.

Sim, simplesmente, por essa noção de energia e de movimento. A cólera sobe.


...Risos...

Mas eu não tive a cólera. Eu senti a cólera subir, mas ela caiu prontamente...

É muito fugaz, muito rápido, muito explosivo, como eu disse. Não é uma cólera que pode durar, não são as cóleras habituais, vocês sabem, que retornam, em giros, e que se tornam rancor, que se tornam amargura. É uma cólera explosiva. Porque a Luz está aí, justamente. É claro que a cólera nasce na pessoa e na história, mas é justamente isso, que lhes limita quando vocês não a exprimem. Não são, absolutamente, as mesmas circunstâncias para as outras emoções. Eu lhes disse.

Mas eu lhes tranquilizo, há os seres que são, irmãos que estão na Alegria e que, real e concretamente, não têm qualquer cólera. Mas se no processo que vocês vivem, atualmente, após o final do ano precedente, a cólera está aí, deixem-na explodir, ela não irá jamais durar, você mesmo o diz. Às vezes, mesmo a ideia de se autorizar a estar encolerizado, a faz cair novamente, como um suflê. Ela foi evacuada.


E é verdade que a outra pessoa, ela tem o direito de fazer o que ela tem vontade de fazer, mesmo que isso nos ponha na cólera ?

Exatamente.


...Risos...

Que é feito da cólera contra si mesmo, é a mesma coisa ?

Claro ! O número de vezes em que vocês não ousaram, dizer, em que vocês se reprimiram, na família, na relação de casal. É melhor a cólera que a amargura ou o rancor. Sobretudo, se vocês constatarem, como disse a nossa irmã, que se você acolhe a cólera que sobe, ela não terá o tempo de se exprimir, pois já estará tratada. É a repressão da cólera que lhes deixa doentes, contra si mesmos, ou contra Deus, contra a Fonte, contra quem vocês queiram, pouco importa.

A cólera não é uma vontade de prejudicar, a cólera é, simplesmente, a afirmação um pouco violenta, de si, não tanto enquanto ego, mas enquanto pessoa livre da pessoa. Eu diria, eu pulso ao extremo, hein, ainda, pois o ioga da cólera é profundamente liberador. Tanto quanto o riso.

Vocês sabem que, em certos sistemas de medicina tradicional, cada emoção corresponde à função de um órgão, ou se localiza em certos lugares do corpo. Por exemplo, a tristeza lesa os pulmões, o medo lesa os rins, e a cólera lesa o fígado, diziam, porque ela ficava girando em círculos. Mas a alma retornou, a anomalia primária desapareceu. Vocês não estão mais sujeitos a essa cólera, não a conservem mais.

Não é questão de tapas ou de violência, não é a mesma coisa. Mesmo que o outro receba a cólera com violência, é que ele é que tem um problema com a cólera, que não quer reconhecer sua própria cólera. Então vocês dão dois tiros com uma só pedra.


...Risos...

E é a verdade. Mas não vão imaginar que vocês todos têm cóleras a expurgar, hein ?


Para mim, a cólera, o mais das vezes, ela me aterroriza, ela me congela e isso me dá nós na garganta e no ventre.

A sua ou a dos outros ?


A minha.

Mas porque você não a deixa sair, simplesmente isso. Eu o disse, as circunstâncias, hoje, não são as mesmas dos anos precedentes. É porque você a bloqueia, porque você tem medo, como você o diz, de sua cólera. E o medo, é o movimento inverso da cólera, isso cristaliza. Então, a associação de medo e da cólera é duplamente traumatizante, como você o exprime. Ela cria ainda mais lesões, em sua consciência, em seu corpo, ela lhe impede de ser livre, você não se autoriza a ser livre. Mas, de fato, não é a cólera que lhe perturba, você mesmo o disse, é o medo de sua própria cólera, que você bloqueia, que gera todos esses sintomas. E se você deixa a cólera exprimir-se, quaisquer que sejam os sintomas, você constatará, também, que não há mais medo. É o jogo dos dois movimentos inversos, a cólera que sobe, o medo que cristaliza para baixo. É um falso equilíbrio, você equilibra o medo-cólera, para encontrar um semblante de equilíbrio. E o medo está sempre aí, e a cólera está sempre aí, ela não é evacuada.


O problema é que se eu tiver que exprimir a minha cólera, eu sinto, entre aspas, o mal que faria ao outro, então eu faria tão mal a mim quanto ao outro.

Mas eu acabo de dizer que isso que era verdadeiro no ano passado, não o é mais. Como você pode determinar de antemão que o outro ficará mal ? É isso que você projeta. A cólera jamais matou alguém, exceto para aquele que a reprime. Eu não falo de violência, nem de socos, eu falo, unicamente, de deixar sair isso que deve sair. E você faz, como eu o disse e repito, de uma pedra, três tiros de uma só vez. Vocês eliminam o medo da cólera, vocês permanecem na Alegria, a cólera não está mais no corpo, e o outro, isso não lhe fará mal. Porque se ele não tem qualquer cólera, ele rirá de sua cólera, e se isso se agarra a ele, que isso desencadeie um mal, é que ele também tem um problema com a cólera, então, tudo está perfeito. Aquele que está na Alegria permanente, que não têm nada conservado em si, não pode dizer senão, eu te amo, quando você está encolerizado contra ele.

Agora, se o outro tem um problema com a sua cólera, é que ele também tem medo da cólera. Nada mais, nada menos. Como eu o disse, vocês fazem de uma pedra três golpes. Agora, não estabeleçam uma regra de conduta, hein. É preciso ser tão verdadeiro quanto espontâneo, como o disse nossa irmã, no início, que introduziu esse problema da cólera, que vocês sentem essa cólera que sobe. Se não há nada que suba, vocês não estão na cólera. Mas se vocês bloqueiam isso que sobe, são vocês que irão pagar, enquanto que, se vocês a deixam sair, vocês irão, não apenas fazer bem a si mesmos, como ao outro também. Porque se ele está nesse Amor total e nessa Alegria nua, ele irá atravessar por sua cólera, sem qualquer ressentimento e sem qualquer problema. O mal que vocês imaginam, de algum modo, fazer mal ao outro, não está senão em sua cabeça. E se é alguém que reage, eh bem, isso o colocará face às suas próprias cóleras, que ele próprio reprimiu.

Vocês sabem muito bem que a cólera é uma emoção que não pode durar. Vocês não podem estar encolerizados 24 horas sobre 24, senão, isso não se chama mais cólera. Vocês têm, assim, então, como diferenciar isso que chamamos de cóleras quentes de cóleras frias. A cólera fria é ruim, porque ela lesa os rins. A cólera quente, é explosão, se vocês a bloqueiam, surgem problemas de garganta, problemas vasculares, mas se vocês a deixam sair, vocês estão livres.

Eu não lhes teria dito isso, o que quer que eu tenha dito, mesmo encarnado, em certas circunstâncias, mas, hoje, é capital nada conter, a fim de ver claramente quem vocês são, mesmo nas falhas da pessoa. É isso a honestidade, é não esconder ou colocar sob o tapete isso que vocês não querem ver ou mostrar para o outro, sem isso, vocês não são francos, vocês não são verdadeiros.


Restam dez minutos.

Já?


Antes da pausa.

De acordo. Outra questão ?

Finalizamos com a cólera, talvez ? Não há outras questões sobre a cólera ?


Sim. Há duas questões.

Muitas vezes, há uma cólera contra mim mesmo, quando eu faço uma tolice, como derrubar algo, e aí eu me trato por todos os nomes de pássaros. (Risos) Eu acho isso liberador, por outro lado, depois, eu tenho, ainda, consciência pesada, pois ainda é o templo, o corpo.

A consciência pesada vem da pessoa, em relação às convenções morais, ou às convenções espirituais, em que se deve ser assim ou assado. A consciência não tem o que fazer com isso. As circunstâncias que vocês vivem, já há mais de 30 anos, mas, sobretudo, este ano, são profundamente diferentes. Como vocês creem... então, muitas vezes lhes foi dito, por exemplo, que nas manipulações de todas as ordens, no nível coletivo, tentam fazer as pessoas reagirem. Até o último ano, era verdade. Mas vocês terão a ocasião de constatar muito rapidamente, onde quer que estejam na superfície deste planeta, que a cólera social, ela é libertadora, ela consome a própria sociedade.


Ela pode ser violenta, também.

Sim, e isso será muito violento no nível coletivo. Mas a mesma liberação está no final. É tudo isso que foi acumulado, tudo o que foi tolerado, tudo o que foi suportado, em sua vida ou coletivamente, para se conformarem à uma sociedade, à uma família, à um ser. Mas vocês constatam por si mesmos, eu não posso dizer melhor. E eu terminarei por essas palavras, a cólera não lesa mais, mesmo que vocês tenham o sentimento de ter a consciência pesada, pois você mesmo o disse, ela lhe libera.


Sim.

Mas, uma vez mais, não vão procurá-las, essas cóleras. Vocês o veem bem, por exemplo, para alguém que vive, mesmo a Paz por momentos, que há uma cólera que está aí. Vocês podem decidir por aplicar a Alegria, o Amor, em um nível superior, e vocês constatam o quê ? Que depois, ela retorna ainda mais forte. Não é verdade ? Deixem-na sair. É lógico, hoje, com a iluminação da Luz, de sua personagem, de suas relações, da sociedade e do mundo inteiro, que a cólera se manifesta. Mas a cólera, ela é duplicada, ela também, na energia, pelas partículas adamantinas. Façam a experiência, antes que isso tome o coletivo. (Risos) E vocês verão. A consciência pesada vem da pessoa. Mas o sentimento de ser liberado, é ser liberado da pessoa. E é claro, a pessoa, o ego, o mental, vão tentar lhes dizer « Não é bom, você não está na Luz, veja, você teve uma cólera. » (Risos) Sejam livres. E depois, se o outro está ferido, tome-o nos braços, console-o. Ele não compreenderá nada, mas ele será liberado também. (Risos)

Agora, se vocês permanecem no ressentimento, são vocês que roem o fígado e o baço, como se diz no Ocidente, vocês fazem mal a si mesmos e vocês não ajudam nem a si, nem ao outro. Vocês baixam o nível vibratório dos dois na relação. E vocês constatarão de maneira infalível que, desde que vocês aquiesçam à essa cólera, que ela tenha o tempo de subir completamente ou não, que depois, há a liberdade, uma leveza que está aí. É real. Então, não atribuam nenhum crédito aos preceitos religiosos, morais ou espirituais que lhes fazem dizer « não, não faça mal ao outro ». Porque se o outro é prejudicado pela sua cólera, mesmo que ele diga não suportar a cólera, é que há nele, ainda mais cólera, que ele guardou duplamente, em seu ventre e em sua garganta.

(Asno)

Na mitologia, vocês têm Zeus, o raio. Vocês têm o deus do relâmpago, são os Maias. O trovão, o martelo de Thor, são os arquétipos. Eles não estão aí por acaso, apesar de tudo. Trovão de Zeus, trovão de Thor ou de Tlaloc, são a mesma coisa.

Hoje, eu o repito, e essas serão as minhas últimas palavras antes da pausa. A cólera não destrói nada, senão a ilusão, a cólera libera. Mas se vocês não as têm, não vão procurá-las. Mas se ela está aí, não a negue. Não procurem amá-la para que ela desapareça. Não é seu propósito. Dito de outra forma, a cólera aceita, manifestada ou não até o fim, lhes coloca na Alegria, qualquer que seja a moral que vocês têm. E é isso que é o mais importante. O bom pensamento e as boas maneiras do meio espiritual lhes diz que, quando vocês estão na Alegria, vocês são pacíficos, que vocês são alegres, que jamais há cólera, que jamais há tristeza, mas é falso. A Alegria não pode ser total, exceto quando nada mais existir, no interior, do que tenha restado.

Então, são minhas últimas palavras, e nós continuaremos após a pausa, sobre a cólera ou sobre outra coisa. Bidi lhes saúda e lhes diz até logo.

Obrigado. Até logo.

Obrigado a vocês.


***



Tradutora: Célia Leal (com base em transcrição oficial)

Fonte da Imagem: https://www.facebook.com/groups/293893747352484/


PDF (Link para download) : Bidi3-04Setembro2018


9 comentários:

  1. Gratidão, Célia Leal, por continuar avançando nestas traduções. Assim, o blog continua pulsando e pulsando...

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  2. Gratíssima Célia Leal por mais uma maravilhosa doação de Amor.

    Em Acolhimento, Sara.

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  3. BIDI e Célia Leal um SHOW...GRATIDÃO

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  4. Muitíssimo obrigada Célia pelo suas traduções passadas e as mais recentes.
    Francisca

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  5. O que o Bidi disse sobre o dinheiro, a democraria, e as relações pessoais, tirando os intervenientes, obviamente. Nunca vi ninguém falar de forma direta, nem 0,001% do que ele disse.

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  6. BIDI FANTÁSTICO...CÉLIA MARAVILHOSA...GRATIDÃO

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  7. Muitíssimo obrigado, a tradutora, pelo importantíssimo trabalho, que foi produzido. Agradeço profundamente.

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  8. Acolho todos os agradecimentos, aqui e agora, em absorção. Célia L.

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