Áudio Original
https://apotheose.live/entretiens-2018/septembre-2018/abba-1-septembre-2018/
Parcial - 1 (em 27/09 às 11h10)
No silêncio
e Evidência de seu coração, Abba saúda sua presença, que não é outra que a
dele, além de toda personagem.
Assim, no
acolhimento, e nesse instante, qualquer que seja o instante ou o momento em que
você me leia ou me ouça, o milagre de uma só coisa, da
Verdade, se desenvolve em sua presença.
Então, nesse
espaço de comunhão, nesse espaço que cria o sagrado permanente da Alegria, Abba
em você, se exprime. Como eu já lhe disse, há pouco tempo, não apenas nas
palavras, mas no intervalo das palavras, entre o silêncio presente entre cada
palavra, eu me revelo sempre mais, a fim de que a Alegria se torne sua evidência em
cada um dos momentos, evidência de sua presença, como evidência de sua
ausência, aí onde não existe qualquer diferença, aí onde tudo é perfeito, e
onde nada pode faltar.
Deste lugar,
comum à você e à mim, nós escutamos o jorrar de suas interrogações e questionamentos,
quaisquer que sejam. Sejam eles da pessoa, sejam eles da consciência, pouco
importa. Porque além de minhas respostas, como de suas questões, como além de
toda palavra, se realiza isso, essa Alegria inefável, que não depende nem de
você nem de mim, mas simplesmente, e justamente, dessa Evidência que está aí.
Então, eu
lhe convido, primeiramente, antes de escutar e ouvir isso que você tem a dizer,
a pedir, a interrogar, de deixar isso que sempre foi, transparecer e aparecer,
além de mim, como além de você, a inefável Verdade. Aí onde nada pode faltar,
aí onde tudo é perfeito.
Então, nós
vamos, se você quiser, deixar desenrolar tanto questões como respostas, no mesmo
silêncio entre minhas palavras, na mesma Evidência.
Agora, eu
lhe ouço, em seus primeiros questionamentos.
Questão : Bem amado Abba, como posso encontrar o ponto zero ?
Bem amado,
hoje, você não pode procurá-lo, porque você não o encontrará. Você não pode que
acolhê-lo, isso que, evidentemente, nesse ato de acolhimento, põe fim, de
maneira imediata, à toda projeção de sua consciência, como à toda interrogação
exterior à você, porque em definitivo, na Alegria e na Evidência, não há nem
dentro, nem fora, mas a mesma Verdade que transparece em todo ponto, tanto da
consciência, como do espaço, como do tempo. É assim que o tempo zero é
reencontrado, aquele que jamais desapareceu e que, portanto, toda noite você
vive, de forma evidente, nisso que você nomeia, seu sono. Mas, hoje, isso
transparece através de sua pessoa, como de sua consciência, a fim de assumir,
de algum modo, todo questionamento, como toda forma.
Então,
esqueça que você deve encontrá-lo, porque é ele que lhe encontra e não você que
pode encontrá-lo. Nisso, não há que uma postura que lhe possa ser eficaz e
seguida de efeito. Isso consiste, simplesmente, em ter-se pronto para o
Desconhecido, aceitando-o, sem conhecê-lo, para lhe permitir, enfim, se
reconhecer, além de toda a aparência, de toda história, como de todo papel.
Então, eu
não posso senão convidá-lo a acolher. Porque a resposta já está aí. Mas nenhuma
pessoa pode se apropriar disso, ou vivê-lo. E é apenas, justamente, quando toda
veleidade pessoal de compreensão, de experiências ou de visões tenham cessado,
nesse vazio tão assustador para o ego e a pessoa, que se revela o inefável. Não
há outra alternativa, não há outra solução, que desaparecer para si mesmo, como
ao Si, a fim de transparecer e de aparecer nessa Verdade Nua. E reconhecendo-se
Nisso, sem tê-lo procurado, então, efetivamente, você constatará através de sua
pessoa, como através do conjunto de diferentes fragmentos de sua consciência
que você crê ser una, de reencontrar Isso. Nada, nesse nível, vindo de parte
alguma, pode interferir com isso que está aí. Aceite, no princípio, e
sobretudo, a seguir, verifique-o por si mesmo.
Nessa noção
de acolhimento e de acolher, é conveniente para você apreender que não é
questão de acolher através da pessoa, mas, simplesmente, colocar-se além de
toda personagem e de toda referência, a fim de estar disponível, em Verdade, à
Evidência que sempre esteve aí. Então, você não pode agir, você não pode
desfazer-se de si mesmo, a não ser aceitando acolher. Acolher isso que lhe é
desconhecido, acolher isso que se apresenta, e não apenas sob a ótica dessa
interrogação ou desse questionamento, mas em cada olhar portado, em cada ação
tomada, mesmo no seio do efêmero o mais cotidiano, que Isso lhe aparecerá.
É tempo,
doravante, de qualquer forma, de pôr fim à toda tensão, qualquer que seja, e de
aceitar que, quaisquer que sejam as aparências que sua consciência lhe dê a
viver, bem como seu corpo, além disso que deve ser vivido, há a Verdade. E que,
justamente, isso que deve ser vivido, quer seja através da felicidade ou
através do sofrimento, não muda em nada a Evidência. Porque a Evidência está
aí, do instante em que você acolhe. O acolhimento se acompanha,
sistematicamente, da doação de si. Da doação de si à Verdade. Mas você não tem
que pensar em dar o que quer que seja, se não é, eventualmente, dar-se a si
mesmo, à esse desconhecido que sempre esteve aí. Porque, hoje, não há mais
véus. Porque, hoje, não existe mais freio que possa manter-se ou opor-se,
prolongadamente, à Verdade instalada e revelada.
E qualquer
que seja seu posicionamento deste dia ou deste instante, o que quer que você
viva ou não, apenas a compreensão dessa noção de acolher tudo o que aparece, no
corpo como na consciência, cria a dinâmica da travessia, permitindo-lhe
entrecruzar e mesclar o efêmero e o eterno e de reaparecer na Verdade Nua,
apesar da presença desse corpo, apesar da presença desse mundo, compreendendo,
então, que você é o Caminho, a Verdade e a Vida. E que, mesmo estando sobre
esse mundo, você não é desse mundo, e que você está apenas colocado aí. Como
quando você se põe a dormir, numa noite não perturbada por nenhum despertar, nem
por nenhum sonho, nem por nenhum pesadelo, essa noite profunda, em que não há
nada além do esquecimento e do nada.
Porque,
justamente, o esquecimento e o nada de toda a veleidade pessoal, como de toda
veleidade da individualidade, em qualquer plano que seja, que criam as
condições do acolhimento total e integral disso que você é e que, portanto,
você não conhece, mesmo que o tenha vivido por momentos ou por instantes. Porque
isso do qual falo, não é uma experiência, nem mesmo qualquer coisa que passa,
mas a simples Verdade, anterior à consciência, como à toda forma, como à todo
mundo, que cria, de maneira indizível, essa Alegria sem objeto e sem pessoa,
que não pode ser senão reconhecida, porque ela, ela não passará jamais. Ela não
poderá que se magnificar, se amplificar e se desenvolver a cada sopro, a cada
olhar, como a cada evento, quaisquer que sejam sua natureza ou sua intensidade.
Então, você
se encontrará nesse tempo zero. E você não poderá senão dizer, como eu o digo à
você, que Isso sempre esteve aí, e que eram apenas as circunstâncias desse
mundo, como as circunstâncias de sua vida que, em algum lugar, lhe obscureceram
essa percepção. Essa percepção, aliás, é a última percepção, essa que não tem
mais necessidade de sentir, nem de experimentar, através de qualquer energia ou
qualquer visão que seja, mas que se instala de maneira irremediável e
definitiva, nessa Alegria. Porque a Alegria é anterior à manifestação, a Alegria
do ser no não-ser, como a Alegria do não-ser no seio do ser, é a única Verdade.
Muitas de nossas irmãs Estrelas lhes explicaram isso, longamente, e o
demonstraram, amplamente, por suas próprias vidas.
E hoje,
nesses tempos tão intensos a serem vividos no plano da encarnação terrestre,
tudo isso está em livre acesso, na totalidade. Porque, como eu lhe disse, isso
sendo devido, isso é, realmente, o cumprimento do juramento e da promessa,
permitindo, também, como eu o disse, assentar e amplificar a manifestação
coletiva da Alegria. Não se detenha em seus humores, não se detenha nas cóleras
do mundo, dos elementos, porque eles não fazem senão que desobstruir o caminho
e a rota que lhe parece ter que percorrer para, simplesmente, se reencontrar,
aí onde nada jamais se moveu. E, em definitivo, aí, onde você sempre esteve, aí
onde não pode existir nem nascimento, nem morte, nem humor, nem mundo, nem
mesmo a menor consciência. Assim é o Eu Eterno que vem, de qualquer forma, por
si mesmo e, naturalmente, suplantar todo o eu pessoal. Então, isso porá fim ao
jogo.
Então, como
o disse Bidi, você constatará por si mesmo, que jamais houve espectador, qua
jamais houve ator, que jamais houve cena, e que jamais houve teatro, e que isso
não fazia que passar, como um sonho que se distancia e se desvanece do instante
em que você desperta. É o mesmo para a
Verdade, que vem pôr fim à tudo isso que passa, à tudo isso que não pode
persistir na Evidência da beleza e na Evidência do Amor, em que a tradução é
essa Alegria, à nenhuma outra comparada. Porque nada pode igualá-la, porque
nada pode aproximar-se à ela.
Assim é seu
estado no seio da última presença, disso que foi nomeado em certas línguas
antigas, Shantinilaya, aí, onde tudo isso que chega e se produz na tela da
consciência não pode ser interceptado, porque tudo é atravessado com a mesma
graça e a mesma leveza, pondo fim à todo peso, como à toda densidade. Primeiro,
para cada um de vocês, e de maneira cada vez mais importante, em nível
coletivo. Então, virá o tempo do evento que, como vocês o veem para onde quer
que olhem, já bate à porta.
Então, não
procure o tempo zero, porque ele não pode ser procurado. Porque, desde que você
o procura, como você o diz, há distância que se cria, e se a distância se cria,
agora, você não pode ser esse que está distante, você não pode ser senão esse
que já está aí, e que sempre esteve aí, apesar de todas as suas aparências,
apesar de todos os seus sofrimentos, apesar de todas as suas questões e apesar
de todas as suas interrogações. Então você poderá dizer, você também, eu sou o
alfa e o ômega, o Caminho, a Verdade e a Vida, além de todo papel e de toda
função. Assim, você poderá viver a Vida, através de sua vida, sem obstáculo e
sem conflito, interior como exterior, porque não haverá nenhuma diferença entre
o amigo e o inimigo. Não haverá nenhuma diferença entre o sofrimento e a
abundância, que não mudarão em nada isso que você é.
Então, o Eu
Eterno é vivido, não deixando mais lugar para o menor sofrimento, onde tudo
será qualificado com justo, porque não pode ser diferente no seio da beleza e
da Alegria, e do Amor vivido. Nenhuma aparência poderá lhe enganar, nem lhe
levar para lugar algum. Então sua vida se tornará Evidência, qualquer que seja
sua idade, e qualquer que seja isso que pode restar, ainda, disso que eu nomeei
por hábitos. Então você será livre, na totalidade, não dependendo de nenhuma
forma, nem desse mundo, nem desse corpo, não dependendo, nem mesmo, do evento
coletivo, mas você participará, tão grandemente, no estabelecimento desse
coletivo, sem nada fazer, sem nada querer, sem nada pedir, simplesmente estando
aí, inscrito na Eternidade da Alegria.
Então, a
Consciência Nua, assim como o Amor Nu, se revelarão aqui mesmo, através desse
corpo, lhe mostrando que não existe nenhuma distância, nem nenhuma separação,
em qualquer mundo que seja, qualquer que tenha sido sua anomalia. Atualmente,
isso não existe mais. O mais difícil para você, hoje, é aceitar que, além de
todo sofrimento, como de toda insatisfação, exista, através desse sofrimento,
como através dessa insatisfação, uma possibilidade bem mais vasta do que essa
que você pode crer, ou pensar, ou imaginar, para se revelar a si mesmo, além de
todo artifício, como de toda técnica, como de toda memória, como de toda
projeção. Então, você será livre. Não mais, apenas o liberado vivo, mas o
liberado em tudo, que não depende nem da vida, nem da morte, porque ele está
inscrito além da vida e da morte, como além de todo ciclo, como além de toda
dimensão.
Lembre-se,
simplesmente, que não há esforço a fazer e que, do instante em que lhe
pareça dever fazer um esforço, então isso não pode ser Verdadeiro. Porque, a
Verdade não será, jamais, um esforço, mas bem mais um relaxamento de todo
esforço, de toda vontade, como de todo sentimento de posse. Lembre-se de que
você não é esse corpo, no entanto, você habita dentro dele. Agora, pouco
importam os nomes, pouco importam as palavras, porque isso que eu tento lhe
dizer através de minhas palavras, está bem mais inscrito no silêncio de minhas
palavras e entre minhas palavras. E se você aceita isso, então não há nada mais a decidir, a querer, a empreender.
Porque se você acolhe minhas palavras como meus silêncios, então, você deixa
lugar para a Evidência. E você deixa o lugar para o Eu Eterno, independente de
toda criação e de toda consciência.
A verdadeira
felicidade, a verdadeira completude não pode estar senão aí, e em nenhuma parte
alhures. E como você o sabe, olhe ao seu redor, vocês são cada vez mais
numerosos , como lhes foi anunciado por certas Estrelas, há vários anos, às
quais vocês podem se referir, se o queiram, porque tudo isso que vocês vivem e
tudo isso que é possível, agora, nesses tempos particulares, foi evidentemente
anunciado com antecedência. Isso não é mais um ensinamento, mas isso é, de
qualquer forma, eu diria, para alguns de vocês, referências, para esses que
ainda têm necessidade de situar-se nesse abandono e nesse acolhimento, que não
conhece qualquer limite, onde nada pode ser qualificado, nem de bom, nem de
inqualificável.
Porque não
há diferenças para aquele que é o Eu
Eterno. E não pode existir nenhuma, no seio da Verdade. Todo o resto faz parte
disso que é natural, disso que se desenrola, como a semente eclode um dia, e se
torna uma árvore. Tudo já está incluído na semente, e a semente não pode
oferecer uma outra árvore, a não ser aquela que está inscrita no programa. E seu programa, para você é tão
vasto, que ele engloba todos os outros programas, do amigo como do inimigo,
daquele que está morto, daquele que vela desde a Fonte, passando pelas mães
geneticistas, até a criança que morre de fome e até o sofrimento que afeta,
talvez, seu corpo. Aceitar isso, é pôr fim à
diferença, e pôr fim à toda distância. E eu lhe repito, não há outra solução.
Nenhuma outra, hoje. Todo o resto não pode que lhe colocar na distância. Todo o
resto não pode que lhe privar da amplitude da Alegria que está aí.
Como Bidi o
disse, isso ultrapassa, amplamente, isso que se poderia chamar espiritualidade,
como isso ultrapassa, amplamente, todos os jogos da consciência. Assim é a
a-consciência, assim é a Verdade da Alegria. Ninguém pode ser enganado aí,
exceto aquele que não se reconheceu na totalidade. Mas isso não pode deixar
qualquer dúvida, do instante em que você acolhe, porque
no acolhimento, nesse ato de acolher, há a doação total de si. Não há outra
maneira de se doar, todo o resto não são que artifícios ou sucedâneos. Nada
poderá substituir a Evidência da Alegria, que é possível para cada um, qualquer
que seja a idade, qualquer que seja o sofrimento, qualquer que seja a situação.
E você constatará, então, muito rapidamente, que do instante em que você relaxe
toda a busca e todo pedido, em si, eu não falo de questões que você coloca e
que são lógicas, então, em você se fará todo o lugar necessário para acolher
isso que está aí.
Esvaziar-se
suficientemente de si mesmo, que não é uma ascese, não é um trabalho, nem mesmo
uma prática, mas uma postura da consciência que lhe permite deixar-se absorver
por isso que você é em Verdade. Mas você não pode agir segundo a pessoa, nem
mesmo segundo sua consciência. Você não pode agir, senão pela aceitação da
Alegria, mesmo, e sobretudo, se você não a vive. Porque isso é possível, olhe
ao seu redor, e que isso é transmissível, mesmo que haja apenas você, que possa
abrir a porta, até que você considere que jamais houve porta, a não ser em suas
construções, em seus hábitos, em suas crenças, ou em suas projeções. Mas isso
não tem importância, porque o jogo é visto. E ele será visto, quaisquer que
sejam as circunstâncias, de forma cada vez mais clara, a fim de que, no momento
chegado, coletivo, ninguém possa dizer que não sabia, ninguém possa dizer que
isso não é verdadeiro, porque isso é impossível.
Através
disso que você tenha vivido, através disso que você tenha passado, qualquer que
tenha sido a intensidade, na Alegria ou no sofrimento, tudo isso apenas
permitiu lhe conduzir até aí, onde você está agora, nesse espaço de resolução,
que é esta Terra, de todos os antagonismos e de todas as histórias, que é o espaço
do banquete, não apenas do banquete celeste, mas do banquete do céu e da terra,
onde a oferta em si, lhe restitui, pela doação, à sua verdade inalienável, aí,
onde não há nenhuma distância, aí, onde você não existe mais que aquele que lhe
faz face, amigo ou inimigo, próximo como distante, aí, onde o olhar é o mesmo,
seja olhando a flor, olhando o céu, como olhando o inimigo, ou o amigo, tudo
isso pertence ao que passa. Isso não é um conceito. Isso pode ser uma ideia, a
princípio. Mas isso é a Verdade, a ser vivida, todo o resto se faz sem você,
mas através de você. Tudo se faz sem sua consciência, mas através de sua
consciência, qualquer que seja.
Silêncio
Bem amado, você pode prosseguir.
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Parcial - 2 (em 29/09 às 07h05)
Questão: Quando falamos da
respiração em três tempos, de fato, há quatro tempos: inspiração, pulmões
plenos, expiração e pulmões vazios. E cada tempo dura três tempos! Ou três
segundos...
Bem amado, a
respiração do coração pode se estabelecer sobre um número infinito de tempos,
mas é conveniente compreender que esses tempos se situam no inspirar e no
expirar. Não é questão, aqui, da pausa entre o inspirar e o expirar, nem mesmo
de um tempo, entre o expirar, ou ao final do expirar, como ao final do inspirar.
É questão, aqui, de uma inspiração que se produz em três tempos ou mais tempos,
e uma expiração que se produz no mesmo número de tempos. Isso é nomeado, a
respiração do coração, mas isso, e como vocês o vivem, para muitos dentre
vocês, é também, a respiração da consciência e da célula, eu falo das células
de seus corpos, como da célula original, a primeiríssima. Porque esse ritmo não
pode ser em dois tempos, porque tudo isso que é em dois tempos é incompleto e
que, o ternário, a trindade, qualquer que seja o meio cultural em que vocês
estão, ou espiritual, é a mesma coisa. É isso que cria a vida. O dois não cria
a vida. O dois é o antagonismo necessário e indispensável da manifestação,
mesmo no seio dos mundos livres. Mas não se trata, até então, de dualidade.
Enquanto aí,
hoje, no nível da Alegria, mesmo no seio desse corpo no qual se imprime a
Alegria, isso não se passa mais exatamente como a fisiologia conhecida a
explicava, qualquer que seja o nível do estudo. A respiração não se faz mais em
dois tempos, mas em um tempo profundamente diferente, que é, eu diria, de algum
modo, o ritmo da Liberdade, o ritmo da Evidência, e simplesmente, o ritmo da
Alegria. E essa Alegria não é, unicamente, através de sua pessoa, através de
sua consciência, ou através de seu corpo, mas ela está inscrita em cada uma de
suas células, modificando a constituição de maneira evidente. Então, claro, não
se inquiete para saber como se deve fazer para respirar segundo esse tempo, não
há que o instante presente, e a Alegria do instante, que instala isso,
naturalmente. Você não pode forçá-lo, mesmo que você possa imprimi-lo, em
você. E eu creio que isso lhe será explicado, no Satsang, porque isso será mais fácil, que no
curso da minha intervenção desse instante.
Então, a
respiração do coração, é a respiração da vida, simplesmente. Mas essa
respiração não obedece aos tempos sucessivos do inspirar e do expirar, ou às
pausas, como você o diz, entre os dois, ou no fim do inspirar, ou no fim do
expirar, mas é bem mais no tempo do inspirar que se desenrola um certo número
de tempos, como no tempo do expirar. É isso que cria, se posso dizer, através
desse corpo, o novo ritmo da Evidência, o ritmo da vida, que não depende nem de
você, nem de nenhum mundo, porque é bem nesse corpo, e você o sabe, que se
desenrola essa alquimia final. É nesse sentido que, hoje, que você deve, de
maneira mais premente, a cada dia, estar presente a si mesmo, estar presente no
aqui e agora, em totalidade, a fim de que esse aqui e agora não sejam
correlacionados à nenhuma memória, à nenhuma história, como à nenhuma projeção.
Porque tudo está aí, nesse tempo zero.
E terá a alegria por marcador, bem evidentemente, e você não poderá que senti-lo e vivê-lo,
essa respiração do coração, em que tudo que está em você é ofertado, quer seja
pelas palavras, pela atenção, pelos pensamentos, o olhar ou os gestos, porque,
quanto mais você se doa, mais você recebe, e quanto mais você recebe, mais você
dá. Porque nada é retido através de si, como através da consciência. É tornando-se
esse vaso que deixa escoar, livremente, tudo isso que quer aí entrar como sair,
que você se descobre além do continente, como além do conteúdo. Assim é a
Alegria, que se torna cada vez mais possível e cada vez mais perceptível, e
sobretudo, ela surge sem razão, não espera uma ocasião, nem o menor desejo de
sua parte. Mas esse ritmo do coração, essa respiração do coração como da
Alegria, se estabelece por si mesma, do instante em que você não a procure, ou
busque compreendê-la, ou retê-la. Então, como foi dito, você não terá mais
sede. Porque, o que pode faltar nesse ritmo da Vida que transcende toda forma,
como todo mundo ?
Então, seja
natural, em qualquer olhar que você dirija, quer seja para um irmão amado, para
o inimigo, para o que você julga, como na natureza, como em qualquer encontro
que seja, não se esqueça de se voltar para si mesmo, não para emitir qualquer
ideia, qualquer pensamento, qualquer julgamento, mas para acolher sempre mais,
isso que a vida lhe dá a viver, a ver, a sentir. Quer seja na plenitude ou na
falta, não muda nada, porque tudo não é que pretexto e ocasião para a revelação
desse ritmo novo, que é aquele da vida livre, que não depende da consciência,
mesmo que ela atravesse todas as consciências.
Não pode
haver aí, em termos humanos, maior satisfação, nem maior plenitude, porque ela
não poderá jamais lhe ser ocultada, não poderá jamais lhe ser restringida ou se
limitar. Não há que o jogo de sua pessoa, que se deixa respirar por essa
Alegria, que pode ainda ser visto, mas com sorriso, sem julgamento, com a mesma
aceitação. Porque você não pode que aceitar e acolher, mas você não pode
procurar, você não pode fazer os dois ao mesmo tempo. E do instante em que você
passe mais tempo na procura, quer seja em duração ou em intensidade, do que na
escuta e no acolhimento, então, você se distancia e as resistências se criam, e
a interrogação nasce. Ao passo que, do instante em que você aceita estar aí,
simplesmente, e deixar livre curso para isso que a vida desenrola em você e ao
seu redor, que você se reencontrará na totalidade, e não através de qualquer
ascese, ou de qualquer contingenciamento, ou de qualquer regra que seja.
O Amor não
tem nem regras, nem lógica cognoscível nesse mundo, e portanto, nós lhe
dissemos, a Luz é inteligência. Essa inteligência aí, não pode jamais ser a
forma de uma entidade, de qualquer dimensão que seja, e é bem anterior à toda
dimensão, como à toda criação. Então, eu não posso que lhe convidar, como a
cada um, a deixar ser isso que sempre esteve aí. Você não pode misturar, aí,
nada de pessoal, nem nada de individual, porque isso não concerne, nem à
pessoa, nem ao indivíduo, nem mesmo à um mundo, qualquer que seja.
Silêncio
Bem
amado, você pode prosseguir.
Questão (É uma questão de uma irmã que não está presente.) Em minha
aura eu tenho, frequentemente, um grande número de seres, entidades, e eu não
me apercebo disso, imediatamente. Isso me fatiga. Assim que eu me dou conta, eu
as acolho em meu coração. Como gerir isso ? É um processo normal a verificar todos os dias ? Grata por seu
esclarecimento.
Bem amada, a
percepção no seio disso que você nomeia aura ou corpo sutil, as entidades, não
há apenas algumas, há o universo inteiro e o conjunto das criações que, hoje,
se situam nisso que você nomeia suas auras. E você mesma diz, do instante em
que você reabsorve isso em seu coração, então, você está em paz. Agora, não lhe
resta mais que atravessar isso. Isso quer dizer, aí também, não procure
identificar qualquer entidade que seja, porque todas essas entidades, quaisquer
que sejam, em definitivo, não estão aí
que para serem amadas e atravessar sua pessoa e unirem-se, como você o
diz, no coração do seu coração, a fim de serem reintegradas ao seu justo lugar,
no coração do coração.
Então,
não há que, nem repudiar, nem tentar compreender, mas, simplesmente, magnificar
o senso do acolhimento, acolhendo de maneira incondicional tudo o que é visto,
tudo o que é percebido, a fim, simplesmente, de atravessar, e durante essa
travessia, permitir a esses elementos de reunirem-se à Luz, no centro de seu
coração, antes da própria Luz. Tudo se desenrola assim. E isso se desenrolará
de maneira cada vez mais constante para cada um de vocês, sobre esta Terra, da
mesma forma, até o clímax, se eu posso dizer, que será o próprio evento
coletivo.
Assim, eu
posso lhe dizer que você não tem que discriminar o que quer que seja, mas
reabsorver tudo o que é percebido, sentido e vivido, além de sua personagem,
através desse ponto nomeado, o coração do coração, e tudo se produzirá por si
mesmo. E se isso não lhe parece ser o caso, então isso quer dizer, simplesmente,
que ainda resta um pouco de distância, em relação à realidade do acolhimento,
que não deve fazer, eu lhe lembro, nenhuma diferença. A partir do instante em
que você acolhe da mesma maneira, tanto a rosa como um insulto, então,
realmente, você será livre. Você não estará mais na reação, nem em oposição,
mas você estará, realmente, na transparência que é a mais propícia, através da
humildade do caminho da infância, a esclarecer tudo que precisa sê-lo, a apagar
tudo isso que não faz que passar, mesmo que isso se demore no seu corpo e na
sua consciência, pondo fim à história como todas as histórias, e lhe colocando,
como eu já disse, nessa leveza, que nada pode se igualar.
Então, a
Alegria será seu cotidiano, o que quer que se desenrole no seu corpo ou sobre a
tela de sua consciência, qualquer que seja o evento desse mundo, qualquer que
seja, eu já o disse, a abundância, ou quaisquer que sejam as restrições, pouco
importa. Nesse momento, você compreende, concretamente, que seu reino não é
desse mundo, nem de nenhum mundo, mas é anterior à todo mundo, mesmo se
existam, efetivamente, inumeráveis moradas, e que encontrando a origem de sua
primeira morada, todas as moradas são suas, e você é, realmente, Isso. Nesse
momento, no seio dessa Alegria, só resta, efetivamente, o Amor, mas nenhum amor
que possa ser conhecido nesse mundo, simplesmente, pela atitude de acolhimento
e a doação de si, que lhe permitem se reconhecer, eu lhe disse, no amigo como
no inimigo, na flor como no grão de areia, ou mesmo nas ações dos elementos.
Nada mais poderá ser separado, em você, e não sendo separado em você, então,
você será livre, na totalidade, e nunca mais o brilho de seus olhos mudará, e
nunca mais poderão sair quaisquer palavras ofensivas de sua boca, contra si
mesma ou contra quem quer que seja, porque você terá ultrapassado o jogo da
dualidade e você terá transcendido todo o jogo da consciência.
Mas isso,
você não pode fazê-lo por si mesma, exceto acolhendo e se doando,
totalmente. Faça passar o outro antes de você, faça passar qualquer um
antes de sua pessoa, interiormente, e você constatará os efeitos cada vez mais
impactantes sobre o desenrolar de sua vida, em você e sobre seu próprio
posicionamento, que não depende mais nem do corpo, nem desse mundo, como de
nenhum mundo, enquanto firmemente ancorada nesse corpo, permitindo à Luz,
trabalhar, não apenas em você, mas sobre o conjunto dos mundos. É assim que
você pode participar, se posso dizer, da maneira mais simples, da revelação
total dessa última Verdade. Todo o resto não são que passatempos, todo o resto
não são que tempos inúteis de sofrimento, todo o resto, você o sabe, não poderá
que passar.
Assim, eu
lhe dou, não uma técnica, nem uma prática, mas eu lhe mostro ; cabe à você
demonstrá-lo a si mesma o que é o jogo da consciência, que lhe conduz ao que é
anterior à consciência, aí, onde nada pode faltar, de forma alguma; o que quer
que lhe falte no seio desse mundo, não há mais nenhuma falta que possa ser
sentida. Porque, vendo tudo com o mesmo olhar, com a mesma intensidade, você
saberá, de maneira instintiva e direta, sem nenhuma compreensão e sem nenhum
sentir, de qualquer natureza que seja, que isso que você é, é a Verdade, e que
nada mais pode vir se somar à Isso. Porque tudo isso é absorvido integralmente,
e que não poder ser diferente, para aquele que o vive, e mesmo para aquele que
não o vive, ainda, do instante em que ele aceite essas poucas ideias de base,
concernentes ao acolhimento e à doação.
A Luz se dá
à Luz em superabundância do instante em que você aceite que você é essa Luz,
mesmo sem nada viver, do instante em que você diz sim, à tudo isso que a
vida lhe propõe, sem nenhuma exceção, do instante em que você diz sim à tudo
que pode se opor, de acordo com seu interior como exterior à você, à isso que
você vive, à isso que você é, porque é assim que você nutre a Verdade que está
em você, e que é você. Todo o resto não faz que retardar ou lhe dar a impressão
e a ilusão de que isso não é para você, ou que você está bem longe. Tudo isso
não são que pretextos e nenhum álibi poderá se manter no momento do evento.
Então, porque esperar, porque diferir, porque tergiversar?
Porque do
instante em que existir em você uma impossibilidade total e visceral, de
emitir a menor crítica ou o menor julgamento de quem quer que seja ou do que
quer que seja, em você como no exterior à você, então, você constatará,
imediatamente, que a Alegria lhe leva à essa morada de paz suprema, e que é aí
onde está o seu só e único verdadeiro lugar, que não passará jamais.
E eu diria
mesmo que, hoje, quanto mais Isso possa lhe parecer distante de você, ou fora
de alcance, mais você está convencido Disso, eu diria que mais você se
aproxima. Porque o Amor e a Verdade não podem senão consumir isso que você
colocou à sua frente. Então, não tenha qualquer inquietude, seja, simplesmente,
doce e paciente, em cada instante, consigo mesma, como com todo mundo, como com
as circunstâncias desse mundo, quaisquer que sejam os horrores que são
revelados pela própria Luz e sua iluminação. Aceite, simplesmente, que sua mera
doação e seu mero acolhimento, e a transparência que se segue, colocarão fim à
isso, de maneira evidente, para você, como para cada um, como para todo o sonho
coletivo do mundo, como o sonho coletivo da consciência.
Não há outra
certeza que essa, não há outra verdade que essa. Todo o resto não passa de
verdades relativas, que dependem, unicamente, das circunstâncias e do tempo que
passa, ou das próprias dimensões. E, hoje, isso lhe é oferecido à profusão, o
que quer que você pense, o que quer que você diga, isso pouco importa, em
definitivo. Porque o que quer que você tenha a dizer, que você tenha a refutar
ou a rejeitar, isso lhe colocará sempre mais próxima dessa Verdade. É por isso
que você não deve se comparar ou se
julgar, ao que quer que seja ou à quem quer que seja, porque nada pode ser
mensurado na Alegria. Tudo pode ser mensurado, você o sabe, na vibração, na
energia, mas na Alegria, não há nada a mensurar, porque a mesma medida está por
tudo, qualquer que seja a medida oficial, qualquer que seja a aparência,
quaisquer que sejam as experiências, também.
E isso lhe é
oferecido a cada olhar e a cada sopro, como a cada ocasião, mesmo que você
pense ser, exatamente, o inverso. O Amor não tem o que fazer com isso que você
pensa, com isso que você crê ou não crê, sobretudo, agora. A única diferença é
viver isso na leveza ou na dureza, mas a finalidade é, exatamente, a mesma. Não
pode haver outra. Porque isso que é completo e perfeito de toda a eternidade,
não pode considerar qualquer caminho, qualquer forma ou qualquer dimensão que
seja, porque já percorreu tudo isso, em todos os sonhos que tenha feito, e que não há mais necessidade de
sonhar, nem de experimentar o que quer que seja. Não há mais necessidade de se
mover, interiormente, é preciso, simplesmente, acolher, de forma sempre mais
vasta e ampla, tudo isso que se apresenta, de qualquer maneira que isso se
apresente. Porque, em definitivo, você o sabe, do instante em que você vive
isso, ou se aproxima, suficientemente, de algum modo, então você sabe que não
há outro caminho ou outra via possível, e que, jamais, você estará satisfeita
alhures, do que Nisso.
Assim é a
Liberdade. Porque a Alegria é Liberdade, e que o Amor é Liberdade, e não
pode estar sujeito, em definitivo, além de todo sonho da consciência, à
qualquer forma ou à qualquer história de criação que seja. E isso lhe é dado,
agora, e está acessível para cada um, aí, também, de maneira cada vez mais
presente, e cada vez mais impactante. E como eu lhe disse, e eu o repito hoje,
ninguém poderá ser deixado de lado. É impossível. Porque não há nem melhor, nem
superior, nem inferior. Há apenas Isso. Então, claro, essa Alegria pode
exprimir-se, quer seja por palavras, por cantos ou tudo o que lhe vier ao
espírito. Mas, você sabe muito bem, que não é você que o faz ou que o cria, mas
que é a Vida em você, que o realiza em seu lugar.
Então, a
Liberdade real e total tomará o passo definitivo sobre toda história, sobre
toda memória, como sobre toda projeção. Enquanto você crer que você tem
algo a fazer ou a empreender, eh, bem, você não está disponível, porque você se
coloca, irremediavelmente, no instante seguinte ou no instante passado. No aqui
e agora, como ele é possível, hoje, nada pode ser inserido aí, vindo do
passado, como vindo do futuro, vindo do corpo, como vindo dos pensamentos. E é
nesse jogo aí, que se joga, atualmente, que vocês são cada vez mais numerosos a
ver cada vez mais claro. Ver claro, aqui, não quer dizer, simplesmente, clarear
isso que pertence à ilusão desse mundo ou sua predação, mas clarear esse núcleo
de eternidade que você é, que é anterior à toda forma.
A Alegria
não pode vir senão daí, é a inteligência da Luz que habita em você. Mas que
outra coisa você é, se não é essa inteligência que não depende de nenhuma forma,
de nenhuma consciência, como de nenhum mundo? A totalidade dos mundos e das
criações está presente nisso que você é, e pousando sobre essa Terra, isso quer
dizer que, quaisquer que sejam, do que foi nomeado, suas linhas, sua origem
estelar, lhe conduz sempre ao mesmo lugar, que é esta Terra, nesse aqui e
agora, e que é através de você, que tudo se joga. É claro, não por você, mas
pelo conjunto, não desta Terra, mas pelo conjunto de todas as criações, como de
todos os multiversos
Você não tem
necessidade de conhecer as histórias, você não tem necessidade de conhecer os
meandros, mas você tem, simplesmente, que estar presente e deixar isso
atravessar. Você não tem outra função, você não tem outro papel, você não tem
outra missão que de reencontrar a si mesma. E isso se faz sem a sua pessoa, e
sem sua participação. Isso porá fim à toda identificação, como à última distorção
da própria consciência.
Silêncio
Bem
amado, nós podemos prosseguir.
Não há mais questões escritas, eu não sei se há na sala.
Então,
deixemos que se exprimam esses que estão presentes, espontaneamente. Não
retenham nada, deixem, espontaneamente,
sair o que deve sair. Não há nenhuma absurdez, mesmo na questão que vocês
poderiam julgar a mais absurda, porque tudo não é que pretexto para levá-los de
volta ao seu essencial. E tudo não é que
ocasião de viver a Alegria.
____________________________________________________________
Parcial - 3 (Final) - em 30/09 às 17h45
Questão:
Eu não tenho mais desejo, já há muitos meses, minha vida se desenrola com uma
fluidez simples, onde as coisas se organizam sem que eu sinta necessidade de
colocar o mental aí. Eu só tenho momentos de impulsos, quer sejam bem sucedidos
ou não, não me perturbam, eu me sinto em paz, constantemente, eu sinto em mim,
por momentos, a respiração que engloba o conjunto, onde eu me sinto ser o tudo,
mas isso pára, às vezes.
Bem amada, se você terminou,
evidentemente, no seu testemunho, a questão concerne ao que pára, eu penso,
claro.
Sim,
exatamente.
Então, em todo processo, mesmo
instantâneo, essas flutuações que você percebe e sente estão aí, justamente,
para lhe incitar, se posso dizer, e lhe encorajar. Porque, como, talvez, você
não o disse, do instante em que essa Alegria lhe parece desaparecer,
evidentemente, falta-lhe qualquer coisa, e isso é perturbador o bastante, para
que você fale a respeito. Mas é, justamente, graças à essas respirações, aí
também, e à essas flutuações que são menos pesadas que antes, se posso dizer,
que a Alegria se manifesta mais e mais.
Agora, não conceba qualquer perda,
porque a Alegria e a Paz não podem ser perdidas. Elas podem, efetivamente,
flutuar, não segundo suas resistências, suas oposições ou sua consciência, mas,
simplesmente, para o desenrolar disso que é absorvido. E lembre-se de que,
hoje, cada um de vocês, situado no seio da
Alegria ou da Paz, absorve todas as consciências, através de seu olhar e
de sua presença, sem mesmo pensar sobre, sem ter intenção. Tudo isso que vocês
olham, que vocês tocam, tudo isso que vocês aceitam, não pode senão aumentar
essa Alegria. E é, justamente, através dessas flutuações, nos momentos em que
você percebe que parece não mais existir Alegria ou Paz, que você se aproxima
ainda mais da intensidade da Alegria.
E, além disso, você deve constatar, à
medida que, como você o diz, as semanas passam, que essa Paz está mais e mais
frequente, aí, ou a Alegria silenciosa, se você prefere. E que, justamente, por
ver esses momentos em que isso não parece mais estar aí, que lhe falta qualquer
coisa, e que, entretanto, não lhe conduz, nem a uma busca, nem a uma
interrogação particular, no momento em que você o vê, mas que, hoje, lhe faz
colocar essa questão. Eu não posso que lhe responder isso: nos momentos em que
a Alegria lhe pareça ausente, ou a Paz lhe pareça ausente, é nesses momentos
que elas se interiorizam no mais profundo de você, para ressurgir sobre a tela
de suas aparências, sobre a tela de seu corpo, como sobre a tela de sua
consciência. Porque é assim que a alquimia profunda, essa transubstanciação,
essa ascensão e esse liberação, concluem-se em cada um de vocês.
Não é questão, hoje, eu o disse e lhes
repito, de permanecer em estase durante anos, como pode lhes mostrar e
explicar, quer seja Hildegarde de Bingen ou, ainda, Ma Ananda, pouco importa. A
aceitação de tudo que se desenrola, mesmo nos momentos em que lhe pareça faltar
Paz, lhe mostra, simplesmente, a qualidade de seu acolhimento, e verá
desaparecer essas ocultações da Alegria ou da Paz. Você não tem outra coisa a
fazer, senão estar sempre aí, aí onde você está. E que, se você não sente ou
vive a Alegria nesses poucos momentos que você descreve, é apenas para lhe
preparar para uma nova intensidade, bem mais vasta que essa que já foi vivida.
E é nessa nova intensidade, que irá se produzir a reabsorção dos mundos.
Nós tivemos uma questão, há pouco,
sobre as entidades presentes no seio da aura, mas não são poucas entidades. Eu
lhes lembro de que é a totalidade da criação, e as criações que vocês reabsorvem, quer vocês queiram ou não,
quer vocês tenham participado das absorções das essências ou não, não muda
nada. Porque isso se desenrola e irá se desenrolar de maneira cada vez mais
sincrônica em cada um de vocês, qualquer que seja seu posicionamento inicial. E
isso, claro, está diretamente ligado à aproximação do evento.
E quanto mais vocês aceitam, mais vocês
desaparecem, de algum modo, dos atributos da pessoa ou da consciência, mais
isso se faz com facilidade e fluidez. Enquanto que, ao contrário, se vocês
resistem e procuram explicar, compreender ou manter o que quer que seja, então,
vocês só podem constatar que seu humor se degrada. Não é nem mesmo questão,
aqui, de excesso de mental ou de estado emocional ou de memória, mas,
simplesmente, dos mecanismos de funcionamento, os mais sutis e mais íntimos da
consciência, entre o jogo da consciência , qualquer que seja, e a a-consciência
que vocês são.
E tudo isso irá se aclarar, e se
aclarar cada dia um pouco mais, até o momento em que você aceitará, na
totalidade, que nada disso que você pode empreender por si mesmo e a partir de
si mesmo, não pode ser finalizado, e que só a inteligência da Luz que assumiu
todos os setores de sua vida, irá cumprir no seu lugar.
E para isso, efetivamente, eu o disse e
repito, é preciso aceitar ser preguiçoso. Essa preguiça, que não é a preguiça
da pessoa, se há obrigações, mas a preguiça da própria consciência, doravante,
que aceita acolher, e não mais se projetar. É assim que se magnifica em você a
realidade do Amor, e essa Alegria que nada pode fazer desaparecer. Porque, ela
não depende de nada e, sobretudo, não de vocês, mesmo que você seja o
transcritor ou o reservatório, ou o receptáculo, pouco importam as palavras,
pouco importa como você considere isso, mesmo, porque vocês o sabem, essa
Alegria está além das palavras e da compreensão, ela está além das explicações,
e ela se passa, sobretudo, maravilhosamente, além de sua pessoa e de sua
personagem, e de toda história.
Então, efetivamente, o ficar tranquilo
no nível da consciência, quaisquer que sejam suas atividades exteriores é,
certamente, um dos elementos mais importantes a levar em conta, o que quer que
lhes chegue, no sofrimento mais intenso, ou no evento mais traumatizante,
vivido no instante, lembrem-se disso, fiquem tranquilos, e deixem as coisas
lhes atravessarem, não as retenham, não as fixem, não reajam a isso, em
primeiro lugar, mas deixem, simplesmente, deixem correr o que não faz que
passar, e bem atrás, está a Alegria. Vocês não podem prová-lo de outra forma,
nem fazê-lo de outra forma, é o único modo, nesse jogo entre a consciência e a
a-consciência, em que se revela a infinita presença, como a última ausência, e
vocês nada podem aí, senão acolher, senão aceitar e aquiescer.
Isso foi dito, em outros tempos , em
outros lugares, mas não retornarei para qualquer circunstância histórica, de
qualquer vida que seja, seja ela, a mais prestigiosa e a mais importante.
Porque em relação à Alegria, isso não quer dizer nada. Porque a Alegria não tem
necessidade de nada de importante e nada de
prestigioso. Porque o importante e o prestigioso pertencem à ilusão
desse mundo, mesmo em qualquer cenário espiritual que seja. E lembrem-se de que
é através dessa Alegria Nua, ou dessa Paz, no mínimo, que vocês emanam e
irradiam sem o querer, que vocês reabsorvem os mundos e a criação, e não por uma
intenção, ou por qualquer vontade, ou por qualquer visão. Aí, também, eu não
lhes peço para acreditarem em mim, nem para aceitarem isso que eu digo, mas
para vivê-lo, a fim de terem sua própria opinião. E não pode haver, aí, opinião
pessoal, eu lhes garanto. Não há que a Verdade. E ela é a mesma para cada um, o
que quer que se diga, o que quer que se pense e o que quer que se viva.
Na Alegria não há necessidade de
conceitos, nem de origem estelar, nem de linhas, nem de nenhuma explicação. Na
Alegria, a Alegria se vive, e isso basta. Na Alegria, a Alegria é evidência, e
ela dança por si mesma, ela não tem necessidade de vocês, ela não tem
necessidade de antecedentes, nem de um resultado futuro, porque o resultado
está dentro do instante de sua presença e de sua ausência, e em nenhuma outra
parte.
E lembrem-se, vocês podem apenas se
reconhecer. Não é questão, aqui, de seguir quem quer que seja, se não for isso
que lhes diz a Alegria e seu coração, que não dirá jamais em palavras, nem em
explicações, nem em visões, e que revelará em vocês, a Alegria inefável que
vocês são, anteriormente à sua consciência. E aí, efetivamente, eu não posso
que repetir, que tudo está efetivamente terminado, qualquer que seja a duração
do sonho restante, a percorrer, nada mais poderá ser como antes, vocês podem
imaginar, e vocês o veem, se é que os eventos do mundo lhes interessam. Mas é a
vocês que cabe vivê-lo, vocês não têm necessidade de confirmação, nem exterior,
nem visual porque a Alegria é a confirmação, em si mesma, da Verdade, do ser
como do não-ser, do eterno, como do efêmero.
Silêncio
Bem amado, continuemos.
À Abba,
meu amigo interior, Glória, meu coração derrete pouco a pouco, como um pedaço
de manteiga em pleno sol, o espírito soprando onde quer e quando quer, uma rajada
de vento, logo após, e tudo será realizado, finalmente.
Bem amado, suas palavras foram assaz
fortes, eu creio, para seus aparelhos. Que lhe dizer mais, senão através de
suas palavras, que são a declamação disso que é vivido neste instante. Eu lhe convido
a acolher a si mesmo, além de toda personagem. A indizível Glória é seu lote
cotidiano, se você aceita, a despeito de todo sofrimento, como de todo restante
de pensamentos, ou de memórias desta vida, mesmo agradáveis. Aí está a
verdadeira Liberdade, e desde que você o viva, você o sabe, assim, como você o
exprime, nada mais pode ser necessário, nem indispensável, porque,
efetivamente, não há necessidade de mais nada.
Aceitar desaparecer para si mesmo, além
de todo percurso espiritual, é o desafio mais duro para a consciência. Aceitar
sua própria dissolução na Alegria, não ser mais tributário, nem de uma forma,
nem de uma história, nem de qualquer dimensão, é a Verdade que é oferecida à
cada um de vocês, de maneira cada vez mais evidente. E isso será mais e mais
presente, a cada dia, para cada um de vocês, quaisquer que sejam os eventos do
mundo, quaisquer que sejam os eventos, disso que vocês nomeiam, sua vida, e aí,
vocês se tornam, totalmente, a Vida. Mesmo se essa, ao percorrer através desse
corpo, lhes dê a consciência de seu desgaste e de sua idade que avança, nesse
momento aí, você terá, real e concretamente, voltado a ser uma criança,
qualquer que seja o peso disso que você porta e suporta.
Não há nada de mais indizível, e não há
nada de mais autêntico que Isso, simplesmente Isso, e Isso basta. Todo o resto
lhe é dado de acréscimo e espontaneamente. Então, tudo está aí, sim. Aceite-o
em você, cada dia com mais força e Evidência e você verá por si mesmo, qualquer
que seja sua idade, a criança assumirá o desgaste desse corpo, fazendo com que
esse corpo não seja mais o menor desconforto, porque a Alegria terá assumido
todos os sofrimentos e todas as limitações usuais de um corpo que envelhece,
então você terá, se podemos dizer, a eterna juventude, aquela que jamais tem
fim, como a Alegria.
E para isso, você não pode vivê-lo,
totalmente, que do instante em que você aceite. Essa aceitação do desconhecido
é fundamental. Porque ela demonstra, no jogo da própria consciência, além de
suas percepções, de suas vibrações ou de suas visões, a alquimia última, que se
desenrola entre a Alegria e todo o resto.
O Amor e a Alegria levam tudo, não
deixam nada subsistir, fora da Verdade. E cada um de vocês está cada vez mais
perto disso. Porque, de toda forma, no Amor, não há escolha, e na Alegria,
também não. Enquanto vocês acreditarem escolher, vocês não são livres. Enquanto
vocês acreditarem ter a escolha, vocês não são livres. Mesmo se todas as
circunstâncias e isso que vocês percebem diga o inverso, porque não há que uma só
liberdade, e ela é independente de todo mundo, ela é anterior à toda criação,
como posterior à toda criação, e é isso a Verdade. Todo o resto, sem exceção, não fará que passar e
passará sempre. Mas na imagem que você tomou, uma vez que a manteiga tenha
derretido ao sol, nunca mais ela voltará a ser manteiga. E é o mesmo para você.
Assim é a ação do sol interior. Não
apenas do sol visível, mas também do sol invisível que chegou mais perto de
você, e que está, evidentemente, em você. Nibiru não é somente um ponto
detectável no espaço, que executa sua revolução em tantos anos ou tantos milênios, mas é, antes de tudo, um processo interior, em que você se
apercebe que não pode haver distância aí, entre quem quer que seja, e o que
quer que seja, e que você não pode colocar nenhuma distância entre você e isso
que a vida lhe dá a viver. É isso que é a verdadeira transcendência. É isso que
é a verdadeira transparência, a verdadeira ascensão, e a verdadeira Liberdade.
No Amor, vocês não podem segurar nada,
nem segurar-se à nada. Vocês não podem manter nada, porque tudo é solto, e nada
pode ser retido, nem bloqueado, de maneira alguma. Mesmo nas aparências, isso
não pode durar. E eu lhes repito com ardência, a cada dia que passa, doravante,
lhes faz entrar mais profundamente na inevitabilidade da Alegria, em seu lado
inexorável, que toma tudo e que se apossa de tudo, na estase, no paraíso
branco. Vocês não tem que se preocupar com outra coisa, que estar aí, a cada
instante, presentes a si mesmos, qualquer que seja a circunstância que deve lhes
atravessar. Vocês não estão aí para experimentar o que lhes atravessa, vocês
estão aí, justamente, para desaparecer e deixar lhes atravessar, nada mais. E
lembrem-se: tudo aquilo ao qual vocês se seguram, segura vocês. Tudo o que
vocês creem ter, os tem ainda mais. No Amor, nada pode ser retido, tudo pode
ser doado. É o mesmo para a Alegria, que é a testemunha desse Amor, e não há
outra.
Aí está a verdadeira visão, além de
toda visão, seja ela uma visão interior, seja ela uma visão da consciência nua,
ou da supraconsciência, ou mesmo, dessa que foi nomeada, há vários anos, a
visão do coração. A verdadeira visão é aquela em que não pode mais haver
nenhuma diferença, nenhuma nuance de diferença, nenhuma vibração diferente. Aí,
onde não há mais diferença, qualquer que seja a forma, qualquer que seja o
reino. Tudo é visto sem filtro, na nudez do Amor e nesse olhar aí, mesmo
através da pessoa, não pode existir a mínima diferença, do instante em que a
Alegria está aí. Aí está a verdadeira leveza e aí está a Vida.
Nesse momento aí, real e concretamente,
apesar da presença desse corpo, vocês não são nada do que pertence à esse
mundo. E no entanto, vocês estão presentes aí, inteiramente, mais do que nunca,
eu diria. Porque tudo se desenrola aqui, através de vocês, através de cada um,
mesmo se vocês não o vejam, mesmo se vocês não o aceitem, isso não é grave. Porque
aqueles que o viveram o dizem, vocês são bem mais que tudo isso que vocês podem
imaginar, projetar, sonhar ou recear. Vocês não são nada disso que desaparece.
Vocês não são nada disso que pode aparecer um dia. Vocês não são nenhuma forma,
mesmo a mais prestigiosa.
E aí está a Liberdade, aí onde não
existe nenhuma condição, nenhuma restrição, nenhum quadro, aí onde não há pessoa, nem criador, criadora. Hoje, não lhes
é proposto compreendê-lo, mesmo se várias referências tenham sido postas pelas
irmãs estrelas, cabe à vocês vivê-lo, livremente e na totalidade,
independentemente de toda circunstância de sua vida, como de toda circunstância
de sua consciência, seja ela a mais extraordinária. Não há outra verdade que
essa. Mas, uma vez mais, vocês não podem crer nisso, nem aderir, nem se opor,
vocês não podem que constatá-lo, de si mesmos e por si mesmos.
Então, não serve para nada ansiar, não
serve para nada imaginar não estar aí, mas, simplesmente, atravessar tudo isso
que lhes diz o inverso da Verdade, com a mesma leveza, com a mesma
despreocupação. Porque no seio da Alegria, com o que vocês podem se preocupar,
se não é isso que passa, uma necessidade cotidiana, uma necessidade de
segurança, mas que só concerne à pessoa, mas não ao que vocês são?
Silêncio
Entre o ritmo das minhas palavras e de
meus silêncios, aqui como por todo lugar, todos juntos, reunidos em nosso
coração, nós impulsionamos espontaneamente, sem nenhuma ação, simplesmente pelo
acolhimento e a escuta de cada um de nós, o ritmo da vida, que não depende de
nenhum mundo, nem desse mundo. E lembrem-se, o que vocês podem fazer, vocês,
enquanto pessoa, ou mesmo, enquanto supraconsciência, de melhor que a
inteligência da Luz? Vamos.
Agora, deixem a Alegria estar aí, não
coloquem nada na frente, nem condições, nem suposições, mas instalem-se no
silêncio entre minhas palavras. Mesmo que as palavras tenham senso, isso que eu
digo está bem além do senso das palavras, como do senso dos silêncios. Porque
isso não pode ser que reconhecido, em cada um, através da pessoa, como de toda
consciência. Aí está a completude, aí onde vocês nunca mais têm sede, aí onde
tudo o que poderia, ainda ontem, ou anteontem, ocultar essa Alegria, ou criar
uma sombra sobre a Alegria, não pode criar mais nada. Porque a intensidade da
Alegria se tornará tal, em cada um como sobre a Terra que, em qualquer
aparência que seja, vocês verão apenas a Alegria. E vocês não poderão fazer diferente.
Isso é impossível. E que, eu o repito, ainda, que a cada dia que passa, lhes
aproxima de maneira inelutável, cada dia com maior grandeza e mais intensidade,
aí onde nada passa, aí onde nada jamais passou, aí onde nada jamais passará.
Bem amado, prossigamos.
Silêncio
Sonho: é
um sonho que se passou há duas semanas. Eu estava indo para um funeral. Eu
procurava meu casaco vermelho que eu havia perdido. Eu estava em um local em
que havia um estacionamento com veículos. Enquanto procurava meu casaco vermelho,
eu vi em um veículo, pessoas sentadas no seu interior, e eu observei uma mulher
que estava sentada atrás daquele que conduz, e essa mulher, enquanto estava no
carro, portava um casaco azul, e seu casaco passava da porta que estava
fechada, mas seu casaco estava saindo do carro. E nesse momento, eu não
procurei mais meu casaco vermelho e o sonho terminou.
Bem amada, o casaco é uma reminiscência
do manto azul de Maria. Aí, na ocorrência, você fala de casaco vermelho, é esse
que recobre seu corpo, lhe aquece. O casaco vermelho é ligado à primeira obra
alquímica, a obra no vermelho, o momento em que é preciso refinar. E você
encontra um casaco que não é o seu, mas que é azul. O carro não é que o
veículo, o veículo de carne. O casaco é assimilável ao corpo sutil, à aura, se
você prefere. Nesse sonho, lhe é mostrado que você não tem necessidade do
casaco vermelho, ademais, o sonho termina antes que você o encontre. E você vê
um casaco azul. É o momento em que é preciso se abandonar à Verdade, em que não
é mais necessário trabalhar no seio do cadinho alquímico, de misturar os
elementos, mas de deixá-los, pelo contrário, segregar e separar-se dos mesmos.
Porque, assim é o manto azul de Maria,
e assim é a graça, qualquer que seja o
estado de seu veículo corporal, aceite que a graça é bem mais eficiente que
tudo isso que você poderia fornecer, por si mesma ou de si mesma. Esse sonho é
um convite para mudar de vestimenta, a não mais se preocupar com seu casaco,
nem de um outro casaco que você possa ver, a fim de se por à nu. Esse sonho não
é que um apelo da Alegria, à essa nudez, à essa transparência e à essa
Evidência. Além disso, vocês são numerosos, sejam aqueles que não sonham,
aqueles que sonham novamente, sejam aqueles que têm sonhos que eu poderia
qualificar de intensos, que isso coloque em cena os elementos cotidianos, de
seu efêmero, ou elementos de outros mundos. Não se demore mais, doravante, na
compreensão do sonho. Porque, como o disse Bidi, e como eu o disse, o real é
ilusório, porque ele é efêmero, o sonho é real, mesmo que ele passe, ele abre
as portas à Alegria, ele lhe abre as portas ao Indizível. Não para serem
compreendidos, não para serem explicados, mas simplesmente para serem vividos.
E ademais, nesse gênero de sonhos,
vocês constatarão, inevitavelmente, que nos dias que seguem, os elementos se
produzem na sua vida. O sonho foi, não uma explicação, não uma compreensão, mas
qualquer coisa que foi atravessada. Então, não se preocupe com a interpretação,
nem a minha, nem a de um outro, mas aceite verificá-lo por si mesma. Se no
decorrer de certos sonhos, mudanças importantes surgem no desenrolar de sua
consciência, no decorrer de sua vida, mas também, no desenrolar da vida que vem
até você, o mais importante, aí também, mesmo para os sonhos a seguir, é de
deixá-los lhes atravessar. Porque é essa travessia que realiza a obra, e não
qualquer compreensão ou explicação.
Agora, é claro, sempre haverá, enquanto
a consciência estiver aí, interrogação lógica. Porque é o jogo da consciência,
em relação à uma vivência, em relação à uma visão, em relação à um sonho, em
relação à uma percepção ou uma sensação. Mas, o que quer que seja percebido, o
que quer que seja visto, o que quer que seja sonhado, eu não posso que lhes
convidar a se deixarem atravessar e, sobretudo, nada reter, porque isso não é
destinado à sua pessoa, nem mesmo à sua história, mas, simplesmente, destinado
à Verdade. E do instante em que vocês relaxam toda necessidade de compreensão
ou de explicação, vocês atravessam isso e isso lhes atravessa. E atrás, aí
também, só pode haver a Alegria e a Evidência disso que você é.
Em resumo, o que eu quero dizer com
isso, e a questão sobre seu sonho é a justificativa, é que, quanto mais vocês
aquiescerem à tudo isso que possa lhes atravessar, mais vocês terão a solução,
mas na condição de nada reter, na condição de nada querer buscar, com seu mental,
com sua memória, na condição de nada projetar, nem em explicações, nem como
evento. Quanto mais vocês estão disponíveis para si mesmos, mais vocês estão na
Verdade. Isso é um desafio para a consciência, como é um desafio para a pessoa.
E mesmo entre esses que estão, entre vocês, eu diria, os mais à frente,
simplesmente porque a iluminação os tomou um pouco mais que aos outros, por
ora, mais vocês aceitam isso, mais vocês liberarão o mundo. E mais vocês são
úteis, além de toda pessoa e de todo papel, sobretudo. Porque, não acreditem,
através disso, que vocês têm um papel mais preciso, mais específico ou mais
importante, porque todo papel cessa um dia e esses papéis não estão aí senão
como preparação, da Alegria nua. E eles não podem se manter, aliás, diante da
Alegria nua.
Esse jogo aí, concerne à tudo que possa
se produzir, em qualquer nível que seja, em sua vida, como na vida social, como
nesse planeta inteiro. Isso não é explicável, isso não é compreensível e, no
entanto, é a Verdade. Não há melhor prova que a Verdade, que a Alegria que se
revela, que a Alegria que se instala, que a Alegria que se intensifica, do que
a procura pela Alegria. Porque tudo concorre para isso, sem qualquer exceção.
Nós lhes dissemos inúmeras vezes, a matriz crística toma todo lugar da matriz
binária, restam apenas os espaços de solução e resolução, em qualquer aparência
que seja, em qualquer evento que seja, da Terra, como de sua vida.
Eu não lhes peço, aí tampouco, para
acreditar em mim, mas aceitar a eventualidade desse ponto de vista e ver o que
muda sua aceitação à esse princípio, na imediaticidade do que se desenrola, não
amanhã, não em um outro tempo, não no futuro, mas, realmente, no instante. E se vocês adotam essa postura,
então, vocês não poderão que sentir um vento de Liberdade, que é um vento de
Paz, e que é um apelo à Alegria. E nada mais. Mais nada poderá abusar de vocês,
de qualquer maneira, nem vindo de vocês, nem vindo desse mundo, como de todo
mundo. Você serão, efetivamente, nesse momento, não apenas livres e autônomos,
mas dissociados, definitivamente, dos jogos da consciência, quaisquer que
sejam, quer sejam coletivos, pessoais, ou que ela seja a supraconsciência, como
foi nomeada.
Silêncio
Bem amado, prossigamos.
Questão :
frequentemente, as pessoas próximas à mim, os filhos, minha pequena gata, são
afetados por entidades agressivas. Eu me senti, de algum modo, responsável.
Porque isso é assim e como evitá-lo? Obrigado.
Bem amado, tudo o que eu disse após o
início desta jornada, como das outras jornadas, é a solução. Atravessar, ser
confiante, não se opor, não se culpar. Porque na Alegria, não é questão de
responsabilidade, nem de culpabilidade, nem de procurar um culpado ou uma
vítima, é simplesmente, questão de Alegria. E hoje, mais do que nunca, para
essa questão, como para tantas outras, vocês não terão outra saída que a
Alegria. A Alegria tornar-se-á o único elemento resolutivo e dissolvente de
todo antagonismo ligado à dualidade, ao sofrimento, à qualquer entidade que
seja ou à qualquer situação que seja.
Em resumo, a Alegria cria a
aprendizagem, em vocês, de que o Amor é a única força possível, e que a Alegria
é a sua tradução, mesmo se isso lhes pareça desesperador, mesmo se isso lhes
pareça impossível, vocês não podem que constatar a veracidade de minhas
palavras, do instante em que vocês as colocam em ação. E que, enquanto vocês
empregarem palavras como « entidade negativa » ou « positiva »,
é que vocês não veem a Liberdade que lhes é oferecida. E que vocês ainda estão
submissos, em algum lugar, ao jogo da dualidade, ao jogo da consciência, e que
vocês não são, ainda, a Alegria, nem a Liberdade, e que vocês não podem
encontrar um espaço de solucionamento, tal qual vocês o tenham conhecido, e talvez,
aprendido e vivido. Porque, hoje, como eu o disse e o repito através desta
questão, não há outra alternativa que a Alegria. Todo o resto não faz que
passar. E que a Alegria, o que quer que vocês digam, é o tradutor do Amor que
vocês são. E que, se não há Alegria, tão simplesmente, não há Amor, ou, em todo
caso, um amor condicionado e condicional, e portanto, um amor que não é livre.
É nesse sentido que, quando eu lhes
digo para atravessar ou ser transparente, é exatamente isso. As palavras estão
absolutamente corretas, nada parar, nada cristalizar, sobretudo nisso que lhes
aparece como cristalizado. Não exprimir a rejeição, mas aceitar isso que lhe
toca o corpo, seu humor, sua consciência, que está aí, em definitivo, nesses
tempos, apenas para lhes revelar a Verdade de si mesmos, além de toda forma, na
Evidência da Alegria, e que tudo não passa de pretexto para a inteligência da
Luz, para se mostrar à vocês e mostrar que vocês não são nada além disso, além
de toda personagem, de toda pessoa, como de toda consciência.
Silêncio
Testemunho:
Essa manhã, durante o Satsang, eu compreendi, de uma só vez, com muita clareza,
que eu não tenho, de jeito nenhum, que testemunhar sobre o que quer que seja. E
agora, quando Abba disse que o sol estava em nós, eu senti uma explosão de
Alegria no nível do coração, que tomou uma expansão extraordinária, que
ultrapassou, amplamente, o coração.
O coração do coração lhe reconduz ao
infinito. Vocês veem um pouco o paradoxo? O coração do coração é um ponto
preciso. Mas é, antes de tudo, o infinito e o indefinido. Porque, efetivamente,
nesse nada que é tudo, o tudo encontra o nada e o nada encontra o tudo, para
realizar o milagre de uma só coisa, essa Alegria anterior à toda criação, onde
tudo é perfeição. E é isso que você exprime agora, e é isso que vocês
exprimirão, uns e outros. E bem mais que um testemunho, eu diria que é um canto
de felicidade. Ademais, isso não tem necessidade de ser colocado em palavras
formais, é espontâneo. Não há nada melhor que a espontaneidade, para deixar a
Alegria exprimir-se e imprimir-se além de todo limite corporal de cada um.
É assim que vocês inflamam a consciência
nesse fogo de Alegria, que não é nada além do fogo do Amor, que não é nada além
de sua ascensão e sua liberação, coletivas, desta vez. E mais vocês deixam
curso para essa espontaneidade, mais vocês deixam exprimir-se, sem a travestir,
sem aí refletir, a verdade disso que é vivido no instante, mais vocês
amplificam, não pelas palavras, mas porque as palavras que você emprega no
instante em que você o vive, criam instantaneamente, aqui, como no outro canto
de todos os universos, a mesma Alegria, pondo fim, assim, à separação dos
mundos, à separação das criações, à toda separação, em definitivo, e então, à
toda aparência.
Isso é para viver e é, absolutamente,
viável, e de maneira cada vez mais natural, a cada dia que passa, para cada um
de vocês, quaisquer que sejam as circunstâncias, quaisquer que sejam, mesmo as
flutuações inelutáveis do reajuste coletivo, em função dos eventos, mas também,
em função da sua Alegria. E quanto mais vocês constatarem que vocês estão na
Alegria, mais vocês constatarão que sua vida se torna a Vida e que tudo se
torna fácil, que tudo que lhe parecia necessitar um esforço, não demanda mais
esforço. Porque no Amor e na Alegria, tudo é Liberdade, e tudo é espontâneo, e
não pode depender, de forma alguma, de nenhuma ação de sua pessoa, como de sua
consciência.
É então, efetivamente, eu diria, um
estrato particular que se descobre agora, nesse mês de setembro, e que não
pode, aí também, que ganhar terreno, tempo e espaço, aqui mesmo, sobre esta
Terra. E é assim que, individualmente, vocês participam, coletivamente, não
apenas do evento, mas da erradicação do sofrimento, antes mesmo do evento. E
quanto mais a intensidade do sofrimento possa ser importante, quer seja em um
país, em um lugar, ou em uma pessoa, mais a capacidade resolutória é
importante. E isso, qualquer que seja sua vida, quaisquer que sejam suas
circunstâncias de vida, vocês não poderão que o constatar e vocês não poderão
que aceitá-lo. Porque quem quereria estar na negação da Alegria, do instante em
que percebe sua ação, seus efeitos? Só pode negar a Alegria, aquele que não a
vive. Mas do instante em que ela surge, ela não pode jamais ser esquecida, nem
apagada
E a Alegria que vocês vivem, eu lhes
repito, age, instantaneamente, sobre o conjunto do coletivo humano, mas,
sobretudo, sobre todos os universos. É
assim que o conjunto dos povos da confederação intergaláctica dos mundos
livres, se aproxima, irremediavelmente, de vocês, de seu coração, e não mais,
somente, em sua atmosfera, ou através da porta do sol, mas, diretamente, em seu
coração. Porque o espaço de seu coração é tão infinito quanto a criação. E não
pode ser diferente. Mas cabe à vocês, aí também, verificá-lo, que dizer,
vivê-lo, pondo fim, assim, à todo questionamento, de qualquer natureza que
seja, e lhes inscrevendo, plenamente e cada vez mais afirmativamente, na Vida.
Silêncio
Eu lhes lembro, além disso, que neste
instante, após o início de minhas palavras deste dia, inúmeros irmãos e irmãs
que não ouvem minhas palavras, neste instante, vivem a mesma coisa. Porque eles
estão ligados na liberdade de nossa presença. Evidentemente, não somente a
minha, mas de cada um de nós aqui presente. Aí está o milagre, porque não se
trata, aqui, de recriar qualquer força, qualquer grupo, ou qualquer energia,
mas ligar-se na Liberdade e na Alegria, e tudo se faz, de próximo a próximo,
como de distante a distante, e que a inelutabilidade da Alegria irá aparecer
cada vez mais frequentemente, e para um número sempre maior de consciências
sobre esta Terra, mas também, por tudo.
Silêncio
Bem amado, prossigamos, se nós temos
tempo.
É para
nós, o momento de fazer a pausa, mas podemos, talvez, colocar uma última
questão.
Então, coloquemos a última.
Testemunho:
Várias vezes, eu vivi estados em que me sentia imensa, com um poder sobre a
criação. Após esses últimos testemunhos, eu senti, nessa imensidão, um sol de
Amor que tomava todo o lugar, e é isso que acaba de dizer Abba, é isso que cria
a transformação... que cria... eu não sei como dizê-lo...
Bem amada, quando aparece o sol de
Amor, você compreende que, qualquer que seja o poder criativo, que se exprime, normalmente, através da consciência,
doravante, e não é preciso se deter em relação à isso, pelo contrário, exprimir
e criar, mas em espírito, em Verdade, nesse mundo. E como você o diz, nesses
momentos, o sol de Amor não é mais um poder, ele não é mais, nem mesmo, uma
criação, ele é a resolução. Aí onde tudo termina, aí onde tudo começa, que de
fato, jamais começou e jamais terminou, se não é no seio do sonho. Então, o
alfa se une ao ômega; então, resta apenas a Alegria. E esse Amor que seria,
efetivamente, como um sol, qualquer que seja sua cor, não é nada além do
cumprimento, aí também, do juramento e da promessa, não é que o cumprimento da
Verdade, o fim do sonho, ou de todo pesadelo.
Agora permitam-me, como o momento de me
retirar de nossa comunhão chega, de simplesmente lhes aportar, no silêncio, a
bênção de sua própria presença, despida de todo atributo, como de todo mundo,
como de toda visão. E Isso é.
Silêncio
Abba saúda a si mesmo em cada um de
vocês.
Silêncio
E eu lhes digo, até nosso próximo
encontro, em que as palavras e o silêncio ritmarão sua presença e sua ausência,
em nossa presença una.
Silêncio
***
Tradutora: Célia Leal (com base em transcrição oficial)
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Fonte da Imagem: https://www.facebook.com/groups/293893747352484/
PDF (Link para download)
: Abba1-22Setembro2018
Imensa gratidão a tradutora Célia Leal.
ResponderExcluirAlberto
Imensa gratidão a Célia Leal, que continua firme nessa tarefa de tradução, razão maior da existência do blog.
ResponderExcluirE é apenas, justamente, quando toda veleidade pessoal de compreensão, de experiências ou de visões tenham cessado, nesse vazio tão assustador para o ego e a pessoa, que se revela o inefável. Não há outra alternativa, não há outra solução, que desaparecer para si mesmo, como ao Si, a fim de transparecer e de aparecer nessa Verdade Nua.
ResponderExcluirGraciassssssssss Celia
ResponderExcluirMuitíssimo obrigada Célia. Carinho... Francisca
ResponderExcluirMais uma vez, Célia, imensa Gratidão por esse Alegria com todos nós.
ResponderExcluirGrata e Grata, Sara.