Livro: Contatos com os Mundos da Luz - Parte A (Postagem Especial - 03)


Este conteúdo é de um livro escrito pelo Jean-Luc Ayoun. Por ele ser o canalizador das mensagens dos intervenientes, obviamente fica desnecessário dizer que se trata de conteúdo compatível com as publicações do blog (rs). Outrossim, ainda diria que esta postagem especial, além de oferecer a riqueza do conteúdo do livro, também seria um mínimo tributo de gratidão ao próprio autor.  




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Eu dedico este livro a todos os filhos de Aquário
E a todos os Anjos de Aquário

 JEAN-LUC AYOUN



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CONTATOS
COM OS MUNDOS
DA LUZ



Do mesmo autor, do mesmo editor


DO CORPO HUMANO AO CORPO DIVINO

MEDITAÇÕES GUIADAS COM OS CRISTAIS



ÍNDICE



Introdução
O despertar para a dimensão interior


Capítulo 1
O corpo de Luz

O desenvolvimento da consciência no ser humano
    .  Os três modos de funcionamento da consciência
    .  O terceiro nível de consciência
    .  Os sete níveis de consciência
    .  A grande mutação atual
A constituição do corpo de luz
    .  As etapas
O desenvolvimento do corpo de luz
O benefício do corpo de luz


Capítulo 2
Os mundos imaginário e imaginal


Capítulo 3
A channeling
Definição de channeling
As condições
As técnicas de channeling
    .  Variante xamânica
    .  Contato com um guia espiritual
O papel do cristal
As perguntas
As precauções a tomar
Os objetivos da channeling


Capítulo 4
A origem das mensagens


Capítulo 5
O interesse das mensagens
Meditação
Despertar da consciência Mudança de paradigma
Desenvolvimento do conceitual e do perceptivo


Capítulo 6
Modos de recepção das mensagens
A escrita automática Adumbramento e incorporação
A clariaudiência
A clarividência
O papel dos cristais
A decorporação
A energia de grupo


Conclusão
Redescobrir a simplicidade 

As mensagens 




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Introdução





O despertar para a dimensão interior





         Desde alguns anos apareceram muitas obras que tratam disso que os americanos chamam a channeling, quer dizer, a arte de entrar em contato com as realidades ultra-sensíveis se tornando um “canal” e de tirar desses contatos sejam os ensinamentos, sejam as respostas às questões que vão no sentido disso que agora convém chamar a Nova Era.



         Esse livro convida vocês a descobrir uma realidade que desconcerta numa primeira abordagem, o corpo de luz. Vocês verão na linha do primeiro capítulo que está consagrado como já foi descrito em parte pelas diferentes tradições, que essas sejam as tradições oriental, judaico-cristã ou islâmica.



         O motivo desse livro é tentar explicar como as mensagens emanadas de outro plano de existência podem ser recebidas e, esse ponto é fundamental, como podemos determinar e diferenciar a origem dessas mensagens.


         Na última parte, esse livro apresenta algumas mensagens. Essas mensagens correspondem, podemos dizer, a um ensinamento: as meditações à viver em seu coração e em seu intelecto algumas têm origem conhecida, para outras, não podemos nomear seus autores. Mas como dizem algumas dessas mensagens, pouco importa o nome daqueles que as entregam. O essencial está no teor e tudo o que elas podem provocar na alma daquele que as lê.

         Muitas pessoas se dirão lendo essas mensagens, que elas estão lidando seja com um ser iniciado, seja com um ser que está fora das normas, talvez mesmo insano. Para esses, deixamos claro que é necessário ver que quem escreveu esse livro é apenas um simples servidor, um ser comum como todo mundo, com suas alegrias e seus sofrimentos.

         Possa esse livro, além mesmo do ensinamento que está contido, permitir a vocês talvez discernir um pouco mais o que se prepara e ver mais claro essas novas manifestações que se produzem pelo mundo.

         É necessário também saber que o que nos é certamente pedido nessa Nova Era é o despertar de nossa dimensão interior, o despertar de nossa alma. Mas este despertar deve necessariamente se acompanhar do discernimento e não do julgamento porque, no que diz respeito às coisas invisíveis, o ser humano tem a possibilidade de sonhar.

         Isso será aliás tratado num capítulo muito importante que vai tentar fazê-los visualizar a diferença entre o que temos chamado o imaginário e o imaginal. O imaginário é o sonho, o imaginal é a realidade. O sonho é real, mas ele pertence a vocês mesmos. A realidade dos arquétipos, quer dizer, o mundo imaginal, é alguma coisa que não trata unicamente de vocês como o sonho, mas trata de maneira evidente do que os cerca e a diferença nesse nível é muito importante.

         Arque (do latim Arche = início) significa princípio e então, quando falamos de princípio arquetípico, é uma redundância. Arque permite nos ligar ao divino, é uma corda celeste que nos permite ligar o alto e o baixo. O arquétipo é a imagem mais próxima do embaixo do que do alto. O mundo dos arquétipos é o mundo da essência pré-figurativa da forma, tanto física como sutil. Esse mundo dos arquétipos está ligado à vontade divina, o mundo das causas e da compreensão total da vida. Assim podemos citar como arquétipo uma imagem da essência para fazer descer na forma: Cristo, Buda, Maria, coração, luz, etc…

         Em outro capítulo, nós tentaremos ver como não importa qual ser de boa vontade pode se ligar a uma fonte superior e receber algumas coisas (as respostas, um ensinamento), embora consciente do fato de que essas mensagens não são o objetivo, mas simplesmente um dos meios de chegar ao objetivo, da mesma maneira que a meditação, a prece e da mesma maneira que toda técnica de desenvolvimento pessoal.

         Do mesmo modo, os contatos com essas realidades ultra-sensíveis não devem nos fazer perder de vista que eles são apenas os meios de chegar a alguma coisa que está além mesmo das realidades ultra-sensíveis, quer dizer a realidade última… o Divino.





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 Capítulo 1



O CORPO DE LUZ

  

O DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA NO SER HUMANO


Os três modos de funcionamento da consciência





        No ser humano, a consciência se desenvolve por degraus. O crescimento desta consciência se desenrola em sete etapas ou sete níveis, que se seguem no tempo. Antes de entrar nos detalhes desses diferentes níveis, vejamos os três modos de funcionamento da consciência.

        Para isso, tomemos um exemplo muito simples. Suponhamos que vocês aprendam a dirigir. A primeira etapa vai ser a análise do funcionamento do veículo. É a aprendizagem, a época da análise. Depois vocês começam, a conhecer, controlar a condução do veículo e vocês entram no segundo modo de funcionamento da consciência, que segue o primeiro: o modo sintético, a síntese. Nesse momento, vocês podem pegar sua permissão, vocês estão aptos a conduzir realmente seu veículo.

         Depois desta segunda etapa de consciência vem a última etapa, que é a mais importante, a integração. A integração corresponde a algo que foi trabalhado no nível consciente, primeiramente em análise, segundo em síntese, e que é finalmente integrada. No final de certo tempo conduzindo automóvel, vocês são capazes de conduzir sem pensar. Isso que era consciente, que havia atraído sua consciência, se torna inconsciente.

         Tal integração é necessária e imperativa no nível de todos os estados do desenvolvimento da consciência do ser humano. A integração em relação a um automóvel consiste simplesmente a mudança de velocidade sem pensar, em colocar espontaneamente a seta para virar; tudo se torna automático e então inconsciente. No nível da consciência do ser humano, é exatamente a mesma coisa. Por exemplo, as funções automáticas do corpo como a respiração ou a circulação do sangue são os mecanismos da consciência que foram integrados desde tempos muito remotos, de dezenas de milhões de anos.

         Em algumas etapas de seu desenvolvimento, o ser humano foi obrigado a polarizar sua consciência sobre o fato de respirar e de fazer circular o sangue. Mesmo o andar que é agora um ato automático deve se reaprender a cada nascimento. Nós devemos focalizar nossa consciência sobre este ato até que esta etapa seja integrada. Depois nós andamos de maneira quase automática, sem ter realmente consciência do fato de nós andarmos.

       Há então dezenas de milhões de anos, o ser humano era obrigado a colocar sua atenção e sua consciência sobre o fato de respirar, de fazer circular seu sangue, de fazer bater seu coração e se infelizmente a consciência não se polarizasse mais nesta noção, o corpo humano cessaria de se manter com vida.



O terceiro nível de consciência



        Na hora atual, nesta era de Aquário, nessa Nova Era que chega é pedido a nós passar para uma nova etapa que é a integração do terceiro nível de consciência que temos chamado de corpo astral ou ainda no nível emocional. É pedido integrar nossas emoções para passar enfim a outra coisa e abandonar o controle de nossas emoções para alguma coisa que vem do mais do alto.



        Para considerar o desenvolvimento da consciência no ser humano desde a criação deste planeta, é necessário conceber os modos sucessivos que levaram alguns milênios.



       Nós estamos hoje numa consciência individual ou ainda separativa ou distanciada. Quando nós observamos um objeto criado pela mão do homem ou um ser vivo, por exemplo, uma árvore, nós temos consciência de que esta árvore não é nós, quer dizer que nós podemos observá-la e analisá-la, até mesmo fazer a síntese, que seja pelo intelecto ou algumas percepções. Mas em nenhum caso nós podemos integrá-la. Nossa consciência funciona sobre um modo de distanciamento e de separatividade entre o sujeito e o objeto, quer dizer que nós somos obrigados a nos distanciar em relação ao objeto de maneira a reconhecê-lo.


       No entanto, em certo estado de consciência, nós podemos fusionar de maneira consciente com a árvore e fazê-la nossa. Como está dito na Bíblia. “não é aquele que come quem ganha, mas aquele que é comido”, pelo fato de passar sua informação. Comer a árvore, quer dizer, fazer sua a informação da árvore, é trocar as energias, é fusionar de maneira consciente com a árvore. Esse nível de consciência, nós não o conhecemos ainda, com exceção de alguns seres. Trata-se do quarto nível de consciência. 



Os sete níveis de consciência



             Abordamos no momento os sete estados sucessivos pelos quais evolui a consciência no ser humano. Na aurora da humanidade, a consciência poderia ser qualificada de coletiva, mas coletiva instintiva. A noção de indivíduo não existia como tal. Um pouco como os animais, nós pertencíamos a uma espécie.



       Esta consciência coletiva instintiva fazia com que nós fôssemos realmente todos irmãos e todos próximos de nosso Criador. Nesse estado, nós estávamos na aprendizagem da criação física, a aprendizagem de seus mecanismos de funcionamento, na aprendizagem das funções que hoje se tornaram automáticas, mas que, na época, necessitavam de toda nossa atenção e toda nossa consciência, não individual, mas coletiva.



         Esse primeiro estado corresponde ao primeiro nível de consciência de ser humano. Ele está integrado e escapa desde muito tempo de nosso controle. Algumas formas de Yoga visam tentar adquirir o controle desses parâmetros automáticos do tipo que são a respiração, os batimentos cardíacos, ou ainda de chegar ao controle da temperatura.



      Uma vez que esta consciência coletiva instintiva dominou esses diferentes parâmetros, quer dizer controlou o funcionamento do corpo, esta etapa da consciência foi integrada.


         Então, alguns milhões de anos mais tarde, seguiu-se o segundo estado de consciência. Ele corresponde já a uma individualização e uma alma mais separada de suas outras almas irmãos e irmãs. Quando esta segunda etapa da humanidade, que é aquela da consciência individual, o funcionamento fisiológico do corpo estava então completamente automatizado. Só havia um único processo que não estava: a geração de outro corpo, a procriação.

         Nesses tempos remotos, um casal que desejasse formar um outro corpo era obrigado a se concentrar, a colocar toda sua consciência sobre o desenvolvimento do embrião no ventre materno. Esse segundo estado de consciência necessita já de uma individualização em pares. Não havia mais a consciência instintiva, mas ao invés uma consciência individual em fase de desenvolvimento. Tal é esse segundo nível de consciência de ser humano encarnado, que corresponde ao controle da procriação e das energias necessárias ao desenvolvimento do embrião.

         Depois, mais tarde, esse processo foi integrado e a procriação, assim como o desenvolvimento do embrião no ventre da mãe, se fizeram de maneira natural e inconsciente. Nesse momento, havia uma consciência coletiva não mais de grupo, mas de casal, de duas pessoas.

         E muito mais tarde, há agora mais menos três mil anos, quando da criação de Atlântida, muito exatamente em 50731 antes de Jesus Cristo, o primeiro concílio de Atlântida, o concílio de Alfa (a primeira cidade atlante levava esse nome), permite compreender a raça que estava então encarnada que o ser humano podia observar seu exterior, podia se tornar cada vez mais individualizado, de maneira a gerar e a aprender a diferença entre o interior e o exterior.

         Isso passaria pelo desenvolvimento de um corpo, o corpo astral ou corpo emocional.

        Então nasceu a emoção que corresponde ao terceiro nível de consciência, o corpo egóico. É o nível de consciência que nós conhecemos hoje. Ele funciona no modo separativo e distanciado. Os limites foram colocados em certo momento de evolução para nos permitir analisar melhor, perceber melhor uma coisa. Mas esses limites eram necessários numa época devendo agora cair na Nova Era.

         Nesta era de Aquário que chega, é pedido a nós derrubar esses limites, não mais funcionar de um modo egoísta, distanciado, separado. Nós devemos compreender que nós somos muito mais do que esse pequeno corpo, muito mais do que esta entidade isolada do exterior e que só interage com o ambiente.

         Nós somos parte integrante deste ambiente, nós somos parte integrante dos outros.

         O quarto nível de consciência, que temos a tendência hoje de chamar de amor universal, ou ainda o Cristo em si, é a grande mutação deste fim do século 20. Esta grande mutação não será possível senão aceitando já no nível intelectual o princípio da não-separatividade e do não-distanciamento entre nós e nossos irmãos, entre nós e a natureza, entre nós e o cosmos. Esse quarto nível corresponde a uma consciência coletiva, mas não mais instintiva, uma consciência coletiva no amor.

         Depois desse quarto nível de consciência vêm ainda dois outros níveis de consciência. Eles estão nos planos mais distantes em relação à hoje. Trata-se da consciência cósmica e depois, a última etapa que corresponderá ao evento da última raça, é a consciência divina, a reintegração no Divino.




A grande mutação atual


         Aqui uma rápida passagem de como funciona esta consciência, não no nível de um ser vivo, mas no conjunto da criação, sabendo que cada etapa deve ser analisada, sintetizada, depois integrada, como foi explicado mais acima.

         No momento, alguns sinais anunciam já a grande mutação do quarto nível de consciência. É suficiente para aqueles que estão próximos da natureza, olhar as árvores, olhar os pássaros, porque algumas árvores e alguns pássaros já mudaram para esta quarta dimensão. Esses pássaros se aproximam muito mais facilmente dos humanos, eles parecem querer trocar e comunicar. Quanto às árvores, sua aura se modifica e algumas já mudaram a cor das folhas.

         Se pudermos olhar agora no nível do reino humano, percebemos que ele está cada vez mais verificando, muito bem nas pesquisas científicas como nos testemunhos espontâneos, um certo número de pessoas que quando entram em coma, quando um acidente, as vezes mesmo quando numa meditação, conseguem rasgar o véu de uma maneira inconsciente. Essas pessoas que voltam do coma, e que tem o que chamamos as experiências de quase morte, levando todas as mesmas visões, a mesma luz, esse grande sentimento de amor que reina do outro lado do véu. Essas pessoas não têm necessidade de fazer nem análise nem síntese. Elas passaram diretamente para a integração da luz.

         Quando de um período de mutação, de transformação de um nível de consciência, nós é oferecida a possibilidade de transcender as diferentes etapas de funcionamento da consciência e de passar diretamente à integração deste amor universal, desta quarta dimensão, desse quarto estado de consciência.

         Mas, para a grande maioria que não tem acesso a esta experiência que acontece de maneira inesperada, existe outra maneira de se despertar. É isso que encontramos de maneira velada no Apocalipse de São João, quando ele nos diz: “Os chamados serão marcados na fronte… Haverá muitos chamados, mas poucos os eleitos.” Ele faz referência num nível de consciência que corresponde a esta consciência coletiva de amor que algumas pessoas viveram e que fizeram essas experiências e que vivem alguns seres que começam a constituir seu corpo de luz.



A CONSTITUIÇÃO DO CORPO DE LUZ

        
           É feito referência em muitas obras, que isso seja na Bíblia, nas Escrituras védicas, os yogas sutras de Patanjali ou ainda nas formas visuais que se pode observar nas catedrais ou sobre os ícones, isso que chamamos um corpo de luz, um corpo de glória, um corpo imortal, esta famosa aura amarelo-dourada que circunda a cabeça dos santos. Nas obras orientais se encontra a noção dos siddhis, que correspondem aos poderes da alma. Num certo estado de desenvolvimento da consciência, o ser humano entra em contato com sua alma, e os diferentes sintomas que estão em relação com esse contato correspondem ao desenvolvimento e a constituição do corpo de luz.

         Constituir um corpo de luz quer dizer primeiro encontrar a luz, encontrar a informação da luz. No momento atual pelo fato da grande mutação da era de Aquário, reencontrar essa luz e a “comer”, quer dizer fazê-la sua, pode se produzir de diferentes maneiras. Para despertar em nós a energia da alma, é necessário estar em contato com um catalisador. O catalisador pode também tomar a forma de outro ser vivo, de um lugar mágico, de uma meditação profunda que nos permite encontrar a luz. (Esse catalisador não faz nada, ele se contenta de ser e, por sua presença, desperta em outra dimensão a alma). No momento em que o ser que está perto de despertar e que reencontra esse catalisador entra em contato com o despertar, vai se produzir algumas modificações no nível fisiológico, no nível energético e evidentemente no nível da consciência.


As etapas


         As etapas sucessivas e muito variáveis quanto a sua duração segundo os indivíduos vão aparecer. Primeiramente é evocada por São João quando ele fala dos “chamados”. Quando do primeiro encontro com um lugar, com uma luz interior ou um ser que é o catalisador, que já está ele mesmo constituindo o seu corpo de luz, o véu se rasga. Nesse momento, o ser sente alguma coisa de muito particular sobre sua fronte, alguma coisa que se abre, alguma coisa que primeiramente lhe dá um sentimento de estar aberto em dois no nível da fronte. Isso não é um ponto específico sobre o terceiro olho, mas ao invés uma sensação de faixa que vai cobrir a fronte. Entre alguns, isso poderá ser também como uma pressão, mas o mais frequente é aquele de uma corrente de ar fresco, de uma vibração leve sobre toda fronte. Esta é a primeira etapa, o primeiro contato com a luz.

         O terceiro olho se abre e todas as possibilidades inerentes a esse terceiro olho se atualizam: telepatia, verdadeira clarividência, intuição. O véu está rasgado, a visão das coisas invisíveis começa. Mas esse estado que foi oferecido a muitos entre vocês, em todos os países do mundo, qualquer que seja nossa religião, qualquer que seja mesmo nossa busca espiritual, o objetivo não é atingido. Nós somos iniciados, nós somos simplesmente colocados sobre o caminho da luz. Cabe a nós, uma vez que nós tenhamos obtido esta graça da abertura do nível de consciência búdica, saber onde nos dirigir. Porque nesse momento nós somos simplesmente chamados, mas certamente não eleitos.

         Sobretudo nos primeiros tempos de abertura, o ritmo do sono se modifica. O sono se torna diferente, temos a impressão de viajar todas as noites, o sentimento de viver coisas importantes todas as noites.

         Novas possibilidades se abrem para a consciência, por exemplo, a possibilidade de focalizar sua atenção sobre o terceiro olho, de sentir alguma coisa que roda nesse nível e a possibilidade de emitir uma energia, uma informação, um pensamento, que parte diretamente pelo terceiro olho e que vai impactar seja sobre um objeto, seja sobre uma pessoa na qual pensamos.

         Nesse estado, o ser humano estabeleceu o ponto entre sua personalidade inferior e seu si interior ou sua alma. É isso que os hindus chamam a construção do antakarana. É o cordão de ouro e não mais o cordão de prata que está descrito na tradição e que une o corpo físico ao corpo etérico e astral. Este cordão de ouro, celeste, une nossa alma a nossa personalidade inferior. O ser humano está em contato com sua alma.

         E se apresenta a ele a possibilidade da escolha: vai entrar no poder do divino ou vai entrar no poder do ego? Se entrar no poder do ego, há queda. Se entrar no poder do divino e somente nesta condição, o corpo de luz pode se constituir. As etapas seguintes, vão se revelar a ele em toda sua beleza e sua magnificência.

         Quando este cordão de ouro está construído, a segunda etapa pode então acontecer se o ser escolheu o caminho do divino e do poder divino, quer dizer o caminho do coração. Sua alma vai se revelar a ele por isso que os hindus chamam os siddhis.

         Um desses siddhis corresponde ao canto da alma. No nível das percepções, se trata de uma espécie de som muito agudo que é ouvido no ouvido esquerdo e sempre no ouvido esquerdo. É um silvo que, para alguém que pode ouvir e que possua ouvido absoluto, é uma harmônica, uma harmônica perfeita do canto gregoriano por exemplo. É um ultrassom, uma nota si muito aguda que é a prova de que o ser humano está no caminho do coração.

         Essa etapa se acompanha da possibilidade de meditar sobre esse som interior, de focalizar sua consciência sobre esse som. A ativação desse som corresponde e é o testemunho da ativação disso que chamamos classicamente a âmpola da clariaudiência, que corresponde a um chacra menor, um pequeno centro de energia se encontrando justamente à frente da orelha. O centro desse chacra é um ponto de acupuntura que está situado na abertura antitragus (NT: ver anatomia auricular), à frente do conduto auditivo externo em sua parte superior. Esse ponto de acupuntura tem um nome muito significativo: el menn, que significa “a porta do Entendimento”. A noção de porta é muito importante. Se trata do início da passagem a outra coisa, é o que delimita um estado em relação a outro. O entendimento nesse sentido, arquetípico é o entendimento do divino, o entendimento do princípio arquetípico e não simplesmente o escutar. Esse silvo do ouvido esquerdo é então a segunda etapa. (Diferenciamos já no nível do ouvido escutar e ouvir. Escutar é um ato mecânico, ouvir constitui a primeira etapa de compreender. Além do ato mecânico, há a participação no nível da consciência).

         A percepção da faixa sobre a fronte se torna cada vez mais nítida e cada vez mais frequente quando fechamos os olhos, o ser percebe as cores que passam sobre sua fronte. Ele pode mesmo emitir as energias à vontade e verificar a eficácia dessas energias emitidas simplesmente enviando os pensamentos de amor ou os pensamentos de luz sobre as plantas ou sobre outros seres humanos.

         No final de um certo tempo, sempre muito variável segundo os indivíduos, esse silvo do ouvido se torna bilateral. Ele é mais forte quando das meditações, mais forte quando dos contatos mais importantes com a alma, mais forte também quando a alegria está no coração.

         Quando esta segunda etapa já está integrada, se manifestam nos momentos privilegiados como uma meditação, ou às vezes num ato da vida cotidiana, os sentimentos de paz, de alegria profunda, até mesmo de êxtase. Uma corrente de ar, uma energia fresca percorrendo a espinha e os membros. Nós nos sentimos tomados num turbilhão de amor incrível, nós temos a impressão de fusionar com o universo inteiro, sobretudo com o nosso próprio interior, nossa verdadeira realidade transcendente.

         No final de um outro lapso de tempo sobrevém a terceira etapa: o sétimo centro de energia maior do ser humano se abre, aquele que os hindus chamam o sahasrara, o lótus de cem mil pétalas, esse centro de energia que está situado no topo do crânio. As percepções energéticas no nível da cabeça se modificam então. O canto da alma é mais presente do que nunca. A faixa da fronte se une a uma outra faixa que parte do sétimo chacra e se reune ao terceiro olho à frente. A energia da consciência búdica do terceiro olho se reune à energia do Pai, quer dizer, o Divino. O sexto e o sétimo chacras são enfim ligados pela mesma glória. O ser humano sente as vibrações que variam segundo os dias e os momentos do ano, segundo as energias que são derramadas pelos mestres dos raios sobre a Terra. Quando de certas festas religiosas como a páscoa, quer ela seja judia ou católica, como a Ascensão também, as energias se tornam particularmente poderosas no topo do crânio. Alguma coisa penetra, irradia em todo ser. Esta terceira etapa corresponde então à ativação do topo do crânio e à recepção das energias cósmicas.

         Quando a energia do sétimo chacra se reune àquela do sexto chacra, quando as duas faixas estão sobre a cabeça, a coroa de glória pode se constituir. Ela não é nada além do que esta auréola dourada que nós vemos no nível da cabeça dos santos sobre os vitrais ou sobre as imagens. Esta auréola dourada significa a iluminação do mental. O ser humano tem a possibilidade de compreender a quarta etapa, a dimensão do amor universal. Ele tem acesso ao mental superior.

         O quarto nível de consciência, que corresponde ao corpo mental, está subdividido em duas partes, aquela que chamamos classicamente o mental inferior (a razão do raciocínio ou ainda intelectualismo), depois o mental superior (a inteligência no seu sentido arquetípico, que vem do latim intelligare, quer dizer a possibilidade de ligar as coisas e não mais de analisá-las).

         Quando a auréola do santo aparece (se trata apenas de uma analogia, isso não quer dizer que o ser que a carrega é um santo), o mental está conectado com o mental universal e é no mental universal superior, que se encontram os arquétipos, arquétipos que foram bem descritos por STEINER. É um mundo onde é possível possuir a fonte do conhecimento.

         É também sobre esse plano do mental superior que podem se manifestar os seres de luz. Esses seres humanos ou não humanos,  ultrapassaram de longe nosso estado de evolução aqui embaixo e, tendo constituído seu corpo de luz, em todo caso para aqueles que eram humanos há muito tempo, não podem mais por esse fato descer sobre o plano emocional, nem sobre o plano etérico, e ainda menos sobre o plano físico do ser. Eles só podem se aproximar dos humanos através do mental superior, plano exclusivo arquétipo. Como nós veremos na recepção de suas mensagens, a transcendência do mental, quer dizer, o acesso ao mental superior, é uma condição indispensável para a recepção de mensagens verídicas e reais.

         Quando esta auréola de santo aparece, quando o mental está iluminado, esta cor amarelo-dourada que rodeia sobre a cabeça de quinze a vinte centímetros, vai poder transcender a emoção. A aura, qualquer que tenha sido a cor antes da abertura do ser, se modifica. Um clarividente observa esta aura e percebe que ela se torna branca, de um branco leitoso. Isso significa que as emoções não pegam mais o ser, isso não quer dizer que o ser não tem mais emoções, mas simplesmente as emoções que o atravessam não podem mais mudar a cor da aura. Ela continua de um branco leitoso qualquer que seja o estado do sofrimento do ser, quaisquer que sejam suas emoções negativas, isso persiste ainda em alguns.

         A partir desse momento, o corpo de luz está já metade constituído. Restam agora três fenômenos que são perfeitamente definidos na tradição hinduísta. Eles se produzem num lapso de tempo novamente muito variável segundo os indivíduos. Entre alguns, isso pode tomar toda uma vida, bobagem, constatamos desde pouco que o processo se acelera para os novos chamados.

         O primeiro desses fenômenos corresponde à quinta etapa. Nas Escrituras védicas, encontramos expressa pela expressão “o manto de Buda”. Isso significa que o ser humano que possui agora esta aura branca e esta coroa dourada ao redor da cabeça é envolvido por uma espécie de capa de energia. Esta capa de energia desce nele ao longo dos braços e ele tem a possibilidade, levantando os braços e cobrindo a aura de uma pessoa, de transmitir essa energia que vem de sua alma, que começa a vir de Deus. Pode então adumbrar e lavar a aura emocional de uma pessoa, simplesmente passando seu braço direito e seu braço esquerdo acima dessa pessoa. O termo adumbrar voltará muitas vezes nesse livro. Adumbrar significa encobrir uma pessoa de uma energia diferente da dela. Pode haver, por exemplo, adumbramento por uma árvore. Adumbrar é fazer descer sobre uma pessoa uma energia distinta da dela. A energia da pessoa deixa lugar completamente à energia exterior. O estado no qual ela se encontra quando está próxima ao transe, mas com uma diferença. A pessoa está consciente do adumbramento, quando que no transe, a consciência comum desaparece.

         O manto de Buda está presente no início de maneira intermitente e, quando ele chega sobre nossos ombros, sobre nossos braços, ele é sentido como uma energia mística que nos invade, como uma grande luz violeta espiritual, do misticismo mais completo, que nos adumbra. Ela não corresponde ainda ao contato com os seres de luz, mas constitui as premissas.

         Já através desse manto de Buda é possível apelar a certas energias arquetípicas, a certas energias indiferenciadas, não humanas, que se situam além do humano e além mesmo dos anjos. É possível adumbrar com esse manto fazendo apelo, por exemplo, a certas energias como aquelas dos Arcanjos Miguel, Gabriel, Uriel e Rafael, cada uma dessas energias são bem particulares.

         No final de um certo lapso de tempo, quando esse manto de Buda está presente de maneira quase constante, a sexta etapa pode enfim chegar. Ela corresponde a um processo de geração no nível etérico, que nós encontramos ainda no nível das representações nas igrejas e na tradição judaico-cristã, a saber os anjos, a saber essas personagens com asas. Efetivamente após seu manto de Buda, o ser humano vai receber um par de asas. Ele vai sentir em suas costas, entre as omoplatas, e às vezes mesmo de maneira visível, um par de asas. Primeiro é uma sensação de calor nas costas, alguma coisa que nos puxa para frente, depois é um certo peso. Essas asas, bem entendido, não são físicas, mas etéricas e um clarividente pode percebê-las nas costas dessa pessoa, estejam dobradas, estejam abertas. Aliás, o processo de levitação que apresentam alguns santos está necessariamente relacionado com a presença dessas asas.

         Na medida em que o tempo passa, o ser humano que as possui vai ser capaz de movê-las e de criar uma espécie de grande corrente de ar que dá a impressão que as energias, que uma energia fresca que poderíamos qualificar de toda amor, circula no aposento. Aqueles que estão presentes podem também senti-la.

         Nesse momento, este ser possui já uma irradiação muito importante. Ele é capaz, em certos casos e por sua única presença, sendo então um catalisador, de permitir ao plano da luz, quer dizer, a esses seres que evoluem além do mental, além dos limites da encarnação, de se manifestar.

         Este ser que passou esta sexta etapa, a constituição das asas, vê seu corpo de luz, quer dizer, esta brancura imaculada, que pode se estender bem além dos limites habituais de seu ovo astral, que pode ir além até de dois ou três metros, se tornar cada vez mais brilhante.

         Esta pessoa, se centrando nela mesma, se centrando na sua alma, tem a possibilidade, sem ter necessidade de querer enviar, de irradiar uma energia. (Isso que acontece aqui difere da primeira etapa, quando o ser se focalizava sobre o terceiro olho para enviar por ele as energias). E as irradiações vão partir como um raio de luz ao redor da cabeça, tal como elas são também representadas sobre algumas imagens religiosas onde não vemos mais a auréola dos santos, mas raios de luz que irradiam bem além da cabeça.

         Aquele que recebe essa energia, se o seu comprimento de ondas não está muito longe do Divino, seja por sua aspiração ou pela orientação do seu mental, sentirá esta energia e a viverá como uma luz, uma luz que não necessariamente, é claro, pode ser atribuída ao ser que está em face dele, mas simplesmente para a glória do Pai que está nele.

         Vem enfim a sétima e última etapa, que Sri Aurobindo chamou a iluminação do supramental, que corresponde à descida das energias cósmicas. Essas energias que chegam pelo sétimo chacra e se reunem ao sexto chacra na terceira etapa, descem agora atrás, ao longo da coluna vertebral, patamar a patamar, quer dizer vértebra após vértebra, até o nível do sacro. Essas energias descendentes que os hindus chamam shakti, essas energias da divina Mãe e do Pai, abrem uma passagem por intermédio de um grosso canal etérico mediano que segue o eixo da coluna vertebral, o sushumna.

         Durante esta descida, um certo número de sofrimentos podem aparecer no ser que possui este corpo de luz. Essas energias são efetivamente purificadoras e realizam no ser a purificação das últimas faltas, dos últimos elementos cármicos e purificam completamente o corpo. Quando elas chegam ao nível do sacro, ai onde descansa enrolada sobre ela mesma esta força conhecida sob o nome de kundalini, elas provocam sua ignição e sua subida ao longo da coluna vertebral. O caminho inverso se faz então e o ser nesse momento tem completamente constituído seu corpo de luz. Tem doravante todas as possibilidades, não existem mais limites para ele, salvo aqueles que ele se fixou. 


O DESENVOLVIMENTO DO CORPO DE LUZ


         Tais são as etapas da constituição do corpo de luz. Nós vamos ver que o seu desenvolvimento acarreta modificações de diversas ordens, tocando também o corpo físico e o que nós chamamos comumente as emoções, tocando também as energias, claro, e as mobilizações dessas energias nesse corpo de luz, bem como para o exterior e o ambiente, as modificações ainda no nível da alma e no nível do espírito.

         As primeiras modificações, as mais visíveis, concernem ao corpo físico.

         Elas são fisiológicas, metabólicas e estruturais. A primeira modificação fisiológica trata da duração do sono, que é em um indivíduo considerado como normal de seis a dez horas sendo amplo nos dois sentidos. Ela se aproxima então muito mais das seis horas até menos claramente para alguns indivíduos. Outra modificação, a necessidade de alimentação diminui consideravelmente. Uma aversão aos alimentos que são descritos como impuros na tradição oriental se desenvolve sem nenhuma vontade da parte do ser concernido: as carnes vermelhas, em particular, são eliminadas, a menor visão provoca náuseas. A alimentação se torna então vegetariana.

         Uma modificação muito visível, que pode ser constatada por não importa quem, diz respeito à aparição no nível do osso temporal direito, uma saliência que está em relação com uma modificação desse lobo temporal direito no nível cerebral. Ela aparece tanto nos canhotos e quanto nos destros, o que parece indicar que esta região temporal direita está em relação com as modificações do estado de consciência.

         (A consciência é o resultado da ação combinada do cérebro esquerdo e do cérebro direito, o esquerdo corresponde à razão, o direito à intuição. O fato de que a modificação aparece sempre do lado direito, nos destros e nos canhotos, sugere que esta modificação está em relação com a consciência total).

          Sempre no nível do crânio, há as modificações importantes da estrutura óssea. Num primeiro tempo se produz uma disjunção das suturas. O local das moleiras anteriores e posteriores, estruturas anatômicas moles presentes no bebê até a idade de dezoito meses que são chamadas assim até endurecer, voltam a ser moles. Há a disjunção de suturas entre o temporal e o frontal. O aspecto da fronte se modifica no sentido de um alongamento e um alargamento. Alguns ossos do crânio dão, quando as energias são muito fortes no nível do topo do crânio, a sensação de se enfraquecer um pouco.

         Uma outra modificação se produz no nível da face e intervém nas primeiras etapas da constituição do corpo de luz.  A respiração nasal dá a sensação de que este ar não desce unicamente nos pulmões e no ventre, mas sobe também no cérebro, como se houvesse uma comunicação entre o nariz e o cérebro. Esta comunicação parece, aliás, objetivada por sangramentos na narina esquerda exclusivamente da narina esquerda: alguns pequenos filetes de sangue que se manifestam quando das primeiras etapas e, ulteriormente, quando as energias que chegam ao topo da cabeça se tornam muito fortes.

         Uma modificação acontece em seguida no nível do olhar. Os olhos são mais brilhantes, mais luminosos e a retina adquire uma possibilidade de visão do ultravioleta e do infravermelho, permitindo a visão das auras, também dos animais como dos vegetais, do mineral, dos humanos e também de outros planos de realidade, quer se trate das auras etéricas, astrais, mentais ou além.

         No que concerne aos sentidos, o olfato e a audição se afinam, o tato, a sensação cutânea se modifica também no sentido de uma hiperestesia cutânea, dando uma sensação de tocar modificada.

         As modificações no nível de energia deste ser são uma percepção consciente dos centros de energia. Os chacras são sentidos como rodas turbilhonantes e há possibilidade de emitir pela vontade do consciente as energias por cada um dos sete centros maiores, os sete chacras principais.

         Os chacras das mãos e dos pés são particularmente desenvolvidos e há a possibilidade de emitir as energias magnéticas também em direção a terra como em direção a outro ser humano por intermédio das mãos.

         Outra manifestação energética: é possível enviar uma energia pelo terceiro olho que corresponde a uma energia luz, energia da alma. Ela pode modificar a estrutura molecular de uma substância qualquer que ela seja.

         Citamos também a possibilidade de emitir uma forma-pensamento focalizada sobre a fronte, que é recebida pela pessoa qualquer que seja à distância, e de maneira instantânea.

         No nível das emoções constatamos num primeiro tempo uma sensação de fragilidade emocional um sentir agudo do ambiente, quer se trate de uma árvore, de um ser humano, de uma informação vista no telejornal.  As emoções são vividas no sentido de uma aspiração e toda perturbação vivida como exterior indo ao oposto da aspiração deste ser, arrisca desencadear os bloqueios emocionais importantes se traduzindo por um bloqueio do plexo solar.

         As modificações no nível da alma ocorrem também, porque na constituição desse corpo de luz, foi estabelecido um contato com a alma. A pessoa, quando de certas meditações, de certos momentos privilegiados no nível cósmico ou cosmo-telúrico, entra de maneira mais consciente em fusão com sua alma, gerando o processo chamado ‘ficar arrepiado” com as lágrimas que sobem, traduzindo um contato muito poderoso.

         As modificações acontecem também, nas últimas etapas da constituição do corpo de luz, no nível do espírito, no qual o ser em sua totalidade se torna sensível no nível mental, no nível intelectual, no nível do supraconsciente, a todas as energias quaisquer que sejam. Ele pode responder por uma adaptação rápida a uma energia, induzindo nele um estado energético que lhe permite se ajustar à energia sentida.

         Este espírito e este ser em sua totalidade se encontram levados a privilegiar uma forma de ação muito particular, o serviço. É uma vida voltada para o exterior e para os outros, reunindo os preceitos do Cristo, de Buda e de outros personagens que abrilhantaram a história do mundo, preceitos de amar o outro como a si mesmo e de servi-los. É privilegiar a noção de espécie em relação àquela do indivíduo, conservando a individualidade, mas abandonando a personalidade.


O BENEFÍCIO DO CORPO DE LUZ


         O primeiro benefício do corpo de luz e aquele que deterá particularmente nossa atenção nesse livro, concerne ao contato com os seres de luz. Mas o corpo de luz apresenta também um benefício energético e um terceiro benefício em relação à irradiação e abertura.

         Nós vimos que há uma abertura de algumas portas que permitirão entrar em contato com uma dimensão interdimensional, quer dizer a capacidade de perceber o que está além do véu da ilusão, a capacidade de contatar outros mundos, outros planos de realidade multidimensional que se situam além da dimensão na qual nós vivemos.

         Esses contatos se situam não sobre um nível astral que poderia ser perigoso por sua subdivisão em baixo astral e alto astral, mas no nível mental, no qual podem muito particularmente se manifestar os seres de luz.

         Esses seres de luz são as entidades que evoluem além dos mundos de encarnação que têm, se eles eram humanos, ultrapassado esse estado desde muito tempo. Mas nesse plano do mental se situam também as entidades que jamais estiveram encarnadas. Este é o lugar de manifestação do que chamamos comumente os anjos, os arcanjos e todas as entidades espirituais que não conhecem o mundo da encarnação. Efetivamente, o domínio da vida desses seres se situa no nível do mundo causal e além. Eles têm a possibilidade de descer suas vibrações até o plano mental e não evoluem em princípio nunca no mundo astral. Por consequência, no mundo astral, só podemos encontrar os seres da sombra e desencarnados.

         Esse contato com os seres de luz permite trocar informações e também as transformações suplementares no nível do ser.

         Esse contato se torna possível a partir do momento em que o mental está iluminado, o que se traduz pela luz amarela que rodeia a cabeça do ser.

         Os seres podem então penetrar por intermédio da vibração do corpo de luz no interior desse corpo de luz, mais frequentemente sobre o lado esquerdo, em geral do lado do ombro do ser. Um pouco acima se situa a ampola da clariaudiência que foi ativada e que permite ouvir essas vozes celestes, de se comunicar por modo telepático com esses seres de luz. O contato pode ser também mais estreito, quer dizer que esse corpo de luz integra completamente a energia arquetípica do ser de luz e há entrega de mensagem, seja por intermédio do braço (escrita automática), seja por adumbramento (incorporação direta da energia do ser), seja por clariaudiência, ou ainda por clarividência.

         Esse contato com os seres de luz apresenta ainda um outro benefício. O ser que está sobre esse caminho tem a possibilidade, quando em uma meditação ou quando em uma focalização sobre esse corpo de luz, de ser de alguma forma um catalisador que vai permitir a esses seres de luz de agir sobre outros seres humanos para as induções de modificação da consciência, ou ainda para uma simples cura física ou psicológica.

         O segundo pólo de benefício desse corpo de luz se situa no nível da terapia. Este ser que entrou em contato com sua alma tem a possibilidade de praticar um trabalho em consciência sobre um outro ser. Sem nenhuma violação do livre arbítrio, pode cuidar diretamente dos centros de consciência, dos chacras.

         Nós reunimos ai o ensinamento dado por Alice Bailey no O tratado sobre os sete raios, volume 2, concernente à cura esotérica. É isso que chamamos a ciência das irradiações da alma ou ainda a ciência dos triângulos. O ser que está em contato com sua alma tem a possibilidade, neste estado de focalização particular, de se conectar no nível de seu sétimo chacra, de apelar à luz. Esta luz penetra então pelo topo do seu crânio, criando uma vibração de turbilhão que se mergulha no seu corpo, passa necessariamente no seu coração, depois é transmitida no nível do chacra correspondente no centro doente sobre o paciente.

         Tomemos um exemplo: um paciente apresenta uma patologia do terceiro chacra, centro emocional. Que se situa também no nível psicológico, como físico como por exemplo, uma ulcera de estômago. Esta pessoa está então deitada, se possível no eixo norte-sul cabeça no norte. O terapeuta está de pé, tendo-se a dois ou três metros, perpendicular em relação à pessoa, na altura do abdômen, se possível face a oeste. Ele se conecta sobre as energias chegando no nível do seu crânio ampliando esta vibração que turbilhona que vai então penetrar em seu corpo, passar pelo seu chacra do coração e se dirigir ao seu terceiro chacra. Desse terceiro chacra, é emitida esta luz para o terceiro chacra do paciente. O terapeuta só tem que se focalizar sobre o centro de energia diretor e deixar se derramar essas energias durante um lapso de tempo variável segundo as pessoas, sem nenhuma intenção, sem vontade de cuidar, efetuando simplesmente uma transferência de consciência-energia.

         O benefício maior dessa ciência dos triângulos reside no fato de que, quando este ato energético é efetuado, o ser doente é tocado em todos os níveis e não somente nos níveis energético e físico, mas até sua alma. Podemos falar de cura que se situa primeiro no nível da consciência e que vai descer em seguida até o nível físico. A coisa mais evidente é esta modificação do estado de consciência.

         Independentemente da cura física que pode, aliás, não acontecer, há uma transformação que diz ao ser que recebeu esta terapia que ele vai ver as coisas diferentemente, que vai tomar consciência, como dizem os próprios pacientes, de outras realidades. Eles querem buscar e entrar numa forma de busca espiritual.

         Uma outra forma de terapia, que já foi descrita mais acima, consiste em não mais utilizar os chacras, mas a totalidade do ser. Ela consiste em se alinhar no interior de si, deixar correr livremente as energias do céu e da terra no interior de si e entrar num estado vibratório acelerado.  Esta vibração vai irradiar e iluminar sobre o conjunto do ser que está deitado, sempre que possível na mesma posição acima. O que é tocado não é um chacra, um centro de consciência, mas diretamente a alma da pessoa. Esta técnica de cura na alma se situa além mesmo da noção de energia.

         O terceiro aspecto terapêutico consiste, sempre em se ligar às energias do céu e da terra e as deixando correr livremente no interior de seu ser, para se colocar em vibração acelerada, para amplificar as vibrações do corpo de luz, e para deixar descer no interior desse corpo de luz um ser de um outro plano, que vai então por nosso intermédio (nós somos catalisadores e não médiuns) ver e agir no aposento.

         Temos apenas que observar esses seres de luz que desceram e operam sobre a pessoa. É possível observar alguns símbolos luminosos, formas de luz que são utilizadas por esses seres, assim como diversas cores. Esses símbolos são frequentemente os mesmos, quaisquer que sejam as patologias. As espirais, os círculos, os tubos de luz, são enviados nas pessoas. Às vezes mesmo uma mão de luz penetra no interior do ser. É interessante notar que o ser deitado e que faz a experiência desta forma de terapia, sente uma vibração no lugar onde é projetada esta forma luminosa. Ele sente alguma coisa que o penetra quando a mão de luz penetra realmente no interior de seu corpo.

         O terceiro pólo de benefício do corpo de luz resulta de sua capacidade para iluminar e irradiar as energias luz muito poderosas. Nós encontramos aqui o papel de catalisador, a possibilidade de transmitir essa energia e esta mutação para um ser que quase chegou, que está pronto para o caminho, diante desta porta. Nós desempenhamos simplesmente o papel de um catalisador que, por intermédio dessa energia luz que o atravessa, vai permitir para o outro ser em face de gerar a mesma energia e a mesma mutação.



Capítulo 2



OS MUNDOS IMAGINÁRIO E IMAGINAL


         Tendo lido o capítulo precedente, alguns se perguntam provavelmente se isso não é o produto de uma imaginação fértil. Convém então no presente, tentar mostrar que no nível das coisas invisíveis e desconhecidas, há lugar para diferenciar dois mundos: o imaginário e o imaginal.

         A melhor maneira de compreender a diferença entre esses dois mundos é tomar um exemplo. Se vocês fecham os olhos e pensam no sol, pode chegar a vocês visualizar esse sol com eventualmente uma paisagem embaixo, e se sua imaginação é muito poderosa, vocês poderão mesmo ter a sensação de estar expostos a esse sol.

         Em contrapartida, se um ser humano tem acesso ao mundo imaginal e ele pensa no sol diante de alguém, a pessoa, a partir do momento em que o arquétipo sol penetra no interior dela, vai necessariamente sentir a vibração do sol. E se o acesso ao imaginal é muito poderoso, o sol poderá mesmo estar presente no aposento. A temperatura se elevará.

         A diferença essencial entre o imaginário e o imaginal se situa nesse nível. O imaginário pertence a nós. Nosso imaginário não pode ressoar sobre os outros, pelo menos de maneira direta. Isso não exclui que uma imaginação muito poderosa, apenas no domínio artístico, pode se traduzir por um ato físico de criação em duas dimensões (pintura), em três dimensões (criação sonora ou arquitetônica), e tornar assim visível para o outro o imaginário do primeiro.
        
          O mundo imaginal, quanto a ele, é o acesso aos arquétipos, o acesso ao mundo das emanações, o acesso a esse reservatório de forças que uns chamam egregóricas. Alguém que tenha acesso ao imaginal é capaz de fazer sentir esse imaginal a uma pessoa que está diante dele, como no exemplo precedente. Ele é capaz também de apelar para esse reservatório de forças egregóricas e as irradiar numa sala ou sobre uma outra pessoa.

         Concluindo, o imaginário numa primeira abordagem, toca somente quem faz o apelo, enquanto que o imaginal toca aquele que faz o apelo, mas também o ambiente. O imaginário poderia ser qualificado de inconsciente, é nosso inconsciente. O imaginal poderia ser qualificado de inconsciente coletivo, mas num alto nível. É o mundo dos arquétipos, das verdades transcendentes.

         É também um mundo energético. Quando temos acesso ao mundo imaginal não nos situamos mais no nível do astral, no nível das emoções, mas no nível do mental superior.

         Há tantos imaginários quanto indivíduos diferentes, mas há apenas um único mundo imaginal. Se uma pessoa que se encontra numa assembléia tem acesso ao mundo imaginal e afirma: “eu vi o Cristo”, ela poderá fazer sentir esse Cristo nas outras pessoas. Não se trata de qualquer contágio emocional, mas de uma verdadeira realidade transcendente. Em outros termos, poderíamos dizer também que nosso mundo imaginário não tem nenhuma ação energética sobre o outro. Em contrapartida, o mundo imaginal tem uma ação energética imediata, de qualquer modo, para aqueles que estão num nível de comprimento de ondas não muito longe desse mundo imaginal.

         Nosso imaginário tem às vezes acesso a um substituto do imaginal, quer dizer, uma percepção astral quando de um sonho ou de uma meditação desses grandes arquétipos, mas que se reflete sobre um nível menor. Eles vão agir sobre nós, evidentemente, e o trabalho sobre o imaginário é muito importante.

         A diferença fundamental entre o mundo imaginário e imaginal situa-se no nível dessa diferença energética e a possibilidade da irradiação do que é percebido e sentido sobre os outros, não através de um suporte como uma construção ou uma obra artística, mas de maneira direta, irradiante, como uma espécie de dilatação energética.

         O acesso ao mundo imaginal permite também compreender o mecanismo de geração no nível da matéria das emoções e da energia. É nesse mundo imaginal que estão colocados todos os grande arquétipos e todas as suas representações nesse mundo.

         Não é por acaso que um triângulo com a ponta para baixo representa a descida do espírito na matéria. Se observarmos simplesmente a etimologia dessa palavra, o símbolo é o inverso de diabólico, diabolein, lança através, quer dizer isso que separa, enquanto que symbolein corresponde a alguma coisa que está num ponto entre o alto e o baixo. ”O que está no alto é como o que está embaixo, dizia Hermes Trismegisto, para fazer o milagre de uma única coisa.”. O símbolo é então uma imagem, uma forma ou um pensamento que reflete um mundo superior. Esse triângulo de ponta para baixo, que foi tomado como exemplo e que corresponde à descida do espírito na matéria, é uma forma arquetípica que encontramos nesse mundo imaginal.

         O mundo imaginal pode ser considerado como uma luz onde se situam as formas, as formas específicas, as formas que encontramos em toda história da humanidade e em todas correntes tradicionais. Ora, essas formas têm uma ação sobre a matéria, a mesma que os seres de luz, quer eles tenham sido encarnados ou não, deixando uma impressão sobre a matéria e sobre o homem encarnado aqui embaixo, quer ele seja consciente ou não.

         O ser que é capaz de se ligar com o mundo imaginal está em condição de revelar esta memória simbólica no interior do ser que está em frente. Ele está em condições de apagar o diabólico, quer dizer, o que separa o alto do embaixo.



Capítulo 3


  
A CHANNELING


         O termo  vem dos Estados Unidos onde está muito em moda desde dez a quinze anos. A channeling propriamente falando é um estado de contato e de channeling de energia que não pertence à consciência comum, quer dizer, um estado onde a razão não intervém mais, onde a lógica racional não está mais em jogo. A channeling serve para muitos objetivos, quer se trate de expressar uma arte de pintura ou musical, ou ainda de transmitir, verbalmente ou por escrito algumas informações de todos os tipos de assuntos tais como evolução, desenvolvimento pessoal, a orientação de nossa vida.

         Não importa quem pode fazer a channeling, o que não é o caso com a mediunidade. O médium é de nascença e descobre seu dom num certo momento de sua vida. A mediunidade não pode ser aprendida, contrariamente à channeling.

         Atualmente, o objetivo mais procurado da channeling é de nos colocar em contato com outra fonte, lógica ela também, de compreensão das coisas.  É necessário considerar a channeling como um estado de canal que permite apelar a uma consciência que não é a nossa, pelo menos não nossa consciência comum. O ser humano que se lança na channeling vai então tentar captar as emoções, os pensamentos que não estão em relação com ele, mas com outra fonte. Podemos considerar captar os pensamentos, as emoções do reino vegetal, por exemplo, entrar em contato com uma árvore, entrar em contato com um animal ou com um inseto. Na realidade, esta forma de channeling é desenvolvida desde séculos por todos os tipos de técnicas xamânicas.

         Podemos igualmente entrar em contato pelas técnicas de channeling com os desencarnados. Nos aproximamos então do espiritismo que tem conhecido um crescimento considerável no século dezenove. Mas até ai, ainda nada de novo.

         Podemos fazer a channeling com um grande mestre vivo. Nesse caso, o termo telepatia é mais adequado. Quando falamos de channeling, se trata de preferência de entrar em contato e de ser o canal de entidades de luz: mestres espirituais, mestres desencarnados que se situam sobre um alto plano de evolução ou, eventualmente, mundos extra-terrestres. Uma forma muito interessante de channeling consiste em entrar em contato, deixando de lado nossa consciência comum, com isso que poderíamos chamar nossa consciência superior, o que alguns chamam guia interior, anjo guardião ou mental superior.

         Concluindo, a channeling aparece como um meio de comunicação entre nós mesmos, na condição de que esse nós mesmos seja deixado de lado, e outra coisa que pode pertencer como acabamos de ver, bem como a outros reinos quanto a outros mundos. O objetivo da channeling é então o de obter um contato. Esse contato nos permitirá obter as informações para desenvolver nossa percepção da vida e talvez, para alguns entre nós, a percepção que nós temos.

         Contudo, a prática da channeling necessita de algumas condições prévias que é bom reunir e observar antes de se lançar nas seções de channeling por si só.


AS CONDIÇÕES PRÉVIAS


         A primeira condição requerida para praticar a channeling é, evidentemente, a capacidade de aceitar a eventualidade de um contato com outro reino. Isso implica, para a maioria de nós, no nível de nosso mental e de nossa concepção, mudar a ideia segundo a qual nós nos sentimos separados dos outros reinos, separados dos outros seres humanos. Precisamos polarizar nossa consciência de uma consciência separativa e distinta, a uma consciência que poderíamos qualificar de empática. A empatia é a dimensão do coração. É aquela que nos faz compreender e viver o fato de que não há separação entre nós mesmos e o resto da criação. A primeira etapa então consistirá em aceitar esta ideia que é possível estabelecer um contato com outra coisa que nós mesmos e isso sem os viés aos quais nós estamos acostumados, sem a comunicação habitual neste fim de século vinte, quer ela seja verbal, audiovisual ou escrita. Aqui, o meio de comunicação é a consciência.

         Uma vez a ideia de contato é aceita em nosso mental, a segunda condição consiste em ter fé. Não é suficiente crer que um contato é possível, mas sentir no fundo de si uma fé inquebrantável e uma certeza quanto ao contato a estabelecer.

         Necessitamos em seguida eliminar todo o medo, medo em particular de alguma coisa nova, medo do desconhecido que está profundamente ancorado no ser humano, porque nós nos encontramos frente a alguma coisa nova e desconhecida.

         Depois é conveniente proceder com uma atitude mental correta. O que é uma atitude mental correta? Ela consiste em definir os objetivos pelos quais nós queremos praticar a channeling. Se se trata de uma simples curiosidade, é preferível evitar entrar em contato com outros reinos, porque esta atitude aparenta ser de egoísmo. Se nós queremos fazer a channeling no objetivo de vidência pura e material, ai também a channeling é para deixar de lado. Na verdade, o único objetivo pelo qual a channeling tem mais sentido de ser válida é o desejo sincero e profundo de nosso coração de avançar no caminho espiritual ou ainda o desejo sincero de ajudar o outro graças a esta técnica. O objetivo é então de evolução pessoal ou ainda de conhecimento, conhecimento do coração, conhecimento das leis do universo. Quer dizer que não é necessário absolutamente abordar a channeling com a intenção de conhecer o futuro, simplesmente para se preservar do medo do futuro.

         Não há lugar, não mais, para considerar a channeling como uma demonstração de qualquer poder do espírito humano porque, não esqueçamos, para fazer a channeling é necessário ser dois: de um lado aquele que decide praticar a channeling e, de outro, aquele que entra em comunicação. E é necessário que tenha consentimento dos dois. Para que o outro à frente aceite a channeling, ele deve necessariamente sentir em vocês uma abertura de coração, um mental pacífico, um mental claro.

         Enfim, quando esses elementos são adquiridos como uma certeza em seu espírito e em seu coração, a etapa seguinte é a preparação da seção de channeling por si só.

         Esta preparação necessita de um estado de consciência não comum, um estado de consciência em que o mental está em repouso, onde a emoção não existe e onde o corpo também está calmo. Estes três parâmetros se encontram em um relaxamento ou em uma meditação.

         Cada um pode personalizar sua própria técnica, mas a mais simples consiste naturalmente em deitar-se, para aprender a respirar calmamente, serenamente para esvaziar seu espírito de toda preocupação diária e, evidentemente, convém escolher para esta preparação um momento onde não corre o risco de ser perturbado (pelo som do telefone, uma visita, um ruído exterior, etc). É indispensável repetir esta preparação por numerosas vezes antes de se lançar numa seção de channeling propriamente falando.

         A seção de channeling por si só pode se desenrolar de diferentes maneiras e em diferentes lugares. Se vocês desejam contatar seu guia interior ou uma entidade espiritual, escolham na medida do possível um lugar propício, saudável no nível vibratório: por exemplo, um canto da natureza que evoca em vocês a noção do belo e do agradável, ou ainda, um aposento de seu interior que vocês apreciam e que parece a vocês o mais apropriado.

         Naturalmente que para estabelecer uma channeling com o reino vegetal é preferível se encontrar na natureza. Se se trata de uma árvore, vocês se colocam a alguns metros dela. Para um animal, encontrem-se num lugar onde é suscetível ele aparecer.

         Durante esta seção, se a conexão está estabelecida, ela deve ir além do simples contato. Deve ter comunicação. Esta comunicação pode acontecer por dois caminhos. Ela pode ser puramente mental, quer dizer que há a recepção de impressões mentais, de imagens mentais, ver palavras que se formam enquanto pensamentos no interior de seu cérebro. Mas uma tal comunicação se confronta com uma armadilha: uma vez voltando à sua consciência comum, vocês correm o risco de não ter consciência de tudo que foi dito e, com o tempo, esquecer as coisas fundamentais.

          É então preferível utilizar o suporte de voz e, na medida em que as informações são dadas, que elas se expressem verbalmente e não mentalmente. Por isso, é conveniente então preparar antes da seção, um gravador sobre o qual será registrada essa comunicação, assim como uma folha de papel sobre a qual serão escritas as perguntas essenciais que vocês desejam colocar a seu contato.

         As condições prévias da channeling estando preenchidas, uma vez que o seu coração e seu espírito aceitaram a possibilidade de estabelecer esse contato, uma vez que vocês tenham o hábito de praticar uma preparação, que ela seja uma meditação ou um relaxamento, uma vez que os suportes estão prontos, um gravador, uma folha de papel e um lápis, uma vez que vocês tenham encontrado um lugar propício, vocês podem começar a fazer essa seção.



AS TÉCNICAS DE CHANNELING

A preparação


         Consideremos primeiramente um modo de preparação simples que pode ser adotado antes de se lançar nas duas técnicas de channeling que serão descritas mais a frente, uma consistindo em entrar em contato com uma árvore, a outra com um ser espiritual. Para a preparação vocês se instalam confortavelmente sentados ou deitados. As vestimentas não devem incomodar, o corpo deve se sentir perfeitamente confortável. Vocês ficam primeiro imóveis, vocês se centram sobre sua respiração, e vocês tomam respirações amplas e profundas. Vocês fazem o vazio em vocês, mas tendo afirmado previamente a vontade do contato. Vocês focalizam sua atenção sobre a respiração e sobre os batimentos de seu coração. Vocês colocam sua consciência sobre o corpo, vocês relaxam e acalmam cada parte desse corpo visualizando uma luz branca purificante e apaziguante que os invade pouco a pouco.

         Uma vez que o corpo está bem descontraído, bem calmo, vocês focalizam sua atenção sobre o contato a estabelecer. Que isso seja uma árvore ou um ser espiritual, conhecido ou desconhecido num primeiro momento, toda sua aspiração deve se colocar para ele. Nesse momento, vocês podem desligar a consciência da respiração e dos batimentos do coração e mais nenhuma percepção do corpo deve alcançar a consciência. O espírito deve estar livre de todo apego material.

         Como saber se o contato se estabeleceu ou está prestes a se estabelecer? Com algumas diferenças, segundo os indivíduos, podemos observar de maneira geral uma variação de temperatura, um calor ou um frio, uma sensação de vibração que percorre todo o corpo, uma sensação de formigamento sobre o topo do crânio, sobre um dos centros de energia do corpo, uma sensação de estremecimento que percorre o corpo ou uma parte do corpo. Em outras pessoas isso poderá ser uma emoção que invade o corpo ou um sentimento de que alguma coisa de diferente está em contato conosco.  Algumas sensações podem então aparecer, nos indicando que alguma coisa está prestes a se produzir. Esse sinal é em geral o mesmo em cada novo contato.



CONTATO COM UMA ÁRVORE

         Como realizar o contato vibratório e de consciência com uma árvore?

         É óbvio em relação a uma entidade espiritual, o lugar desempenha nesse caso um papel importante. Escolha um lugar calmo onde há, claro, árvores. Deixem-se guiar, deixem-se levar por seus olhos, por suas sensações, pelo ar. Vocês se encontram nessa floresta ou nesse lugar compreendendo as árvores, com a intenção de estabelecer um contato com uma entre elas, vocês sentem ao fim de alguns instantes que uma árvore chama vocês. Vocês se dirigem para ela, calmamente. Vocês focalizam sua atenção sobre o fato de entrar em contato com ela.

         Vocês param a uma dezena de metros dessa árvore e começam primeiro a saudá-la, a agradecê-la por sua presença e por sua beleza. Vocês explicam a ela mentalmente sua visita, depois voltam as palmas de suas mãos em direção ao tronco. Vocês avançam assim com as palmas voltadas para ela, até que sintam uma vibração, os formigamentos ou um calor em suas mãos. Nesse momento vocês saberão que chegaram ao limite da aura da árvore e é neste lugar que deve acontecer o contato.

         Vocês sentam tranquilamente e efetuam sua técnica de preparação, tal como aquela descrita acima. Diante desta árvore, sentados alguns metros diante dela vocês entram em contato com a periferia de sua aura. Vocês fecham os olhos. Vocês terão anteriormente olhado bem essa árvore, de maneira a ser capaz de vê-la com os olhos fechados. Vocês se colocam em estado de relaxamento.

         Ao final de alguns instantes, muito rapidamente na verdade, vocês sentem a presença da árvore por intermédio de sua aura. Vocês são como banhados numa irradiação, numa ducha energética que os invade e os engloba de alto a baixo, e de baixo ao alto. Desde então, o primeiro contato vibratório está estabelecido com esta árvore. De novo vocês agradecem e a saúdam. Vocês podem já lhe dizer quem vocês são, o que fazem nesse lugar, o objetivo de sua visita, o objetivo desse contato. Depois de vocês serem apresentados à árvore, perguntem a ela também quem ela é. Você está contente nesse lugar? É indispensável, antes de colocar as perguntas essenciais que dizem respeito a você ou à árvore, proceder como com outro ser humano que vocês encontram na esquina da rua ou um amigo que vocês não veem há muito tempo. Nesse caso, vocês se apressam naturalmente perguntando a essa pessoa como ela vai, para ter notícias dela e dar as suas mesmo, de trocar num primeiro tempo palavras simples. E é somente em seguida, depois desse preâmbulo, que vocês podem começar verdadeiramente a colocar as perguntas. Um pouco mais longe, vocês encontrarão as sugestões de perguntas que permitirão a vocês começar bem esta comunicação. Não esqueçam que é preferível que ela se faça de maneira verbal, por intermédio de sua voz. Vocês levam então um pequeno gravador que colocam antes a caminho de sua preparação.

         É preferível então, no primeiro contato com as árvores, não ultrapassar uma seção de quarenta e cinco minutos. Quando sua comunicação está terminada, convém agradecer novamente a árvore por essa comunicação. Vocês enviam a ela um fluxo de energia de amor, de pensamentos de paz e de cura pela natureza.

         Durante todo tempo da comunicação, há fortes chances de que vocês sejam banhados por um fluxo de energia muito poderoso. É possível que vocês guardem essa sensação energética em seu corpo durante algumas horas. Isso é completamente normal porque a energia dos vegetais é muito poderosa e se incorpora muito rápido à energia do homem, na condição de que ele tenha consciência de um vegetal e coloque sua atenção sobre ele.


VARIANTE XAMÂNICA

         Eis aqui e agora uma variante do contato com a árvore, que é uma técnica de inspiração xamânica. A árvore é escolhida da mesma maneira que a anterior. Vocês se munem de um pouco de tabaco ou ainda de sálvia, que servirá a vocês quando do ritual de aproximação da árvore. Vocês penetram na aura da árvore colocando-se por volta de um metro e cinquenta ou dois metros de seu tronco. Vocês estão face a ela, se possível com o norte em suas costas.

         Vocês tomam em seguida um pouco de tabaco na mão e circulam ao redor da árvore no sentido dos ponteiros do relógio. Depois de ter feito uma volta completa, vocês se encontram no ponto de entrada em sua aura, quer dizer, face ao sul. Nesse momento, vocês se aproximam da árvore até entrar em contato com ela e vocês lhe apresentam suas costas. Vocês fazem então meia volta e se encontram face ao norte, e as costas apoiadas contra o tronco da árvore.

         Vocês fazem então uma preparação rápida, como a precedente, e vocês colocam para a árvore uma pergunta, uma única, clara e precisa. A inclinação ao norte constitui a pergunta colocada. Vocês se deslocam em seguida por um quarto de volta deixando suas costas coladas ao tronco. Vocês estão então face ao leste e, já a esta altura,  a árvore envia a vocês os primeiros elementos da resposta à sua pergunta. Vocês a acolhem de um modo muito preciso, depois vocês se deslocam de novo um quarto de volta para se encontrarem face ao sul, sempre inclinados ao tronco.

         A essa altura, a árvore lhes dá os elementos de solução em relação à sua pergunta (por exemplo, os obstáculos a vencer, os pontos os quais é necessário se dar conta para ter ganho de causa, etc).

         Depois de ter acolhido as informações do sul, vocês se deslocam de novo por um quarto de volta, sempre com as costas apoiadas contra a árvore e se encontram então face a oeste. Nesse nível, a árvore lhes dá os complementos da informação em relação à pergunta, os elementos suscetíveis de ajudá-los a ir mais adiante na pergunta colocada.

          Depois vocês se deslocam ainda um oitavo de volta e se encontram então no noroeste da árvore onde vocês recebem a resposta definitiva à sua pergunta de maneira clara e precisa.

         Após ter obtido todos os elementos da resposta à sua pergunta, vocês se separam da árvore, vocês ficam de novo de frente a ela e agradecem recuando alguns metros, de maneira a se encontrar na periferia de sua aura, que vocês sentiram como anteriormente em suas mãos.


CONTATO COM UM GUIA ESPIRITUAL

         No que concerne ao contato com um ser ou um guia espiritual, o lugar assume com certeza muito menos importância do que para um contato com a natureza.

         Quando vocês encontrarem um lugar propício para estabelecer esse contato, vocês se colocam no mesmo estado preparatório e vibratório que anteriormente. Mas não esqueçam que vocês têm que lhe dar nesse caso com outros mundos que não o nosso. É necessário estabelecer uma relação mais privilegiada num eixo vertical e não mais horizontal.

         Um ritual muito simples, que vocês podem adotar quando de sua preparação no relaxamento ou na meditação, consiste em visualizar um fio de luz dourada que parte do topo do seu crânio e sobe muito alto no céu, lá onde se encontram os seres de luz. Vocês podem também visualizar ao mesmo tempo dois fios de luz prata que partem de cada uma de suas plantas dos pés e se dirigem nas profundezas da terra, permitindo a vocês de se ligar a ela e de evitar perder o contato e seu papel de mediador entre o céu e a terra.

         Quando sua preparação está terminada, seu pensamento se alinha unicamente sobre o contato a estabelecer. Vocês enviam então um pensamento de desejar a comunicação com um ser de luz que possa ajudá-los (ou ajudar algum outro) em sua evolução ou naquela do planeta. Vocês afirmam sua intenção de amor e de serviço e esperam seu sinal energético que significa que alguma coisa está prestes a entrar em contato com vocês. Uma vez que esse sinal energético está presente, resta apenas colocar suas perguntas.

         As apresentações são sempre necessárias no preâmbulo. A árvore lhes era familiar. Aqui, ao contrário, vocês estão diante de um desconhecido e é indispensável identificar o ser que está diante de vocês. Na verdade, uma entidade espiritual ou um guia espiritual não hesita jamais para se apresentar e a dizer quem ele é. Na falta de apresentação, é necessário se abster de todo contato.

         Quando as apresentações são feitas, convém reforçar esta comunicação. Na verdade, os seres espirituais evoluem sobre um plano de consciência muito mais relevante do que o nosso e podem ser incomodados quando desse contato por um pensamento parasita: um medo de nossa parte ou ainda um pensamento intruso que nos atravessaria. Um tal elemento seria suficiente para bloquear toda comunicação. É então indispensável tentar reforçar essa comunicação se sentindo literalmente aspirado em direção a este ser e estando unicamente centrado sobre ele.

         É preciso pensar para proclamar bem alto que sua intenção confessada é de trabalhar na luz e para a luz e que, se este ser não faz parte desse plano de luz, ele deve se retirar.

         Depois de uma primeira comunicação bem sucedida com o guia espiritual é mais frequente preferivelmente nas comunicações posteriores de se dirigir sempre ao mesmo guia e pensar nele. É possível, ao final de um tempo variável segundo os indivíduos, que esse guia os abandone e seja substituído por outro. Saibam, todavia, que vocês estarão sempre na presença do guia mais oportuno em relação às suas perguntas e suas preocupações, sua evolução e aquela do planeta. Vocês notarão em princípio muito rápido que essas são frequentemente, as mesmas condições que favorecem o estabelecimento do contato. Isso pode ser num momento privilegiado no dia como o acordar ou o dormir. Isso pode ser ainda uma iluminação particular. Haverá, às vezes, alguma coisa que lhe parecerá necessária, realmente indispensável no estabelecimento desse contato, por exemplo, a cor de uma parede ou uma música. Por outro lado, como nós vamos ver agora, o cristal pode desempenhar um papel específico na comunicação com o guia espiritual.


O PAPEL DO CRISTAL
        
Quatro anos de trabalho de terapia e de desenvolvimento pessoal com o cristal me permitem afirmar que algumas variedades de cristais são mesmo para nos facilitar a tarefa quanto ao estabelecimento desta comunicação com os mundos de luz. Aqui estão então algumas técnicas utilizando o cristal, destinadas a facilitar sua comunicação com o guia.

É necessário escolher quatro pontas de cristal de rocha de tamanhos sensivelmente idênticos. Para proceder primeiro a purificação destas quatro pontas de cristal de rocha, vocês as mergulham na água pura (NT: Volvic, Mont-Roucous... marcas de águas francesas) durante cinco a seis horas. Os cristais serão assim purificados de tudo o que eles têm mantido anteriormente, que isso seja quando da extração da mina, ou ainda quando de seu trânsito entre diversas mãos.

Feito isso, vocês os colocam à frente, sobre uma mesa ou na terra, e começam por emitir a eles. O cristal é sensível ao pensamento humano. Emitindo a esses cristais, vocês lhes atribuem um papel pensando que eles podem ser os canais perfeitos para ajudá-los a entrar em contato com as verdades ultra-sensíveis. Vocês pedem pelo pensamento e o mental para ajudá-los a estabelecer a comunicação desejada. Uma vez os seus cristais programados dessa maneira, vocês se sentam de pernas cruzadas virados para o sul e colocam cada um desses quatro cristais nos quatro pontos cardeais, a ponta estando voltada para o centro, quer dizer em direção a vocês. Essas pontas vindas dos quatro orientes e dirigidas em direção a vocês criam, de alguma forma, um círculo mágico no interior do qual vocês estão sentados. Vocês passam então a sua preparação habitual e percebem muito rápido que o campo de força energético criado por estes quatro cristais, facilita grandemente a comunicação com esta entidade de luz que escolheu vocês e que vocês escolheram. A distância ideal dos cristais em relação ao seu corpo sentado é por volta de cinquenta a sessenta centímetros do limite externo de seu corpo, distância que corresponde aproximadamente ao diâmetro da aura astral no nível de sua pelvis.

Uma outra maneira de proceder consiste em purificar e depois programar um único cristal de rocha, uma ponta de cinco a seis centímetros de comprimento é suficiente para esse trabalho. Vocês se deitam ou se sentam, e efetuam sua preparação habitual tendo o cristal na mão direita se forem destros, e na esquerda se forem canhotos. Na verdade, quando um cristal de rocha é mantido numa única mão, toda energia se encontra atraída do lado desse cristal. Esse fato pode ser verificado pelo eletrógrafo, ainda chamado efeito kirlian.

A energia vai então, no caso do destro, do lado direito do corpo e igualmente no cérebro direito, porque não há no corpo energético um cruzamento análogo àquele das fibras nervosas no nível do pescoço no corpo físico. O cérebro direito no destro (esquerdo no canhoto) é a sede da intuição, da clarividência, das capacidades psíquicas e parapsíquicas do ser humano. Privilegiando o funcionamento do hemisfério direito do seu cérebro, vocês privilegiam também um contato com um ser espiritual na medida em que seu cérebro esquerdo recebe quanto a ele, muito claramente, menos energia. Em consequência, sua razão e o seu intelecto terão menos chance de se manifestar e atrapalhar a comunicação.



AS QUESTÕES
        

         É indispensável antes de se lançar na channeling definir bem quais perguntas serão desejáveis colocar quando de seu encontro com alguma coisa que não lhes pertence no nível de sua consciência, que isso seja uma árvore, um ser espiritual, ou qualquer outra forma de vida. Essas perguntas, é necessário jamais esquecer, não devem ser em relação com uma preocupação material de sua vida, pelo menos não diretamente. Elas devem antes ter um caráter de evolução pessoal, um caráter de desenvolvimento de seu ser na sua totalidade. Elas podem também ser em relação à evolução do planeta, uma situação em relação a uma informação no mundo, que esta informação seja filosófica, até mesmo em alguns casos, científica. Existem na verdade os guias espirituais orientados para a ciência, não a ciência concreta humana, mas ao contrário a ciência esotérica da qual decorre a ciência humana, se mal empregada.

         É também interessante tentar colocar as perguntas em relação a seu contato, de lhe perguntar, por exemplo, qual é o seu modo de funcionamento, qual é sua vida, como evolui a vida em seu plano de consciência, quer seja no nível da natureza ou nos níveis mais altos. É importante que as perguntas não sejam no sentido único, mas que se instaure um tipo de diálogo que permite enriquecer as duas partes. Na verdade, se a natureza como os seres espirituais nos trazem ajuda, eles também têm necessidade da nossa. Sem eles nós não somos nada, e sem nós eles não são nada, não mais.

         Essas perguntas devem imperativamente ser escritas sobre uma folha de papel e ser colocadas seja mentalmente, seja verbalmente, quando o contato for estabelecido de maneira segura. É necessário também pensar em se munir de um gravador para registrar se possível a comunicação.

         Repetimos, o método verbal é o mais seguro. Há, todavia, um obstáculo maior a vencer na medida em que, se seu mental não é capaz de aceitar a ideia que esse mestre possa se expressar por intermédio de sua voz, há poucas chances de sucesso. Ao contrário, se o seu mental está pronto a aceitar esta eventualidade, é muito provável que o mestre passe por sua voz.

         Na maioria dos casos, vocês sentem um tipo de desconforto no nível da garganta com uma energia muito importante que se coloca a preencher sua garganta e seu pescoço. Nesse momento, contente-se em respirar o mais calmamente possível, de abrir sua boca e deixar falar. As palavras saem umas após as outras sem que um pensamento se forme em seu espírito e surpreendem vocês. Vocês não compreendem o sentido enquanto a frase não é terminada. Este método é o mais eficaz para a recepção exata de uma mensagem, tal como foi emitida por aquele que a enviou. (Pode também chegar a channeling que se manifesta por escrita automática, técnica que nós abordaremos mais à frente).



AS PRECAUÇÕES A TOMAR


         Antes de começar uma seção de channeling, a primeira precaução a tomar consiste em visualizar um círculo de luz branca que rodeia o seu corpo na posição em que ele se encontra. Esse círculo está destinado não a isolá-los, mas para fazer de algum modo com que nada de nefasto ao seu ser, em qualquer plano que seja, possa penetrar essa luz branca.

         A segunda precaução já foi descrita: se trata de afirmar a intenção do amor e a intenção da luz quando desse contato. É absolutamente imperativo, sobretudo quando se trata de planos de consciência que não estão em relação com a natureza ou os animais, de perguntar se o ser em questão evolui bem no plano de amor e de luz, no plano divino. Uma coisa é certa: qualquer que seja a origem dos guias, eles não podem mentir e, se vocês não obtêm a resposta, renunciem ao contato.

         É indispensável não ser incomodado durante a sessão, essa é uma terceira precaução necessária. É preferível também evitar fazer uma seção de channeling quando o corpo não está num estado de saúde muito bom. Na verdade, se o corpo físico não está apto a responder ao esforço energético que demandam as vibrações desses planos de consciência, ele arrisca sofrer. Enfim, é conveniente evitar as sessões após uma refeição ou quando de um tempo muito tempestuoso ou com muito vento.



OS OBJETIVOS DA CHANNELING

        
         O benefício da channeling se situa unicamente no nível do contato em si mesmo ou no nível do ensinamento transmitido? Certamente os ensinamentos, quer eles sejam de ordem pessoal ou planetária, podem ser de uma importância fundamental. Todavia, além mesmo desta forma de conhecimento que nos é liberada, além da atração do contato convém enfatizar um ponto ainda muito mais importante. Esses contatos nos mostram que a consciência de um ser não está separada, contanto que esse decida firmemente. Eles nos mostram que podemos acessar uma comunicação suscetível de passar pelo viés da palavra da escrita automática. Eles nos mostram que realmente o ser humano não está separado do resto da natureza e do que é o ambiente, e que a partir do momento onde seu ser aspira ter uma comunicação, ela se manifesta. Eles nos mostram igualmente que os outros planos de existência são todos reais também.


         Alguns se perguntam se é feito da sua imaginação, ou realmente há alguma coisa de diferente do seu mundo imaginário. O segundo capítulo desse livro já trouxe os elementos de resposta aos quais se acrescenta ainda um argumento: é muito raro que as manifestações se produzam se nós contatamos nosso imaginário. O imaginário só gera excepcionalmente as sensações vibratórias e as variações térmicas. Além disso, além das sensações geradas no corpo ou no nível da consciência, há a fé e a íntima convicção de que esse contato é realizado. Esta fé e esta convicção escapam de uma explicação com palavras, elas só podem ser vividas. Quando encontramos a natureza, quando encontramos os seres espirituais, eles assumem então, evidentemente, uma realidade muito mais tangível para nós, do que quando nos contentávamos em falar deles.




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Tradução do Francês: Mariana Anzzelotti



 

3 comentários:

  1. Postagem realmente maravilhosa. Primeiro, por ter sido indicação do André Meira, que é dos mais ativos nas publicações AD, antenadíssimo portanto; além de ser nosso especial amigo e parceiro aqui no UL. Segundo, porque seria uma oportunidade para se conhecer um pouco mais do emérito canalizador das mensagens AD. Terceiro, porque o próprio conteúdo é dos mais instrutivos e é enorme a sua compatibilidade com este espaço. Quarto, porque, neste contexto e ambiente, deste blog, chega a ser honroso fazer esta publicação (para dizer o mínimo).

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  2. "Eu dedico este livro a todos os filhos de aquário
    E a todos os Anjos de Aquário"

    JEAN-LUC AYON


    Rendo Graças!!!

    Rendo Graças!!! Também aos organizadores do Blog,
    por nos proporcionar a oportunidade de acesso a esta magnífica leitura!
    Amor e Luz a todos!

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  3. Gratidão! ... https://www.youtube.com/watch?v=0c5-IRNPDgo&t=4s&list=PLjbvHFD7i7aGhkKOWNsOwyn6pD2xgudAC&index=1

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